—O Michael acabou de elogiar e dar dinheiro à gente?
—Não acredito. -Sofia falava enquanto algumas francesas nos olhavam de lado. Invejosas recalcadas.

Muitas músicas depois, fomos gastar o dinheiro em Paris. Pintamos nosso cabelo e tudo.         

Quero ver a cara de minha avó quando me vir. Ai filha, Jesus gosta de nós ao natural. O seu cabelo era tão bonito. Depois vai-me deserdar, vou ser renegada e nunca mais vou poder ir aos jantares de família.

Voltamos ao autocarro.
—Preciso de tomar banho. -Sofia disse.
—Vai lá cima ue.
—E se aparecer alguém?
—A esta hora tá tudo no concerto Sofia.
—Tens razão, até já.
Ela saiu do porta-bagagens.

POV SOFIA

Olhei para todos os lados, ninguém à vista.
Subi para o autocarro, direta para o banheiro.

Tomei banho, rezando para que ninguém aparecesse.
Tudo correu bem, mas como eu tenho pouca sorte nesta vida, segundos depois de eu sair daquele banheiro, um segurança com cara feia, corpo alto e cabeça gorda apareceu. Primeiro olhou para mim surpreso, depois fez um olhar pedófilo e por fim falou:
—Posso saber o que a menina faz aqui?
—Merda. -falei em português.
—Desculpe? -ele pegou na arma que tinha segurada à cintura. - OH DAVE, TERRORISTAS NO AUTOCARRO. -filho da puta, eu falei português, não islâmico ou algo parecido!
—Que foi Tom? -Dave, outro segurança, entrou no autocarro. Vi uma silhueta atrás dele. Poderia ser?!
—O que se passa? -era o Ash. Senti as minhas bochechas a explodir, que vergonha.

—Esta terrorista esta a assaltar o autocarro.
—Terrorista uma ova. -falei, agora sim, em inglês.

—Deve ser apenas uma fã louca. -Dave falou e o Ash sorriu, e que sorriso.
—Apenas uma fã louca? Ofendeu. -falei cruzando os braços.
—Peço desculpa mas você vai ter que sair. -o tal de Tom falou.
—Mas...
—Nada de mas menina, se não sair chamamos a policia.
—Tom! Que exagero. Além disso, se ela entrou no autocarro foi culpa de um certo segurança que não estava a vigiar o perímetro.- Ashton falou.

—Obrigado Ashton c:-falei sorrindo
—Desculpe menino Ashton.
—Bem, já que está aqui...queres vir conhecer os rapazes?
—Estás a brincar? Quer dizer, sim claro. -respondi ao Ash.
—Menino Ashton, tem certeza? Afinal ela invadiu o autocarro!
—Sim Tom, tenho certeza. E só Ash por favor.
—Como quiser menino Ashton, quer dizer, Ash!
—Vamos.... -o Ash mexia no cabelo. -Qual é o seu nome mesmo? -Qual é o meu nome? Sofia. Sofia Irwin.
—Nome de solteira, não de casada. -Dave falou, eu sorri e depois apercebi-me da merda que acabei de dizer.
—SOFIA NEVES, SOFIA NEVES!!!
—Então vamos Sofia. -ele pegou-me a mão. ELE PEGOU-ME PELA MÃÃÃÃÃÃÃÃO.

Só quando estava perto dos rapazes é que me lembrei da Sara '-'

POV SARA

Merda. Acho que descobriram a Sofia.

E agora? E AGORA?
Não a vou deixar sozinha. É melhor sair daqui enquanto posso.

Sai do porta-bagagens.
—Já viu isso Dave? Aparece uma rapariga fanática e ele leva-a para conhecer os outros. Essa banda só pode ser louca.
—Tom, não lhe pagam para andar a fazer comentários. Pagam-lhe para fazer o seu trabalho, que é manter a segurança dos rapazes a salvo. -merda, ainda estão aqui? -Tem sorte que não despediram você.
—Onde é que já se viu? É melhor dar uma vista de olhos em todo o autocarro.

Escondi-me no porta-bagagens outra vez e rezei para que eles não se lembrassem de ver aqui.
Mas lembraram.

—Mas que porra é essa?
—O quê Tom? -Dave apareceu e eu tentei sorrir.
—Esta é terrorista de certezinha.
—Pare com essa mania dos terroristas pah! Quem é você garota?

Não respondi. Eu nem sabia o que falar. E se chamarem a policia? E se me deixarem sozinha em Paris? E a Sofia? Ela estava mesmo com os rapazes?

—Deve ser estrangeira. FALAS INGLÊS? -Dave interrompeu todas aquelas perguntas mas não lhe respondi. -Bem, vamos levá-la à policia. -fudeu neh. - Pega nela Tom.
Tentei fugir daquele bruto mas ele pegou em mim e pendorou-me num dos ombros dele.

—LARGUEM-ME, EU EXIJO UM ADVOGADO. -gritei.
—Afinal fala, agora em inglês por favor. -o que pegava em mim falou.
—VAI SE FODER! LARGUE-ME JÁ!
—Acha que devemos levá-la aos rapazes? -Dave perguntou.
—Dave, temos de levá-la à policia. Ela tava barricada no autocarro.
—Por favor, deixem-me vê-los. -choraminguei. -Só vos peço isso.
—Dave, policia.
—Tom.
—Não Dave.
—Anda lá pah.
—Foda-se, então leva-a tu. -ele colocou-me no colo de Dave e saiu dali.
—O que vocês fizeram à Sofia?-perguntei encarando a cara daquele grandalhão.
—Sofia? Que Sofia? -mais uma vez não respondi. -Ah, aquela Sofia. Ela está com a banda, acho. O próprio Ash levou-a lá.
—Não me vai perguntar como a conheço?
—Não me pagam para isso. As únicas pessoas a quem vocês devem explicações é aos rapazes. -ele disse calmo e eu assenti. -Mas diz-me lá, ela é Ashton girl neh?
—Sim. -disse rindo.
—Eu sabia. Os olhos delas brilharam quando ele entrou. E olha que ele viu alguma coisa nela de certeza.
—Está a falar a sério?
—Talvez sim, talvez não. -nossa, obrigado Dave, fiquei esclarecida. -E você? Qual é o seu preferido dos meninos?
—Todos.
—Não é preferido dessa maneira.
—Eu percebi.
—E então?
—E então nada.
—Já vi que é rapariga de poucas palavras. Mas vou tentar adivinhar, Michael girl?
—Já me pode pôr no chão? -eu implorei.
—Não.
Dave continuou falando...sozinho. Ás vezes nem me dava ao trabalho de tentar perceber o que ele dizia.

Agora que vou mesmo conhecer os rapazes arrependo-me profundamente desta loucura toda. Eles vão achar que somos loucas, que temos algum problema mental, na pior das situações vão criar uma instituição para pessoas com demência e vão nos colocar lá dentro (nada contra a parte de criarem a instituição).