Somente Pessoas Autorizadas escrita por Mary e Mimym
Um grupo de funcionários começou a correr pelos corredores. Dois Seguranças Oficiais saíram de um carro preto com duas maletas na mão, usavam óculos escuros e terno preto. Logo em seguida, outro carro, do mesmo modelo, se aproximou da porta do prédio, o motorista desceu do carro e abriu a porta traseira e duas jovens saíram. O porteiro anunciou, ao segurança do prédio do primeiro setor, via rádio, da movimentação. O segurança, ao ver os outros dois adentrando com as pastas, já sabia do que se tratava. Já com o rádio de contato nas mãos, anunciou aos demais setores.
— Os Seguranças Oficiais chegaram. Estão indo em direção ao elevador.
— As Autoras já chegaram também? - Indagou um funcionário do segundo andar.
— Estão entrando agora. Ambas com blazer, sendo uma de azul marinho e a outra de preto, cabelos soltos, saia, meia calça preta, uma de salto e a outra de sapatilha. Não as confundem com outras pessoas, por favor, o caso é sério. - Ao encerrar o que dizia, o segurança do primeiro setor desligou o rádio, pois as Autoras já estavam indo em direção ao elevador. O mesmo se apressou para apertar o botão.
— Qual andar, Autoras?
— Décimo. - Responderam ambas.
O segurança engoliu a seco.
— Tenham um bom dia.
As Autoras assentiram e adentraram o elevador.
— As coisas não parecem nada boas... - Comentou o porteiro.
— E não estão. - O segurança passou a mão no rosto - Elas estão indo para a Sala dos Arquivos Sigilosos. E se tem Segurança Oficial, então o boato era verdade... Roubaram os documentos deste prédio. - Terminou apreensivo.
Os SOs (Seguranças Oficiais) já estavam no aguardo no décimo andar. A movimentação dos funcionários nos corredores foram se esvaindo. Até que as passagens ficaram desertas.
"Décimo andar", anunciou a voz eletrônica do elevador. As duas saíram.
"Porta fechando. Desce".
Uma parou para pegar o cartão de confirmação na bolsa. A outra já colocara sua digital na biometria da porta.
— Já verificamos o andar. Janelas e portas trancadas devidamente. - Argumentou um dos SOs.
— Como alguém invadiu a sala sem nossas digitais e sem os cartões para furtar documentos e gravações pertencentes ao Projeto VISA? - Questionou uma das Autoras, que usava sapatilha.
— E como passaram pela segurança? Isso é inadimissível! É notório que foi alguém daqui de dentro. - Rebateu a outra Autora.
— Já verificamos as câmeras. Não conseguimos identificar nenhum dos funcionários.
Ao dizer isso, a porta da Sala AS se abriu após a confirmação dos dados e das digitais das autoras. Os quatro entraram, sendo as duas Autoras na frente e assentaram-se a mesa, contudo os Seguranças Oficiais ficaram de pé. Armários e prateleiras davam forma ao labirinto de pastas e caixas. Dois computadores se encontravam naquele local e uma copa, bem ao final da sala.
Os dois SOs puseram suas respectivas maletas sobre a mesa.
— As câmeras analisadas não identificou nenhum funcionário deste prédio, como eu disse, mas há vultos e pequenas manchas nas filmagens feitas no décimo andar.
— Nos elevadores também aparecem borrões, mas nada que pudéssemos identificar. - Concluiu um dos Seguranças Oficiais, retirando das maletas as fotografias. Ao analisarem bem cada perícia feita nas fotos, as duas se entreolharam.
— Realmente, desde prédio não foi ninguém. - Disse uma das Autoras, que usava salto.
— Suspeitamos que tenha sido alguém além... E não foi só uma pessoa, pois foi bem arquitetado.
— Sim, temos algumas digitais que deixaram na maçaneta da porta, já enviamos ao laboratório. Uma deu como "Desconhecido" e a outra a perícia médica está encontrando dificuldades.
— Seja lá quem fez isso, quer expor aos leitores algo que eles, talvez, não estejam entendendo... O que acha, Mimym?
— Ótimo argumento, Mary. - A Autora olhou para ambos os SOs e pediu: - Queremos o resultado das digitais o mais rápido possível, para que não vazem tudo o que está no documento que pegaram.
— E isso é urgente. - Completou a outra Autora.
— Sim, Autoras. - Os dois saíram da sala e as duas permaneceram, ainda observando cada foto.
— Você já imagina quem seja, Mary?
Levantou-se a Autora que foi questionada, caminhou até a janela do prédio. O tempo era de céu cinza e com nuvens pesadas.
— Eu não faço ideia. - Suspirou, embaçando o vidro.
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