Young Gods - Interativa escrita por honeychurch


Capítulo 13
Capítulo 12




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Como todo nascido de ferro ele foi batizado tão logo saiu do ventre da mãe, e mais tarde foi devidamente afogado, morto e trazido de volta. Um dia teria sua segunda morte, e esperava que assim como na primeira, ele morresse no mar.

— ... abençoe-o com sal, abençoe-o com rocha, abençoe-o com aço.

Seu pai dizia ao jogar água salgada em sua cabeça.

— O que está morto jamais deverá morrer

Ele respondeu

— Mas deverá se erguer de novo, mais forte.

Harrion se levantou após a benção, com água pingando do cabelo para o ombro, e o vento cortante lhe dando arrepios.

— Bem – Seu pai falou esfregando as palmas das mãos em busca de calor – Me ajude a pegar o almoço.

Ele se lembrava de quando seu pai ainda era o senhor de Harlaw. Lorde Urrigon tinha cabelos cor de areia, e mantinha a barba lustrosa com um pouco de azeite, robusto e de presença marcante. Tudo isso se foi junto com seu filho mais velho, que não só tinha tirado a sanidade do pai, mas também a saúde da mãe.

Lady Alannys morreu com a dor que perder um filho lhe causou, e o marido tentou segui-la, mas não era o momento de Urrigon ser servido nos salões do Deus Afogado, e a corda que ele usara em sua tentativa de suicídio rompera. Ao invés de morrer em definitivo, seu pai renascera outra vez, e resolvera abdicar de seu papel como lorde para servir a deus.

Ninguém o confundiria com um lorde agora. Sua aparência forte, proporcionada pela boa mesa de Harlaw foi substituída por uma frágil de quem não comia nada além de peixes. O antigo lorde Urrigon agora se recusava a comer qualquer coisa nascida da terra, e sua dieta passou a se resumir a pescados, fossem frescos, ou salgados com água do mar.

— Eu sonhei com Nagga outra vez.

Urrigon disse quando já estava em sua caverna com o filho. Ambos comiam o peixe que crepitara na brasa.

— Ela revoltava o mar mais uma vez. Não Tinha mandíbula, ou dentes, e alguns de seus ossos faltavam. Uma serpente com pouco mais que cartilagem e carne. Ela quer subir o rio.

— O rei cinza matou Nagga pai.

— Mas o que está morto não pode morrer! – Urrigon exclamou comovido – Nagga renasceu! Sua mandíbula, adorna os salões submarinos, e o rei cinza tem autorização de usar a coroa que fez com os dentes da fera! Todos os grandes reis tem permissão de usar suas coroas! Eu vi! Eu vi os salões submarinos com os meus próprios olhos!

Harrion viu seu pai apontar paras as íris de aspecto leitoso. Depois de amarrar uma ancora nos pés em sua tentativa de suicídio fracassada, Urrigon teve sua segunda morte no mar, onde ele afirmava ter visitado os salões subaquáticos do deus afogado.

— Ouça o que eu digo! Nagga renasceu! Ela sofre! Nagga irá agitar sua cauda e sacudir os mares de maneira tão violenta que o deus da tempestade tentará impedi-la. Eu sei, eu vi a sombra de Nagga serpenteando pelo mar, e logo todos irão ver também.

Harrion era um homem pio, mas até ele tinha dificuldade em acreditar em todas as coisas fantásticas que seu pai dizia, principalmente quando este gesticulava dramaticamente como fazia agora.

Pegando pedaços do peixe assado e o levando a boca, o jovem Harlaw ouvia atentamente o que seu pai tinha a dizer, mesmo que não soubesse o que ele esperava que o filho fizesse. Harrion não desbravaria os mares na tentativa de matar uma serpente que fora morta séculos antes.

Urrigon notou a descrença do filho, e bebeu um pouco da água salgada de seu odre com o olhar cheio de desapontamento e impaciência.

— Você diz que Nagga sofre– Harrion disse com um pouco de peixe na boca – O que ela quer? Seus ossos de volta?

— Não! Não! Não – o ancião exclamou exasperado – Há algo que vocês não entendem, ninguém entende, mas deus sussurrou no meu ouvido, e agora eu vou sussurrar no seu, se aproxime – Harrion suspirou, não via motivos para que seu pai fosse tão misterioso se só haviam os dois na caverna, mesmo assim ele se aproximou – Você sabe o que aconteceu com o sangue de Nagga?

— Se derramou no mar quando o rei a matou.

— Mas aquela imensa fera tinha muito sangue para derramar, parte dele coagulou, formando uma enorme pedra negra e oleosa. Agora Nagga quer que o que restou de seu sangue esteja mais uma vez perto do mar, perto do sal, e perto de deus.

Harrion se afastou e limpou as mãos na calça. Vasculhando em sua cabeça de todas as histórias que ouviu durante a infância, tentou se lembrar de uma pedra negra.

— Você está falando do trono de pedra do mar? O trono dos Hoare?

Urrigon concordou com a cabeça.

— Os grandes reis Hoare que agora se banqueteiam nos salões submarinos não sorriem com os outros homens, eles choram amargamente pelo o que sua linhagem se tornou, corrompida, impura! Seus descendentes são agora tão verdes quanto grama. Eles querem ver as ilhas mais uma vez sendo governadas por um verdadeiro nascido de ferro, eles imploram ao deus afogado! Por isso deus libertou Nagga! Para que ela fosse atrás de seu sangue, para que mais uma vez tenhamos um nascido de ferro no trono.

— Pai, pai me escute – Ele disse tentando acalmar o exaltado sacerdote – Se lembra de Alys? Alys, sobrinha de minha mãe, sua sobrinha também. Quando você partiu ela era uma criança, mas agora é praticamente uma mulher. Ela vai se casar com o príncipe, vai se tornar sua rainha, os filhos dela terão o sangue dos Greyjoy, verdadeiro sangue dos nascidos de ferro. Não precisamos de Nagga.

Mas o antigo lorde balançou a cabeça negando de maneira violenta, como uma criança birrenta que se recusava a aceitar que não podia comer doces antes do jantar.

— A jovem Alys não se casará com o príncipe.

— Foi o próprio lorde Boremund quem me disse. Esse sempre foi o desejo dele, e agora o próprio rei deu início às negociações. Alys será a mãe do próximo rei.

— Não ela não vai! Ela não vai se casar com o príncipe!

— Como você pode saber?

— Eu sei porque Nagga está em revolta.

— Nagga está morta! Não restou nada dela além de uma pilha de ossos em uma praia!

Harrion se surpreendeu com o seu tom de voz, mesmo assim não se desculpou. Seu pai poderia acabar executado por traição, apenas por ouvir uma serpente.

Ele viu os olhos de Urrigon se encherem de surpresa, seus filhos nunca falaram com ele daquele jeito, seu segundo filho em especial. O homem se calou, se levantou e foi até a entrada da caverna, de onde podia ver as ondas de seu deus.

— Você não me escuta – O sacerdote disse com a voz agora calma – Mas se eu digo é porque eu vi. Nagga está nervosa, ela vai agitar os mares, e o deus da tempestade vai tentar impedir, e depois desse dia os rumos irão mudar. E se quer saber mais, um príncipe vai morrer.

Urrigon voltou a olhar para o filho, e foi até uma bolsa de pano cheia de qualquer coisa.

— Preciso que confie em mim, eu escrevi minhas visões, estão todas aqui. Você tem que enviar cada uma dessas cartas para os lordes das ilhas. Depois que acontecer ninguém vai acreditar que eu antevi – O sacerdote ofereceu a bolsa para o filho, agora se parecendo com a mesma criança de antes, mas que mudava de estratégia e se mostrava mansa na tentativa de conseguir o seu doce – Eles não vão saber o que a tempestade é, ou por que ela está acontecendo. Se você não acredita em mim, ao menos me dê a chance de que alguém acredite.

Com um suspiro Harrion pegou a bolsa do pai, mas sem intenção de enviar carta alguma.

Gwynesse apareceu correndo quando viu o irmão atravessar os portões do castelo. Seus cabelos cor de areia estavam meio soltos, e completamente desgrenhados. Ela sorriu e tirou um fio desobediente do rosto.

— Nosso primo está aqui! – A irmã de Harrion disse com o entusiasmo de quem dá boas notícias – Ele pediu para passar a noite, você não estava, mas achamos que você não iria se importar.

Harrion acenou com a cabeça.

— Qual primo?

— Ah, Edric, ele está com o navio aportado. Eu sinto falta dos nossos parentes Greyjoy, mas principalmente de Alys, você não?

Agora eles caminhavam juntos. Gwynesse era muito vivaz e ativa, e nunca precisava de resposta para manter uma conversa.

— Alys disse que vai fazer um retrato meu, mas até que nos vejamos outra vez, eu irei ter rugas. Soube que no continente todas as damas bem nascidas tem seus retratos pintados, você poderia contratar um artista para pintar o meu e de Lynesse. Pense bem, como temos o mesmo rosto, um só iria servir para as duas, é bem econômico.

Harrion esboçou um sorriso, ouvindo Gwynesse enquanto os dois passavam pela porta principal.

— E é claro, um retrato de Salyna! Ela é tão bonita! Você vai querer que os futuros Harlaw saibam que você teve uma esposa de Sal tão linda.

— Você não acha que talvez eu queira um retrato meu primeiro?

Agora foi a vez de Gwynesse rir.

— Mas por que? Você sempre tem a cara de quem está engolindo vespas, quem pintaria isso?

Harrion puxou a irmã bagunçou os cabelos dela. Talvez faltasse um pouco de requinte em Gwynesse, mas nela isso só ajudava para que fosse uma moça adorável.

— E onde está Lynesse?

Ele finalmente perguntou.

— Ah, ela está garantindo que Edric fique confortável enquanto o quarto dele fica pronto, e Salyna está tomando conta para que nosso primo tenha um bom aposento.

— E onde eles estão?

— No salão principal, esperando por você.

Harrion pediu para a irmã ir buscar o Meistre pois ele queria vê-lo. O jovem lorde tinha a sacola que o pai tinha lhe dado em uma das mãos, e pareciam mais pesadas do que tinham o direito de ser. Harrion queria se livrar delas, e também queria pedir, o quanto antes, para que seu meistre providenciasse uma poção que fizesse um homem ter noites tranquilas e sem sonhos, Urrigon iria se beneficiar dela.

Quando Gwynesse saiu saltitando para atender as ordens do irmão, Harrion foi até o seu salão principal. Gwynesse era espevitada, mais interessada na sobremesa do dia, do que em rapazes. O mesmo não podia ser dito de Lynesse, que sempre se apaixonava pelo ultimo jovem que visitasse o castelo, e implorava ao irmão que arranjasse um casamento entre ela e o tal rapaz.

Ele tinha motivos para se preocupar em deixá-la sozinha, garantindo conforto a alguém.

Harrion não se arrependeu de suas desconfianças, quando ele entrou no salão Lynesse servia vinho ao primo, corada e sorridente, com Edric dizendo algo para ela que a fazia corar mais e se inclinar em sua direção.

— Lynesse! – Harrion disse alto o bastante para que os dois o notassem ali. Sua irmã se endireitou constrangida, agora ela tinha um motivo justo para estar corada – Por favor, deixe a jarra na mesa, eu vou manter o copo de nosso primo cheio, vá ver se Salyna precisa de alguma coisa.

Ela concordou e deixou a jarra, tremia tanto que quase derramou a bebida. Edric parecia menos constrangido, na verdade continuava perfeitamente tranquilo, como se estivesse no salão da própria casa.

Harrion encheu uma taça para si, se sentou diante do primo, apoiou os pés na mesa e cruzou as mãos na barriga, por fim ele ergueu o queixo. Finalmente Edric pareceu entender que seu primo Harlaw não iria rir e corar para fosse lá o que ele tivesse para dizer.

— Obrigada por me receber

Disse de cabeça baixa depois de limpar a garganta.

— Você é família, minha lareira sempre estará disponível para um Greyjoy.

Edric riu pelo nariz, por um motivo que Harrion não foi capaz de entender.

— Bem, eu agradeço.

— Sua irmã gostou do presente que eu mandei para ela?

O rapaz Greyjoy rolou os olhos.

— Ela adorou, é a única moça que gosta mais de ganhar livros do que jóias, nem o fato de estar tudo escrito em valyriano foi capaz de desanimá-la Foi meu pai quem detestou o presente, ele odeia esse passatempo que Alys arranjou, e te está quase te odiando mais ainda por incentivá-la.

Harrion sorriu se lembrando da prima.

— Eu não vejo nada de errado, é uma atividade apropriada para uma dama como Alys, algo que a mantém entretida em casa, e é algo delicado.

— Delicado? Não há nada de delicado naquilo, o mestre pintor que esteve conosco ficou chocado por ela querer aprender, aparentemente não é comum que uma mulher se atreva a se iniciar nesse ofício. Ele só concordou em ensiná-la porque meu pai o ameaçou com um machado. Mas bem, o resultado final pode ser delicado, mas o processo não é. Ás vezes quando acabamos de comer, Alys vai até os restos de capão e seleciona quais ossos ela quer, como se fosse algum tipo de bruxa louca, depois ela os aquece e os mói. Tudo por que ela precisa do pó para preparar a madeira na qual vai pintar. E isso é claro quando eu não a vejo cuspindo no pó e pondo a mistura no painel. É tudo tão repulsivo. Ela passa o dia moendo coisas e lidando com ovos para fazer tinta. Nunca mais a vi com mãos limpas.

— Existem ocupações piores, eu imagino que quando ela for para a corte não irá lhe restar tempo, mas ao menos ela poderá se cercar de tantos artistas quanto achar necessário.

— Bem – Edric mexeu seu vinho e se inclinou para frente – A mão da minha irmã é bem requisitada desde que ela nasceu. Somos uma família que pode traçar a linhagem de volta até o rei cinza, isso já era motivo o suficiente para que qualquer senhor visse nela uma boa esposa, e como ela cresceu e se tornou uma jovem bonita, de bons modos e...

Harrion suspirou cansado.

— Eu já sei de tudo isso, primo.

— O que eu quero dizer é que choviam pretendentes antes do rei afagar meu pai com uma proposta, e se o noivado acabasse os pretendentes voltariam.

— E por que o noivado acabaria?

— Pergunte a Bennard. Recebemos a notícia de que pelo bem do reino o rei foi obrigado a desconsiderar nossa dama, e o príncipe irá se casar com uma vadia qualquer da Campina, isso é claro se ainda não casou. Ninguém sabe ainda, e eu vim aqui especialmente para te contar.

Harrion tirou os pés da mesa. Lynesse havia deixado um pouco de queijo e pão, ele cortou um pedaço do primeiro, mas não o comeu.

— Me contar?

— Sim! Bem, eu sei que você gosta dela, ela sempre foi sua criança favorita, e agora não é mais uma criança. Alys está em uma boa idade para se casar, ou estará em pouco tempo. Estou te contando primeiro, pode ir até o meu pai e pedir a mão dela, ele vai consentir em um instante, mas não pode deixar que ninguém chegue lá antes, pois agora ele quer casá-la a todo custo. E além disso eu tenho certeza de que quando estiver feliz ao lado de uma boa esposa, você vai se lembrar de que eu, que o respeito mais do que qualquer outro senhor, eu lhe ajudei a conseguir a noiva.

As sobrancelhas de Harrion estavam fincadas, ao longe a voz de seu pai ecoava dizendo que Alys não se casaria com o príncipe, mas isso era fácil de ignorar, o sorriso confiante de seu primo nem tanto.

— Me diga Edric, você já foi a Essos?

— Você sabe que não.

— Bem, o modo como você fala da sua irmã me faz lembrar de uma deusa que no passado era cultuada em algum lugar de Essos.

— Uma deusa?

Edric perguntou com as sobrancelhas levantadas de quem toma uma meta como alcançada.

— Sim, uma deusa. Uma deusa da beleza e do amor. O nome, que ficava na boca de todos os enamorados que esperavam um dia estarem perto de seus amados. Um pescador me contou a história dela. Bem, seu pai foi um grande deus, mas foi destronado pelo filho, esse mesmo filho castrou o próprio pai e jogou os colhões dele no mar. Assim a água foi fecundada, e a deusa surgiu da espuma do mar.

O sorriso de Edric morreu quando ele viu Harrion se levantar e tirar a adaga da bainha, para um segundo depois pressionar a lâmina fria contra o seu pescoço.

— Da próxima vez que falar da sua irmã como se ela fosse uma ovelha para ser negociada, eu juro que corto seus colhões e os jogo no mar, vamos ver se a espuma vai trazer algo além de sangue.  

Edric exibiu as mãos desarmadas.

— Tudo bem, tudo bem, me perdoe, eu só estava pensando na sua felicidade... – Ele engoliu seco – E na da minha irmã é claro.

Harrion olhou para o primo e, mesmo sem encontrar qualquer sombra de honestidade em seu rosto, afastou a lâmina para meio segundo depois cravá-la no tampo da mesa. Ela ficou lá, em pé, suavemente balançando.

— Essa é uma grande ofensa à sua irmã, à sua família, e a essas ilhas. Isso não te incomoda?

Edric estava ocupado apalpando o pescoço em busca de danos.

— Não... E por que me incomodaria? Nunca fui simpático a esse arranjo, sempre senti que os Hoare só o ofereceram na tentativa de se certificar que ficaríamos na linha. Como se fosse necessário, oferecer um barril de vinho é o bastante para conquistar a lealdade do meu pai, oferecer um noivo é exagero.

— Eu duvido que seu pai não tenha se ofendido com essa desfeita.

— Meu pai? Ele apenas dá de ombros e puxar uma criada para o colo.

— E seu irmão?

— Ah, ele é diferente, prefere levar a criada para o quarto.

Harrion suspirou tirou a adaga do tampo da mesa e a devolveu para a bainha.

— Uma boa mulher, com o sangue nobre de uma nascida de ferro, trocada pela filha do homem que cometeu tamanha carnificina contra o nosso povo.

Ele disse voltando a se sentar, as cartas que seu pai tinha lhe entregue repousavam onde Harrion as deixara, e ele não podia pensar em nada alem do modo convicto com o qual Urrigon afirmara que Alys não se casaria com o príncipe.

— Você já viu o príncipe?

Harrion perguntou ao primo, que afagando o pescoço respondeu que não.

— Nem eu. Ele nunca pôs os pés aqui, e ainda sim será o nosso rei.

­– Se ele sobreviver é claro, dizem que nosso príncipe é um pobre moribundo, que desde a infância sempre esteve com um dos pés na sepultura.

Lorde Harlaw olhou para o primo, que sem sua confiança afetada, ele não passava de um fofoqueiro que acreditava ter ótimos artifícios.

— Por favor Edric, saia.

O rapaz Greyjoy pareceu confuso por um momento, mas sendo racional o bastante ele acenou com a cabeça e saiu do salão.

Harrion esperou que a grande porta de mogno se fechasse para então afundar a mão na sacola que seu pai havia lhe dado e tirar de lá uma carta. Uma coisinha pequena, enrolada em um tubinho suficientemente pequeno para caber na pata de um corvo. Ele quebrou o selo, que não era nada além de um pingo de cera e abriu a mensagem.

Tudo o que Urrigon disse estava bem ali, Nagga agitando o mar para buscar o seu sangue, os reis Hoare do passado chorando por sua deturpada descendência, e por fim a menção de que apenas uma assembléia de homens livres poderia trazer de volta um legítimo alto rei para as ilhas.

Quando o meistre que ele pedira para Gwynesse ir chamar apareceu no salão, Harrion pôs de lado sua intenção de fazer com que as noites do pai fossem livres de sonhos.

— Prepare corvos – Ele disse para o meistre – tenho muitas cartas para mandar


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