Quem Nós Somos? escrita por AndreZa P S


Capítulo 33
De agora em diante - Keadlyn


Notas iniciais do capítulo

Bem meloso, pq sim.



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Há uma semana atrás, Kile foi à Nova Iorque para pedir Eadlyn Schreave em namoro. Um namoro verdadeiro dessa vez. A garota contou tudo para Micaela, sobre o contrato e sobre a vingança dele contra Eikko; A Campestro já desconfiava de que algo de estranho acontecia na dinâmica do relacionamento entre eles, no entanto, jamais teve duvidas de que eles se gostavam. Ficava claro para quem quisesse ver, menos para os envolvidos, afinal de contas. 

—Pensei que vocês iriam se dar melhor agora que confessaram estar apaixonados um pelo o outro... - comentou a morena, que agora pintara seus cabelos por completo de um roxo exótico. 

Eadlyn deu de ombros, mas estava um tanto pensativa. 

Ambas estavam sentadas uma ao lado da outra, deitadas na cama de casal do quarto da Schreave e com um filme em pausa enquanto aguardavam Kile Woodwork voltar com a comida. Ele dissera que sabe fazer pipoca doce, mesmo que Micaela tenha sentido um leve aroma de queimado no ar, embora não tenha se dado ao trabalho de comentar sobre. 

—É que ele me irrita às vezes - se defende a garota. 

Micaela assentiu.

—Sei como é, Josafah me irrita também. Mas no nosso caso, é que eu quero que ele me peça em casamento, e ele é devagar demais - reflete a moça com o cenho franzido. 

—Mas já? Estão namorando não faz nem 4 meses e já quer casar? - Eadlyn indaga, olhando para a amiga com a expressão um tanto frustrada.

Micaela abriu um sorriso fofo.

—Sou de peixes, amiga. 

Ambas se encararam por alguns segundos antes de cair na guargalhada.

Kile entrou em seguida, trazendo consigo uma bandeja enorme com uma pipoca de aparência suspeita. Sentou-se na cama ao lado de sua namorada, e olhou para ela exatamente da mesma forma que fitava o seu violão favorito. Da mesma forma como quando lia o seu trecho predileto do livro que já lera mais de 10 vezes; como quando cantava aquela música que ele gostava tanto, snuff

E a garota percebeu, e ela amou muito isso. Ela amou saber que é importante pra ele. Amava a forma como ele a fazia sentir - até mesmo quando a irritava, e isso acontecia com uma frequência alta - e a forma como ele conseguiu fazê-la o amar tanto quanto amava a si mesma. Pensar nele tanto quanto pensava em si, em seus pais, na sua carreira que acabara de se iniciar. Era aquele tipo de amor que ela cresceu vendo de Maxon e America, que já chegou a pensar que não iria acontecer consigo, mas aconteceu; era o seu amor que decidiu entregar a ele, porque Kile é confiável ao seus olhos. 

Para Eadlyn, Kile já fazia parte dela mesma.

Ele ofereceu a vasilha para as garotas. Micaela provou com certo receio, sentiu um gosto não típico de pipoca doce, porém ficou calada e fez cara de 'que delícia'. Quando foi a vez de Eadlyn, ela comeu e quase engasgou - de forma dramática, é claro.

—Que que é isso aqui? Não é pipoca, né? Tem gosto de morte - resmunga.

—Veneno pra você - retrucou o garoto com cara de tédio.

—Ai, credo! Eu comi isso aqui também! - Protestou Micaela ao cruzar os braços e fazer um biquinho.

Kile respondeu à morena, mas sem desgrudar o seu olhar mortal de Eadlyn.

—Não se preocupe, só funciona para as pentelhas insuportáveis - rebate.

—Você é tão idiota - a namorada responde com os olhos em fendas. 

Kile coça a barba de seu queixo e então desliza sua mão para a própria nuca. 

Cherie, espero não matar você antes de nascer nossos filhos - retruca ele.

Eadlyn empinou seu nariz e jogou os cabelos para trás, porém não respondeu nada.

Micaela colou uma mão na outra diante do rosto e abriu um sorriso gigante, que chegou a fechar um pouco seus olhos castanhos. 

—Vocês são tããããããããããão fofinhos - diz enquanto se balançava de leve.

Kile e Eadlyn olharam pra ela no mesmo instante e murmuraram em uníssono:

—Menos, Micaela, menos. 

 

 

Dois dias depois ao incidente da pipoca queimada, o casal estava sentado às 10:03 da manhã em um Coffe Bar. Estão um de frente para o outro, e Kile escolheu o lugar mais próximo à parede e meio que escondido. 

—Não gostei desse lugar - ela falou, meio ranzinza. - Minha beleza ficou escondida. 

Kile fincou em dúvida se ria ou se revirava os olhos. Na duvida, não fez nenhum dos dois.

Um homem vestindo uma camisa de mangas compridas e com o logo do Café nos abordou com um sorriso simpático.

—E então, o que gostariam pra hoje? - Perguntou ao retirar a caneta de dentro do bolso da camisa e deixá-la a postos. 

—Panquecas e um capuccino - Eadlyn falou sem precisar olhar no Menu.

—Só um capuccino, por favor - Kile pede ao fitar o homem vagamente por cima de seus óculos. 

—Tudo bem, volto já com o pedido de vocês - falou antes de sair de vista rapidamente.

—Então, quando você começa o seu emprego na loja de roupas? - Questiona Kile, ao fitá-la com atenção. 

Ele amava como o sol iluminava e destacava o seu rosto, mostrando com riqueza de detalhes os seus poros - alguns dilatados demais pro gosto da moça - e suas sardas; e suas pupilas retraídas, dando mais espaço pro azul de seus olhos. 

—Semana que vem, vão abrir para a nova temporada e a gerente precisa de mais vendedoras... pelo o que disse, é tipo um estágio. Vou receber uma merreca - contou em tom meio desapontado, mas no fundo estava satisfeita por finalmente trabalhar para receber o próprio dinheiro. - Este valor vou ter que deixar todo com Micaela pra ajudar nas despesas. Sorte que aluguei o meu apartamento na Espanha, e com ele posso investir em outras coisas.

Kile concordou com a cabeça e abriu um sorriso pra ela.

—Estou orgulhoso de você - ele disse enquanto apoiava um de seus cotovelos na madeira da mesa e segurava o próprio queixo com a mão. 

Ela lançou uma piscadinha para o Woodwork antes de pegar seus óculos Ray Ban de dentro da bolsa e colocá-los no rosto. 

O sol estava lhe incomodando um pouco; mas o seu namorado ficou desapontado, queria poder ver aqueles lindos olhos infinitamente, embora não tenha reclamado.

—Obrigada... mas eu quero saber de você. Quando vai voltar pra Espanha? - Perguntou a garota, incapaz de esconder que aquele assunto a chateava.

O garoto suspirou.

—Logo, já perdi uma semana de aulas.

—Mas e o teste que você fez?

Ele balança a cabeça vagamente de um lado para o outro.

—Já era pra alguém ter me ligado a respeito, acho que não consegui.

Ela o encara com os lábios franzidos.

—Não sabem o que estão perdendo - murmurou enquanto um sorrisinho maroto erguia um dos cantos de seus lábios. 

—Essa parte não me preocupa - disse ele com convicção e um breve dar de ombros. - O problema é ter um oceano separando a gente. Você é chata e disso todo mundo sabe, mas cara... eu estou tão apaixonado por você, que até isso eu acho adorável.

—Fique aqui, Kile - murmurou ela em voz baixa, quase como um clamor e, na mesma hora, uma garçonete chegou trazendo o café da manhã em uma bandeja. 

—Com licença - pediu antes de depositá-los em cima da mesa. - Dois capuccinos e um prato com panquecas, certo? 

—Sim, obrigado - Kile agradeceu. 

A moça sorriu para ele, esperando que o garoto percebesse o seu interesse pela a sua pessoa - afinal, ela estava cuidando o rapaz desde que ambos entraram no Coffe Bar— e, quem sabe, demonstrar que era recíproco. 

Mas Kile não percebeu, ou melhor, não fez questão de perceber. Eadlyn estava diante de si, e ela demandava sua atenção quase que por completo. 

—Você pode fazer o vestibular pra arquitetura aqui, arrumar um emprego e morar comigo e com Micaela por enquanto - ela retoma o assunto anterior, abrindo um sorriso de expectativa.

O Woodwork estava prestes a abrir a boca e dizer que, se fosse para ficar com ela, estava tudo bem. 

Estava tudo bem.

Mas o celular tocou naquele momento, um número desconhecido. 

Ele atendeu.

Era Richard.

—Kile Woodwork?

—Sim, quem gostaria?

—Sou o Richard, estou ligando para lhe informar que contamos com a sua presença nesta quinta-feira às 14:00 da tarde. Vamos mandar o endereço corretamente para o seu e-mail. As audições vão ao ar no sábado. 

—Nossa.. - foi o que ele disse. - Sério? - Pergunta, parecendo não acreditar.

Richard deu uma risada do outro lado da linha.

—Sim, estou falando muito sério. Na quinta vamos resolver a questão sobre moradia e transporte, tudo bem?

—Tudo bem, sim... - disse.

Na verdade, estava tudo ótimo!

—Até mais, Kile, boa sorte nessa nova etapa.

—Obrigado, até mais - e então desligou.

Eadlyn o observava com atenção.

—Quem era?

—Richard.

—O cara do reality?

Ele concorda com a cabeça.

—E o que ele falou? Anda, Kile! Desembucha! - Manda a garota, de repente ficando ansiosa. Tudo seria mais fácil se ele fosse aprovado.

—Fui aprovado - ele murmurou com um sorriso enorme no rosto.

Eadlyn soltou uma risada nervosa; num rompante, levantou-se de sua cadeira e foi sentar-se no colo do seu namorado, depositando em seu rosto beijos intermináveis. 

—Eu estou orgulhosa de você - repetiu a frase dele de minutos atrás. 

—Eu amo você - ele falou, enquanto passava suas mãos pela a sua cintua, segurando-a forte, como se assim eles fossem permanecer juntos pra sempre.

—Eu amo você... mas temos um problema - falou de repente, sua expressão tornando-se séria.

—Qual? - Quer saber, um tanto confuso.

—Você vai ficar famoso. Vai ter muita vadia atrás de você... você vai ter um milhão de motivos pra se apaixonar por outra garota e me largar. Claro, que se você me largar, quem estará perdendo é você, porque tipo, eu sou a garota mais foda que vo...

Ele a interrompeu com um selinho demorado nos lábios; se afastou e começou a falar:

—Você tá doida? Eadlyn, preste muito atenção nisso que vou dizer agora - ele começa, fitando-a atentamente; Eadlyn queria esconder que havia em suas palavras uma insegurança real, mesmo que tivesse dito em tom de brincadeira. - Você está prestando atenção? 

Ela balança a cabeça vagamente, seus lábios franzidos.

—"Eu não quero e não vou me apaixonar por qualquer outra garota que não seja você; sabe por quê? Porque eu não me apaixonei por você pela a sua beleza, petulância, ou pelo os olhos cor de mar. Não foi porque você é confiante e frágil ao mesmo tempo, ou inteligente, embora não use essa inteligenta às vezes - nesse momento ele deu uma risadinha e ela estreitou os olhos. -Não foi porque você é sexy. Não foi pela a sua personalidade, coragem... não foi por nada disso, eu juro. Me apaixonei pelo o seu coração, sem motivo algum, sem condicionamentos. Eu te amo, só isso. Amo por amar, sem razão, só sinto... e sinto muito mesmo; você nem sequer era o meu tipo de mulher, e agora é tudo o que eu mais quero. 

Pra eu me apaixonar por outra garota, só se ela for você"

Eadlyn não sabia o que dizer, só sabia que ele é tão foda quanto ela; se inclinou para baixo e, antes de beijá-lo - ignorando as pessoas que, com certeza, deviam estar estranhando a cena (ela no colo de um cara num bar e ainda o beijando), ela murmurou:

—Eu amo tanto você.

 

 

4 meses depois

 

Estão todos ali, na primeira fileira, quase em frente ao palco onde os três últimos candidatos acabaram de se apresentar. América e Maxon, orgulhosos pela a filha e o genro, e Clarkson e Kimberly - Clarkson ainda não concordava com a ideia da neta de ter desistido de uma carreira que, ao seu ver, seria brilhante, por um sonho de adolescente de ser estilista, mas amava o suficiente Eadlyn para aceitá-la com suas escolhas. Micaela e Josafah, Louise e Richard, Marcus, Diogo e Patrícia também estavam ali para prestígiar o amigo e, claro, os seus tios.

Estavam nervosos antes de sair o resultado; que não foi como o esperado. Kile ficou em terceiro lugar, ganhou 20 mil dólares. Mas ele estava feliz, e orgulhoso de si mesmo. 

Não saiu campeão, no entanto, alguns dias depois conseguiu um contrato com uma gravadora.

 

Eadlyn e Kile continuam tão apaixonados quanto antes.

 

Formatura de Eadlyn - 4 anos e meio após a final do concurso

 

Kile está de joelhos com um microfone em mãos e todos que conheciam estavam ali. Conhecidos antigos, que viraram amigos. Novos conhecidos, novos amigos. Todos. Família, colegas.

Mas ele só conseguia ver ela. 

—Você quer casar comigo? - Ele pediu, esperançoso. 

—Mesmo a gente brigando praticamente quase todos os dias? - Eadlyn provocou com um sorrisinho sacana, que Kile logo tratou de retribuir.

—Com certeza.

—Mesmo eu implicando com o seu bafo logo de manhã?

Kile revirou os olhos.

—É.

—Mesmo eu te ameaçando com um cuspe na testa toda vez que você me irritar? - Questiona enquanto morde o lábio para reprimir, inutilmente, o sorriso.

Ele bufou.

—Será que dá pra você aceitar logo? Minha perna já está começando a doer - resmungou.

Eadlyn se abaixou, não importando-se por estar com um vestido claro; colocou uma mão uma de cada lado do rosto do Woodwork e concordou:

—Eu seria louca se não aceitasse.

 

 

 

Notas de rodapé: Manoela transformou-se em uma nova Eadlyn no campus da Espanha. Seu ego inflou-se de tal forma, que Julieta começou a segui-la como uma boa discípula. Eikko está comendo o pão que o diabo amassou na empresa dos pais que, tardiamente, estão tentando colocar o garoto na linha. Marcus se apaixonou por Manoela, e tentou ser o Kile versão 2, porém não obteve sucesso... Manoela se apaixonou por Pietro, e eles reinaram juntos na universidade até que, obviamente, o conto de fadas - vulgo o curso - acabou. Daí tiveram que crescer e ver que o mundo não gira em torno do umbigo deles e que a vida real não é melzinho na chupeta.

Mas Marcus não ficou sozinho; no dia da formatura de Micaela, ele encontrou uma mulher 15 anos mais velha, e acabou se encantando. Eles estão casados e ele já tem um filho. Kile e Eadlyn continuam brigando.

E continuam se amando tanto quanto antes. 

Micaela e Josafah decidiram ir morar juntos, mas o garoto ainda não a pediu em casamento. Micaela já se conformou.

Kile fez certo sucesso depois do reality, mas 2 anos depois investiu o seu dinheiro em uma Gravado que está entre as mais famosas dos EUA, fechando contrato com artistas de renome, como Taylor Swift e Justin Bieber. 

Keadlyn se casaram cerca de 1 ano e meio após o pedido de casamento; e Eadlyn engravidou 8 meses depois. Abriu uma loja de roupas reconhecida na cidade, além de ser chamada para desenhar roupas para N celebridades. Vez ou outra, ela vende suas roupas com até 80 por cento off para pessoas com renda baixa. Kile está orgulhoso dela.

Eadlyn está orgulhosa dele.

Mas eles continuam se implicando, se odiando, se apaixonando e não vivendo um sem o outro, afinal, eles se complementam bem assim.

Muito bem, por sinal.


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Notas finais do capítulo

VOU SENTIR SAUDADE DE VOCÊS.
Algumas até considero intímas, comentaram muitoooo desde o começo da fanfic - outras desde a primeira temporada. Sério, muito obrigada.
Comentem agora, façam um comentário bem tri de despedida U_U
Até tu, fantasminha, que nunca falou comigo... juro que sou legal!

Espero que tenham gostado ♥

Esse é o capítulo final, o que vou postar agora logo em seguida, é só uma música que decidi deixar de epílogo.

ADOREI TER VOCÊS DURANTE ESSES 5 MESES DE FANFIC, SÉRIO S2
os capítulos ficavam incompleto sem a opinião de vocês, minhas cheries.