Castiel me acompanhou até em casa, colocando o braço sobre meus ombros, e por mais que eu quisesse manter nosso namoro em segredo, também gostava do calor que ele emanava, então deixei.

—Sabe, eu nunca pensei que você fosse capaz de ter sentimentos, Castiel - o provoquei.

—E quem disse que eu tenho? - rebateu, bati com meu cotovelo bem nas costelas dele, o que - ao contrário da minha intenção - o fez rir.

—Você não tem jeito - murmurei abraçando a cintura dele.

—E é isso que te deixa louca - se gabou, tudo que fiz foi rir e me afastar um pouco, com um sorriso leve.

No fim, quando eu cheguei em casa, o jantar já estava na mesa. Contei para meus pais o que eu tinha entendido sobre o evento que viria no dia seguinte e deixei de fora meu "namoro" com o Castiel.

Eu estava tão eufórica e incrédula que demorei a pegar no sono durante a noite, fiquei me perguntando como seria o dia seguinte e até quando eu conseguiria esconder isso dos outros.

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Na manhã seguinte, quando acordei e peguei meu celular na cômoda de meu quarto, havia dez mensagens do Alexy exigindo saber dos detalhes e cinco da Rosália perguntando quando eu pretendia dizer algo para ela, o que me fez ter certeza de que Alexy já tinha abrido a boca. Então, certamente Armin já sabia também. A última mensagem do Alexy me pedia para encontrá-lo no parque antes do almoço. Eram dez e trinta e cinco da manhã.

Com um suspiro fui ao banheiro e fiz minha higiene pessoal, depois voltei ao quarto onde troquei de roupa, coloquei uma blusa leve preta e um shorts vermelho, minhas casuais meias 3/4 pretas e meus all-stars surrados.

Desci para a cozinha onde minha mãe já estava preparando o almoço.

—Você anda dormindo muito - ela falou quando me viu - Seu pai deixou um pouco de café pra você.

—Acho que eu precisava descansar um pouco para o dia que virá hoje.

—Claro, querida - minha mãe falou sorrindo, me sentei em uma das cadeiras ao redor da pequena mesa que ficava na cozinha e suspirei pensativa - Algum problema querida?

—Não, nenhum - murmurei - Mãe, quando você conheceu o papai?

—Na escola, acho que eu tinha a sua idade - ela falou enquanto trabalhava nas panelas - Por quê? Existe algum garoto?

—Hã... Talvez - assumi me encolhendo - Não sei ao certo, quando tiver mais informações te conto, mas se me der licença, combinei de ver um amigo...

—Um amigo? - ela ergueu as sobrancelhas.

—Sim dona Lúcia, um amigo, com cabelos azuis e que gosta de garotos. - falei negando com a cabeça - Não é possível que você esteja tão desesperada assim para me desencalhar.

Ela riu e me deu um beijo na testa.

—Pois desmarque, Emma, você sabe que tem que avisar com antecedência...

—Mas mãe! Alexy me convidou apenas hoje! - reclamei - Se quiser posso te mostrar a mensagem.

Me arrependi assim que as palavras saíram da minha boca, afinal, se minha mãe lesse nossa conversa, ela saberia sobre Castiel.

—Não precisa, minha resposta continuará sendo a mesma, acredite Emma, isso é para seu bem - ela falou. Suspirei revirando os olhos.

—Isso é crueldade! - reclamei - Mãe, você...

—Nada do que você disser irá mudar minha resposta.

Então eu desisti. Peguei meu celular e enviei uma mensagem cancelando com Alexy e fiquei sentada na cozinha.

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Assim que cheguei na escola, Rosália se aproximou de mim, me sacudindo pelos braços.

—Até quando você iria esconder isso de mim? - ela perguntou irritada - Você pelo menos pretendia me contar?

—C-claro Rosa - gaguejei - Só precisava digerir...

—Tem certeza? Porque acho que você guarda muito as coisas para si mesma - falou me soltando, dei de ombros - Bem, não tem problema, mas nos conte tudo!

Foi quando ela disse "nos" que percebi Alexy atrás dela. O fuzilei com o olhar e ele sorriu, o que tornava impossível permanecer brava.

Contei para eles sobre o que tinha acontecido no Clube de Jardinagem, e sobre Castiel ter me acompanhado até em casa. No final eles me mandaram procurar ele e falaram que eu não devia esconder as coisas, que quanto mais cedo eu contasse, mas cedo para os demais aceitarem.

Eu acabei dando a volta no colégio inteiro, mas acabei não o achando, quando estava começando a desistir, ouvi o barulho da porta da sala onde eu parei para respirar se abrir e lá estava ele, Castiel, com seus cabelos vermelhos e seus olhos prateados.

—Se eu soubesse que era só parar para te achar, teria o feito antes - resmunguei - Por acaso estava me evitando?

—Nossa, estamos juntos a um dia e você já não consegue viver sem mim? - ele riu - Não, eu não estava te evitando, justamente pelo contrário, eu te procurava.

—Ah é?

—Sim, professor Faraize quer que todos vamos para a sala de aula, o sinal não irá tocar por causa do novo professor e você era a única que não tinha aparecido - ele explicou. Era estranho vê-lo falando assim, como se tivesse decorado todo um texto. Ele se aproximou de mim, me fazendo ficar de pé para andar até a sala, mas antes que saíssemos ele depositou um beijo em meu pescoço, o que me fez arrepiar.

—O professor está nos esperando...- murmurei sorrindo.

Logo que chegamos na sala de aula, sentamos cada um em sua cadeira. Faraize distribuiu folhas com as opções do que gostaríamos de fazer para o evento, as opções eram as seguintes: Costura, Pintura, Escultura, Fotografia e Edição visual. Não tinha nada que me interessava de verdade, por isso acabei optando pela Pintura, apenas porque parece muito com desenho.

—Tudo bem, vamos ver as equipes, caso muitos alunos tenham escolhido a mesma oficina, teremos que mudar um pouco. - explicou Faraize, começando a separar as equipes. Ele deixou a de pintura por último, porque ao que parecia, era a que menos queriam.

No final eu acabei formando equipe com Violette, Iris e Castiel.

—Eu também queria pintura - Ambre reclamou do final da sala, olhei para ela com desdém, só queria isso para ficar perto de Castiel.

—Não Ambre, você pediu fotografia - Faraize disse olhando os formulários - Aqui, veja.

Bufando, Ambre voltou a se sentar, me olhando com raiva.