No Roses escrita por AleyAutumn


Capítulo 27
O Fim




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No Roses

Sem rosas

52 anos. 52 longos anos cujo Klaus passara um tempo longe de tudo e de todos. 52 anos sem que seu nome fosse ouvido e sem que alguém soubesse onde estava. Ele simplesmente havia desaparecido no dia seguinte após Natalia ir embora e Elijah a seguir, e Rebekah decidir seguir sua independência restando apenas ele e Kol, já que até mesmo Finn havia decidido desaparecer. 

Após 52 anos Klaus finalmente entendeu que sua família o queria por perto, mas sem que ele controlasse suas vidas. Que aquilo que ele tanto chamara de família por milênios, não era bem uma família na mente deles. E sim um castigo. O sofrimento que Klaus impunha sobre todo havia se dispersado com a partida dos três membros mais relutantes com o seu controle obsessivo, e Klaus finalmente entendeu que eles continuariam sendo sua família mesmo de longe, e que seriam mais felizes e como uma família de verdade se todos estivessem juntos.  

O loiro passou a mão pelo cabelo e deu um pequeno sorriso para Kol que o retornou, ambos dispostos a pelo menos reverem uma parte da família. Os dois membros sabiam que aos finais de ano seus irmãos e Natalia sempre se reunião para passar um pequeno tempo juntos, e logo todos se separavam novamente e seguiam com suas vidas. Exceto Natalia e Elijah que embarcaram em um relacionamento que já durava anos.  

No fim de tudo, Elijah cumprira com a sua promessa. Natalia não poderia estar melhor e mais feliz. Klaus sabia disso, pois os anos que passara longe ao olhos deles, ele nunca estivera tão perto.  

Ele vira Natalia cursar diversas faculdades, morar em todos os cantos do mundo, viajar para todos os lugares possíveis, viu Elijah rodar o mundo para ceder alguma de suas vontades. Vira os dois enfrentarem bruxas poderosas que os perseguiram, viu quando Finn foi recebido com abraços e muito amor pela família, quando comemoraram o natal de Rebekah. E quando Natalia segurou seu anel com o brasão Mikaelson nos aniversários de Niklaus. 

Ela havia o perdoado. Ele sabia disso, sentia em seu coração o alívio que ele acreditava não merecer.  

— Foram anos difíceis. Todos os anos. - Kol comentou vendo o olhar perdido do irmão enquanto bebia um pouco de sua cerveja - Mas... Klaus. Nós temos que deixar tudo isso pra trás, se quisermos ser uma família, como todos nós sempre tivemos vontade de ter.  

Klaus o olhou se questionando quando foi que Kol se tornou tão maduro. Tal vez quando Klaus desapareceu e ele se viu completamente sozinho tendo de resolver seus próprios problemas.  

Ele estava orgulhosodo irmão, Kol adquiriu um controle invejável, um enorme carisma e finalmente se tornou responsável o suficiente para que Klaus o tivesse como seu apoio, finalmente em milênios.  

— Eu sei disso Kol.  

— Eu espero que entenda, que talvez não tenhamos que ficar na mesma casa, na mesma cidade e nem sempre juntos. Você sabe... Que por mais que essa seja a sua vontade, nós precisamos nos libertar disso de uma vez logo. - passou as mãos pelo cabelo longo e suspirou - Eu estou feliz de estarmos aqui onde tudo começou, e isso é um passo muito importante para Natalia em estar de aqui. - Kol olhou pela janela do bar vendo as pequenas ruas e os barcos passarem - Nunca imaginei que ela escolheria logo Veneza para morar definitivamente.  

— E é um ótimo lugar para recomeçar. - Marcel surgiu se sentando ao lado dos dois, o sorriso imenso em seu rosto enquanto avaliava todo o ambiente.  

— Sim. - o loiro deu um breve sorriso e quase se sentiu desconfortável ao não ver olhares de repressão, medo e nojo das bruxas presentes que ele tanto sentiu a vida inteira, Klaus havia se tornado o menor dos problemas daquelas mulheres – Quem diria que hoje elas tem confiança o suficiente em me dar as costas e ficarem presas comigo em um mesmo ambiente.  

— Eu diria que está na hora de voltar as raízes, você está em uma calma que está me irritando. - Marcel admitiu e Kol riu com isso, Niklaus realmente estava esquisito  nos últimos anos.  

Uma mudança tão drástica que os assustou, mas eles sabiam que aquele lado psicopata dele ainda estava ali dentro esperando apenas uma faísca para se acender novamente. Embora perdoado ele ainda sentia os efeitos da culpa que carregava em si pela morte de Valerine, pelos riscos que Natalia correu e até mesmo pela morte de Caroline quando descobriu que sua amada filha e sua soldado haviam a exterminado.  

Puxou o pai. - pensou dando uma risada se lembrando de quando Kol revelou isso para Rebekah que o contou anos depois em um reencontro.  

— Vamos me dar mais algumas semanas ok? - olhou para o grupo vendo-os negar com a cabeça. 

— Ou podemos começar agora? - Marcel sugeriu e Kol riu baixo pegando um copo e se preparando para o quebrar. 

— Não aqui. - Klaus ergueu a sobrancelha, tenho pendências para resolver, e ser perseguido por elas nesse momento não é o que irá me ajudar. 

— É... não aqui. - Kol apontou com a cabeça em uma direção e Klaus seguiu com os olhos em direção ao local junto de Marcel.  

Os dois travaram completamente sentindo a surpresa os atingir com força quando reconheceram a figura encostada no bar discutindo com um homem que logo saiu do local em fúria enquanto a jovem sorria, Klaus sentiu o peito se comprimir se questionando como aquilo havia acontecido e qual atitude deveria tomar diante disso. Não havia mudado muita coisa.  

A sua frente estava a jovem de cabelos longos com cachos grossos e pesados, a pele levemente bronzeada, os lábios em um batom vermelho forte, os olhos de um tom verde amarelado completamente exótico, o sorriso imenso com dentes brancos e extremamente brilhantes. Ele reconheceria aquela figura em qualquer lugar, a única diferença é que aquela que ele enxergava lhe parecia uma versão colegial da mulher com quem ele conviveu por anos.  

— Olá Sweet Heart. - ele chamou a atenção dela aspirando o ar e sentindo o cheiro doce, completamente diferente do que sentira anos atrás.- Não é muito jovem para estar aqui? Ainda mais a essa hora da noite? - ela deu um sorriso cínico e ergueu uma sobrancelha.  

— Eu não imaginava que o meu pai teria coragem de me contratar uma babá, acho que sou velha o suficiente pra saber me defender querido. - pegou uma latinha de refrigerante que o barman a ofereceu devido a sua aparente idade baixa e ele riu da atitude vendo-a ficar irritada. - O que foi? Eu tenho 19 anos sabia, não me estressa!- arremessou a tigela de ferro cheia de amendoins na direção dele que desviou. 

Ele apenas gargalhou sentindo a familiaridade o atingir com força, o mesmo comportamento explosivo. Estaria Klaus recebendo a famosa segunda chance? Em fazer tudo diferente dessa vez? 

— Não se irrite querida. Sou Niklaus Mikaelson, ou Klaus... como achar melhor. - ele deu um sorriso mínimo.  

Ela apenas deu uma risada.  

— Tudo bem. Sou Amanda Oheary. - ela estendeu a mão e ele ainda sorria perplexo. 

Estava ali diante de si, uma duplicata perfeita de Valerine. 

 

 

— É. - Klaus se mexia inquieto diante da casa imensa, ele ouvia todos conversando tranquilamente dentro do local, seu corpo estava tenso e ele pensava seriamente em ir embora do local sem ao menos se manifestar.  

Os olhos verdes passearam pelas janela vendo as figuras se moverem com rapidez, Kol e Marcel já estavam lá dentro e não haviam avisado a ninguém que o loiro estava na cidade, mas os outros já estavam atualizados o suficiente para saberem que ele estava no local.  

— Por quanto tempo vai continuar ai parado? - ele paralisou por um breve momento ao ouvir a voz de Elijah, Klaus desviou seus olhos da janela onde via Natalia e Finn interagirem com Rebekah próximo a eles, a loira lançando um olhar intenso para fora do local sorrindo ao notar Elijah e Klaus juntos. 

— Eu planejava não ficar. - sussurrou se virando para o irmão e vendo-o coberto com um sobretudo preto e longo e usando seu típico terno. 

— Por quanto tempo vai fugir de nós? 

— Nunca me procuraram. - o encarou seriamente.  

— Você sempre soube onde nós estivemos, assim como sempre soubemos que você sempre esteve com nós. - o moreno admitiu e Klaus sentiu a vergonha o abater e a escondeu com indignação. 

— Eu estava garantindo que você estava cuidando bem dela! - o loiro gritou apontando o dedo na cara de Elijah, seus cabelos se agitando fervorosamente enquanto o rosto ficava vermelho. 

— Ah com certeza. - o moreno riu baixo e deu um abraço acolhedor em Niklaus o deixando em choque. - Eu senti sua falta meu irmão. 

— Seria tarde demais pra fazer uma visita? - o loiro o olhou se afastando com os olhos avermelhados.  

— Ainda tem uma vaga na mesa de jantar. 

 

O jantar em si fora divertido para todos, era notável que todos se divertiam e que o ambiente não estava tenso ou desagradável como Klaus achou que ficaria quando ele entrasse. Finn o recebeu com um abraço intenso, Rebekah beijou o rosto do irmão e Natalia apenas acenou com a cabeça e com um sorriso doce como se já o esperasse e isso o deixou aliviado. Em momento algum alguém o ignorou, os destratou ou até mesmo repudiou sua presença. Todos sorria calmamente ouvindo a chuva cair ao lado de fora enquanto conversavam cobre os últimos anos e algumas coisas que planejavam, além do conflito que tiveram deixando o loiro surpreso ao descobrir que por diversas vezes eles se reuniram para salvar a vida um do outro, e até mesmo de Klaus... quando ele imaginava estar completamente sozinho. Isso o deixou pensativo durante todo o jantar e ele finalmente sentia como se realmente estivesse em família. 

Os olhos do loiro vagaram pela mesa até encontrar os de Elijah que sorria animadamente como ele nunca havia visto em vida, o moreno ao perceber o olhar do irmão ergueu a taça e apontou em direção a ele antes de beber o conteúdo sorrindo retirando o peso do coração do loiro, ele agora via aquilo que estivera tão oculto aos seus olhos durante todo aquele tempo.  

Natalia sorria imensamente, Elijah segurava sua mão, tocava seu cabelo com frequência, beijava sua testa e ria até mesmo quando ela ameaçou o esfaquear. Interações que o loiro jamais esperava ver entre os dois estavam ali, com uma paz que acalmava todo o ambiente.  

O loiro apenas ergueu a própria taça em direção aos dois discretamente os felicitando e então bebeu o líquido rapidamente embarcando em uma conversa alegre com todos eles pela primeira vez na noite arrancando sorrisos satisfeitos. 

 

 

O loiro parou no corredor vendo a sombra da morena encolhida no sofá, os pés sobre a mesa de centro enquanto rodava o anel com o brasão Mikaelson o encarando por longos períodos, o anel que Klaus havia lhe dado desde que se tornara uma vampira e que pela primeira vez na vida ela tivera coragem que o colocar sentindo o peso imenso da joia em seu dedo. 

— Eu estou feliz que finalmente tenha decidido se manifestar.. - ela sussurrou sabendo que ele a encarava no ambiente escuro – Pode não parecer, mas eu senti sua falta e me questionei diversas vezes se teria sentido a nossa, eu queria que não tivesse sido desse jeito. 

— Se não tivesse sido assim... talvez muitos de nós não estaríamos mais aqui hoje. - ele falou baixo se aproximando e ficando de pé ao lado dela.  

— Estaríamos... só não seriamos felizes. - ela argumentou e ele apenas deu um aceno concordado.  

— O que.... 

— Todos esses anos... quando você achava que não, nós estávamos lá... perto de você... cuidando de você, no fim de tudo nunca deixamos de ser uma família, nem quando te perdemos de vista por diversas vezes. Esses 52 anos me fizeram descobrir muita coisa a respeito de você e de mim mesma, do que eu sabia sobre o mundo e sobre a vida, e você não salvou apenas minha infância, minha adolescência Klaus... não salvou apenas a minha vida, mas salvou também a Natalia vampira. Tudo que me ensinou durante a vida, foi o que garantiu a minha sobrevivência e a de Elijah. Nós não tivemos uma história linda quando eu finalmente recomecei a minha vida, minha vida como uma imortal... Na realidade... eu só irei recomeçar quando você finalmente estiver em minha vida, como o meu pai.  

Klaus respirou fundo sentindo os olhos se encherem de lágrimas, a garganta se fechando enquanto o peito se comprimia. Respirou fundo sentindo a luz fraca da lua os acolher e suspirou. 

— Um reinado só prospera quando o rei se alicia ao seu herdeiro.- sussurrou vendo-a erguer a cabeça. - Eu entendi isso tarde Natalia, e entendi o motivo de nada nunca ter dado certo para mim e meus irmãos, nós nunca nos aliciamos de verdade, não como sangue do mesmo sangue.  

— Você irá ficar? - o questionou temendo o não que poderia os afastar pela eternidade. 

Klaus olhou pela janela vendo as gotas escorrerem pelo vidro de onde era possível ver toda a Veneza, seu brilho sendo ofuscado quando Natalia entrou em seu campo de visão tapando uma parte da janela enquanto esperava sua resposta que veio através de um abraço caloroso e forte que a espremeu com força enquanto ambos se desmanchavam em lágrimas silenciosas sob os olhos do restante da família que logo saiu do local passando despercebidos. 

— Vamos recomeçar. De novo. - o loiro fechou os olhos se lembrando da jovem quando ela ainda era uma adorável criança, ela já havia o perdoado antes, quantas vezes ele ainda teria a chance de ouvir isso saindo dos lábios dela? 

— Eu te amo papai, eu te perdoei. 

 

 

Fim...

 


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Notas finais do capítulo

Geeente último capítulo!

Eu queria agradecer muito a todos que acompanharam essa fanfic que finalmente terminou depois de tanto tempo, saiba que ela foi algo um pouco complicado para pois eu trabalhei com o Elijah sendo um dos personagens principais quando na realidade eu conhece o Nik mais profundamente que o vampirão de terno, Elijah é uma incógnita pra mim extremamente difícil de se desvendar.

Que fique claro desde agora que essa história não foi apenas sobre Elijah e Natalia desde o princípio, mas sim as mudanças que Elijah e Natalia provocaram no Nik e em toda família. Vejo por ai muitas fanfics digamos "familiares" em que o foco fica apenas na felicidade do casal e com No Roses resolvi fazer esse diferencial, não foi o "Felizes para sempre" meloso entre o casal, mas sim o "Felizes para sempre" de uma família com milênios de relacionamentos turbulentos, tenha em mente que o fato de eles estarem nas nuvens nesse momento não significa que problemas não surgirão entre eles, afinal eles são Mikaelson's e nesse ultimo capítulo deixei claro que Klaus não vai deixar de ser quem ele, assim como sua família, mas que eles irão permanecer juntos tentando manter ao máximo essa união mesmo em meio aos diversos conflitos.
Acho que é só isso, muito obrigada por acompanharem, favoritarem, comentarem. Sou extremamente grata por todo esse carinho, mesmo, mesmo.
De coração.
Obrigada por tudo ♥



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