Além Digimon escrita por Kevin


Capítulo 3
Capitulo 3: Batalhas – Parte 1


Notas iniciais do capítulo

Cenas do passado de Bárbara são revelados.
O três sobreviventes do acidente tentam resisistir ao desespero e as frustrações, mas são surpreendidos por uma voz estranha.



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A noite estava bem fria, mas a música estava bem alta. Havia muitas barraquinhas, pessoas encapotadas em blusas e outras roupas grossas. A menina de cabelos castanhos escuros usava um gorro vermelho, uma blusa de manga longa também vermelha, feita de pura lã e uma calça Jeans. Ela estava bonita, chamava bastante a atenção dos habitantes locais, principalmente dos jovens da idade dela, pois a pele um pouco bronzeada era algo exótico para as pessoas daquela cidade que eram quase todos descendentes de imigrantes. Chamava também a atenção de jovens mais velhos.


– Então Bárbara... Você é mesmo Bárbara... Nossa... Muito linda... Mas... Fala a verdade... Você não tem treze anos, parece ter uns... Dezesseis... -





Um jovem loiro de olhos claros conversava com Bárbara próximo a uma barraca de pipoca. A prima de Bárbara havia deixado-a sozinha com o garoto, um amigo que após muito insistir conseguiu convencer a amiga a apresentar a prima.








Claro que a prima de Bárbara advertiu que ele poderia falar e tentar o que quiser, que a menina não iria ficar com ele, e nem ao menos lhe dar um beijinho que fosse. Ela era um pouco tímida, mas não era sonsa como as menininhas que o amigo costumava pegar nas festas da cidade.










– Se não quiser acreditar... Tudo bem... Mas eu acredito que você tem dezoito. Te vi dirigindo mais cedo, e você tem cara de velho. -













– Então... Andou reparando em mim. Que bom... Eu andei reparando em você também. -
















O rapaz não perdia uma deixa, sempre que ela falava, ele sabia exatamente como deixar claro que ele estava interessado nela. A fala doce de Bárbara, e o jeito tímido facilitavam as coisas para o rapaz, ela mesmo sendo evasiva e se fazendo de sonsa deixava ainda brechas para ele continuar o papo.

















Sim, o rapaz percebia que ela estava sendo evasiva, ela sempre procurava a prima com os olhos, não olhava-o diretamente, sempre evitando olhá-lo nos olhos. Em cada uma de suas falas colocava um defeito que ela via nele, de forma branda só como se fosse uma coisa boba, mas que ele percebia que era a forma dela recusar o que viria a seguir, ou pelo menos o que ele queria que viesse a seguir.

















– Se eu gostei de alguém aqui? - A menina ponderou.– Olha não faz essa pergunta que eu não quero te ofender. -

















Bárbara ficou sem jeito de responder aquela pergunta. Ela não costumava mentir, a pergunta do rapaz a deixou meio sem saber o que fazer.

















– Querida! Não vai magoar, não! Vamos lá diz ai... Se interessou por alguém? -

















– Eu não disse magoar e sim ofender, mas se insiste... - A menina revirou os olhos rapidamente. – Eu não me interessei por ninguém, acho vocês daqui todos muito parecidos... A maioria lembra um ratinho. -

















Aquela resposta quebrou o rapaz em dois. Bárbara realmente sabia dar respostas difíceis, ela costumava ser sincera, mas não a ponto de magoar as pessoas. Sempre tomava o cuidado de não falar nada que fosse indelicado, e quando não conseguia medir as palavras preferia dizer que não queria responder aquilo. Qualquer um ficaria abatido naquela situação. O rapaz de 18 anos, acabava de ser insultado pela garota de 13, mas ele era persistente.
















– Olha... Eu vou me apegar ao fato de você ter tido que a maioria é assim... Bom, não sou a maioria e vai ter que dizer na minha lata que sou um rato, enquanto isso não acontecer... Eu continuo aqui te querendo. -














O show havia começado e estava alto o som. Na barraca, chegou uma mulher gritando. Naquele momento, nenhuma das duas se conhecia, e nem se lembrariam uma da outra pela manhã, mesmo elas tendo trocado algumas palavras.














– Com Licença? -
















Pedia Valéria querendo passagem

















– Desculpe! -

















Respondeu a menina saindo da área de venda da barraca.

















Enquanto comprava uma bebida Valéria escutava o garoto dando idéia na menina. Ela ficou admirada, achava que o papo do pessoal do interior era mais sem graça, mas, o “roceiro” como o apelidou, realmente estava falando coisas interessantes para tentar conseguir a menina.

















– Vem cá guria... Beija logo ele... Ou manda o coitado ir procurar outra boca para beijar... Batalha ganha é boca beijada... E não amizade feita...-

















Valéria tocou no ombro de Bárbara ao dizer aquilo e depois sumiu no meio da multidão dançando. Uma não viu o rosto da outra, por isso não se lembrariam uma da outra.

















– Bom você ouviu a bêbada... Procura outra boca para batalhar... -

















Bárbara aproveitou e saiu para procurar a prima. Com isso a noite avançou. Perto das 4 da madrugada, ela, a prima e o cortado amigo iam caminhando para casa vagarosamente. O namorado da prima reapareceu do nada, com isso Bárbara mais uma vez ficava sozinha com o menino. A rua estava mal iluminada, eram estradas de paralelepípedo e eles desciam um pequeno morro. Bárbara não guarda rancor ou via muita maldade nas coisas, diferente das amigas da idade dela, ela ainda agia de um modo um pouco infantil, por isso não ligou para a situação de mais uma vez estar sozinha com o rapaz que passou a noite toda bajulá-la querendo um beijo dela.

















– Mas... Você não me disse, acaso já beijou? -

















Bárbara respondeu com a cabeça que não. Ela sabia que ele tentaria convencê-la de beijá-lo, já estava preparando uma boa resposta para ele. Ela diria se ele teve a oportunidade de beijar quem quisesse ela queria ter a mesma oportunidade, e perguntaria no final se ele entedia o que ela estava dizendo. Era o trunfo dela para se livrar dos garotos chatos. Se ele respondesse que sim, ele não tentaria nada. Se respondesse que não, ela diria que por isso não o beijava.

















– Mas... Você nunca teve curiosidade? -

















– Sabe... Agora você me pegou. Eu sou uma pessoa muito curiosa sabe, sempre fico perguntando as pessoas que gosto e confio se isso acontecer, o que seria aquilo outro. Mas, beijo mesmo... Não. Nunca tive curiosidade para ver como é. -

















Ao escutar aquilo o rapaz reparou que ela não lhe perguntou nada, apenas respondia as perguntas dele, comentava sobre sua vida, mas não quis saber nada da vida dele ou mesmo perguntou algo. Então ela não gostava e nem confiava nele. Aquilo fez o sangue do rapaz ferver, passou a noite toda para escutar que não confiava nele? Se ele quisesse poderia tê-la embebedado logo no começo, afinal ele pagou tudo para ela, deu tudo na mão. Não, ele teria de cobrar a divida, aquilo não seria uma batalha perdida daquela forma tão humilhante de ter escutado que ele não era de confiança.

















– Vem cá guria eu quero um beijo seu... -

















O menino agarrou Bárbara do nada. Ela gritou que não queria, mas o jovem com 18 anos era mais forte que ela. Sua boca foi tampada com a mão rapidamente impedindo que a voz dela ecoasse na noite. Ele foi a pressionando contra um muro na rua que dava para a floresta. Ela o chamou de rato para ver se ele lembrava-se da situação da festa, mas parecia que ele não iria embora sem antes beijá-la.

















– Gatinha não se preocupe que não farei nada a não ser tirar uma casquinha... Isso porque eu não perco batalhas... -

















– Seu nojento... -

















A voz dela não saiu! O rapaz pode escutar ela dizendo isso, mas foi em tom baixo, pois a mão dele ainda tampava sua boca. A menina tentava se livrar e já começava chorar, mas ele já tinha segurado ela. Ele aproximou seus lábios do rosto da menina.

















– Seu nojento! Eu juro que te parto em dois se você ousar continuar. -

















A voz veio forte, assustou a todos dois. O garoto assustado saltou Bárbara no mesmo instante gritando e pedindo desculpas. Bárbara assustada e ainda encostada no muro estranhou que a voz do rapaz parecia mudada, era como se escutasse duas vozes. Mas ela não se fez de coitada naquele momento, aproveitou e chutou o menino nas partes baixas, fazendo ele cair de joelhos.

















Caído no chão com as mãos segurando seu saco por cima da calça ele viu Bárbara sorrir e lhe dar um soco no rosto. O menino sentiu um pouco de dor, não tanta dor quanto ele achava que iria sentir, ela não era tão forte para derrubar alguém maior do que ela. Mas a coragem era nítida.

















– Tira esse seu corpo imundo da minha reta... Não fica ai parado com essa cara de boi na seca... -

















A voz bradou mais uma vez fazendo o jovem subir aos tombos e tropeços o morro, correndo, com a mão entre as pernas e desaparecer na noite. A menina assustou-se novamente. Arregalou os olhos e olhou em volta, mas as casas estavam todas com as luzes apagadas. Ela parou um pouco e percebeu que a voz que escutavam vinham era de trás do muro.

















– Mauricio, já pedi desculpas! Mas, eu tava apertado. Tinha que mijar em algum lugar! Você me fez caminhar desde as três da madruga só para eu ver as belezas da floresta à noite! -

















– Cala boca Fabrício e anda logo! Vamos continuar senão agente se atrasa. -

















Bárbara escutou aqueles dois nomes respirou aliviada após entender o que tinha acontecido. As vozes dos dois aventureiros na mata haviam assustado a ela e seu agressor. Desta forma, ela teve a oportunidade de se livrar do algoz com cara de rato.

















A menina começou a descer devagar a rua, procurando se refazer do duplo susto que havia levado. Ela descia limpando um pouco das lagrimas para não assustar a prima que estava lá embaixo esperando-a, pois também ouviu os gritos.

















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A noite não estava fria como deveria. A fogueira servia mesmo para iluminar o local. Era uma situação estranha a que Bárbara presenciava, já de pose de suas roupas secas, via uma briga nada amistosa.

















– Culpa sua! Você bebeu antes de dirigir e fez isso acontecer. -

















– Claro! Ponha culpa na Valéria. Não foi você que aprontou e fez seu irmão nos trazer para cá? -

















– Isso não muda o fato de você ser uma irresponsável, sua bêbada vagabunda. -

















– Escuta aqui... Todo mundo viu que tinha pedra no caminho e ela virou o carro. -

















– Desviasse da pedra. Achou que ia acontecer o que? Que ela ia simplesmente sumir do caminho para a roda não sofrer nada? Sua bêbada idiota. -

















A briga já tinha cerca de duas horas. Eles alternavam entre ofensas, perdas e acusações infundadas. Algumas vezes eles levantavam a mão um para o outro, mas abaixavam e continuavam as ofensas. Realmente eles pareciam possuir um código de que a agressão física seria o ponto final de cada briga, por isso ninguém queria dar o bofetão. Estavam muito irritados e precisavam descontar em alguém, e quem melhor do que o culpado de tudo aquilo. Aquele que era culpado de trazê-los para as montanhas, e aquela que dirigia o carro que caiu na represa.

















– Eu... Eu... Eu sei que não tenho nada haver com isso... Mas... -

















– Pode falar querida, o que foi? -

















Valéria se acalmava para falar com menina, o problema não era com ela e sim com Fabrício. Na verdade o problema nem era com Fabrício naquele momento, mas ele era um saco de pancadas gostoso de se bater no caso de Valéria.

















– É que... Eu sei que devem estar muito nervosos com tudo isso... Mas... Acho que isso não vai levar em lugar algum... Vai? -

















Fabrício sorriu para Bárbara concordando olhou para a Valéria e lhe puxou o cabelo de leve. A agressão física havia acontecido. Valéria suspirou e sentou-se na rocha ali perto.

















Bárbara ajeitou-se no saco de dormir, enquanto Fabrício limpava um local para descansar, afinal Valéria iria dormir no outro saco, por mais que ambos brigassem, ele sabia ser cavalheiro. Contudo, Valéria fez ele dormir no saco. Ela estaria à noite vigiando e foi o que fez. Bárbara e Fabrício estavam cansados, pois um passou a noite toda numa festa e o outro passou a noite caminhando na mata. Ambos dormiram o mínimo e estavam de pé cedo.

















Valéria estranhava eles estarem com sono, afinal para ela era algo próximo das onze da manhã.

















– Se bem que... Eu não cheguei nem a dormir direito... Virei a noite na festa... Aquele vinho com Vodka estava bom... Ai... Mas, como dormir e deixá-los desprotegidos... E como dormir e deixar aquela maldita entrada USB sem explicação. -

















Valéria olhava a conexão USB na arvore e ficava completamente perdida com aquilo. Fabrício após passar um pouco o susto lembrou-se que em sua mochila havia um cabo USB, e como Bárbara estava com seu MP4 no bolso, o maluco espetou o MP4 na arvore.

















O MP4 brilhou naquele instante e ficou a emitir luz e a passar uns códigos estranhos por ele. Ninguém havia entendido nada. Valéria ia puxar o MP4 da árvore, mas eles perceberam que estava dando sinal de carregando. Depois disso uma briga entre Fabrício e Valéria começou e nada mais sobre aquele mistério foi dito.

















Valéria lembrava-se que seu relógio iluminou-se. Ela tinha certeza de que havia acontecido, e não fora apenas delírio. Ela comparou o brilho do relógio ao brilho do MP4. Conferiu a sonolência dos garotos e foi até a árvore e aproximou o seu relógio. Não aconteceu nada.

















Valéria achou que o problema era que a entrada estava ocupada. Não queria arriscar interromper o misterioso carregamento, então voltou até a arvore que estava com a outra conexão que ela encontrou e que nada comentou com os meninos até então.

















Tocha na mão, relógio na outra, porta USB à frente. Valéria respirou fundo antes de chegar o relógio perto. Ela hesitou bastante, pareceu tremer de medo na verdade. Mas, acabou balançando a cabeça e sendo rápida.

















Um grande brilho vinha do relógio. Um bando de códigos navegava pelo visor do relógio que ela olhava. Antes o relógio estava inutilizado, assim como o MP4. Não ligava e não mostrava nada. O relógio era a prova de água, deveria funcionar. Já o MP4, eles ficaram abismados por ele começar a carregar mesmo tendo molhado.

















– E o que é isso agora? -

















Valéria escutava alguns toques de tambor. Era como se fosse batida ritmada de tambores. Assustada, olhou o relógio e viu que ele havia parado de emitir luz e códigos. Voltou rápido para junto dos meninos que acordavam assustados com os tambores. Fabrício comentou que da mata escutava a festa da cidade, e talvez os ventos estivessem a trazer o som. Bárbara concordou por alguns momentos, mas acabaram se perguntando que banda seria aquela a tocar. Eles já não acreditavam que estavam realmente próximos da cidade, e muito menos no caminho dela, pareciam que estavam completamente perdidos em algum lugar desconhecido e bem estranho.

















Sim, eles concordavam que não estavam em algum lugar comum, ou árvores não teriam aqueles conectores. Teria de estar muito frio ali onde estavam, fora as outras situações que eles não queriam relembrar naquele momento. Eles sabiam que não estavam em um lugar comum. Mas, não conseguiam enfiar aquilo na mente deles. Era completamente assombroso pensar que estavam em um lugar completamente estranho.

















Amanhecia. Valéria não havia conseguido entender o que aconteceu com o relógio e o MP4, em um momento eles simplesmente, pararam de emanar a luz e nada mais funcionava.

















Organizando as coisas, resolveram andar pelo local, no intuído de encontrar ajuda. Não havia muito sentido em ficar parado no local onde não havia acontecido realmente o acidente. Uma preocupação quando começaram a andar, foi a se encontrariam a criatura branca de listras roxas, mas ela estava do outro lado do rio, certamente não deveria aparecer do lado em que eles estavam. Claro que Bárbara ainda questionou a existência de outros iguais, mas acabaram caminhando mesmo assim.

















– Outro conector. -

















Apontou Bárbara. Eles pararam para olhar, naquele momento escutaram-se alguns resmungos. Eles respiraram aliviados. Estavam começando a achar que haviam enlouquecido ou ido parar em algum lugar fora do seu mundo. Aquelas palavras descontentes eram nítidas e audíveis para eles. Uma pessoa iria passar ali e estariam ao menos mais próximos de casa.

















– Agora o que faço da minha vida... Eu não sei nem por onde começar a mostrar que sou um... Guerreiros? -

















A voz para e fica muda. Os três que esperavam aliviados a voz acabar de se aproximar ficam completamente estáticos ao verem de quem era a voz. Demoraram a perceber que a voz era realmente dele, pois viram primeiro e só depois perceberam que a voz vinha dali.

















Amarelo e pequeno. Parecia possuir fortes carapaças nas costas. Uma calda bem pequena, um símbolos vermelhos no que parecia ser a cabeça. A criatura que surgiu falando parecia ter a forma de um tatu, mas era ligeiramente maior do que deveria ser um tatu, e o pior de tudo, falava.

















– Fabri, diz para mim que o Tatu não falou. -

















Bárbara tremendo procurava esconder-se atrás de Valéria e Fabrício.

















– Valca! Agente tomou todas ontem fala a verdade... Caraca! -

















– Não é momento para isso moleque! -

















Os quatro continuaram se encarando. Até que a criatura fez um novo movimento deixando a todos os três ainda mais apavorados. A criatura percebeu que o medo que as criaturas que estavam a sua frente era bem maior do que o medo que ele estava sentindo deles.

















– Quem são vocês e o que fazem aqui?-

















A criatura foi rápida e parecia querer manter o tom de voz bem firme.

















– Bom... É .. Bem... -

















Fabrício se embolou todo. Ele não sabia se dizia algo do tipo eu vim em paz. Ou falava que ele era um humano, ou mesmo dizia algo do tipo morri e ainda não identifiquei isso.

















– Eu sou Bárbara. Esta é Valéria e esse é Fabrício. Nós sofremos um acidente de carro estamos perdidos. -

















A menina se mostrou mais calma e estendia a mão mostrando quem eram cada um deles. A criatura por sua vez escutou aquilo e parou analisando. Ele estava amedrontado com o tamanho das três criaturas, elas eram enormes. Nunca tinha visto aquele tipo de criatura antes. Chegavam próximo de algumas, mas não se pareciam exatamente com o que haviam lhe contado.

















– Santo Servidor... Eu sou um tapado mesmo... Nem sei o que é um carro... Quero... Quero dizer... Eu sou Armadimonovarde. -

















A criatura parou alguns segundos, ele não acreditava que havia dito aquilo. Agora ele pensava que seria atacado ferozmente por aquelas três criaturas.

















– E você sabe me dizer onde estamos? -

















Valéria via que a criatura estava completamente temerosa, assim como eles. Talvez eles estivessem um pouco mais, devido à nunca terem visto um animal falar. Na verdade, ela começou a acreditar que havia adormecido e que ainda não havia saído da beira do rio. Na verdade, ela torcia para nem ter acontecido o acidente. Seus pensamentos eram de que o vinho com vodka estavam gostosos demais, mas faziam um estrago muito grande.

















– Na floresta Desktop. -

















Armadinomonovarde respondia as perguntas feitas pelas criaturas ficando a uma distância segura delas. Se eles tentassem algo, não hesitaria em atacar.

















– E você sabe como voltamos para a cidade Armadi.. Armadi.. Que nome difícil! -

















Bárbara tentou repetir o nome da criatura, ela havia lido em algum lugar, ou escutado de alguém, que a pessoa sentia-se bem em ver a pessoa repetindo seu nome. Certamente que aquela criatura tatu falante não era uma pessoa, mas não custava tentar.

















– Armadinomonovarde! De Armadinomon O Covarde. -

















Fabrício ao dizer aquilo se sentou. Bárbara olhou assustada para ela e pensou que o bicho estaria enfurecido com aquilo, mas pareceu que o tatu estava confirmando o dito por Fabrício e também sentava relaxando e mostrando que não atacaria, assim como Fabrício fizera. Armadinimon o covarde, sim era aquela criatura à frente. Fabrício era bom em trocadilhos e encontrava as associações mais loucas nas coisas mais simples, costumava passar horas com seu irmão brincando com isso quando menor.

















– Nossa! Vocês são realmente poderosos. Viveram bastante para saber que sou covarde. -

















– É maluquice do moleque! Mas, o que exatamente é você? -

















Valéria desculpava-se por Fabrício tê-lo chamado de covarde. O bicho respondeu que ele era um armadinomon, mas ninguém entendia exatamente o que era um armadinomon. Por sua vez a criatura perguntou o que eles eram, responderam humanos. A conversa não se prolongou muito, pois armadinomon escutou alguns barulhos esquisitos.

















– Desculpe... Não comemos nada ainda. -

















Bárbara era a que mais tinha fome, podia escutar-se a barriga dela roncar sem estar muito perto dela. A criatura amarela sorriu e pediu para que eles esperassem ali. Ele saiu pela mata enquanto os três ficaram olhando sem entender o que estava acontecendo.

















– Isso fica estranho a cada minuto! Creio que morremos. -

















– Para com isso moleque. Não vá deixar a Bárbara assustada. Só que... Não sei se podemos confiar naquilo. -

















Valéria se mostrou muito preocupada em confiar numa criatura que nunca viram antes. Mas, eles não tiveram tempo de responder a ela, Armadinomonovarde voltava arrastando uma grande folha e nela estavam três coisas redondas. Ele estendeu para eles dizendo para comer que era gostoso.

















Bárbara sorriu e já ia dando uma bocada, mas Valéria a impediu. Valéria estranhou o fato da criatura não trazer uma para ele também, afinal de acordo com ele era gostoso. Valéria abriu um canivete, estava na mochila de Mauricio. Ela cortou a coisa redonda e ficou olhando. Cheirou e encostou um dedo. Não parecia representar perigo para o tato ou o olfato. Ela iria testar o paladar, poderia ser venenoso ao menos para eles. Afinal, a criatura certamente não possuía a mesma composição dos humanos. Ela ia levando a língua lentamente até o objeto, temerosa ela tremia, se fosse acido ou venenoso, deixaria dois jovens sozinhos naquela floresta desconhecida onde já haviam achado dois monstros para lá de esquisitos.

















Valéria tocou finalmente a língua na fruta.

















– Quanta cerimônia para comer Valca! A “fruta” é gostosa. -

















Fabrício e Bárbara já estavam no final da fruta deles enquanto Valéria fazia toda aquela analise da situação. A mulher irritou-se e tratou de mastigar a fruta irritada pelo descuido dos dois.

















– O que é isso? Uma mini espada? -

















A criatura olhava o canivete assustada, Valéria tentou explicar-lhe que não era bem uma espada, mas ele não sabia o que era uma faca. A criatura curiosa olhava agora os três com mais atenção e percebeu o MP4 no bolso da jaqueta de Fabrício. Ele pensou que era outra arma, e parecia muito mais perigosa do que a pequena espada da “Grande Valéria”. Mais perigosa, pois tinha fios, então era tecnologia para ele, e isso era realmente perigoso. A criatura escutava historias de que máquinas vivas eram criaturas poderosas com armas mortais. Tremeu um pouco imaginando se eles não eram tais criaturas. Para espantar o medo resolver conversar um pouco.

















– Vocês me perguntaram como fazer para chegar à cidade? Mas... A cidade fica muito longe, são cerca de mais de 1000 dias de viagem para quem não voa. -

















Valéria cuspiu a fruta engasgando-se. Bárbara perguntou como assim voar. Armadinomonovarde tentou explicar, mas parecia que para ele voar era comum. Finalmente uma pergunta crucial foi feita o que deixou a todos os quatro sem ação.

















– Por acaso ainda estamos no planeta Terra? -

















Valéria teve vontade de socar Fabrício naquele momento, mas a própria parou calada esperando a resposta da criatura amarela. A resposta veio com um pequeno “Ahn?” pronunciado pela criatura que pareceu nunca ter se quer escutado aquele nome. Ou não estavam na Terra, ou aquela criatura não sabia muita coisa realmente. Valéria imaginou que poderia ser uma experiência e que eles estavam era num local de testes.

















– Mas o que tenho aqui... -

















Uma quinta voz se fez presente. Mostrava-se com um olhar bem malandro. Pelos roxeados passando para azul era bípede, tinha uma longa calda. As extremidades, tanto da calda, quanto das patas possuía pelos bancos.

















– Indomável... -

















Armanimonovarde parecia conhecer aquela criatura. Armadinomon falou aos três que se tratava de um dorumom de seu vilarejo.

















– Quer dizer que agora está querendo trair a aldeia aliando-se a esses digimons estranhos. Realmente eu deveria ter te matado a noite passada quando falhou em seu ritual de guerreiro. -

















– Não fale bobagens! Eu jamais trairia meu povo. Eu... Eu... Eu estava... Enganado eles para ver a força... Vou matá-los, absorver os dados e assim poderei voltar para minha aldeia como grande guerreiro. -


















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Notas finais do capítulo

Aconselho a seguir para a próximo capitulo! A leitura direta dos dois facilitará o entendimento, pois originalmente eram um único.



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