Além Digimon escrita por Kevin


Capítulo 8
Capítulo 8: Qual é o nosso destino? - Parte 2


Notas iniciais do capítulo

A travessia de um rio da a oportunidade de Armadinomon e os humanos vivenciam uma estranha evolução.



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- Então... Nesse caso o Servidor é Deus. Eu sei que talvez uma das duas não acredite em Deus, mas... O tal Servidor está no Pico da Força. Se ele vê e sabe tudo, criou a tudo... Se Baromon disse para um dos dois ir até lá, seja Valéria ou Armadinomon... O Servidor vai saber nos enviar de volta. Se formos até lá, independente de qual dos dois deveria ir, parece que conseguiremos alcançar ambos os objetivos. Quero dizer... Não sei explicar muito bem, ainda estou um pouco confuso. Mas, temos outro caminho a seguir? Acho que ficarmos aqui pode causar problemas para Palmon e Baromon se alguém da vila nos ver. -

 

Fabrício naquele momento tinha convencido a todos com suas palavras. Se eles fossem até o pico da força porque Valéria estava certa, iriam para casa. Se fossem por Armadinomon estar certo, o digimon teria seu perdão e haveria a possibilidade daquela entidade os mandar para casa, afinal era Deus. De tudo, o mais importante era, afastar-se das proximidades da aldeia de Armadinomonovarde. Não poderiam ficar ali e deixar que descubram a farsa da morte deles.

 

Não precisou que ninguém mais falasse. Os olhos de cada um confirmavam que iriam até o Pico da Força. Independente de quem estava certo, era a única coisa que tinham para fazer, até porque precisavam sair das redondezas da Vila de Armadinomonovarde.

 

- Temos que atravessar o rio. A correnteza parece fraca, mas vou ver o quanto temos que subir para chegarmos do outro lado. -

 

Valéria sabia que a travessia do rio poderia ser difícil, então já sabia que para chegar na outra margem, exatamente no ponto que queria teria de subir um pouco o leito do rio. Ela começou a subir parecendo contar os passos.

 

Bárbara sentou-se próxima a uma árvore, para poder descansar um pouco. Fabrício enfiou as mãos nos bolsos, e lembrou-se do MP4 e os códigos que entraram nele, assim como as USB’S das árvores.

 

- Agora eu lembro... Essa coisa sugou os dados de Dorumon.-

 

Armadinomon assustado foi até Fabrício apressado. Eles olhavam o aparelho e agora estava ligado, não mostrava o que deveria mostrar normalmente. Mexendo no aparelho mostrava três de ícones diferentes. Dois estavam inativos, e não podiam ser selecionados, mas podiam ser vistos. O terceiro tanto estava ativo quanto podia ser selecionado.

 

- Talvez você saiba o que são essas coisas. -

 

Bárbara levantou-se falando com a Armadinomon, não dando chances de Fabrício confirmar a seleção do ícone possível de selecionar. A menina apontou a entrada USB na árvore.

 

- O olho do Servidor. Por ele o Servidor sabe o que acontece em cada parte do Digi-mundo. Não interfere, pois não é a função da divindade. Mas, desta forma está sempre inteirado de cada ação de cada digimon, ou criatura. Mas, tem quem acredite que o poder do Servidor pode se manifestar por esses olhos. -

 

Fabrício ficou observando o MP4. Realmente era estranho ele ainda funcionar depois de ter molhado. Ele se lembrava que já havia lido na Internet que alguns programas de computadores, feito para coisas ilícitas, conseguiam alterar a programação original de muitas coisas. Certamente foi o que aconteceu com o Mp4. Ele não sabia muito a respeito, mas leu sobre um que fazia com que os Pen-drives virarem coletores de dados, quando era conectado em alguma maquina, automaticamente ele copiava os dados para dentro da sua armazenagem, e destruía os originais.

 

- Bom... Quando conectamos o MP4 nele, escritas esquisitas apareceram. Se for assim que o Servidor nos vigia, então faria sentido o MP4 ter absorvido os dados do seu amigo azul... O Dorumon. -

 

Fabrício pensou por alguns segundos. De computador ele entendia, eram informações digitais sendo passadas de um local para outro. Seria possível aquilo.

 

- Cara, você viaja! Mas tudo bem... Se entendi... Essas coisas são o Olho do Servidor. Explica-se porque aconteceu aquilo... O MP4 não faria isso sozinho... Mas, o que é exatamente absorver os dados que não entendi até agora? Como sabe sobre absorver dados Fabrício? -

 

Valéria que chegava de sua verificação de correnteza, escutou a explicação sobre o Olho do Servidor. Ela estava mais com desdém para com o rapaz do que com interesse no que ele tinha para contar. Tanto que o próprio Fábricio sabia disso e simplesmente a ignorou começando a ir para o ponto que ela havia marcado como seguro para a travessia.

 

Após chegarem ao ponto onde Valéria acreditava que seria seguro para eles, começaram a entrar no rio para atravessá-lo. Teria que ser nadando. O rio tinha uma correnteza fraca, podiam nadar com calma. Apesar de estar sendo fácil, era nítido que estavam preocupados.

 

Armadinomon estava preocupado com a distância, era razoável a distância que eles teriam de nadar. Também temia algum digimon marinho predador atacá-los. Não era comum, mas medroso como só ele poderia ser, para ele não seria surpresa aparecer algum digimon para atacá-los bem ali no meio do rio.

 

- Armadinomon... Fique tranqüilo que vamos chegar ao outro lado sem problema nenhum. -

 

Valéria se aproximava do Digimon, parecia nítido que ele estava com medo da travessia.

 

Bárbara lembrava-se do momento que chegaram no Digi-mundo. Sua quase morte por afogamento vinha em sua cabeça rapidamente. Ela tinha medo de algo acontecer, qualquer coisa que lhe fizesse se afogar novamente. Ela nada no estilo cachorrinho, mantendo a cabeça para fora da água a todo o momento. Nadava bem próxima de Fabrício para que ele pudesse socorrê-la caso fosse necessário.

 

Fabrício sorriu para ela quando a viu de seu lado na água. Ele não sabia exatamente o motivo dela nadar próximo a ele. Mas, talvez não tivesse percebido porque ele estava pensando em Mauricio. Valéria também pensava no rapaz que estava desaparecido.

 

- Ei! Armadinomon... O que era o tal Ritual do Guerreiro? -

 

Fabrício queria não pensar no irmão naquele momento. Parecia um assunto interessante. Parecia ser algo importante.

 

- Ahn... Quando um digimon atinge um certo tempo de vida, ele passa pelo ritual para tornar-se guerreiro. É uma cerimônia de prova do espírito guerreiro. -

 

Armadinomon não gostou muito do assunto, ficou encabulado e lembrava-se de seu fracasso. Se não tivesse fracassado nada daquilo estaria acontecendo. Mas, não queria ser rude com Fabrício, ele nada conhecia daquele mundo, era normal ser curioso, ainda mais sobre algo que escutava falar o tempo todo.

 

- Então é quando você sai de criança e se torna adulto? Então você é um adulto agora? -

 

Bárbara perguntou tentando entender. Para ela parecia-se com uma festa de 15 anos, ou mesmo uma de 18 anos. Marcava a passagem de quanto a pessoa deixava de ser criança e passava a fazer parte do mundo adulto. Contudo depois ela ficou pensando, ele não poderia ser um adulto se havia fracassado no ritual. Nada fazia sentido para a menina.

 

- Adulto? Não, não! A forma adulta requer muita experiência e energia. O Ritual nada tem haver com a passagem de criança para adulto. Até porque nenhuma criança faz o ritual, somente quando se esta na fase de treinamento. -

 

Ninguém entendeu o que foi dito. Parecia que os digimons tinham uma constituição de tempo diferente da deles. Não era o momento de tentar entender ou explicar. Com aquela volta ao silêncio fora inevitável pensar no Mauricio. Tanto Fabrício quanto Valéria.

 

Irmão e namorada sabiam da fobia de Mauricio. Imaginavam se ele teria se salvado, sele estaria bem. Imaginaram ao mesmo tempo o corpo de Mauricio boiando, descendo o rio levado pela correnteza. Imaginavam o corpo passando bem na frente deles. Não tinha como negar que estavam preocupados.

 

- Não! -

 

Fabrício e Valéria, ambos pensando em Maurico acabaram assustando-se com o que imaginavam. E com isso começaram a afundar no rio. Bárbara tentou ajudar a Fabrício a se acalmar. Ela sabia nadar, mas estava temerosa até aquele momento, Fabrício ao ver a mão de Bárbara em si começou a parar e acalmar-se. Ele batia os pés para não afundar mais, mas a correnteza fazia o trabalho de ir levando-o.

 

Valéria foi levada pela correnteza. Armadinomon tentou puxá-la, mas estava sendo impossível. Enquanto nadavam concentrados, a correnteza não os levava para muito longe. Contudo parados, eles não conseguiam manter a rota. Não era para tal coisa acontecer com uma correnteza tão fraquinha quanto aquela.

 

- O MP4! Ele ta indo na correnteza. -

 

Bárbara viu o aparelho sair do bolso e começar a fundar e descer o rio. Fabrício mergulhou indo atrás do aparelho. Agora cada qual estava separado em uma ponta do rio.

 

Valéria subia e afundava a todo o momento no rio. Ela pensou em tirar a mochila das costas. Mas, lá estava o mapa que havia feito. Não poderia fazer aquilo, também precisavam do material nela. Armadinomon já havia ficado longe dela.

 

- Esse aparelho... Eu preciso manter-me com ele para... Peguei. -

 

Fabrício aperta o aparelho na mão para não o soltar, ou escorregar. Ele pressiona com força apertando um botão.

 

“ Forma Adulta! Enviando energia”

 

Fabrício escutou aquela voz vindo do MP4 e uma luz saiu do MP4. A luz foi forte e saiu como um círculo

 

Armadinomon viu a luz que se aproximou rápido dele. Sentiu seu coração pulsar forte. As veias de seu corpo forçarem os músculos, como se quisessem pular fora do corpo. Sentiu suas garras aumentarem e suas patas em uma completa queimação. Seu corpo alongava-se enquanto algo fazia sua calda pesar. Ele gritou de dor.

 

Valéria desapareceu dentro da água. No fundo ela fora acertada por algo de metal. Ela tentando ver o que era, viu algo deformado, parecia um peixe, mas tinha uma ponta de ferro em sua calda, algumas partes metálicas e estava completamente dilacerado.

 

Valéria viu a criatura ir para cima dela parecendo abrir a boca, contudo ela já perdia o fôlego. Sentiu uma grande corrente de água a sacudi-la. Em um esforço de subir ela, ainda imersa, viu uma bola de ferro com espinhos passar próximo a ela, e algumas coisas brilhantes irem até ela. Ela não sentia mais seu corpo.

 

Fabrício já conseguia continuar nadando para margem e Bárbara fazia o que podia, mas assustada vinha descendo na direção de Fabrício.

 

Armadinomon parou de gritar e também desapareceu dentro a água. Fabrício segurou Bárbara quando ela chegou perto. Ele olhou procurando aos dois. Nada viam a não ser água. Dentro da mochila que estava com Valéria estava o mapa. Agora eles estavam sem rumo.

 

- Aqui já consigo ficar de pé. -

 

Bárbara sentindo que seus pés tocavam o solo falou a Fabrício que consegui tocar o fundo do rio. Ele olhou estranhando. Armadinomon e Valéria estavam mais à frente deles, e passaram por aquele ponto. Seria aquilo uma rocha ou banco de areia?

 

Uma tossida como quem havia engolido água é escutada. Os dois se viram e vêem Valéria sentada dentro d’água. Eles foram até ela e caíram sentados. Sentiram um tremor. Perceberam que a terra subia e descia lentamente, como se respirasse.

 

- O que está acontecendo agora? -

 

Fabrício olhou procurando entender o que acontecia. Procurava também por Armadinomon, mas não o encontrava.

 

- Eu não sei o que aconteceu... Não sei mesmo! Mas, parece que o Servidor quer que cheguemos do outro lado ao menos. -

 

A voz estava mais forte e grossa, mas podiam reconhecer a voz de Armadinomon. Assustados com aquilo eles perceberam estar em cima do digimon. Porém, ele estava muito maior, não havia mudado muito, mas seu tamanho era enorme, e a calda possuía uma bola de aço com inúmeros espinhos.

 

- O que aconteceu? -

 

Bárbara estava surpresa com aquilo. Ela não sabia o que dizer. Estava feliz por estarem todos bem e podia notar que Armadinomon também estava feliz.

 

- Isso é a Digi-evolução! Mudamos de corpo e ganhamos mais força e habilidades. Requer muito treinamento, mas o Servidor por meio daquele brilho me deu o poder para salvá-los. Agora eu sou um adulto. -

 

- Realmente! O brilho veio do MP4. Mas, agora ele não esta mais funcionando. Ta desligado. Será que estragou quando molhou? -

 

Fabrício mexia no aparelho sem saber o que teria acontecido. Levou um bom cascudo de Valéria. Ele não se lembrava que ele já tinha molhado uma outra vez. Eles riram da situação. Armadinomon falou-lhes que aquela forma era a de um Ankilomon, mas Fabrício brincou que ele continuava a ser o Armadinomonovarde e que logo ele acabaria mostrando alguma covardia, mesmo nessa fase. Aquele comentário lhe rendeu um novo cascudo de Valéria, mas acabaria sendo verdade.

 

Próximo a margem, Ankilomon já se sentia seguro de estar em terra. Fora dar um passo já em terra e descer aos três de suas costas, mas sentiu algo em seu rosto. Ele não viu de onde ou como. Só sentia que estava sendo atacado por chamas.

 

Valéria, Bárbara e Fabrício caíram de cima das costas de Ankilomon. Eles viam o gigante tatu ser atingido por chamas azuis.

 

- Socorro! Socorro! -

 

Fabrício estava certo, não demorou para que o amigo digimon mostrasse algum sinal de covardia. Sendo acertado pelas misteriosas chamas azuis, ele começava a pedir ajuda. As chamas pararam, Ankilomon estava atordoado. Um borrão branco saltou em meio aos quatro. Todos dentro d’água podiam ver, pelos brancos, listras roxas. Um lobo gigante olhando-os ferozmente.

 

Os humanos reconheciam aquela criatura, ela os viu ao chegarem no digi-mundo. Ankilomon estava a tremer, ele sabia quem era, e o temia.

 

- O Assassino Branco! -

 

Ankilomon viu uma nova rajada de fogo azul ir contra ele.


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Notas finais do capítulo

Desculpem pela demora...
Estou tendo problemas tecnicos com o acesso a internet.



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