Blackbird escrita por Srta Dilaurentis


Capítulo 2
Traga-o aqui!


Notas iniciais do capítulo

Hey gente. Obrigada pelo comentário no capítulo anterior. Boa leitura e espero que gostem.



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O sol iluminava o enorme campo de treinamento da mansão Riddle. A leve brisa naquela manhã fazia com que os longos cabelos loiros de Ali voassem perfeitamente. Ela usava sua habitual máscara que mostrava somente seus olhos azuis safira que causavam pânico nos comensais. Ela rodava sua varinha de trinta centímetros preta entre os dedos, mostrando estar entediada com o discurso de sua tia Bellatrix, que iria lhe ensinar o feitiço Element Circa, que executado corretamente, permitia que o bruxo controlasse um dos quatro elementos.

— Você é apenas uma criança — comentou vagamente a tia. — Eu entenderia se você não conseguisse executar uma das Maldições mais complexas logo de primeira, porque o próprio Lorde das Trevas demorou um tempo para conseguir executa-lá corretamente. — Bella andava de um lado para o outro inquietamente —  Apenas aquele velho do Dumbledore foi o único na história a conseguir executar esse feitiço perfeitamente. — Bella disse a última parte fazendo uma careta, demonstrando desdém ao mencionar o bruxo. — Então, tente não se frustrar, como sei que vai fazer, se não conse... — Ali revirou os olhos. O que Bella não sabia era que a loira já havia praticado esse feitiço algumas vezes.

Ela reuniu tudo o que havia lido naqueles livros velhos e empoeirados da extensa biblioteca da mansão, ignorou tanto o frio intenso na barriga quanto a intuição que lhe pedia para parar. Ergueu sua varinha, — cujo o núcleo era, por incrível que pareça, pena da calda de uma fênix — e fechou os olhos. A imagem do oceano veio em sua mente e uma vozinha em sua cabeça pronunciou 'Element Circa'. O frescor da água lhe invadiu o corpo, fazendo com que Ali se sentisse leve; sentisse que estava mergulhando no mais profundo dos oceanos.

Um jato de água saiu da ponta de sua varinha e se tornou uma bola de tamanho médio que ficou flutuando leve e graciosamente sob o comando de Ali. A boca de Bella foi ao chão de surpresa ao ver sua sobrinha conjurar de forma tão simples um feitiço de tamanha complexidade. Mas a loira, apesar de não demonstrar, estava tendo certa dificuldade em controlar o feitiço que começava a aumentar cada vez mais. E, tão rápido quanto o líquido a obedecia, a energia lhe deixava, levando-a a perder o controle do feitiço.

A bola começou a se movimentar sozinha e foi pra perto de Bella, que ainda estava completamente surpresa com o feito de sua sobrinha. Ela estava tão surpresa que nem reparou que Ali havia perdido o controle da maldição. A bola parecia mover-se por vontade própria, indo parar sobre sua cabeça. Quando Bellatrix  menos esperou, levou um banho de litros de água gelada.

A tia de Ali soltou um grito agudo de raiva. As gotas de água pingavam de suas vestes negras e seu cabelo ficara completamente ensopado.

— Alison! Olhe só o que você fez! —gritava enraivecida enquanto conjurava um feitiço para secar-se. Virou-se furiosa para sua sobrinha e se preparou para ouvir as piadinhas de Ali; no entanto, a loira estava em silêncio — Alison! Ali...? — ela se virou e encontrou a sobrinha de uma forma que há muito tempo não via: ela estava extremamente pálida e fraca, prestes a desmaiar. — Oh, meu Merlin. Ali!

Correu a tempo de evitar que a loira caísse no chão desmaiada.

“Droga”, pensou desesperada.

Com um maneio de varinha, o corpo desacordado de Ali foi erguido no ar e começou a ser guiado por Bella em direção à mansão.

O quarto de Ali ficava em uma parte secreta da Mansão. A garota sempre soube de sua importância, mas isso nunca a impediu de explorar a propriedade. Foi, porém, apenas por causa de um acidente, quando tinha quatro anos de idade, que ela realmente percebeu a importância de ficar escondida. Portanto, Voldemort criou uma ala inteira só para ela. Durante a infância, Alison passava horas e horas apenas brincando e explorando por ali.

Ao chegar aos aposentos da garota, Bella a deitou confortavelmente na enorme cama de lençóis verde esmeralda. O quarto era amplo e bastante luxuoso e tinha tudo que a garota precisava para treinar, ou apenas relaxar. O piso escuro, assim como os grandes armários, contrastava com os lençóis da cama.

A tia foi até o closet da garota,pegou uma roupa leve e, com um aceno de varinha, a vestiu.

...

O céu já estava em seu tom alaranjado indicando o fim do dia quando Alison aos poucos foi abrindo os olhos, piscando algumas vezes. Ela levou uma das mãos à testa, sentindo uma forte e horrível dor de cabeça.

Deu impulso na cama para se levantar, mas logo desistiu de fazê-lo, pois uma terrível tontura lhe atacou, deixando sua visão ficar levemente turva. Ali bufou e se deitou novamente.

Olhou em volta, finalmente percebendo que estava em seu quarto, vestindo roupas diferentes de quando estava no treino. Aliás, essa era a única coisa que lembrava: estava no campo de treinamento com sua tia Bella, que lhe ensinava a conjurar um dos feitiços mais complexos, quando perdeu o controle do feitiço encharcando completamente a bruxa mais velha. Ali riu com a lembrança da cena que lhe veio à mente.

De repente, foi tirada de seus devaneios quando a porta do quarto foi aberta revelando a mulher alta, de cabelos enrolados e castanhos que aparentava ter por volta de trinta anos de idade. Em sua face, apesar de bastante descuidada, havia sinais de que mulher havia sido bastante bonita em sua juventude. Suas vestes estavam secas, nem parecia que até pouco tempo atrás elas estavam completamente ensopadas.

Bella entrou segurando um frasco que continha um líquido de coloração roxa.

— Que bom que já acordou, Ali. Fiquei preocupada com você — a bruxa sentou-se na cama. Ali tentou novamente se levantar para se sentar também, mas a tontura de novo atacou — Não, não. Você vai ficar deitadinha aí, e vai tomar sua poçãozinha — Bella zombou com uma voz fininha, como se estivesse conversando com um bebê. Alison revirou os olhos e pegou o frasco que a tia lhe entregou. — Beba, vai ajudar a passar a tontura.

Ali encarou a poção, levando o frasco próximo de seu nariz, franzindo o cenho por causa do forte odor. Bebeu o líquido de uma vez só. O cheiro era horrível e o gosto, pior ainda...

— O que aconteceu comigo? — sua voz saiu mais fraca do que esperava. Ali sentia uma forte dor de cabeça e uma fraqueza que nunca sentira antes — Por que eu desmaiei? — entregou o frasco para a tia.

— O Element Circa é uma maldição extremamente complexa que requer bastante energia. Como você não aprendeu a conjurá-lo corretamente, acabou perdendo bastante energia e também o controle do feitiço — ela falou a última parte revirando os olhos. Ali riu baixinho.

— E por quanto tempo eu fiquei desmaiada?

— Duas horas — Ali arregalou os olhos. Duas horas eram demais!

— Mas, por que você não me reanimou?

— Alison, eu já te expliquei. Você gastou muita energia, se eu a reanimasse, você iria desmaiar novamente de qualquer forma...

— Que seja — Alison exclamou revirando os olhos. Ela odiava a sensação de fraqueza, em todos os sentidos. Levantou-se, mesmo sob os protestos de Bella. Quando se pôs de pé, uma tontura forte lhe atingiu, porém, Ali ignorou o mal-estar. Mal conseguiu dar nem dois passos direito e já teve que se apoiar em algo para manter-se de pé. Bella a encarava com um olhar de “eu te avisei”.

A bruxa mais velha guiou a sobrinha até a enorme cama novamente e a deitou.

— Você não vai levantar daí, Alison. Você ainda está fraca e, até se recuperar, não poderá fazer muito esforço. E se levantar para ficar andando por aí é fazer esforço! —completou antes que Ali a interrompesse, fazendo-a bufar e revirar os olhos — Bom divertimento! — Bella disse irônica, lançando um olhar debochado para a sobrinha antes de sair pela porta.

Por mais estranho que poderia parecer o relacionamento entre as duas, Alison realmente gostava bastante de Bella. Considerava a comensal como uma segunda mãe. Honestamente, ela considerava a tia mais sua mãe do que a própria mãe; e, já que passava a maior parte do seu tempo na mansão do que na própria casa, Bella foi a que mais acompanhou seu crescimento.

Ela que a treinou, juntamente com o Lorde das trevas, e a ensinou tudo o que sabia. Assim, qualquer um que a visse, saberia o quanto Bellatrix se importava com a sobrinha.

Por mais que muitos estranhassem, Bella não era a única que se importava com Alison. O próprio Lorde das Trevas também adquiriu certos sentimentos paternos pela garota, considerando-a como sua própria filha. Sua herdeira.

Ali ficou ali, sozinha, deitada na cama encarando o teto como se fosse uma coisa interessante por minutos que mais pareceram horas. Era insuportável ficar sem fazer nada. Ela gostava de ação; sua cabeça pensava em várias coisas ao mesmo tempo e ficar parada era quase que uma tortura.

Sua visão vagou pelo quarto e focou-se num porta retrato que estava em seu criado mudo. A foto em movimento mostrava duas crianças loiras muito bonitas abraçadas e sorrindo alegremente.

O garoto tinha  cabelos loiro platinados e sedosos penteados perfeitamente  para trás e possuía olhos cinza. Ele segurava uma carta em uma de suas pálidas mãos enquanto abraçava de lado uma garota que  longos e sedosos cabelos levemente ondulado nas pontas e olhos azuis safira penetrantes.

Ali sorriu ao lembrar-se do irmão e do dia em que a foto foi tirada...

Era dia seis de junho. Décimo primeiro aniversário dos gêmeos Malfoy. Alison e Draco corriam alegremente pelos enormes jardins da Mansão se divertindo entre si. Ambos estavam demasiado animados, já que naquele ano, Draco, o irmão mais velho, iria para a tão sonhada Hogwarts, a escola de Magia e Bruxaria.

— Draco, Alison... Entrem, meus filhos, tenho uma surpresa! — Narcisa gritou da varanda da casa.

Os gêmeos se entreolharam e correram ao mesmo tempo em direção à mãe.

Eles a adentraram  a enorme e luxuosa sala de estar da Mansão Malfoy dando de cara com a mulher loira que possuía uma expressão orgulhosa em sua face.

— Qual é a surpresa, mãe? — Draco perguntou curioso.

Narcisa, que estava com as mãos escondidas atrás de suas costas, levou-as à frente do corpo, revelando o que segurava.. Um envelope!

— Abra — ela entregou o envelope para o filho mais velho, que o pegou animado, já imaginando o que era.

Seus olhos cinza brilharam ao confirmar suas suspeitas.

— É minha carta de Hogwarts, Ali! Eu vou pra Hogwarts! — ele gritou animado abraçando a irmã que, apesar de não ter recebido a sua, estava feliz pelo irmão.

— Lúcio, pegue a máquina de tirar fotos. Quero registrar esse momento — Narcisa pediu emocionada. Lucio, com um movimento de varinha, fez a máquina fotográfica bruxa aparecer em suas mãos.

...

Alison foi tirada de seus pensamentos quando escutou uma leve batida na porta. Murmurou um ‘entre’ fraco e esperou que a pessoa entrasse. Voldemort passou pela porta de seu quarto usando suas longas e habituais longas vestes negras. O bruxo parou em frente à cama de Ali, que ficou surpresa com a visita de seu ‘pai’.

Logo, a garota tentou sentar-se. No entanto, foi obrigada a encostar-se com cuidado nos travesseiros macios devido a uma forte tontura.

— Tom? O que faz aqui? — Ali perguntou curiosa.

Voldemort encarou a loira deitada, com a pele pálida e aparência cansada. Bella havia lhe dito o que ocorreu no campo de treinamento, e ele não pode deixar de se sentir orgulhoso ao saber que sua herdeira conseguiu executar uma maldição de tamanha complexidade como o Element Circa.

Ele sorriu calmo para a filha e se aproximou.

— Bella me disse o que aconteceu. Saiba que eu estou realmente contente com seu desempenho — Ali abaixou os olhos, constrangida.

— Mas eu não consegui controlá-lo perfeitamente; eu falhei. E ainda estou de cama por conta do meu erro... — ela disse com a voz fraca sem conseguir encará-lo.

— Ali, aquela maldição é muito complexa. Eu mesmo demorei um tempo para conseguir executá-la... Você foi ótima e não fique se preocupando com coisas bobas como essa. Temos coisas mais sérias para nos preocupar — Alison rapidamente levantou seu olhar para encarar o homem a sua frente.

— O que aconteceu, ‘pai’? — perguntou séria.

— Consegui localizar mais um traidor. Mais um daqueles que me abandonaram na época em que eu estava fraco — o Lorde disse a última parte com raiva ao se lembrar do acontecido.

— Qual sua ordem, pai?

— Faça o que quiser com ele, mas depois o traga aqui! Eu mesmo o farei pagar!

Ali assumiu uma expressão séria. Seus olhos azul safira se tornaram frios e livraram-se de qualquer sentimento.


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Notas finais do capítulo

O primeiro cap da fanfic. Espero que tenham gostado, digam o que acharam, e até a próxima.