No Roses escrita por AleyAutumn


Capítulo 10
10




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10  

— Acho que isso nunca será normal para mim, - Natalia suspirou e pegou a jaqueta ensanguentada de Niklaus sobre a cama e a jogou no chão. 

— O sangue? - Rebekah questionou se sentando na cama e olhando a jovem mexer nas antiguidades do loiro. 

— Klaus. Ele sempre me surpreende, estava esperando que ele viesse me arrancar daqui a força e me levar de volta para Madri, mas não foi isso que aconteceu. Ele anunciou que ia sair com Valerine e quando voltou estava irradiando felicidade e completamente sujo de sangue enquanto por algum motivo Valerine tinha uma cabeça de lobisomem nas mãos. E ele decidiu ficar... por quê? 

— Niklaus nem sempre pode ser compreendido. - Rebekah deu de ombros cruzando as pernas - A realidade é que vai ficar conosco agora, Nik não vai mais sumir por anos e vai pensar duas vezes antes de arrumar inimigos por ai. Eu estou feliz por estar aqui.- admitiu, eu não os suporto sozinha. 

— Feliz por que ele vai deixar de te perseguir pra me perseguir? - Rebekah riu e deu de ombros sem se incomodar em responder. - Marcel se foi... Valerine sumiu. 

— Ela enfiou uma faca na minha mão. - a morena arregalou os olhos - Eu deveria a amarrar em um poste e esperar o nascer do sol, mas ela foi mais rápida. Klaus disse que a vadia saiu de Mystic e que não tem previsão de volta. - as duas riram.  

— O que se faz de bom por aqui? - Rebekah abriu um sorriso malicioso. 

— Bem, podemos causar o caos na vida de um grupo de desordeiros, é o meu passatempo preferido. 

— Ou as duas podem ficar em casa e me ajudar a decidir qual é a melhor roupa que fica bem em mim. – Kol surgiu com algumas peças de roupas em mim e então sorriu – Embora eu acredite que fique bem vestindo qualquer coisa. – ele piscou para as duas e sem nenhuma discrição arrancou a camisa que usava e substituiu por outro um pouco mais colorida. 

— Kol se comporte. – Rebekah pediu sorrindo em aprovação e recebendo outro sorriso, comportamento que vinha sendo comum entre os dois depois de anos com Kol desaparecido – Estava tentando fazer alguma programação com Natalia. 

— Aliás, eu escutei dizer que tenho outro tio... o Finn. Onde ele está? – os dois irmãos suspiraram se encarando antes de se voltarem para ela.  

— Ninguém nunca sabe, Finn estava com sua esposa em uma viagem alguns anos atrás. Sempre muito distante, raramente temos contato com ele. Ele se distanciou de nós, por causa de Niklaus... Nik sempre...  

— Excluiu tanto a Finn, quanto a mim da família. – Kol respondera sem se afetar -  Sempre teve uma ligação muito forte com Rebekah, e isso fez com que nos distanciássemos, ele machucava até Rebekah que amava incondicionalmente. Imagine o que fazia conosco.  

Natalia nem queria imaginar, já tinha uma noção disso. Marcel mesmo era a prova real, Niklaus o criara como um filho, mas não o via exatamente como um. Era um relacionamento frio e movido em interesses, algo gelado demais do qual as pessoas acreditavam apenas se tratar de dois amigos e nada mais do que isso, não se sentia que era uma família e nos dois dias que passou com o restante de sua família percebeu que esse mesmo tratamento frio era dado a todos os membros. 

— Quando foi a ultima vez que viram Finn? 

— Há 200 anos. 

—- 

— Essa é Elena e sua trupe. Eles ladram, raramente mordem... e quando provocados pode esperar uma boa briga de cães. - a loira riu.  

— Deveríamos fazer isso?- perguntou preocupada, a ultima vez que provocara pessoas dessa forma quase fora morta e só se salvara pois Marcel surgiu já que Valerine estava apenas se ocupando de assistir tudo sem se mover. 

— Você é muito cautelosa para uma criação de Niklaus. – reclamou. 

— Já se passou pela sua cabeça que tive que aprender a ser? Uma humana criada pelo vampiro mais odiado, passando cinco anos fugindo de um original vivendo em florestas lotadas de ursos, lobos e lobisomens? E com uma vampira de 5 anos e meu tio descontrolado, ambos sedentos por sangue? 

— Bom ponto. - a loira olhou o grupo inquieto - Escolha um e irei explodir a cabeça dele com uma pedra.  

— Rebekah. - a voz de Elijah a parou - Se comporte. Acredito que Niklaus não ficaria nada feliz se descobrisse que está a colocando em perigo, isso me faz imaginar que você a ajudou a fugir de sua masmorra. – os olhos do moreno ficaram atentos nas figuras que os passaram a observar de longe – É falta de educação não se apresentar... aos inimigos. – Elijah sabia que deveria o fazer, ou logo um Damon muito curiosos iria bater em sua porta causando uma guerra movido por sua curiosidade.  

— Barbie Klaus. – Damon sorriu brevemente para a loira e logo seus olhos se focaram na figura morena – E quem seria a refeição da manhã?  

— Eu havia me esquecido que a falta de noção do perigo dos Salvatores é bem alta. – Elijah o repreendeu – Essa é Natalia, acredito que já tenha ouvido sobre os lobisomens não é? E que inclusive tenha visto um.  

— Uma garota lobo.- confirmou com os olhos azuis vibrando em direção a ela – E o que iriam querer com uma? 

— Acho que isso só diz respeito a nós. Afinal... – o rosto de Elijah se tornou sombrio, os olhos escureceram e a voz se tornou mais profunda ainda – Você não gostaria de se envolver mais ainda nos nossos problemas familiares não é Damon? Os de fora não costumam viver por muito tempo. 

— É claro que eu não gostaria nem um pouco de se meter nos seus problemas familiares, afinal eu já tenho os meus. – Elijah entendeu isso como um tratado de paz ao ver o moreno olhar para Elena ao longe e Stefan que os observava como uma águia – Não vamos mais ficar um no caminho do outro, vocês já tem o que querem. 

Os olhos de Natalia abandonaram os azuis de Damon e se focaram na figura que os observava ao longe, uma bela mulher de cabelos castanhos  escuros com cachos grossos e pesados, os lábios cerrados e os olhos escuros ardendo em preocupação em fúria. Os olhos da mulher abandonaram Elijah e focaram na jovem que apenas recebeu um sorriso malicioso da mulher que desapareceu em um piscar de olhos.  

—- 

— Tem certeza que é essa mulher? – Valerine questionou comendo um pedaço do bolinho de chocolate, os olhos amarelados da mulher iam de Elijah para Natalia. A morena alheia e o vampiro com os olhos cravados nela a sondando, isso logo despertou a atenção da vampira.  

Um namoradinho! Natalia precisava de um namoradinho para irritar Niklaus ao máximo! 

— Absoluta. – a morena  se aproximou da vampira que olhava uma foto de Elena nas mãos, foto que Natalia havia roubado do mural da escola quando a invadira – A líder de torcia. Ela me olhou como uma sádica.  

— Nossa que bruxa, odiei esse sorrisinho dela, mas adorei o namorado. Stefan Salvatore. Quem é essa perua loira?  

— O que tem contra loiras? 

— Apenas quero todas mortas. Principalmente a que mora nessa casa, temos que matar ela! É uma psicopata! – esbravejou e Elijah ergueu os olhos olhando para a vampira e se perguntando como um ser tão pequeno conseguia guardar tanto ódio e agressividade pelas pessoas.  

— Ela é minha irmã Valerine, não irá matar ninguém.- a morena apenas apontou com o indicador para a porta.  

— Sai daqui por favor, essa é uma conversa feminina. Vamos! Vamos!- o empurrou para fora e bateu a porta sem se incomodar de estar justamente ocupando o quarto dele. 

— Por que estamos no quarto do Elijah? – Natalia olhou ao redor pela primeira vez vendo o quão impecável era o ambiente, tão imaculado e assustadoramente organizado. 

— Kol disse que o Klaus nunca vem aqui. – a vampira respondeu rolando pela cama perfeitamente limpa do vampiro antes de se enrolar o lençol gelado dele e se jogar na poltrona – Vou levar esse lençol, o do meu quarto não é de seda. Eu ajudo aquele ingrato há anos e não tenho nenhum lençol de seda na minha cama. Eu tinha que ser tratada como uma rainha. 

— Vai ver é por que você não dorme aqui. 

— Meu amor, eu não estou nessa casa, mas Klaus tem essa obrigação da mesma forma. – Natalia riu tocando na lâmina de uma espada antiga que estava sobre a cama do vampiro, ela se afastou e tocou no travesseiro extremamente fofo na cama que exalou um delicioso perfume ao qual ela logo associou a um produto francês devido a fragrância concentrada. 

— Você ainda não me respondeu por que estamos aqui.  

— Estamos planejando um homicídio e esses são chocolates suíços. – a morena mostrou a bandeja de bolinhos sobre a mesa – Que eu roubei do seu pai e usei pra fazer esses bolinhos deliciosos.  

— O quê? – a humana arregalou os olhos – Você enlouqueceu Valerine? – a jovem deu um tapa estalado no rosto da vampira que arregalou os olhos em dobro a fazendo recuar, os olhos de Valerine se encheram de lágrimas e a jovem viu isso como um sinal terrível – Me perdoe. 

— Você aprendeu direitinho. – massageou a bochecha emocionada – Seria perfeito se fosse um soco. Faça isso de novo sua vadia e eu irei arrancar toda a carne dos seus dedos - as duas riram, Valerine chorosa e Natalia tensa ainda esperando o momento que seria decepada – Coma um.  

— Você sabe que sou intolerante. – se manteve alerta ainda esperando ser morta mesmo que a vampira tivesse deitada no divã comendo os bolinhos – Não posso comer.  

A porta no andar de baixo foi fechada com força e Valerine ouviu, Klaus já sabia onde ela estava e isso a fez enfiar alguns bolinhos na boca de uma vez e sem se quer questionar Natalia fazer o mesmo com ela que logo entrou em desespero ao ouvir a voz do pai, sabia que ele gritaria com ambas, mas para ela seria pior afinal Valerine poderia desaparecer facilmente. As duas engasgaram e encheram a boca com os bolinhos temendo os jogar no chão e receber uma bronca maior ainda, dessa vez de Elijah. 

— Valerine! Natalia! – o loiro gritou e Valerine virou as costas para a porta enquanto Natalia terminava de engolir os bolinhos.  

— Boce bomita bepois. – a vampira falou de boca cheia e a porta abriu com um estrondo. 

— Eu vou questionar apenas uma vez, uma única vez. Qual das duas monstras ligou para Finn?  

Valerine virou apenas o pescoço com um imenso sorriso manchando de chocolate e com as bochechas lotadas do bolinho formando duas enormes bolas. Klaus segurou o riso e virou a cabeça para o outro lado enquanto discretamente secava as lágrimas.  

— Fui eu. – engoliu a massa com dificuldade – Natalia comeu seu chocolate da suíça e eu soube que ele estava por lá e pedi pra ele enviar alguns pra repor.  

— Natalia? – ele questionou com cinismo vendo a prova mais do que clara diante de si. 

— Eu? Eu? Você enfiou chocolate em mim! E ficou tão desesperada com o Nik vindo que comeu até a vela dos seus!- Valerine a olhou chocada pela traição enquanto Natalia fazia o mesmo, as duas mexeram o pescoço se estranhando e Niklaus suspirou pronto para acabar com uma briga de berro aos berros.  

—- 

Natalia gemia encolhida no sofá gelado da biblioteca, o local estava iluminado apenas pela lareira e pelo abajur ao lado da cabeça dela enquanto se retorcia. Sua vontade era de degolar a maldita vampira que lhe fez doer o estômago com o maldito e delicioso chocolate. 

— Intolerância a lactose. – resmungou baixo se retorcendo de dor e sentindo o enjoo forte lhe tomar novamente lhe provocando tonturas enquanto respirava ofegante.  

— Oi amiga. – a dita se aproximou com todo o cinismo possível e se sentou na mesa de frente para ela – Vamos passar um perfuminho. – borrifou o perfume francês nela – Passa essa toalha no rosto por favor, nós seres belos não precisamos ver tanta decadência. – secou o suor do rosto dela. 

— Eu vou te matar quando eu sair daqui. – agarrou o pescoço da vampira, mas não possuía força alguma para o apertar.  

— Você vai é me agradecer. – retirou a mão dela de seu pescoço – Ele tem um coração mole, mais drama. – Valerine apertou o estômago dela com força e sumiu da sala a deixando sozinha. 

Natalia praguejou irritada sentindo o enjoo se intensificar mais ainda e a dor piorar, se sentia indignada pela vampira se quer a oferecer um medicamento para amenizar os sintomas, ao contrário. A deixara jogada morrendo de dor sem força para falar nada, se quer pedir ajuda para alguém. Natalia a espancaria cedo ou tarde.  

— Está tudo bem? – novamente aquela voz profunda a fez se arrepiar, mesmo sentindo o corpo terrivelmente gelado, o sotaque não enganava e muito menos a calmaria, ela estava acostumada com os berros.  

— Não muito. – sussurrou fraca e terrivelmente cansada e o vampiro se aproximou cuidadosamente vendo o rosto completamente coberto pelos fios úmidos, ele se aproximou dela lhe tocando a perna e percebendo o quão fria ela estava. 

— Alguém a feriu? – questionou preocupado e relaxou ao não sentir o cheiro de sangue.  

— A lactose. – gemeu quando tentou se sentar e sentira a dor novamente.  

— A ouvi de meu quarto, e juro que Valerine saiu daqui, mas a conhecendo há apenas 5 dias posso dizer muito bem que ela apenas veio rir de você. – Natalia riu com o corpo tremulando.  

— Acertou. – Elijah se aproximou já preparado com o copo de água em mãos e alguns analgésicos, ele se agachou diante dela colocando o medicamento sobre a mesinha e olhou para o rosto coberto de fios escuros que tampavam a visão da humana.  

Com delicadeza ele afastou os fios grossos liberando a visão dela que apenas ficou imóvel pela primeira vez se permitindo o olhar atentamente, mesmo após ter contato com ele várias vezes era a primeira vez que se permitia o analisar. O rosto de Elijah estava fracamente iluminada pela luz amarelada do abajur, o cabelo estava bem cortado e perfeitamente penteado para trás expondo o belo rosto. Os olhos escuros brilhavam ardentemente completamente cravados no rosto da garota, o nariz perfeitamente reto, o rosto liso sem nenhuma barba ou bigode, os lábios finos e rosados entreabertos. Uma visão que encantou Natalia imediatamente, era a primeira vez que via realmente Elijah Mikaelson e já se sentia completamente sem estruturas.  

O vampiro tocou-lhe o rosto com as mãos quentes sentindo as bochechas dela esquentarem a medida com que seus olhos analisavam cada parte do rosto dela sem perder nenhum detalhe, Natalia sentia como se ele a estivesse desvendando com aquele olhar tão intenso que a fez tremer. Elijah pegou a pequena toalha que Valerine havia deixado pelo local e passou delicadamente pelo rosto absorvendo todas as gotas de suor sem que seus olhos abandonassem por um segundo o rosto dela. 

— Meu sangue não pode a curar disso. 

Com cuidado ele a levantara e deixara que ela colocasse os comprimidos nos lábios e logo depois guiou o copo de água para os lábios dela que já havia se esquecido completamente da dor enquanto olhava perdida para o chão. Sentiu os longos fios serem presos e o pescoço úmido ser tocado pelas grandes mãos e logo após sentiu o toque aveludado da toalha antes que ele parasse completamente. 

— Natalia. – Niklaus surgiu na biblioteca e ignorou toda a situação que estava vendo sem se quer pensar que havia algo estranho, apenas seguiu em direção a ela e se agachou olhando os olhos perdidos que a cada segundo ficavam mais opacos a medida que ela despertava do êxtase e voltava a sentir dor.  

— Estou bem.  

Elijah se levantou e se afastou a olhando intensamente e logo recendo um olhar envergonhado da mesma e então de um sorriso contido vendo que ela ainda mantinha os olhos nele sabendo que sentia o mesmo encantamento. 

— Boa noite Natalia. – desejou com a voz gutural.  

— Boa noite Elijah.


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