Sim, seu melhor "amigo" escrita por Yas Keehl


Capítulo 5
Amigos não dormem na mesma cama


Notas iniciais do capítulo

Titulo: ( ͡° ͜ʖ ͡°) Friends, Ed Sheeran
Gente, lembrem da classificação da fic, nada de coisas safadas aqui kkk XD
Cara, as musicas do Ed Sheeran são tão perfeitas, fala serio, como alguém pode ter uma voz tão linda e um dom tão incrível pra fazer musicas amazing?! TuT
Agora sobre o capitulo, EU NÃO DEMOREI, AWEEE O/ Foi rápido escrever esse até, mas eu não podia me distrair com nada, senão a inspiração ia embora ç_ç ENFIM! Espero que gostem do capitulo ♥
Nos vemos lá embaixo *w*



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—... Aaaah! Tá doendo, Kazemaru! 

— Calada! Você que procurou por isso, agora aguenta! -Respondeu curto e grosso, enchendo o algodão com um líquido avermelhado e levando-o até o canto do lado esquerdo do lábio ferido da garota, que se esquivava tentando evitar o curativo. -Você quer parar quieta?! 

— Argh, eu não quero passar isso, vai arder e... -Aos poucos ela parou de se mexer, vendo que Ichirouta perdia sua paciência e começava a contar até 10 mentalmente, enquanto batia o pé no chão esperando ela falar. -...

— Fala logo! 

— S-seu olho também tá machucado! -Alarmou e depois de uma pequena pane em seu cérebro pela rara demonstração de preocupação da garota, Kazemaru sorriu jogando a franja para mais perto de suas bochechas, tentando esconder  seu rubor. 

— Pois é. Isso talvez tenha acontecido porque você DEU UMA CABEÇADA NA MINHA CARA! – Esbravejou indo para cima dela, quase colando seus rostos (e lábios) um no outro. 

— Mas a culpa foi do Miyassaka! Ele tava te beijando, e ele segurou meus pulsos pra eu não bater nele! Você queria que eu fizesse o que?!! 

— Ah tá, a culpa NUNCA é sua! –Se afastou dela lhe dando as costas, cruzando os braços com raiva. 

— Kazemaru! -O puxou de volta pelo braço com brutalidade, obrigando-o a olha-la. Ichirouta engoliu em seco: ela estava se aproximando. -Seu olho... -Tocou seu rosto de leve, afagando sua bochecha suavemente, analisando o olho um pouco roxo do garoto. 

  Kazemaru, pega essa vontade que você tá de beija-la e ENFIA NO... 

 Sua consciência gritou, mas ele nem a ouviu. 

— Sua boca... -Murmurou tocando com os dedos os lábios carnudos da morena. -Ainda tá sangrando... -Ela deixou um meio sorriso escapar e Kazemaru, vendo aquilo, mordeu sua própria boca com força, interrompendo seu toque sobre ela. - Sua mãe vai te matar. 

— Relaxa, não tá doendo tanto... -Riu. - Droga. Não acredito que bati em mim mesma.

  Kkkkkkk nossa, eu tinha esquecido completamente dessa parte. Bom, como eu tinha dito antes, o louco do Miyassaka não me escutou quando eu pedi pra ele sair fora e quando ela se aproximou pra acabar com a vida dele, ele ficou tentando se explicar e tentar amenizar tudo, até segurou os braços dela. Eu sabia que isso ia dar errado, porque ela estava completamente INSANA! Louca pra matar ele, então ela foi dar uma cabeçada nele e acabou acertando minha cara durante o processo... E ao se soltar dele, ela bateu o anel dela na boca e acabou se cortando (É, ela é meio burrinha). E eu falei muitas vezes a palavra Ele e Ela... Enfim! 

— Eu acertei no fim das contas! Eu não te falei que ele queria seu corpo nu?! 

— Yasmin, cala a boca, ok? 

— Humpf! 

— E... -Ele mexeu no cabelo, olhando para qualquer lugar, exceto pra ela. -É melhor você ir embora. 

— Eh?! -Correu para ele, ficando de novo a sua frente cerrando os punhos. -Tá me expulsando da minha própria casa?!! 

  Na real, a casa é minha, mas ela gosta de ficar falando que a casa é dela também. É uma folgada. 

— E quem disse que essa casa é sua? 

— Sua mãe, ué. Toda vez que eu venho pra cá, ela diz "Fica a vontade, a casa é sua". -Disse rindo. Eu já mencionei sobre o quanto a boca dela é bonita? Sério, a boca dela É MUITO BONITA! Fiquei algum tempo em transe, de novo, olhando pra ela sorrindo um pouco, eu acho... Peguei aquela gravata vermelha que ela usava todo santo dia, e fiquei mexendo nela e me controlando para não puxa-la por ali e roubar um beijo. 

— Eu tenho que... Estudar pra uma prova... -Afrouxei sua gravata e ela ficou me olhando com a sobrancelha arqueada. 

— É de que? 

— Matemática. 

— Ah é, eu sou alérgica a matemática... -Puxei o nó dela pra baixo, deixando a vista os botões de sua camisa branca abertos. Olhei-a sorrindo, insinuando que eu iria abrir mais os botões e ela me deu um tapa na mão não muito forte. -Quer parar de mexer aí? -Levantei as mãos em rendição. É claro que eu não ia abrir de verdade, eu só queria ver que reação ela teria. Apertei o laço de novo antes que ela me fuzilasse com o olhar. Ela tinha um ciúme dessa gravata que, meu Deus do céu. -Tudo bem, mas eu vou voltar! -Deu um riso de canto e jogou o cabelo pra trás indo para a porta.

— Tá bom, menina da gravata vermelha. -A seguiu e os dois riram.

 Nada do que aconteceu anteontem aconteceu nessa saída dela, nada de quase beijos... Abraços, nada. Ela estava diferente, parecia nem se lembrar do que aconteceu. Tudo bem que ela tem uma memória horrível, mas caramba, isso foi há dois dias! E... Foi algo importante, pelo menos pra mim foi... Droga! Tô começando a me iludir de novo! 

— Tchau Kaze. 

— Tchau... -Confesso que minha voz saiu meio chorosa nesse Tchau, então eu entrei e depois de ter certeza que ela não me ouviria...

—AAAAAAHHHH QUE DROGA! 

~Celular começa a tocar. 

Merda, será que ela ouviu e me ligou pra saber se eu tô tendo um ataque?! 

—... A-alô?

OOOOIIIIIII!—Eu vou matar esse moleque.

— MATSUNO, PARA COM ESSA MANIAAAA! 

NÃO GRITA! 

— Eu vou te bater! 

Ei, vai pra escola amanhã? 

— Eu não, vou me afastar dela, esqueceu? 

Ah... 

— E eu já planejei tudo. Vou passar soro no meu olho, ficar coçando ele até deixar ele vermelho pra falar pra minha mãe que eu tô com conjuntivite, aí eu não vou pra escola e pego um atestado de um mês, pra ficar bem longe dela. 

Vai fingir? Que coisa feia... 

— Pelo menos eu nunca cabulei. 

Foi só uma vez! 

— Cinco vezes, você quer dizer. 

Ah, que seja! Você vai mesmo fazer isso? 

— Vou, mas não é pra contar pra ninguém! 

Relaxa, minha boca é um túmulo.

— Tá... Agora eu tenho que ir, vou passar o soro.

Beleza, tchau. 

 Por que será que eu estou com um mau pressentimento sobre ter falado para ele?

~*~

Na manhã seguinte, 07:30... 

~Celular começa a tocar

— Ah... Pensei que tinha desligado o alarme... -Diz sonolento, esticando o braço para alcançar o celular e o botão pra desligar o alarme, mas acaba deslizando para o lado do viva voz. 

Kazemaru?—A voz ecoa no quarto meio sonolenta, fazendo Ichirouta pular da cama. 

—... Ué... Eu tô ouvindo coisas? -Falou tirando todo o cabelo da cara, olhando fixamente para a tela do celular e observando a indicação de uma chamada em aberto. O azulado estranhou os xingamentos do outro lado da linha e resolveu atender. -... Tem alguém a...

É verdade que você tá com conjuntivite?!!

Tá de brincadeira, né Matsuno?!! 

 Só um conselho: tem um segredo? NÃO CONTE PARA O MATSUNO! Tinha me esquecido que ele é um fofoqueiro safado de quinta. Provavelmente, até minha tia de Tóquio deve saber disso 

— Bom dia pra você também, Handa.

Bom dia nada, me responde logo! 

— Tô, caramba! 

Legal, vou  aí na sua casa e você me passa também. 

— Quê?! Não! Handa, é de mentira! -Disse se levantando da cama e tropeçando no próprio

chinelo. 

Mentira? Como assim?—Ichirouta revirou os olhos.

— Eu tô fingindo que peguei conjuntivite pra não ir pra escola. 

Ah safado, vou te dedurar. 

— Faz isso e eu te mato! -Shinichi riu. -É sério, é por uma boa causa... 

Tá bom, né, se você tá dizendo... 

— Minha mãe tá vindo, tchau! Ah, e não conta pra...! -Desligou, pronto, agora só falta ele espalhar pra outra metade do mundo também. 

— Filho...? -A mulher deu duas batidas na porta e após se jogar na cama e cobrir todo seu rosto, Kaze respondeu um baixo "Entre". -Você tá atrasado, não vai pra escola hoje? 

— Humm... -Respondeu fazendo manha ao olhar sua mãe se aproximar e tocar-lhe a testa. -Não tô me sentindo bem... Meu olho tá doendo muito...

— Hum, claro! Você fica deixando esse cabelo na cara o dia todo, parece até emo! 

— Mãe! 

— Ah! Deixa eu ver, vai. -Reclamou antes de tirar a franja do olho do menino e dar um pulo para trás. -Menino, o que aconteceu com esse olho?!! Parece que você tacou pimenta nele! 

 Hehehe deu certo. 

— Eu não sei, tá coçando e doendo muito. 

— Vish, deve ser conjuntivite. -Levantou-se. -Fica aí, deitado e QUIETO! Nada de descer lá pra baixo. -Kazemaru respondeu com uma careta antes de cobrir-se de novo. -Eu vou à farmácia comprar um colírio pra aliviar, e na volta nós vamos ao médico. 

— Ah não, mãe, nem precisa, daqui uns dias eu fico bom de novo. 

— Querido, eu quero que você fique bom é pra ontem, e não daqui "uns dias". -Fez aspas com as mãos, rindo da cara de desgosto do filho. -Tô indo, e vê se lava esse olho, garoto! 

— Tá bom... 

... 12... 13... 14... 15! Beleza! Ela já saiu de casa! -Jogou o cobertor longe de pulou da cama, colocando a franja novamente sobre seu olho- Agora que as coisas vão ficar interessantes.

Filmes e comida a tarde toda, aí vou eu! MUAHAHA. 

  Sozinho em casa no terceiro dia do mês, compra toda feita e um monte de comida em casa, sem sua mãe para impedi-lo de se empanturrar: Kazemaru até podia ouvir passarinhos cantarem ao som de alguma música da Disney, de tão perfeito que seu dia estava. Foi para a cozinha e encheu os braços com um monte de comida e bebida, indo até a sala em seguida para ligar a TV e assistir ao seu filme favorito. 

— A Hora do Rush, uhuu uhu! -Foi dançando e cantando até o sofá, se jogando sobre ele e ligando o televisor com o controle remoto, jogando um Doritos na boca e prestando atenção ao comunicado que o jornalista dava. 

~Atenção. Interrompemos nossa programação para informar que o horário do filme A Hora do Rush, da sessão especial foi alterado por um erro do nosso estagiário. O filme passará amanhã, no mesmo horário programado acidentalmente para hoje. 

— Quê?!! 

Fiquem agora com o filme Amizade Colorida e desculpem-nos pelo transtorno. 

—... MAS O QUE?! Que tipo de emissora comete um erro desses?!! -Esbravejou vendo o filme começar- Amizade Colorida? Sério?!! Sério mesmo?!! Mas nem ferrando que eu vou assistir isso! -Pega com raiva o controle e muda brutamente de canal, quase espumando de raiva.

 Meu filme favorito, cara... Aaahhh não! -Vê as informações do próximo filme após mudar de canal, não acreditando em qual era. -De Repente 30?! Fala sério! -Muda de novo- Apenas Amigos... APENAS AMIGOS?!! Mas o que é isso? UM COMPLÔ CONTRA MIM?!! –Levantou do sofá enfurecido, apontando para o céu e fazendo uma pose um tanto engraçada e raivosa. - Mas é uma...! 

 Antes que pudesse realizar seu desejo de chutar a televisão, o telefone da sala começou a tocar, o fazendo xingar ainda mais. 

— Quem é?! 

Kaze...? 

—... -Essa não... 

Você não tá doente? Você devia tá na cama! E que jeito é esse de falar comigo?!! 

 É, é ela de novo!

— E-eu só vim comer um pouco... E eu tô estressado, me deixa! 

Vou deixar uma... Hum, deixa pra lá...—Ameaçou. - O que aconteceu? 

— Tô com o olho doente, vou faltar um mês inteiro. -Cara, eu não consigo falar isso sem sorrir! Hahahaha! -Ei, você não foi pra escola não? 

Sim, mas eu cheguei aqui e o Handa já veio me dizer que você tinha faltado... Você tá com o que no olho? 

— Conjuntivite.

Sério?! Legal! Depois da aula eu vou passar aí! 

— NÃO! Q-quer dizer... Yasmin, ficou doida? Vai querer pegar isso de mim?!

Kkkkkkk mais é claro que sim! Até parece que você não me conhece. Aí eu não vou pra escola também! Finalmente alguma coisa boa aconteceu com a gente, Kaze.

 Cara... QUAL O PROBLEMA DAS PESSOAS DESSA ESCOLA?! Tá, se fosse ela no meu lugar, eu também ia querer que ela me passasse, mas o único problema é que... Eu não tô com conjuntivite de verdade! 

— Eu ainda acho que...

Eu tenho que ir, o inspetor tá vindo, tchau! 

   Desligou na minha cara! Argh, ela e o Handa vão me pagar amanhã... 

 Deixou o telefone no gancho e seu coração já estava saltando em seu peito, era sempre assim, Kaze revirou os olhos olhando para a TV. Ele tinha colocado no filme De Repente 30, que apesar de ter uma friendzone básica, era um filme engraçado e fofo, e ele gostava dele. Estava na cena da música Crazy For You, da Madonna, ele mordeu o lábio inferior fazendo cara de quem iria chorar e chutou a almofada que jogara no chão depois de surtar minutos atrás. 

~*~

  Ahhh eu te odeio, Madonna! 

 Eu não acredito que fiquei o dia inteiro pensando naquela música e... Em certa pessoa, AAHRG, QUE ÓDIO! -Suspirou passando as mãos sobre a testa, fitando o teto de seu quarto, até a porta bater e sem sua permissão, ser aberta. - Mas o q...

— ADIVINHA QUEM CHEGOU?! -Arrombando a porta, gritando e pulando na minha cama feito uma doida, minha melhor amiga apareceu para a minha INfelicidade! Eu não acredito que ela tá pulando de saia na minha cama! 

— Yasmin, PARA! -A puxei pelo ombro depois de levantar para não ser esmagado e a fiz parar. Ela me olhava rindo com os cabelos bagunçados e, acredite ou não, A GRAVATA TAVA FROUXA! Ela odeia quando alguém deixa essa merda desse jeito e agora, olha só, ELA DEIXOU ASSIM! - O que diabos você tá fazendo aqui? 

— Vim pegar conjuntivite de você! 

— Epa, pera! -Ela tentou ver meu outro olho coberto, por sorte eu me afastei. -Eu não vou te passar isso, você não sabe como é ruim ficar assim. -Nem eu sei, na verdade... 

— Não importa, com tanto que me deixe fora da escola, tá tudo ótimo. 

— Meu Deus... -Ri balançando negativamente a cabeça. 

— Sua mãe não te levou no médico? 

— A-ah... Bom, mais ou menos... 

Flashback on~ 

— MÃE, NÃO PRECISA! 

— Como é que você vai melhorar se não ir no médico?!! LEVANTA, ICHIROUTA! 

 A mulher tentava tira-lo da cama a toda custo puxando-o pelas pernas, mas Kazemaru havia agarrado os lençóis de um jeito que, nem mesmo ela como toda a força conseguia solta-lo.

— Eu já passei remédio, amanhã eu vou! 

— VOCÊ VAI IR HOJE! 

— NÃAAO! 

Flashback off~ 

— Aí eu a convenci que tava muito cansado e ela desistiu, mas saiu pra comprar legumes e vitamina pra mim...

— Nossa... E eu achando que minha mãe era louca...

— Ei! 

— Mas tudo bem, eu ainda amo minha tia. -Ela tem esse costume de chamar minha mãe de tia, e eu faço a mesma coisa com a mãe dela. A diferença é que, minha mãe não tenta bater nela quando ela diz isso, diferente da mãe da Yasmin. - Bom... Agora que eu cheguei, vamos deixar as coisas melhores... -Sorriu maliciosamente... 

~*~

  É. Ela tava certa. Assim que ela chegou as coisas realmente ficaram melhores... -Carinha maliciosa- NÃO É NADA DISSO! Enfim, agora estávamos ouvindo música e dançando na sala enquanto ela me ajudava a arrumar a casa: lavava a louça e eu limpava a estante, mas ela sempre aparecia pra cantar comigo. A música era You Make Me Feel, do Cobra Starship, e era a nossa música. Tínhamos várias, mas atualmente essa era a nossa favorita. 

   A tarde toda foi nesse clima bom, eu até tinha esquecido que estava apaixonado por ela, menos quando ela chegava muito perto! Nessas horas eu só conseguia pensar “Fudeufudeufudeu", mas fora isso... Foi incrível. Jantamos juntos depois de a minha mãe chegar e ficamos conversando por um bom tempo na sala, nem prestamos atenção na novela. Agora ela estava no meu quarto, fazendo não sei o que e eu relembrando tudo o que aconteceu enquanto tomava banho. Eu odeio gostar dela do jeito que eu tô gostando... Sério, nossa amizade é tão incrível! A gente se entende tão bem, conversamos sobre tudo, gostamos de quase as mesmas coisas... Eu tenho tanto medo que isso acabe... 

~*~

— Meu Deus, você deixou o cabelo solto! 

 Yasmin ao ver que o azulado saía do banheiro (completamente vestido) do quarto com uma toalha em volta do pescoço e os cabelos soltos e compridos, caídos sobre seus ombros e com um brilho que daria inveja a qualquer garota, correu até o amigo para olha-lo de perto, mexendo em cada mexa e deslizando os dedos com facilidade sobre os fios azuis. 

— Ele tá bem maior e mais lindo ainda... -Suspirou pondo-o todo para trás e voltando novamente para a frente de Ichirouta, que apenas ria. Deu uma boa olhada sobre ele e constatou: - Nossa, eu sou apaixonada pelo seu cabelo... 

— Só pelo cabelo? 

—...

  Espera... 

  O quê?!

  MANO, O QUÊ QUE EU ACABEI DE DIZER?!! 

— D-digo...

— Relaxa. -Afirmou sorrindo, Kazemaru havia esquecido de como se respirava. -Eu ainda vou fazer uma lista de todas as coisas que eu gosto em você... 

... Acho que eu vou ter um ataque cardíaco. 

— Ah é. Eu liguei pra minha mãe e ela deixou eu dormir aqui hoje. -Voltou para sua cama, esticando o lençol olhando para o amigo. -... Kaze? 

— Hum? 

— Você me ouviu? 

—... Ouviu o quê? 

— Tsc, eu falei que vou dormir aqui hoje! 

 Não pode ser...

— Vai é? -Rindo de nervoso. -Uau, que... Beleza...! -Ahhh eu tô TÃO ferrado! 

— Sim... -Sentou-se - Faz tempo que não fazemos isso. -Ah, claro, isso deve ter acontecido porque não somos mais nenhuma criança e estamos na droga da puberdade! -Né? 

— Hã? 

— Você não acha que já faz um bom tempo que não fazemos isso e deveríamos fazer hoje?! Mais que saco! - Eita, ela ficou brava. 

— Ah... É claro... 

— Kazemaru, o que tá acontecendo com você? 

—... 

— Você tá todo distraído, avoado, não presta atenção no que os outros falam... No que você tá pensando? -Perguntou com autoridade, inclinando o corpo para se aproximar do rosto inexpressivo do outro. 

— Eu... Argh, eu penso que você devia pegar aquele meu moletom preto e tirar essa saia lá no banheiro. Minha mãe vai nos matar se te ver assim aqui, comigo. 

— Hum, bem lembrado. -Respondeu juntando os cabelos e os enrolando sobre as costas, sem amarra-los. -Vou fazer isso.

— E você vai dormir aqui? -Questionou apreensivo ao apontar para sua própria cama.

—... Não se tiver outro quarto disponível... 

Tradução: ela vai. 

— Qual é? Vai ser legal! -Passou por mim dando um tapinha em meu ombro. Caminhando para o banheiro que eu acabei de sair, voltando em seguida, pois havia esquecido o principal e depois retornou. 

  E eu? Bom, eu fiquei pensando se na minha vida passada eu tinha sido Judas, Hitler, Stalin, Osama (tá, esse não fez sentido), porque não é possível uma pessoa se ferrar tanto COMO EU ESTOU ME FERRANDO AGORA! 

— Kaze, já estou pronta. -Disse sem sair de onde estava. Não entendi o motivo do aviso, mas falei apenas um "Tá" e me deitei, abotoando os botões da camisa do meu pijama. E então ela saiu e veio para a cama também, correndo - com a calça e uma camisa azul minha que, já estava curta em mim, mas havia ficado ótima nela. As calças ficaram enormes no tamanho, mas justas em seu quadril, e eu não vou nem me atrever a falar de como acentuaram bem sobre o seu bumbum. 

 Percebi seu olhar sobre mim antes de deitar, mas continuei mexendo no celular. Ela virou para o outro lado e só depois disso eu soltei a droga da minha respiração. Meu coração batia mais rápido do que qualquer outra coisa, e eu não sabia o que fazer dali pra frente, a não ser olha-la rapidamente antes de me deitar também. 

 Aaah eu escolhi o pior lugar e a pior posição pra ficar! Levando em consideração que eu não podia me mexer muito agora, eu só fechei os olhos e me virei, e quando eu os abri... Sim, ela tinha virado ao mesmo tempo e agora me olhava assustada, desatando a rir depois, e eu só fiquei com cara de susto mesmo. Eu devia estar muito corado agora. Aos poucos sua gargalhada foi perdendo a força e eu não queria me virar de novo, eu sou muito trouxa. 

— Isso me lembra de antigamente... -Começou. -Quando a gente combinava de um dormir na casa do outro e contávamos um monte de histórias antes de dormir... -Sorriu e olhou para o teto em um ponto não especifico. Suspirei e levei a mão até a corda do abajur do lado dela da cama, me inclinando um pouco e ela não parou de me olhar, essa filha da mãe só provoca! Apaguei a luz e... OOOH NÃO, EU TENHO QUE ACENDER DE NOVO! Você não faz ideia de como ela ficou linda só com a luz vinda da lua com a janela aberta! Os olhos negros, a boca ainda mais vermelha e provocante, seu cabelo espalhado pela cama...

— Eu lembro disso... -Falei em transe. -A gente ficava competindo pra ver quem dormia primeiro e você sempre ganhava. 

— É...

— Você contava histórias muito boas! -Ela riu. -Sem falar nas piadinhas...

— Verdade... -Ela abraçou o cobertor sem tirar os olhos de mim. -É bom voltar ao que era antes, matar as saudades...

 A inocência dela sempre surpreendia. Será que ela não percebe que somos um garoto de 15 anos e uma garota de também 15 anos, dormindo juntos, na mesma cama, sem nenhum tipo de relação familiar e que, PODEMOS FAZER MUITAS COISAS QUE NÃO DEVERÍAMOS?!! Eu tô gritando muito, mas é que não da!

  Vendo que eu não ia falar mais nada, ela fechou os olhos sem desfalecer seu sorriso. Eu fechei os meus também e mordi meu lábio, a vontade de tocar sua boca com a minha era muito grande, mas eu não podia fazer isso. Ela ia se assustar e me xingar muito depois, eu sou um maldito medroso e indeciso, e eu vou me virar antes que eu faça algo! 

 Droga, ela percebeu. 

— O que foi? 

—... Era melhor antes. 

 Falei, e falei mesmo! Mas não a olhei, permaneci com os olhos cravados no teto. 

— O que, a gente dormir junto? 

— Sim... 

—... Por quê? 

...

— A gente não precisava pensar em mais nada... A gente sabia que não ia acontecer nada, porque éramos crianças... Éramos puros... 

Um ensurdecedor silêncio chegou aos dois. 

—... Você quer fazer alguma coisa, Kazemaru? 

 Eu a olhei, e se não fosse pela minha boa índole, eu provavelmente teria avançado, mas preferi só me levantar. 

— Não... 

— Onde voc...

— Eu vou dormir na sala... -Respondi de costas para ela, recolhendo o meu travesseiro e saindo da cama. -É melhor assim. -Sorri falsamente e fui para a porta, não deixei que ela pegasse na minha blusa para me impedir. Fechei a porta atrás de mim e tampei o rosto com o travesseiro para não chorar e prendi minha respiração novamente. 

~*~

 Amanhã... Tenho que lembrar de pedir pra minha mãe parcelar numa loja outro sofá, esse aqui tá uma porcaria. 

 Acho que hoje é, possivelmente, o pior dia da minha vida, e não é só por tudo que aconteceu agora á pouco, mas por como aconteceu. Eu fiz todas as coisas que eu mais gosto; fiquei em casa assistindo filmes, passei a tarde inteira com uma pessoa que eu amo estar perto, minha mãe não me deu bronca por nada e lá em cima, no meu quarto, na minha cama está a garota dos meus sonhos e eu... E eu não me sinto feliz. Eu tô péssimo por gostar tanto de alguém e não poder fazer nada a respeito, tudo porque somos amigos. 

  Eu queria ir lá pra cima e abraçar ela, ela ia me consolar, porque ela faz isso muito bem, mas eu não ia poder dizer que ela é a causa de tudo isso, porque toda vez que eu a olho, a vontade de fazê-la ser minha aumenta ainda mais! 
 

Ahh não, para de chorar, seu imbecil! Fala sério, eu pareço uma menina de anime shoujo! 

 ... E agora ela deve me achar um pervertido, mas tudo o que eu tinha medo de fazer era perder o controle e a abraçar, falar que a amava e beijar ela a noite inteira, eu nunca pensei em nada pervertido, eu só desejo ela do jeito mais puro possível, mas eu nem falei nada e só saí, com medo de estragar nossa amizade. E agora tá doendo tanto... É uma dor muito grande, que eu não desejo nem pro Handa, que eu odeio (olha o que os ciúmes me fez...). Que droga... E ela nem percebe o que me faz... 

Eu odeio me apaixonar.

 


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Notas finais do capítulo

É claro que não ia rolar nada demais com os dois na cama, até porque, a Yasmin ainda é muuuito inocente (bem diferente de em Teenage Dream) e não sabe muito das coisas ainda, e o caráter do Kazemaru, que é uma característica bem marcante dele, não ia permitir isso ♥ (eu amo esse minunu) porque ele a respeita muito, acima de tudo. Eee... ~tentando lembrar algo...~ Pra quem lê TD, eu to editando os primeiros capítulos quetãoumamerda e to ajeitando tudinho por lá, pra quem for leitor novo não se assutar com as merdas que eu tava colocando ^^' Acho que é só isso XD kkk to passando rapidinho pra postar logo antes que eu não possa mais e espero que tenham gostado *-* ♥
KYSSUS!!! ^.~/



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