Para Sempre escrita por Srta Taques


Capítulo 16
Capítulo 16 — Retornando para a banda + Desentedimentos.




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Manuela Agnes.

Desde a declaração do Joaquim, quatro semanas tinham se passado. Eu preferi não voltar para a banda por enquanto e manter o recesso por conta da prova que eu teria nos próximos dias e que seria muito puxado para mim. Eles entenderam e disseram que assim que eu me sentisse pronta, era para eu retornar a ligação.

Joaquim vinha todos os dias depois de sua escola me visitar e passar à tarde. Perguntava se não era enjoativo, pois do Vilarejo para a cidade era uma hora de estrada.

Ele disse que não. Pois já tinha passado muita coisa pior quando eu estava sequestrada e que me ver sorrir e ser feliz fazia-o muito bem e não ligava para o tempo de viagem.

Estava estudando muito nos últimos dias. Prestava muito atenção na aula, e chegando em casa já metia cara nos livros. Eu tinha a sensação de que não ia passar, mas eu não queria ficar com as criançinhas. Estava tentando fazer de tudo para passar!

A prova — que foi três dias depois da declaração — estava um pouco complicada, mas nada que eu não desse conta.

No dia, eu estava ansiosa. A professora estava passando um assunto na lousa quando a diretora interrompeu a aula e me chamou. Fui até sua sala e lá fiz a prova por quase toda a manhã.

Cheguei em casa, tomei banho e dormi. Quando acordei a noite, a Isabela disse que o Joaquim tinha vindo, mas correu depois de ter visto alguma coisa... Estranhei.

Mandei uma mensagem.

EU: Oi lindo, a Isa me disse que vc tinha vindo aqui no Vilarejo, é verdade?

ELE: É sim. Só que eu lembrei que esqueci uma coisa e não deu pra voltar, foi mal.

EU: Tem certeza?

ELE: Tenho.

EU: Vc ta estranho... é alguma coisa comigo?

ELE: Não Manu, claro que não. Eu amo vc.

EU: Se quiser me contar...

ELE: Ok, agora tenho q ir. Até amanhã ♥

Eu sabia que ele não estava bem. Ele viu alguém, ou algo que o deixou inquieto. Mas o que será?Deitei na cama de novo e fiquei relendo as mensagens tentando decifrar alguma coisa, pensei em mandar uma mensagem, mas ele já devia estar dormindo.

— Isa, você está acordada? — Perguntei, esticando o pescoço para o outro lado.

— Estava quase dormindo, mas fale.

— Desculpinha. — Soltei uma risada. — Eu estava pensando em nós voltarmos na gravadora amanhã e acertar todos os detalhes e...

— FINALMENTE!

— Não grita Isabela, estão todos dormindo...

— Ai, tá...

Virei para o outro lado e mandei uma mensagem:

Jo, amanhã eu e a minha irmã vamos à gravadora acertar os detalhes de tudo, será que vc podia juntar o resto do pessoal? Bjos.

Travei a tela do celular e o coloquei de baixo do travesseiro. Fechei os olhos e dormi.

NO DIA SEGUINTE

Téo estava na porta da escola ao lado de Matheus. Dóris brincava no balanço que tinha dentro do pátio. Eu e a Isa chegamos, eu parei no outro lado do portão e minha irmã logo deu um beijo em Téo, mas percebi que ele estava distante. Isabela também percebeu e perguntou:

— Aconteceu alguma coisa, Téo?

— Não, nada...

— Tem alguma coisa e você não quer me contar.

— Não tem nada! — Ele gritou.

Isabela se afastou e entrou na escola. Téo balançou a cabeça negativamente e coçou a nuca.

— Ela ficou brava né?

Balancei a cabeça positivamente, olhando para o chão. Matheus ficou calado, olhando pra mim.

— Manu?

— Ah Téo... Foi mal. Eu fiz que sim com a cabeça, desculpa.

— Não tem problema. Vou entrar, com licença.

Eu e Matheus ficamos na porta. Acho que ele estava esperando a Sabrina e entrei na escola, procurei pela Isabela pelo colégio inteiro, até que decidi entrar em um lugar que só eu e o Téo sabíamos, acredito que durante o tempo que estive fora ele tenha levado a Isa lá.

Então vi uma cena desconfortante. Estava ela, chorando. Pensei em ir até ela, quando vejo Omar sentar-se ao seu lado, e passar a mão pelo seu rosto a fim de limpar as lágrimas.

Isabela Junqueira.

Téo nunca havia gritado comigo. Eu não recebi aquele “não tem nada!” de forma compreensível. Ele estava me escondendo uma coisa e sabia o quanto eu me importava e me preocupava com ele, mas a forma como ele pronunciou as palavras parece ter se esquecido de tudo.

Pode parecer exagero, mas não é de hoje que ele está assim. Coincidentemente, desde que Manuela retornou. Sento-me no gramado e cruzo as pernas de forma de índio. Ponho os dois cotovelos apoiados na perna e tapo os olhos com minhas mãos. Sinto alguém se aproximar.

Não é o Téo. Não é o perfume dele.

— Isabela Junqueira chorando. — Ouvi uma risada. — Quem diria hein. Brigou com o cegueta?

Não respondi. Ele sentou-se ao meu lado e senti suas mãos passarem pelo meu rosto, de forma delicada.

— Desculpa. — Ele disse. — Pode me contar o que houve?

— É besteira, Omar.

— Sério? Está chorando por besteira?

— Afe. — Olhei para ele. — Você não tem nada a ver com isso.

— Eu só quero ser seu amigo.

— O Téo está estranho comigo, só isso. — Levantei-me e peguei minha mochila e a coloquei no ombro. — Tenho que ir, antes que alguém nos veja.

— Acho que é tarde demais. — Apontou para o portão. — Sua irmã acaba de nos ver aqui.

— Droga! — Disse olhando para Omar. — Manuela, me espera! — Gritei e saí correndo, mas a Manuela já tinha corrido dali.

Ainda demorava uns minutos para o sinal tocar. Manuela estava um pouco tristonha, colocando uma cédula de cinco reais em uma máquina de refrigerante, ao lado do bar. Parei de correr assim que a avistei, e tentei recuperar meu fôlego. Ela se abaixou e pegou a latinha de coca-cola e o troco. Pôs o troco no bolso e abriu a latinha com dificuldade. Não era nem oito horas da manhã e ela já estava tomando refrigerante...

— Ainda bem que te encontrei, eu preciso falar com você.

— Eu vi você e o Omar. Parecem namorados. — Ela disse seca.

— O que? — Indaguei surpresa. — Eu e o Omar? Sem chances, Manuela! Eu não sinto nada por ele.

— Já ele...

— Eu não te devo explicações das minhas amizades e meus relacionamentos. Mas eu sei que ficou chocada porque você é você, né irmãzinha. Acredita em tudo que ouve e vê. Não parou para pensar o motivo de eu estar ali né querida.

— É que...

— Tá, tá. Não quero saber! Não aconteceu nada com a gente, está me entendendo? Apesar de tudo, eu amo o Téo e não seria capaz de trair ele, ainda mais na condição dele. — Manu olhou para mim com uma cara de assustada e começou a me cutucar. — Que foi, Manuela?! — Então ela apontou para atrás de mim e viu o Téo.

Ahh não. De novo não! Bati minha mão na testa e respirei fundo. Omar tinha saído de onde estávamos e sorriu de lado e acenou. Ele tinha armado tudo, que filho da p... Nem terminei a palavra, só olhei para o Téo que estava com uma expressão de frieza.

— Você aceitou namorar comigo por pena Isabela? — Pude ver lágrimas saindo de seus olhos. — Fala pra mim! Que condição é essa que impede você de fazer o que quer? É a minha cegueira? Anda Isabela, fala!

— Calma Téo. — Manuela interviu. — Você está pressionando ela.

— Eu só quero que ela me responda!

— Não, não e não! Eu aceitei namorar você porque eu gostei do seu jeito, da sua forma de ver as coisas, e tantas outras... Só que pelo visto não dá mais.

— Por que não?

— É muito difícil de explicar Téo, mas é melhor a gente terminar por aqui. — E saí correndo, saindo da escola.

Manuela Agnes.

Isabela terminou de falar e saiu correndo, eu tentei segui-la, mas ela correu tão rápido que a perdi de vista logo.

— Ela terminou com você... — Falei sem jeito. — Vamos para a sala Téo, depois eu converso com ela e vocês se entendem.

— Manu. — Ele segurou meu braço. — Antes de irmos, queria que você fosse a única a saber.

— A saber do quê?

— Amanhã eu vou viajar para o Rio de Janeiro.

— Que legal! — Sorri, mas logo o desfiz. — Você não está feliz? Por que não contou para a Isa?

— Por que o que eu vou fazer lá pode enchê-la de esperanças. Meu irmão conseguiu um contato de um hospital que pode fazer eu ter visão!

— Eu não to entendendo.

— Isso já faz um tempo. Mas assim, eu não sei vai dar certo e não queria que ninguém se enchesse de esperanças. Só que a Isa entendeu errado, e deu no que deu.

— Ela só precisa de um tempo. Converso com ela e antes de você viajar vocês já estão de bem, ok?

— Muito obrigado Manu. — Ele sorriu.


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Notas finais do capítulo

Esse capítulo não teve muita coisa de interessante, espero que gostem. Também estou em outra FIC Prometa Ficar aqui na categoria de C1R mesmo. Obrigada a leitura, não esqueçam de comentar! Bjoss e até o próximo!



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