Além Digimon escrita por Kevin


Capítulo 11
Capítulo 11: Um mundo destruído – Parte 1: O doce


Notas iniciais do capítulo

Um pouco do passado de armadinomon é revelado.



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Capitulo 6 : Um mundo destruído – Parte 1: O doce sonho

 

 

 

 

O sol brilhava forte naquela manhã. Para todos os lados estava havendo movimento. Todos trabalhando arduamente em algo. A maioria trabalhando em grupos ou no máximo duplas, apenas um deles trabalhava sozinho.

 

Armadinomon estava responsável por fechar o buraco usado no Ritual do Guerreiro na noite passada. Com todo o prazer ele aceitou, era uma tarefa demorada e bem árdua, mas ele não se importava. Fazia um amontoado de terra e ia empurrando para que ela caísse no buraco. Sorria, e parecia feliz com o que fazia.

 

- Ele é louco? Ninguém gosta dessa tarefa. -

 

Dorumon conversava com Baromon e Palmon. Eles haviam acabado de fazer a tarefa deles, e agora vinham ter com o líder, uma conversa a respeito das festividades daquela noite.

 

Na noite anterior ocorreu o ritual do guerreiro. Contudo, na noite daquele dia em que estavam iria ter uma festa em comemoração a chegada da primavera. Inicialmente alguns sugeriram que tudo fosse feito no mesmo dia, mas iria tirar a atenção do guerreiro, ou a atenção da chegada da primavera. Por isso, fizeram os dois em separado. Dava mais trabalho, mas era melhor desta forma. Toda aldeia mobilizada em fazer algo.

 

- Palmon... Como o combinado, você será a rainha da festa. Representará a chegada da Flor. Conhece e se lembra de todas as funções da rainha da primavera? -

 

Perguntava Baromon que preparava alguns frutos para a noite. Palmon respondeu com a cabeça e foi indo na direção de Armdinomon.

 

Ela abaixou-se junto com armadinomon e começou a puxar a terra para dentro do buraco junto com o amigo, que apenas sorriu para ela, demonstrando que aceitava a ajuda.

 

- Mesmo sendo uma guerreira poderosa, é ainda generosa. -

 

O comentário de Dorumon chamou a atenção de Baromon. A voz de Dorumon parecia amolecida ao fazer aquele comentário.

 

- Estou enganado... Ou alguém esta no clima da primavera? -

 

Dorumon corou-se virando a cara para Baromon que deu algumas risadas. Baromon levantou-se dizendo que iria na floresta. Na verdade ele estava chamando Dorumon para uma caminhada para conversarem a respeito daquele sentimento, mas Dorumon não percebeu e simplesmente ficou ali sentado.

 

Realmente, Dorumon estava apaixonado por Palmon. Desde que ela se tornou guerreira, há um pouco mais de dois meses, devido ao seu grande desempenho, ambos tem feito muitas coisas, juntos. Muitas tarefas eram designadas a dupla que era realmente poderosa. A proximidade dos dois, os perigos que cada um passava e às vezes era salvo pelo outro. O jeito bondoso que Palmon tinha de tratar não só a ele, mas como todos da aldeia, cativava a qualquer digimon, e porque seria diferente com Dorumon o Indomável.

 

Dorumon olhava Palmon e Armadinomon trabalhando juntos e rindo. Ele não sabia exatamente o que estavam conversando, mas via que ambos ficavam sujos com a terra que estavam levando e tacavam sujeira um no outro enquanto voltavam até o local onde havia terra. Pareciam felizes e se divertindo.

 

Dorumon era considerado um dos maiores por ter se tornado guerreiro tão logo se tornou Dorumon. Era incrível a habilidade que ele possuía. Era da mesma idade que Palmon e Armadinomon. Como ele foi a classe de guerreiro em tão pouco tempo, não tinha grandes laços com Armadinomon e Palmon.

 

Dorumon correu até um reservatório onde guardavam água e encheu uma pequena cuia com água, e foi até Palmon e Armadinomon.

 

Armadinomon e Palmon eram amigos desde nascidos. Havia uma confiança e uma cumplicidade entre os dois que era invejável. Dorumon algumas vezes comparava a relação dele com Palmon, com a de Armadinomon com Palmon. Aquele era a pior parte para ele, a única criatura que parecia poder tirar palmon de seus braços, um digimon que nem era guerreiro.

 

- Mesmo como guerreira, não deixa o pequeno de lado... Não é verdade? -

 

Dorumon estendia a cuia de água para palmon que sorriu a pegando. Ele bebeu apenas um pouco e estendeu para Armadinomon. Ela não estava com sede, havia bebido água assim que terminou sua tarefa junto a Dorumon. Ao contrário, sabia que o amigo estava ali já há horas no sol, e não tinha o visto ir até a água.

 

Dorumon olhou armadinomon pegando a cuia e bebendo a água que ele havia trago para sua amada.

 

- Obrigado Indomável... Eu realmente estava com sede... Mas, ia acabar sujando o reservatório com a terra de meu corpo. -

 

Armadinomon esticava a cuia de volta para Dorumon agradecendo.

 

- Claro! Ia se apavorar e cair dentro dele! -

 

Palmon após o comentário deu uma pequena risada.

 

- Imagina se ela estivesse gelada, eu ia ter um treco dentro dele! Ia estragar a festa... -

 

Armadinomon começou a rir junto com Palmon, deixando Dorumon sem entender.

 

Armadinomon tinha medo de água, principalmente a gelada. Ele já havia caído no rio duas vezes, e foi levado pela correnteza. Quanto mais fria era a água, mas inerte de medo ele ficava. Palmon gostava de fazê-lo lembrar desse detalhe, pois tentava fazer com que o amigo perdesse aquele medo, ou jamais conseguiria passar nos desafios do Ritual do guerreiro.

 

Dorumon ficou meio constrangido com a situação, não entendia do que eles riam. Não sabia daquele fato. Com isso ele se foi deixando-os ali. Armadinomon parou de rir levantando-se.

 

- Indomável tem razão! Você é uma guerreira, e uma guerreira muito talentosa. Não pode ficar o tempo todo comigo... Minhas tarefas não são de guerreiros. -

 

Armadinomon começou a caminhar até o monte de terra. Sua voz tinha um certo pesar. Como estava de costas, não percebeu que Palmon ficou chateada com o que ele havia dito.

 

- Ei! Armadinomon... Gosto dessas tarefas! São mais divertidas que as dos guerreiros, uma terrinha não pode me matar... -

 

Uma bola de terra foi tacada na cara de Palmon. Armadinomon ria da situação. Ele havia arremessado a bola de terra enquanto ela falava.

 

- Tem certeza que a terrinha não vai te matar? -

 

Armadinomon continuava a rir. Palmon ficou olhando para ele, ainda tirando a terra do rosto. Ele ria, ela gostava da risada dele, apesar de um completo medroso. Nunca fazia nada para magoar os outros, e nada que fazia, parecia que era para aquilo. Nem mesmo, aquela bolada de terra.

 

- Agora você vai ver o poder de uma Guerreira. -

 

Palmon esticou suas eras até Armadinomon e o prendeu puxando pelo chão, arrastando-o na terra. Ele vinha reclamando que estava engolindo terra. Palmon começou a rir e foi chegando para traz, de costas para que ele fosse arrastado por mais tempo.

 

Dorumon que havia ido embora, havia se virado e vira a bolada de terra que Palmon levou. Ele ficou irritado com aquilo. Quando viu Palmon agir daquela maneira, de prendê-lo nas eras e começar a arrastá-lo, imaginou que ela fosse dar o troco. Para ele, era uma pequena briga.

 

Ele parou um agumon que passava a carregar lenha.

 

- Diga-me. Você já é antigo aqui na vila, mais velho do que eu. O que água gelada tem haver com Armadinomonovarde? -

 

O agumon parou sem entender. Por que Indomável estaria interessado em saber aquilo?

 

- Bem... Se lembro... O antigo líder, quando Armadinomon nasceu, profetizou que as torrentes gélidas definiriam o dia que ele deixaria de fazer parte desta vila. Mas, não é algo que muita gente saiba, porque não tem um significado muito definido. -

 

O agumon ao responder ficou olhando para Dorumon que ficou parado pensando naquilo. O agumon balançou a cabeça chamando o Indomável de maluco e foi continuar o seu trabalho.

 

Palmon acabou dando mais um passo para traz e desequilibrou-se caindo no buraco. Como as Eras ainda prendiam Armadinomon o pequeno digimon tatu foi puxado para dentro, já que estava preso nas eras.

 

Dorumon viu e assustou-se. Correu para socorrê-los. Mas, acabou ficando parado pois escutava risos. Apenas aproximou-se do buraco e ficou os observando.

 

Armadinomon caiu em cima de  Palmon e ambos logo começaram a rir. Palmon saltou Armadinomon e começava a usar suas mãos plantas para segurar a barriga. Ela ria descontroladamente. Armadinomon também rolava de um lado para o outro rindo. Eles não percebiam Dorumon os observando de cima.

 

- Nunca mais fale sobre eu parar de estar junto de você. Eu gosto de você, sua companhia me faz bem. -

 

Palmon parava de rir olhando para o amigo. Armadinomon ficou olhando para Palmon ainda em meio aos risos, percebeu que Palmon havia parado de rir e estava um pouco corada.

 

Armadinomon observando o coramento e pensando no que a amiga tinha dito percebeu que havia mais naquelas palavras.

 

- Mas... Palmon... Eu sou um covarde... Um... Você... É uma guerreira... Eu jamais vou estar a sua altura... -

 

Armadinomon ficou todo assustado, não conseguia terminar uma frase, ou completar seu pensamento. Para ele, jamais seria digno de Palmon.

 

- Eu achei que gostava do Dorumon... Todos gostam dele... - Dizia o pequeno tatu em meio a muitos gaguejos, sem saber exatamente o que dizer.

 

Dorumon escutava tudo aquilo. Sorriu, realmente ela deveria gostar dele, assim como ele gostava dela. Armadinomon estava o ajudando.

 

Dorumon lá em cima vibrava. Estava sendo ajudado. Mas, de uma certa forma, já estava meio entristecido. Uma guerreira do nível da Palmon apaixonada por um débil covarde? Era demais para Dorumon aceitar aquilo. Era demais para qualquer guerreiro.

 

- Vo-Vo... Você... Não fale uma coisa dessas... O Indomável é só um guerreiro... Trata os outros bem porque acha que é assim que um guerreiro deve agir... Não sabe ser um digimon comum... -

 

Palmon ficou sem saber o que dizer. Ficou ainda mais sem graça com a situação e preparou suas garras eras para subir o buraco.

 

- Palmon... -

 

Armadinomon segurou-a, impedindo que ela subisse. Ela chorando abraçou o amigo. Durante alguns minutos ficaram ali parados sem anda dizer. Dorumon olhando a cena, já sentindo ciúmes. Sabia que Palmon nada sentia por ele, que não via nada nele que fosse admirável.

 

Armadinomon não sabia o que falar. Ele gostava de Palmon. Sentia-se horrível quando ficava muito tempo sem ver ou falar com ela. Para ele era mais importante que ela estivesse feliz, claro que ele não sabia o que a fazia feliz. Para ele, ela estava feliz como guerreira. Então jamais falaria a ela, que estava sentindo falta dela, pois não queria chateá-la ou dividí-la.

 

Armadinomon tentava não chorar. Ele queria saber o que dizer. Mas, a única coisa que vinha na cabeça era exatamente o quanto gostava dela.

 

- Eu... Eu... Eu... É... Quando se tornou guerreira eu fiquei feliz por você... Mas... Quando começou a ficar dias sem falar comigo... Por que simplesmente... não estávamos no mesmo local... Eu... Eu... -

 

Armadinomon começou a contar como ele se sentia. Em meio gagueiras e algumas lagrimas. Dorumon era o único telespectador. Afinal, quem da aldeia iria incomodar o grande Indomável. Se ele estava olhando o buraco tinha algo que ele achava importante. E ninguém iria impedi-lo. Muito menos iria tentar fazer companhia a ele.

 

Ali, Dorumon presenciou as declarações de amor, e o primeiro beijo dos dois digimons que prometeram um ao outro que esperariam até Armadinomon se tornar guerreiro para poderem estar juntos.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Desculpem pelo sumiço, mas nyah fora do ar desestimula.

Esse episódio mostra essa vida antiga de armadinomon, para mostrar tudo o que ele perdeu.



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