Conhecendo o Inesperado escrita por SophiaVenus


Capítulo 3
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem, e comentem o que acharam :)



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‒ Pai, eu quero estagiar na Grey House. ‒ ele está sentado no balcão observando minha mãe terminar nosso jantar. Eu quero trabalhar com ele nessas férias - poxa, eu vou pra faculdade em breve e depois trabalhar pra ele, de qualquer forma -, mas ele não quer me deixar trabalhar porque isso pode atrapalhar meus estudos, mesmo estando de férias. Quando ele tem uma ideia fixa, ninguém consegue tirar, nem mesmo minha mãe, a única pessoa que ele escuta.

‒ Christian, ela já está de férias, isso não vai atrapalhar seus estudos. Além do mais, será meio período. – Minha mãe diz olhando pra ele de um jeito que só ela sabe, depois olha rápido pra mim e eu balanço a cabeça ferozmente, incentivando-a. Mas meu pai permanece impassível, não dando brecha nenhuma, seu rosto ficou sério com a conversa. ‒ E se ela fizer um intensivo de alguma luta com o Claude nessas férias? – Droga. Ela estava negociando com ele, eu olho pra ela e faço um bico. Ele sempre quis que eu fizesse algum tipo de luta, e sempre bati o pé pra isso, não entendo sua obsessão, ele diz que é pra me defender quando eu precisar. Todo ano, desde meus 12 anos, eu faço aula de defesa pessoal.

‒ Você faria isso, Phoebe? – Ele vira em minha direção e me pergunta diretamente. Seus olhos iluminados de repente.

‒ Sim, papai. – Droga.

‒ Eu vou pensar sobre isso. – Ele diz um pouco mais animado.

Obrigada— eu digo com um olhar pra minha mãe, e ela me dá uma piscadela. Ok, agora eu vou ter que praticar algum tipo de luta se meu pai concordar com meu estágio. Eu só queria entender melhor porque ele é tão fixado em manter a gente sob vigilância total 24/7, como ele mesmo diz. Minha mãe diz que esse é seu jeito de saber que tudo está bem.

Não é porque são meus pais, mas eles formam um casal excepcional, existe uma conexão muito intensa entre eles. Eu terei sorte se algum dia tiver algo parecido. Eu sei que ainda vou conhecer muita gente e não estou preocupada com isso agora. Quero focar na minha carreira, minha meta é ser tão brilhante quanto meu pai. Apesar da sua obsessão pela nossa segurança, ele é uma pessoa incrível.

‒ Dez minutos e estará pronto. – Minha mãe diz quando ela coloca o pão temperado no micro-ondas, e meu pai levanta para ajudar a colocar a mesa.

‒ Teddy estará conosco na quarta-feira. Ele está terminando o campeonato de futebol americano. – Meu pai diz abraçando minha mãe por trás e dando um beijo em sua bochecha.

‒ Oh, essa é uma ótima notícia. Eu estou com muitas saudades dele. - Ela diz virando e eles se beijam.

‒ Ei, não sou obrigada a ficar vendo isso. – Eu digo em tom de brincadeira. Adoro ver eles juntos.

‒ Eu espero que você não faça isso. – Meu pai diz meio sério, meio brincalhão, e volta a arrumar a mesa. Eu balanço a cabeça e exasperação.

‒ O cheiro está maravilhoso. – Eu digo com água na boca.

—____________

Depois do jantar nós fomos para a sala, meu pai está tocando piano, e minha mãe e eu estamos lendo. Esse é um livro de um dos autores da editora da  minha mãe, ele ainda não é famoso, mas tudo indica que vamos ver seu nome na lista de Best Sellers. Deixando o livro de lado vejo as horas, ainda é cedo, mas tenho que terminar algumas coisas ainda.

‒ Boa noite, mãe. Boa noite, pai.

‒ Boa noite, querida. Quer que eu leve alguma coisa pra você comer daqui a pouco? – Minha mãe diz com tom carinhoso.

‒ Não, mãe. Obrigada. Vou separa algumas roupas que eu não uso mais. Eu e Ava vamos doar para um orfanato. – Ela levanta uma sobrancelha e eu registro sua surpresa.

‒ Fico muito feliz em ouvir isso. – Ela diz, com um pouco de admiração. ‒ Amanhã nós podíamos almoçar juntas. – acrescenta com expectativa.

‒ Ok. E eu espero saber sua decisão amanhã, papai. – Eu olho pra ele com um olhar de quem precisa dessa resposta pra viver. Ele dá um suspiro e abre os abraços, e eu vou em direção ao piano.

‒ Amanhã nós conversaremos. Boa noite, meu amor. – Eu abro um sorriso e dou um beijo em sua bochecha e o abraço apertado.

Saindo do abraço, ele se levanta comigo e vai em direção ao sofá e se senta ao lado da minha mãe. Com um sorriso largo saio da sala, não sem antes ouvir, sem querer, meu pai sussurrar ‒ Acho que está na hora de cumprir com sua promessa, eu não esqueci. Ai Meu Deus, às vezes eles se esquecem que eu ainda estou aqui. E assim, ando um pouco mais rápido em direção à escada.

No meu quarto eu vou em direção ao closet e separo as roupas que eu não uso ou não quero mais. Ava teve uma ótima ideia, e vamos a um orfanato que a vovó Grace e o vovô Carick ajudam. Resolvo ligar para ela assim que termino de separar minhas roupas.

‒ Hey, Phebs. – Ava atende com um pouco de sono em sua voz.

‒ Te acordei? – Bom isso é estranho, ela sempre dorme tão tarde.

‒ Não, só estou um pouco cansada hoje.

‒ De não fazer nada: - Digo em tom de brincadeira.

‒ Muito engraçada. O senhor Robert está uma ferra com você por ter perdido o treino hoje.

‒ Eu avisei que tinha que resolver algumas coisas na escola. E além do mais hoje é domingo, quem marca treino num domingo? – Digo irritada. Senhor Robert é o treinador do time de vôlei feminino da nossa escola. Ele é muito – muito – exigente.

‒ Eu não entendo o que você foi fazer na escola. Quem vai à escola num domingo – Ava diz imitando meu tom.

‒ Eu fui resolver algumas coisas para depois das férias. Quando as aulas voltarem vai estar uma confusão. E consegui liberar a verba para nossa viagem, portanto senhor Robert não ficará mais uma fera comigo quando souber da novidade. – Essa viagem é um trunfo que consegui hoje. A diretora não queria que nós fossemos porque isso poderia atrapalhar nossas notas. ‒ Eu acabei de separar as roupas. Tudo certo para amanhã?

‒ Claro! Passa aqui em casa e toma café com a gente? – Ava pergunta com expectativa.

‒ Hm, tudo bem. Boa noite A.

‒ Boa noite.

—_______

Assim que termino e tomar banho vou a minha mesa e verifico se ficou algo pendente pra hoje. Hoje fiz bastante coisa e ainda não estou cansada, estou feliz com a notícia de que meu irmão estará em casa em breve. Estou morrendo de saudades dele, então resolvo mandar uma mensagem.

*Papai disse que chegará quarta. Estou com saudades*

Hoje é domingo, provavelmente ele deve estar em alguma festa ou com os amigos. Assim que penso isso me lembro da festa da Becky.  Não acredito – NÃO ACREDITO. Droga, esqueci que era amanhã, estive tão atarefada esses dias que isso sumiu da minha mente. Preciso de uma roupa diferente pra essa festa, mas amanhã eu resolvo isso. Ouço um ping no meu celular, verifico e é uma mensagem do meu irmão.

*Só esperando o último jogo do campeonato. Tá no papo. Saudades*

Abro um sorriso quando leio sua mensagem. Eu amo esse garoto. Nós sempre fizemos tudo juntos. Eu, ele e Ava somos inseparáveis, até ele ir para a faculdade. Mas tudo volta quando ele está aqui. Nós compartilhamos e guardamos os segredos um do outro. Crescer numa família rica e superprotetora demais mexe com a sanidade de qualquer criança, mas fora isso nós somos muito felizes, e eu não tenho do que reclamar. Nossos pais fazem e sempre fizeram de tudo por nós, e eu sei que não devo reclamar. Mas às vezes eu só queria sair sozinha sem ter uma pessoa me seguindo a cada passo. Com um suspiro vou pra cama, mas não estou com sono.

Assim que me deito lembro do esbarrão que dei sem querer no garoto novo que irá estudar no Albert King III. Por quê estou pensando nele? Não consigo entender! Ele é bonito? É. É engraçado? É. É charmoso? Bom, parece que sim. Mas já conheci garotos que tem tudo isso e nunca pensei neles antes de dormir. Acho que é consciência pesada pelo que eu disse. Mas ele estava debochando de mim, e isso eu não aceito. Aprendi com meu pai que não devo abaixar a cabeça pra ninguém e nem deixar que me ofendam. Fecho os olhos forte, em vão tentativa de tentar para de pensar nisso, então pego meu fone e coloco o volume no último. Rock, eu preciso de rock. Fecho os olhos e deixo a música me levar.


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