Eu não estava nem um pouco a fim de voltar pra festa, não conseguiria me divertir depois dessa bomba que explodiu bem encima da minha cabeça.

—Tente esquecer-se disso por essa noite. – Luan beijou minha testa.

—Vou tentar.

—Amiga? – Shelby veio até mim. – onde você estava?

—La fora.

—Fazendo o que?

—Meu pai me mandou um presentinho, o vestido que eu usava pra ir ao cassino.

—Não acredito, já até imagino o que ele quer.

—O que? – Luan perguntou.

—Dinheiro. – respondi.

—Você não vai até la neh? – ela segurou meus ombros.

—Vou ter que ir.

—Então vou junto.

—Todos nós iremos. – Luan completou.

—Gente, eu...

—Ir pra onde? – Daniel me interrompeu.

—Las Vegas. – Luan respondeu.

—Sério? – ele abriu um baita sorriso.

—Não vamos passear. – Shelby explicou – vamos encontrar o pai da Malu.

—Pra que?

—Te explico depois baby.

—Gente! Não quero que vocês me acompanhem. – revirei os olhos. – nenhum de vocês.

—Ta maluca? – Shelby surtou. – bateu a cabeça em algum lugar?

—É claro que eu vou com você. – Luan franziu a testa.

—Nós também. – Shelby concordou.

—Mas...

—Malu. – Daniel interrompeu-me. – você é nossa amiga e esse cara é perigoso, então nós vamos você querendo ou não.

—Façam o quiserem então. – eu fui até o balcão, precisava beber. A família de Luan já havia ido embora mesmo, nada me impedia.

Eu não queria que eles fossem a Vegas comigo. Eu os estaria colocando em perigo e não ia me sentir segura sabendo que estão envolvidos.

Peguei uma dose e virei o copo na boca, assim fiz com mais algumas.

Avistei Liam dançando descontroladamente na pista de dança e quis o acompanhar.

—Vamos se soltar gata. – ele gritou.

Comei a dançar liberando toda minha raiva. Liam colocou as mãos no meu quadril. Bebi mais um pouco e já estava ficando fora de mim. As horas foram se passando, algumas pessoas estavam dormindo no salão, outras caindo de bêbadas, e eu corri para o balcão atrás de mais bebidas, ainda estava consciente e eu precisava esquecer-se do que havia rolado naquela noite.

—Você não vai beber mais. – Luan parou a minha frente – nós vamos embora.

—Vamos nada. – retruquei.

—Nós vamos Malu!

—Eu vou ficar!

Ele suspirou. Pegou-me pela cintura e me jogou sobre seus ombros.

—Ah fala sério – resmunguei.

—Você disse que continuaríamos com nossos beijos hoje, não disse?

—Tenho que cumprir minha palavra.

Pensar que passaria a noite com Luan era ótimo, eu esqueceria totalmente do meu pai. Cedi e não relutei para ficar na festa. Eu estava desejando muito Luan e queria chegar logo ao seu apartamento.

Subimos na moto e enquanto ele corria, eu apertava meu corpo contra o dele fazendo brincadeirinhas. Pude ouvir as risadinhas que ele soltava.

Subimos nos beijando no elevador, quando íamos entrar no apartamento ele me afastou.

—Esta preparada?

—Pra te agarrar? Preparadíssima.

—Eu disse que tinha outra surpresa, lembra?

Ele abriu a porta, as luzes estavam apagadas e só havia algumas velas acesas, no chão tinha pétalas de rosas vermelhas, trilhando um caminho até seu quarto. Fiquei boquiaberta, eu não sabia o que dizer.

—Siga as pétalas. – ele disse.

Sorri caminhando sobre elas. Na maçaneta da porta havia um cartãozinho pendurado. Peguei-o e abri.

“Essa será a melhor noite da sua vida meu amor”

Eram palavras simples que me fizeram sorrir de orelha a orelha.

—Ah Luan... – eu o olhei.

—Abra a porta.

Abri, o quarto estava sobre a luz de velas, as pétalas estavam espalhadas em volta da cama formando um coração, na parede havia varias fotos nossas, desde que tínhamos nos conhecidos e no centro da parede uma de quando nos abraçamos no jardim. Cada foto tinha uma legenda.

“o amor da minha vida”

“Melhor abraço de todos”

“Amor incondicional”

“Você mudou minha vida pra melhor.”

“Meu amor”

E a maior de todas “Eu não sei o que faria sem você, eu te amo meu anjo” sobre a foto que estávamos nos beijando.

—Está tudo tão lindo. – emocionei-me.

—Gostou? – ele sorriu.

—Meu amor. – o abracei. – eu amei.

—Fico feliz por isso.

—Fico feliz por te ter, nunca amei tanto uma pessoa e eu não conseguiria mais viver sem você.

Luan me beijou, um beijo delicado e suave, eu podia sentir o amor, era inexplicável o que sentíamos um pelo o outro, estávamos ligados. Ele deitou-me na cama e foi para cima de mim.

Não demorou muito para me livrar do vestido e ele de seus trajes.

Ele correu as mãos pelo meu corpo e se demorou a tocar cada pedacinho, como se estivesse me decorando. Arquei o corpo sob as suas carícias e fechei os olhos para me deixar levar, queria dar a melhor noite pra ele.

—Cacete, como eu te amo. – disse baixando a cabeça para beijar meu umbigo.

Deixei minhas pernas se abrirem para ele se posicionar entre elas.

Ele alisou a parte interna das minhas coxas com as mãos, e bem devagar, abriu mais um pouco.

—Você vai ser minha para sempre.

Em poucos segundos ele estava penetrando em mim, suspirei de alivio, era uma ótima sensação.  

Enlacei a cintura dele com as pernas e o abracei pelo pescoço. Puxei-o para bem perto de mim. Senti o calor do seu hálito no meu pescoço quando ele beijou minha pele delicada.

Ele sussurrou palavras de amor e juras que me fez se derreter ainda mais, aquela noite estava sendo como se fosse nossa primeira vez.

Não desgrudei os olhos dos seus quando o apertei e me deixei inundar por uma sensação de êxtase total.

Luan tornou a beijar meus lábios, dessa vez foi mais quente, nossa respiração estava ofegante, eu não queria parar, queria mais, e sabia que ele também. Estávamos nos desejando como nunca.

Arranhei suas costas com as unhas e ele soltou um leve gemido de prazer. Enterrou a cabeça em meus ombros e eu sussurrei que o amava no seu ouvido.

Tinha sido a melhor noite, completamente perfeita.

Meu celular tocou, abri os olhos aos poucos, peguei-o na cômoda ao meu lado. Luan estava grudado em mim e eu estava tomando cuidado com os movimentos para não o acordar.

—Oi?

—Liguei pra avisar que daqui dez minutos começam suas sessões de fotos, Luan vai te levar? – era Shelby.

—Ah, droga!

—Você nem se levantou neh?

—Não.

—Então se apressa louca! Se Luan não for te levar é só me ligar.

—Com certeza ele vai querer levar, Brian estará la.

—Verdade, depois me conta como foi. Beijos.

—Ta. Beijos.

Levantei-me correndo da cama, Luan percebeu que eu não estava mais em seus braços e acordou.

—Que foi? – ele perguntou.

—Minha sessão de fotos começa daqui dez minutos, bom... Agora nove minutos.

—Ah, me esqueci disso.

—Você vai me levar?

—Claro, não vou te deixar sozinha com aquele babaca.

—Por que fica o chamando de babaca?  

—Porque ele é um.

—Espero que eles não reclamem das minhas tatuagens.

—Com tudo isso acontecendo, nem tivemos tempo de conversar sobre sua loucura.

—Quando chegarmos conto tudo.

Peguei a toalha e corri para o banheiro.

—Amor? – ouvi a voz de Luan.

—Oi?

—Você tem roupa?

—Ah caramba! – lembrei-me que não tinha, além do vestido da festa. – vou por o vestido, não tenho outra escolha.

—Se você quiser algo, eu posso buscar.

—Não dá tempo amor.

Saí do banheiro enrolada na toalha e ele me olhou da cabeça aos pés.

—É melhor você se vestir logo, antes que eu te agarre de volta pra cama.

Dei risada indo até seu quarto, nem fechei a porta e percebi que Luan estava parado me observando.

—Que foi? – perguntei colocando o vestido.

—Gosto de te observar. – ele sorriu indo até mim. – eu fecho o zíper.

Ele alisou minhas costas com o dedo conforme foi subindo o zíper, eu morri de vontade de agarrá-lo e ficar a tarde inteira na cama, uma pena que eu não podia.

Passei rímel e um batom vinho.

Luan e eu fomos até a moto.

—Hoje você pode correr. – avisei.

—Pra ver você tirando fotos atraentes com Brian? Acho que vou devagar.

—É sério amor.

Ele ligou a moto e eu o segurei firme.

Corri até a sala principal da empresa, todos estavam reunidos.

—Até que enfim. – Brian me cumprimentou com um abraço. – esta atrasada.

—Desculpa.

—Não se preocupe. – ele olhou de relance para Luan que veio logo atrás de mim.

—Ah você chegou! – Charlote me abraçou. – achei que nunca faríamos essas fotos.

—Vamos para a praia? – o fotografo perguntou.

—Praia? Biquíni? – Luan perguntou.

—Isso. – Charlote sorriu. – que lugar melhor para fotos quentes do casal?

—Eles não são um casal!  

—Amor. – virei-me pra ele. – relaxa.

O carro havia chegado, todos estavam entrando, mas Luan insistiu em me levar de moto.

Fomos a um canto lindo da praia, as ondas eram fortes e batiam nas pedras.

—A iluminação esta perfeita.  – o fotografo disse. – começamos em cinco minutos.

—Trouxeram os vestiários de praia? – Charlote perguntou.

—Sim, já está pronto. – uma mulher respondeu.

—Se troquem modelos.

A mulher me deu um biquíni, era preto e branco, o decote realçava meus seios, a parte de baixo era justa, aquele biquíni estava ousado demais, nem queria ver a cara do Luan quando me visse.

Saí e todos me olharam, Brian já estava la com uma sunga preta.

Ele e Luan ficaram boquiabertos.

—Ficou incrível no seu corpo. – Charlote sorriu. – ainda mais com essas tatuagens.

Eu dei um meio sorriso.

Luan continuava me encarando, assim como Brian.

Desviei o olhar.

—Vamos começar. – o fotografo sorriu – Brian, sente-se em uma pedra onde as ondas chegam perto, Malu senta no colo dele.

Luan ficou vermelho de raiva e veio em minha direção.

—Desista. – ele falou.

—Não posso.

—Você vai sentar no colo dele!

—É só trabalho.

—Amor, estou tentando manter a calma, mas até do fotografo estou com raiva.

—São só fotos, já conversamos sobre isso, você sabe que te amo e que o único que quero é você, não tem porque ficar bravo.

—Não vou conseguir ver isso.

—Tampe os olhos. – brinquei.

—Não estou brincando, olha pra você, esse biquíni te deixa loucamente gostosa.

Eu ri e o beijei, ele me observou caminhar e seu olhar de psicopata para o Brian e o fotografo foi irreparável.

Mal tínhamos começado e eu já estava prevendo um desastre.