Bem-vindos ao Mundo de Ib escrita por Hachimenroppi


Capítulo 1
Larry.


Notas iniciais do capítulo

Primeiro de tudo, olá, tudo bem?
Que jogo maravilhoso que é Ib, não é mesmo? Choro que nem um bebê toda vez que jogo pouco importando o final que consigo XD /crybaby.
Faz tanto tempo que não posto nada no Nyah! que mal sei como fazer disclaimer, notas, tudo.
Então, parando de falar abobrinha e deixando vocês lerem, espero que gostem.
Enjoy ~



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— Hum? – O adolescente tão pálido quanto a neve, de cabelos em um tom lilás, quase branco e de jaqueta azul marinho rasgada olhou para o lado, afastando-se da escultura da rosa para que a menininha morena de olhos castanhos-avermelhado pudesse ver também. – O que é, senhorita?

— O que você está olhando? – Ela perguntou à ele, com aquele olhar infantil e curioso e a cabeça pendendo para o lado.

— Hm... Bem, vejamos... – Ele começou. Nunca foi bom em explicar as coisas. Lembrava-se da última vez que tentara explicar o significado de arte abstrata para uma criança, uma menininha da qual ele não conseguia lembrar-se do rosto, ele acabou apenas por dizer que era abstrata, sem realmente responder a pergunta dela. – É uma escultura de rosa, eu acho... – Houve uma pausa, que ele usou para tirar os olhos da mocinha e olhar para a obra, continuou falando logo após. – Quando eu olho para essa escultura, me sinto triste de certa forma... Por que será? – Finalizou com uma pergunta e um sorriso tristonho. A garotinha o olhou de baixo, esperando que ele fosse chorar, mas ele apenas saiu de seus devaneios num salto exagerado. – Ah, me desculpe se eu disse algo para te preocupar. Esqueça o que eu disse. Bem, adeus.

            Ele desviou-se dela, dando-lhe as costas e indo embora. Quando ele se virou, a imagem de seu rosto sumiu completamente da mente de Ib, mas ela não conseguiu parar de olhar para ele enquanto andava para longe dela, sentindo um estranho vazio dentro de si.

            Pelo mesmo caminho que o rapaz seguia para ir embora, vinha uma mulher alta de meia-calça preta, vestidos vermelhos e sapatos combinando, seu cabelo castanho e cacheado preso em um coque sofisticado, com cachos pendendo, impedindo a visão de sua nuca e tinha olhos muito semelhantes aos da menina.

— Aí está você, Ib. – Sua mãe soava aliviada, como se Ib estivesse sumida por horas. – Ah, você estava olhando isso? – Referia-se à escultura da grande rosa atrás da filha, aproximando-se da barreira que impedia visitantes de tocarem nas artes. – Isso é incrível... Ela representa o coração de uma pessoa, eu suponho. – Ela sorria enquanto falava. Ib se perguntava o que sua mãe gostava mais: rosas ou arte. – Eu me pergunto se você tem uma rosa linda em seu coração, Ib. – A pequena não conseguiu deixar de apertar o peito quando a mãe falou sobre isso. – Vamos dar uma olhada. Você já viu mais alguma coisa? Espero que encontremos mais algumas coisas que você goste.

            Ib pegou na mão de sua mãe, e olhou para a rosa atrás de si por um momento enquanto andava pela galeria. O vazio persistia em existir, em estar lá, mas ela não sabia o que era. Decidiu não pedir ajuda à mulher, pois a mesma a chamaria de louca.

            Tirou os pensamentos da cabeça. Talvez fosse muito nova para entender o que estava acontecendo consigo mesma. Tentou focar apenas na galeria que tinha, ela tinha de admitir, obras de artes fantásticas, como a escultura da árvore de doces, os manequins de vestidos de cores variadas e sem cabeça. Mas o que chamou-lhe a atenção foi um quadro que parecia estar queimado, por estar pela metade e completamente preto, como carvão, quase nada era nítido. Ela tentou ler a placa de informações sobre a pintura, mas não entendeu muita coisa. Pediu para que sua mãe lesse.

— Aqui diz: “Mary” – O titulo era o nome de uma menina. Passeando pela galeria, ela viu que não era muito comum que esse artista usasse nomes próprios para batizar suas obras. – “A última pintura da vida de Guertena. Enquanto a garota parece quase viva, naturalmente, não é baseada em uma pessoa real, assim como a grande maioria de suas obras. O quadro foi incendiado pelo próprio artista ao sentir seu coração parar de funcionar. Ele caiu em cima de sua pintura fresca, já morto, e acabou levando o banco que suportava a vela que o ajudava a enxergar ao cair, fazendo com que o fogo se espalhasse por toda a casa. O incêndio durou pouco, pois não demorou para que um de seus vizinhos percebesse a fumaça e fogo. O que apresentamos aqui é só o que conseguimos salvar da linda pintura de uma garota viva, mas inexistente. Ainda é possível encontrar rascunhos do mesmo desenho em livros da biografia do pintor”.

            Mary, repetia Ib em sua cabeça. Onde eu já ouvi esse nome?, perguntou-se internamente. A garotinha estava confusa. Era um nome que ela já tinha ouvido antes, e jurava que nunca viu aquela pintura ou o nome dela.

— Procurei vocês por todo canto. – A voz masculina soou atrás das duas, e o homem sorridente e de olhos profundamente pretos se aproximou. – Como está a minha futura artista? – Ib sorriu com o apelido. – Gostou de vir? – Ela assentiu imediatamente. – Então, voltaremos outro dia. A galeria está quase fechando.

            Um corredor com chão e paredes vermelhos – as paredes eram decoradas com linhas douradas que iam do teto ao chão, com losangos entre cada retângulo que se formava pelas linhas – tomou conta assim que ela deitou-se na cama. Ou ela achou que havia deitado. Ela estava com a mesma camisa branca de mangas compridas e sua saia vermelha xadrez que estava usando na galeria.

— Me entregue a rosa, Ib. – Uma voz feminina, mas assustadora soou à sua frente. Uma mulher de cabelos castanhos longos e soltos rastejava pelo chão com o quadro preso em seu quadril. Ela tinha um sorriso maligno de orelha a orelha.

            Ib tentou recuar enquanto a pintura – será que podia ser chamada assim? – se aproximava cada vez mais dela. Mas, tudo a impedia, não podia se aproximar muito da parede, pois haviam mãos feitas do que pareciam ser sombras tentando agarrá-la. A garotinha abraçou seu próprio corpo e ajoelhou, tentando evitar ver o que quer que o destino a tivesse reservado. Ela segurava sua rosa com as mãos trêmulas, apertando caule espinhoso e molhando as pétalas com as lágrimas de puro medo.

A mulher repetia e repetia, perguntando à menina aterrorizada se ela estava disposta a dar a flor, dizendo-a para que olhasse para seu vestido, insistindo que vermelho era sua cor favorita.

— Ib! – Alguém a chamou. A voz era familiar, mas ela não sabia o nome, nem a face. – Não entregue a rosa!

            A Dama de Vermelho virou-se para encontrar o dono da voz, mas conseguiu ver apenas o sapato dele indo de encontro com a pequena parte de seu corpo que estava para fora do quadro, fazendo com que ela acertasse a parede e as mãos pretas a segurassem.

Ib levantou-se e correu para o rapaz que não sabia o nome, mas tinha a jaqueta azul marinho, os cabelos lilases em cima de um dos olhos e um abraço acolhedor. Ao ser envolvida pelos braços magros do garoto, ela chorou e gritou, apertando a jaqueta dele, para ter certeza de que ele era real e que estaria segura com ele.

Alguém apareceu atrás deles, e Ib viu, era uma menina de longos cabelos loiros ondulados e um vestido verde escuro. Quando ela ia gritar o nome do garoto, para alertá-lo, seus olhos abriram e ela acordou num salto. Estava suada e assustada.

Ela não conseguiria dormir sozinha naquela noite. E tinha apenas nove anos, não podia ficar acordada até muito tarde, era contra as regras, e os pais sempre notam quando há algum desrespeito às regras. A garotinha pegou seu ursinho de pelúcia e fez seu caminho até a cama dos pais, pedindo para que dormisse com eles. Infelizmente, o abraço de seus pais não foi o suficiente para que os pesadelos a deixassem em paz. O problema estava em sua cabeça, e ela teve medo de que ninguém pudesse acabar com ele.

Ao amanhecer, Ib pegou o seu caderno de desenhos e começou a mover o lápis, formando a sala repleta de coelhos de louça que sonhou na folha fina.

“Bem-vindos ao mundo de Ib!”

“Agradecemos por comparecer à galeria

Estamos fazendo uma exposição para a artista Ib G.”

“Esperamos que você aproveite a arte da jovem Ib,

Que carregam um pouco dela mesma.”

“Ela estará presente para autógrafos no dia 17 de março.”

            O dia estava cinzento, quase dava para acreditar que iria chover. Mas Garry estava indo à galeria junto de seu sobrinho, Larry, um menininho de cabelos negros e olhos num tom azul escuro, que podia ser comparado e confundido com roxo. O pequeno estava animado, adorava passar tempo com o tio. Geralmente, quando pessoas se disponibilizassem para leva-lo a museus e galerias de arte, ele faria um bico enorme e viraria as costas, talvez até se esconderia das pessoas que tentassem obriga-lo a ir. Mas como era com o tio Garry, ele não recusava. Tanto que ganharia macarons na volta.

— Você se lembrou de tudo, Larry? Está com seu lenço? Sabe, aquele que você ganhou de aniversário. – Perguntou seu tio, quando já estavam chegando. O garotinho afastou-se da janela do carro e sentando-se no banco novamente, olhou para o homem ao seu lado, que vestia uma jaqueta azul marinho, menos rasgada que aquela que havia visto em fotos de família. Era o único homem de idade que se vestia daquele modo. Mas ele gostava do estilo. Tirou de seu bolso um lencinho branco bordado com um “L” creme no final do mesmo. – Mantenha-o seguro. Não o perca, okay?

— Certo. – O menininho sorriu.

            O carro parou na calçada em frente à galeria. Garry podia jurar que era o mesmo endereço da galeria que apresentava as pinturas de Weiss Guertena. As paredes brancas sem detalhes eram preenchidas por quadros de pinturas. Alguns maiores que outros, e todos atraentes, trazendo mistério e inspiração.

— Aqui estamos, mocinho. Essa é a sua primeira vez numa galeria de arte, certo, Larry? – O menino assentiu, olhando em volta, procurando algo que o interessasse. – Estamos aqui para ver as obras de uma artista chamada Ib. E parece que não têm apenas pinturas, mas esculturas também. Eu não duvido que até mesmo você vá gostar. Vou à recepção e talvez pegar alguns panfletos. Pode passear pelo lugar, mas não incomode os visitantes, sim?

            O sobrinho assentiu e começou a andar pelo lugar, surpreendendo-se com a quantidade de pessoas. Sempre se perguntou porquê os adultos adoravam olhar para pinturas, principalmente para aquelas tão emboladas que ninguém conseguia dizer ao certo o que era.

Mas deixou de perguntar-se sobre isso quando viu a grande pintura no chão, rodeada por uma cerca de pilares pretos curtos, conectados por uma fita vermelha. Era um céu cinzento e cheio de nuvens na frente do sol, que se fazia pouco visível, exatamente como aquele que estava lá fora, tamanha era a coincidência. Ele procurou pelo nome.

“Nosso Cenário”

“O mundo que o homem de fato, nunca tocará.

As nuvens não se deixam serem tocadas.

Elas esquivam ou somem quando tentam.

Por isso não deveria nos causar memórias.

Mas causam.”

            Larry questionava a quem a artista se referia: um amor de infância, um parente já falecido, um amigo de muito tempo? Quem? Suas pinturas pareciam ser cheias de sentimentos, todas elas. A medida que andava, os nomes eram sempre focados em como ela se sentia.

            “Amizade” era a pintura que mostrava três mãos de costas, como se tais pessoas estivessem indo embora e dando as costas umas as outras, mas com uma linha vermelha fina ligando seus mindinhos. “Saudade” era uma rosa azul que estava em cima de uma saia vermelha xadrez. “Eternamente abençoado” mostrava um vaso azul turquesa, mas Larry não foi capaz de entender o que esse quadro queria dizer ou que sentimento ele queria passar, nem todas elas tinham descrições e explicações grandes, como a de “Nosso Cenário”.

            Ele subiu ao próximo andar e começou a andar. Aquelas paredes tinham quadros menores e mais simples, como o que parecia uma página de jornal aberto e amassada, ou a de “natureza morta”, como a professora de artes sempre falava. Acreditou que as pinturas menores eram para desviar a atenção de todos para as esculturas. Não que elas precisassem de uma estratégia para atrair atenção. A árvore de macarons era chamativa o suficiente para atrair a atenção de pessoas para ela, e para as que estavam adiante.

— Isso deve ser gostoso. – Uma garotinha da sua idade, de pele escura e maria-chiquinha cacheada disseram ao ver que havia outra criança ali.

— Queria que fossem de verdade e que pudéssemos arrancar. – Riu ele. E a menininha retribuiu a risada.

— Isabela! – Uma mulher a pegou pela mão. – Desculpa se a minha filha te incomodou, mocinho. Eu já disse para não atrapalhar os visitantes.

— Ela não fez nada de mal. Estávamos apenas admirando a escultura.

— C-certo. – Dava para ver que ela se sentia envergonhada. – De qualquer modo, vamos.

            Isabela acenou para seu conhecido – ou amigo, crianças costumam fazer amizades tão rápido – e desceu as escadas, sumindo de vista.

            Larry continuou a andar, até chegar num corredor completamente vazio, livre de pessoas, de guardas, de esculturas. Tudo. Havia apenas uma única pintura. Um quadro enorme que preenchia quase toda a extensão da parede clara. O quadro era preto, com uma névoa quadricolor, que ia de vermelho para rosa, de rosa para roxo, e terminava numa cauda azul, era repleto de estrelas que pareciam de fato brilhar. O menino tocou na placa com o nome da arte, que dizia “Nossa Complexidade”.

            As luzes piscaram até que queimassem, deixando tudo escuro, assustando-o. Ele olhou em volta e se afastou do nome da pintura ao ver que suas cores estavam escorrendo, correu para o corredor de esculturas e pessoas espalhadas tendo conversas sem sentido, sobre obras sem sentido. Mas não havia ninguém quando ele chegou lá. As pessoas tinham sumido. Pensou que talvez seria pelas luzes terem queimado, mas não houve nenhum alarme, nenhuma gritaria de guardas, nem sequer o barulho das pessoas correndo para fora.

— Tio Garry! – Chamou o garotinho, quase chorando enquanto descia as escadas apressado. – Onde você está? Por favor, apareça!

            Passou pela recepção em direção à porta, porém ela estava trancada. Tentou olhar pela janela, também trancada, mas foi obrigado a se afastar quando alguém bateu com a mão na mesma e logo escorreu um líquido vermelho por ela, que chegou a atingir o chão. A cada passo que dava, fosse para frente ou para trás, ele ficava mais apavorado e perdido.

            O líquido vermelho que saiu da janela – o qual ele não soube dizer se era tinta ou sangue – formou palavras no chão. “Para lá, Larry” eram as palavras, junto de uma seta, apontando para a esquerda. Como a tinta podia formar frases no chão? Como a tinta sabia seu nome?

            Considerando que não tinha para onde ir, Larry aceitou a orientação. Andava com cautela, esperando que nada o pegasse ou o atacasse. Ao chegar à primeira parte da exposição, com aquele grande céu nublado no chão da galeria, havia pegadas vermelhas que paravam na pintura. O garotinho ajoelhou-se perto da obra e tentou tocá-la, sendo surpreendido por não ter chão bloqueando-a.

“Venha cá!”

            Uma voz fantasmagórica o chamava lá de baixo. Era masculina e fazia eco de dentro da pintura. Larry colocou seus pés primeiro, vendo algumas das nuvens se desmancharem ou dividir-se em dois pedaços. Ib estava certa. Elas nunca se deixavam ser tocadas por nossas mãos – ou pernas. Com medo, ele pulou. Juntou as pernas e as abraçou, encostando seus joelhos no peito. Questionava a si mesmo o motivo de ter pulado, se esperava morrer ao aterrissar onde quer que fosse.

            Mas não aconteceu como planejou – ainda bem. Quando abriu os olhos, ele se encontrava na mesma posição, em um cubículo com uma escada na frente e a luz fraca do céu nublado acima de sua cabeça. Seguiu em frente, descendo a grande quantidade de escadas, grandes o suficiente para que não visse o que estava no piso inferior.

            Quando as escadas acabaram, ele se viu de frente com duas pinturas sem nome. A da direita mostrava fogo, não dava para ver ao certo o que estava em chamas, apenas o fogo era aparente, com um fundo preto. E a da esquerda, mostrava uma paisagem de um campo ou jardim, mas não havia flores, apenas uma rosa amarela e espinhosa rodeada por ervas daninhas murchas. A imaginação infantil de Larry imaginou que aquela flor era tão má quanto bela, que as ervas apenas serviam-lhe de alimento.

            Com medo do que aconteceria se seguisse o caminho do quadro de fogo, ele pegou o caminho da rosa assassina, encontrando a pintura que ele não havia entendido, “Eternamente Abençoado”, com um vaso abaixo dele. Aquele lugar só conseguia ficar mais confuso e ele havia acabado de conhecê-lo.

            Entrou então na porta ao lado da mesa que sustentava o vaso de flores sem flor alguma. Dentro, havia apenas uma pintura. Ela não era enorme, apenas média, retratava um muro espinhoso e saía do quadro para as paredes. Havia uma rosa laranja no chão, ele pegou a rosa amassada e a levou consigo. Ao sair, a porta bateu sozinha. Mas ele não ligou, já que tudo estava estranho e nada mais fazia sentido naquele lugar. Era tudo como um sonho maluco, mas uma coisa o fazia perceber que não estava dormindo: não importava o quão irreal fosse, ele podia sentir na pele que não estava sonhando.

            Larry colocou a rosa dentro do vaso de flores, e ela voltou a ser linda num instante, como se seu caule fosse um canudo e houvesse sugado toda a água que tinha no recipiente. Como não tinha mais água, ele pegou novamente a flor e, por se encontrar em um beco sem saída, decidiu ver o que tinha do lado do quadro em chamas. Enquanto se afastava, soou um grito muito alto e alguém ou alguma coisa bateu na porta três vezes. Ele voltou, vendo que havia pedaços de madeira no chão, e encontrou uma palavra.

“LADRÃO”

            Não tinha coragem o suficiente para continuar ali ou para ver o que ou quem havia escrito aquela palavra. Correu para longe, com a rosa em sua mão, passando direto pela pintura do fogo.

            Uma fumaça misteriosa surgiu, junto do crepitar de um fogo. A fumaça preta espalhou-se em sua frente, acabando com a pouca visão que tinha. E ele podia sentir o caminho deixado para trás ficar cada vez mais quente. Como todas as pinturas pareciam poder se mexer, ter vida ou ser atravessada, ele imaginou que fosse a pintura do incêndio que estava causando aquele sufoco. Agora ele sabia o que estava queimando, e o que queimaria caso não encontrasse uma saída. Não achou que ao descer pela pintura de céu, cairia num inferno.

            Ao tocar uma maçaneta, ele a girou desesperadamente, rezando para que conseguisse abrir a porta. Ele conseguiu, mas o fogo conseguiu queimar uma pétala de sua rosa, e ele caiu no chão, sentindo dor, por mais que não houvesse nenhum ferimento, era uma dor aguda, quase como uma faca o atravessando. Olhou para a flor em sua mão, não acreditando que ela era a responsável. Tirou mais uma de suas pétalas, para ter certeza, e se arrependeu quando foi obrigado a esperar alguns minutos para que pudesse finalmente levantar.

— Essas rosas... Como? – Perguntou Larry, meio que para si mesmo, já que não havia ninguém por perto para respondê-lo.

            Olhou em volta da nova sala que encontrara. Ela era azul escuro, de chão e paredes. Em uma distância nem tão longa, era possível ouvir um gemido de dor. Então, ele se apressou. Talvez fosse uma pessoa que estava na galeria junto de si. Ao chegar perto, ele viu um rapaz esguio familiar, com cabelos lilases, envolvido por uma jaqueta azul escura, assim como o chão e paredes daquele lugar jogado no chão. Ele segurava uma rosa azul, completamente despetalada, com apenas uma última pétala. Notou que o quadro tinha ramos de rosas da mesma cor da dele, e o prendia perto por um caule espinhoso enrolado em seu pescoço.

— Alguém...? – Ele tentava dizer. Mas apenas tentava. O som que saía de sua boca era quase nulo. O pequeno Larry agachou até o rapaz, tentando pegar sua rosa, mas ele trincou os dentes e a segurou com as duas mãos. – Não! – Ele fez força para falar um pouco mais alto. – Não toque nela! Não quero que mais ninguém toque nela!

— Eu vou apenas coloca-la na água. Deixe-me te ajudar! – O menino pediu. – Eu prometo que a trarei de volta.

            Quando se prontificou para responder, a planta em seu pescoço o puxou para trás, fazendo-o soltar a flor, que o garotinho pegou imediatamente, sem esperar a permissão. O que seria pior? A última pétala de sua rosa cair ou aquela coisa enforca-lo? Onde estaria a sua vida afinal? Nas garras da planta pintada ou na rosa? Larry não sabia, mas tentaria ser rápido para não ser obrigado a descobrir.

            Assim que achou um jarro, ele mergulhou a flor sem cerimônias, esperando que suas pétalas voltassem a crescer. Demorou mais que o comum, mas ele apostou que era por estar quase morta. Ela regenerou-se, e não deixou nenhuma gota de água para a flor de Larry. Mas duas pétalas a menos não era muito, ele podia viver.

            Voltando ao dono da flor azul, pôde ver uma briga entre ele e a pintura que insistia em querer segurá-lo. Ele apenas precisava de forças.

— Menino, corra! Por aqui! – Ele gritou por Larry, ordenando que passasse por ele o mais rápido que conseguisse, sem permitir que a pintura tocasse as rosas.

            Larry se apressou, sofrendo um pouco com a pressão vinda de um homem que ele nem sequer sabia o nome ainda. Quando se afastou o suficiente, ele se virou para ver a batalha entre homem e planta, para certificar-se de que o estranho estava bem. O rapaz tirou de um de seus bolsos um isqueiro e o acendeu. A planta não deixou que a queimasse, apenas afastou suas raízes dele, deixando-o livre para correr até a criança. Ao chegar lá, ele se apoiou nos joelhos e ofegou.

— Tio Garry? – O menininho perguntou ao olhar diretamente para o rosto do rapaz. Seu tio estava mais jovem. Parecia que havia saído de um dos álbuns antigos da família.

— Como? – O garoto se mostrou realmente confuso. – Desculpe, mas não sei nem meu nome.

— O que aconteceu com você? Está tão novo! – Exclamou o sobrinho. – Foi este mundo que o deixou assim?

— Garoto, eu acho que tudo o que aconteceu comigo, foi esse mundo que causou. – Ele passou a mão nos próprios cabelos, demonstrando ainda toda a sua confusão.

— Então vamos sair daqui! – Pegou na mão de seu tio, puxando-o consigo para frente. – Quando sairmos, podemos comer macarons?

— Você gosta de macaron? – Garry mostrou-se realmente animado com a ideia.

— Claro! Prometa que vai me levar quando sairmos daqui. – Apontou o dedo para o outro, que ergueu o seu mindinho. A promessa estava feita, se descumprisse com ela, teria de cortar o mindinho fora e engolir um milhão de agulhas.

            O garotinho continuou seguindo seu caminho de mãos dadas com seu tio. Mas não percebeu o erro que fez ao ir embora sem ler o nome da pintura que segurava Garry.

            Larry e Garry passaram pelo resto do corredor, que tinha seis quadros enfileirados em uma parede, como uma sequência de imagens que, se passasse rápido, uma atrás da outra, a garota pareceria mover-se. Aproximou-se para ler os nomes.

“Prólogo”

“Capítulo um”

“Capítulo dois”

“Capítulo final”

“Epílogo”

“A Injustiça da Sequência”

            A sequência era formada pelo que parecia ser autorretratos antigos da autora, retratando uma menina perceptivelmente jovem, pequena, de cabelos lisos castanhos, franja e olhos avermelhados, uma blusa branca de mangas e uma gravata vermelha. O “Prólogo” mostrava-a sorrindo, com um fundo branco, cheio de pétalas vermelhas, ela tinha uma mão em sua cabeça, que era de alguém com jaqueta. No “Capítulo Um”, aquele sorriso contente que ela tinha no quadro anterior havia ficado menor, e ela olhava para cima, provavelmente encarando a pessoa que fazia sombra em cima dela. Já no “Capítulo Dois” não havia sorriso algum, nem mãos na cabeça, nem sombras sobre a menina, apenas ela de cabeça baixa, com os olhos tristonhos, ameaçando chorar. No “Capítulo Final”, ela chorava de mãos juntas e dedos entrelaçados, como se rezasse para que o dono da sombra voltasse algum dia. E o “Epílogo” a retratava de costas ao longe, como alguém que se levantou e foi embora por estar muito cansado de esperar por alguém que nunca aparecerá.

            A última pintura era interessante: “A Injustiça da Sequência” era desenhada em yng-yang com peixes. Era a única que não faria parte do movimento das pinturas caso elas fossem passadas todas juntas numa alta velocidade. O yng era mostrado como um peixe vivo e charmoso e yang era uma espinha de peixe.

— Você está certa, Ib. – Garry pensou em voz alta.

— Como assim, tio? – Larry perguntou curioso. Não entendendo com o que ele estava concordando. Com o peixe, talvez? Mas, qual deles?

— A pintura diz que a ordem da vida é injusta. – Tentou explicar, mas fez uma pausa e viu a imagem se mexer, e os peixes inverterem suas posições. – Não é nada. Talvez você entenda quando for mais velho.

            Garry não quis contar ao sobrinho o que havia entendido daquela pintura ao conectá-la com as outras. Não quis contar que estamos dando voltas, andando em círculos para morrer no final, sem a pessoa que você amava e desejava ao seu lado até no último momento. O problema, não só de Garry, como também de Ib era que eles achavam de fato a ordem que a vida levava injusta. Mas eles também não sabiam que tipo de ordem eles iriam querer.

            Chegando à porta no fim do corredor, eles entraram. É como um labirinto, cheio de portas, caminhos e possibilidades, pensou Larry. Ao abrir, uma biblioteca foi revelada e Garry pareceu não se controlar, indo de encontro com os livros de certa prateleira quase que imediatamente. Enquanto Larry foi até a porta que era a saída, mas ela estava trancada. Lembrou então de seus desenhos animados. Quando os heróis ficavam presos em uma biblioteca, eles arrancavam livros da prateleira para que abrisse uma passagem secreta e encontrar a saída.

            Mas Larry, assim como o tio, sempre gostou de ler. E como não havia nenhuma pintura que ameaçasse sair do lugar ou incendiar o local, ele foi arrancando os livros na calmaria, até mesmo lendo alguns, ele não resistia.

“Biografia de Ib”

            “Ib foi a artista mais jovem a fazer sucesso. Grande admiradora da arte de Guertena, sendo inspirada por ele desde pequena, porém, não apenas por ele. Descoberta em um evento escolar, no colegial, onde mostrava os trabalhos dos clubes da escola. Fazia parte do Clube de Artes e estava apresentando a pintura que ela nomeou de ‘O  Retrato Esquecido’, um quadro onde mostrava um garoto de cabelos lilases e olhos fechados atrás de um ramo espinhoso de rosas azuis, com uma das raízes presas em seu pescoço, furando-o, deixando uma gota de sangue escorrer por seu pescoço. Com o lema de que toda obra tem um pedaço de seu autor, pediram para que ela explicasse o título e o motivo de tê-lo pintado. A resposta da recém-descoberta pintora foi surpreendente.”

            “Ela diz: ‘Venho trabalhando nesse quadro desde que eu tinha meus nove anos, fazendo esboços em cadernos e telas, mas apenas recentemente, consegui atingir o traço perfeito, o traço que ele merece. Os espinhos que o prendem são o que o impedem de fugir, no caso, de minha mente, é como se ele estivesse preso lá e fosse impossível sair’”. Entrevistadores insistentes perguntaram quem era ele, esperando que fosse um namorado ou amigo de infância, mas sua resposta foi completamente diferente: ‘Eu não sei. Eu não o conheço e posso afirmar que nunca o vi na vida. Mas ele aparece em meus sonhos como se já tivéssemos sido próximos algum dia e de alguma maneira. E toda vez que penso sobre esse homem que não sei o nome, eu sinto um vazio em meu peito, e eu nunca descobri porquê. Não acho que seria certo dizer que não baseei essa pintura em alguém, já que esse alguém existe, mesmo que seja dentro da minha cabeça. Sou muito mais a favor de dizer que é uma face, um relacionamento, um retrato que esqueci, assim como seu título impõe’”.

            Larry olhou para seu tio mais jovem e concluiu: ele não era seu tio. Arrancou a folha do livro e guardou em um de seus bolsinhos. O cara a sua frente, que também pegava livros aleatórios de uma prateleira nem sequer tinha nome. Ele era um sonho de uma artista que ele passou a acreditar ser levemente perturbada. Mas ele era semelhante ao seu tio quando jovem: tinha os mesmos olhos, a mesma jaqueta, o mesmo cabelo. O que estava acontecendo? Que relação que uma artista jovem teria com um homem oito anos mais velho que ela?

            Jogando aquele livro no chão, ele procurou por outros. Mas por algum motivo, ele levantou o olhar, para encarar outro quadro. Um quadro idêntico ao da “Amizade”, ele reparou. As mãos ainda estavam de costas, os fios que conectavam a mão do meio à da esquerda, estava desfiado, como se estivesse prestes a rasgar, o que conectava à mão da direita estava cortado de vez. No caso da mão da esquerda, o fio que a conectava com a mão direita estava queimado, chegando a mostrar o brilho das faíscas. O nome do quadro era “Separação”.

            Houve um barulho de tranca na porta. O falso Garry tentou abri-la e conseguiu. Atrás dela, havia um rastro de pétalas roxas, que bifurcavam seu caminho, parando ao pé de duas pinturas que se mexiam, ambas eram rosas roxas e de ambas estavam caindo pétalas intermináveis, pois a queda de pedaços de seu ser mal parecia afetá-las. Seus nomes eram “Bem-me-quer” e “Malmequer”, caindo em ritmo, uma atrás da outra, como se contassem mesmo “bem-me-quer, malmequer, bem-me-quer, malmequer...”.

            Mais a frente, na mesma sala, Era possível ver uma parede com quatro quadros. Cada um mostrava uma rosa. O primeiro quadro era a da rosa vermelha, seu nome era “Compaixão”. O segundo apresentava uma rosa azul, e o falso Garry ficou triste ao ver que sua rosa ganhava o nome de “Milagres Impossíveis”, Larry acreditou que por ser uma cor que não exista naturalmente para a rosa, seu nome indicaria a impossibilidade. A outra era amarela e decorada, como uma flor falsa, de plástico, seu nome era “Inveja”. E a última era a de Larry, parecia ter sido recentemente pintada, pois a tinta não só estava fresca, como borrada e pingando.

                Ao fim da sequência de rosas, havia uma porta. E eles entraram. Dentro, havia uma sala verde, como um campo, havia grama pintada em suas paredes. Abaixo da escultura de árvore de macarons, estava seu tio Garry – o verdadeiro – ajoelhado de frente para a artista Ib, que tinha o casaco azul dele cobrindo seu corpo. Nenhum dos dois pareceu notar a presença dos garotos que entraram, como se o abrir da porta não tivesse som. Mas Larry percebeu que Ib parecia estar acordando e seu tio estava muito mais atento no bem-estar dela do que na porta.

— Bom dia, Ib. – Ele disse. – Como se sente?

— Eu tive... – Ela fez uma pausa, como se hesitasse em contar.  – Eu tive um pesadelo... Essas coisas, elas me encurralavam e...

— Entendo. – Garry a interrompeu. – Não posso dizer que estou surpreso... Sendo exposta a visões terríveis, sabe? – Suspirou. – Mas é bom você ter acordado. – Ele parecia realmente aliviado. – Desculpe por não ter notado que você estava mal antes. – Houve um silêncio, mas ele esperou que Ib dissesse algo, só que não aconteceu. – Ib, pode olhar no bolso desse casaco?

— Um doce? – Ela perguntou com uma sobrancelha arqueada.

Aquele doce, na verdade, pertencia a Larry. Sua mãe lhe deu antes de sair de casa, e ele pediu para que o tio guardasse durante a visita à galeria. Larry apenas não ficou irritado, pois ela havia tido um pesadelo, e no lugar de seu tio, provavelmente teria feito o mesmo.

— Você pode ficar com isso. – Sorriu ele. – Sinta-se livre para comê-lo. Vamos descansar um pouco mais antes de sairmos de novo. – Ib deu-lhe um aceno positivo de cabeça, assentindo com um sorriso e devolvendo a jaqueta do homem.

            Assim que a conversa foi finalizada, Garry parou para olhar o que havia feito barulho na porta. Não imaginou que alguém havia de fato entrado, já que não os havia atacado até o momento, mas assustou-se ao notar seu eu jovem, o Garry assustado e desleixado que ele um dia fora. Não imaginou que Ib o pintaria. Por que ela o faria se eles nem se conheciam?

            A pintura do garoto que a artista não sabia quem era andou até o mais velho com um sorriso gentil no rosto e o tocou na mão. Larry pôde vê-lo entrar no corpo de Garry, e depois dois de seu tio aparecerem, o jovem e o velho, assim como havia duas pintoras, a mulher e a menininha. Os mais novos pareciam serem feitos de luz, como se fosse uma lembrança viva. Todo movimento que os mais velhos faziam, os mais novos repetiam, era um espelho da juventude.

— Eu me lembro! – Garry disse. – Eu me lembro das esculturas, cabeças de manequins, de Mary, de tudo! – Seus olhos encheram de lágrimas e ele segurou o rosto da mulher, acariciando o cabelo liso dela. – Você também se lembra, Ib?

— G-Garry... – Ela gaguejou, trêmula. – Agora eu me lembro. Era você na galeria, e em meus sonhos! – As gotas quentes também rolaram pelas bochechas dela.

            Eles se abraçaram. Ele a pegou no colo e a girou, um abraço de urso estava sendo usado de tentativa para matar a saudade que eles não sabiam que tinham um pelo outro. Assim que o abraço foi desfeito, Larry chegou perto da moça e entregou-lhe o lenço que havia ganhado de aniversário.

— Eu te vi chorando duas vezes hoje, moça. – Referia-se as pinturas com nomes de capítulos. – Você fica mais linda quando sorri.

— Este é meu sobrinho, Larry. – Garry disse, pegando a criança no colo.

            Ib sorriu para os dois após enxugar as lágrimas com o lenço bordado e beijou a testa do garotinho, agradecendo a gentileza.

— Nós podemos ir embora desse mundo louco agora? – Larry perguntou, mas era mais como uma exigência.

— A saída... – O falso Garry se pronunciou. Ele já não mais brilhava. – Fica por ali. – Apontou para a porta que continha as cores do quadro da galáxia.

            Ib, ao se lembrar de tudo, ficou um pouco assustada com a sua pintura ter saído do quadro. Esperava que tentasse mata-los para ir para o mundo real, assim como Mary tentou. Mas, ele foi inspirado em uma pessoa muito boa, não tinha como fazer tal atrocidade.

            Ao passar pela porta, Larry se viu parado de frente para duas pinturas. Uma delas mostrava um rapaz e uma menininha acenando um para o outro, com o nome de “Promessa de Reunião”. E no outro, havia a visão de uma mesa com um prato de macarons no meio de dois cafés, os braços em cima da mesa, um par coberto por mangas brancas e o outro por mangas azuis, se chamava “Reunião”.

— Larry! – Ouviu seu tio chamar seu nome e aproximar-se. – Vamos? Ib já está saindo. Eu a convidei para comer macarons conosco. – A artista estava ao seu lado. Larry demorou um momento para lembrar quem ela era e o que ele estava fazendo na galeria. Mas logo se lembrou de tudo o que passou naquele mundo estranho.

            O garotinho assentiu, feliz. Segurou na mão do tio e procurou por seu lencinho bordado entre os bolsos de sua roupa enquanto andava, mas a única coisa que achou foi a página do livro que havia arrancado, com notas completamente diferentes. Agora elas diziam: “A artista diz que duas pessoas a fizeram talentosa, por serem suas inspirações mais valiosas, estes eram o artista Guertena, que Ib lamenta não poder conhece-lo e seu melhor amigo Garry, a inspiração para suas duas pinturas mais admiradas: ‘Promessa de Reunião’ e ‘Reunião’.”. Foi como se “Retrato Esquecido” nunca tivesse existido.

— Eu prometo que devolverei seu lencinho. Só deixe-me lavá-lo. – Ela ergueu o pano, mostrando que ainda estava com ela. Ele sorriu, porque ela estava sorrindo enquanto andava com ele e Garry.

            Ele chegou a se perguntar se ela lembrava o que haviam passado dentro daquela dimensão maluca, porque ele lembrou assim que a viu.

— Ib? – Larry a chamou. – Você realmente fica linda quando sorri.


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Notas finais do capítulo

Larry é muito fofo, não é? Pra essa fic, eu tive que pensar muito para ver o que o Larry ia ser, se ia ser irmão, neto, sobrinho do Garry. Foi até cansativo. *suspiro*
Mas ficou como sobrinho mesmo. Espero que não tenha nenhum problema, mesmo nunca termos ouvido da/o irmã/o do Garry (talvez, porque não existam XD).
Enfim, espero que tenham gostado. :3
Se não for incômodo, podiam deixar um comentário para a tia Roppi, hm? Vai fazer ela muito feliz. ~mendiga.
Obrigada por lerem.



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