Pra que mudar? escrita por Manusinha Mayara


Capítulo 2
Capítulo 1: Chegando na prisão


Notas iniciais do capítulo

Oii pessoal,

Espero que gostem do capítulo. Não se esqueçam de comentar!!

Divirtam-se.



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— Você vai sair deste carro por bem ou vai ter que ser arrastada Alexia? – meu pai perguntou irado.

Minha vida estava uma loucura, eu havia perdido o único que se importava comigo no mundo, fui abandonada pela traidora da minha mãe e ainda por cima ia ser presa em um colégio como uma criminosa. Deus, o que fiz pra merecer isso?

Limitei-me a levantar do banco e descer do carro sem dizer uma palavra sequer. Aquele homem era meu pai apenas no papel e na frente dos outros. Sumiu durante anos e de repente aparece e me leva para conhecer minha nova prisão.

— Esta é minha filha Alexia. Filha este é o diretor. – Meu pai fez devidas apresentações. O diretor devia ter a idade do meu pai, talvez mais jovem, mas seu rosto com feições duras demonstrava que neste colégio eu não teria um dia sequer de paz se dependesse dele.

— Senhorita, é um prazer tê-la aqui em nossa instituição. – o diretor cumprimentou-me estendendo a mão.

Olhei para ele com desdém, retribui seu aperto de mão e disse:

— Não acho que me ter aqui vai ser muito prazeroso.

— Você vai se adaptar, muitos chegam aqui contra vontade e se acostumam. – ele responde em tom desafio.

Como já era noite, meu pai foi embora e me deixou ali com o diretor/general. Ele apresentou-me todo o colégio. Tinha que admitir fiquei impressionada pelo tamanho, me senti em Hogwarts só faltaram às escadas se moverem.

O dormitório feminino era enorme, os quartos de luxo, tinham dois andares, banheiro e closets enormes. Quando chegamos ao meu quarto, ele me apresentou as minhas duas colegas de quarto. Acostumada com a vida de filha única, fiquei nervosa em saber que teria que dividir meu quarto.

Depois de acomodada o diretor finalmente foi embora e me deixou em paz. Minhas colegas de quarto pareciam simpáticas. Roberta era uma ruiva bem descolada, tinha algumas tatuagens pelo corpo. A outra garota, Ana, era uma loira com cara de fresca, me olhou enojada logo que entrei.

— Seu closet é aquele ali, eles já arrumaram seus pertences. Sua cama é esta. – Roberta me mostrava.

— A regra número um aqui é não se meter onde não é chamada. – Ana fala com desdém e antes que eu pudesse dar uma resposta à altura ela entrou no banheiro para tomar seu banho.

Joguei-me em minha cama nova e fiquei encarando o teto. Sentia vontade de chorar, desde o acidente, mas me faltava oportunidade de ficar sozinha pra isso. Sentia o olhar de Roberta observando-me da cama em frente.

— Perdeu algo em meu rosto por acaso? – pergunto insolente.

— Foi mal, sou nova por aqui também e estou animada por ter uma colega de quarto aparentemente normal. – ela diz em um tom sincero.

— Quanto tempo está aqui? – pergunto curiosa. Levanto-me e sento em minha cama. Eu e Roberta nos encaramos.

— Um mês e meio. – ela responde com pesar.

— Como são as pessoas? Todas iguais a essa imbecil ai? – digo apontando em direção ao banheiro.

— Quase todos. São poucos que tem algum cérebro por aqui. – ela responde séria. Começamos a rir.

— Porque está aqui? – pergunto indiscreta.

— Minha mãe é dona de uma agência de turismo. Depois que o meu pai morreu, ela decidiu voltar a ser adolescente e conhecer o mundo. Não tem tempo pra ter uma filha. – ela responde ressentida.

— Sei bem como é. Já vi que a maioria aqui tem pais sem noção pelo visto. – comento amargurada.

— E você? Por que foi presa aqui? – ela pergunta curiosa.

— Transformei a vida dos meus pais num inferno, matei meu namorado, quase morri. O de sempre sabe. – disse tentando aparentar desinteresse.

Roberta me encarou chocada.  Ana saiu do banheiro nesse instante e a conversa encerrou-se.

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Uma sirene começou a tocar bem cedo, estiquei minhas mãos para desligar o despertador, mas me lembrei de que não estava em casa. Levantei-me assustada olhando em volta.

Ana já estava com seu uniforme, blusa social branca, short saia xadrez e um casaquinho leve.  Ela me olhou com desprezo e saiu pela porta. Roberta levantou-se devagar, espreguiçando-se vagarosamente. Olhei para o relógio a meu lado e ele marcava 6 horas da manhã.

— Por que nos acordam tão cedo? – pergunto incrédula para Roberta.

— Para termos tempo de tomar café da manhã. – ela responde sonolenta e vai para o banheiro.

Como não quero ser aluna deste colégio mesmo, deito-me novamente, coloco o coberto sobre minha cabeça e volto a dormir.

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Acordo com a sensação de estar sendo afogada. Rolo para o lado e caio no chão também molhado. Escuto risadas a minha volta e custo a me orientar. Seis ou sete garotas estão a minha volta, a única que reconheço é minha colega de quarto, Ana que está com um balde em suas mãos.

— Gostou do banho coleguinha? – ela pergunta irônica.

— Vadia! – levanto-me do chão e jogo-me em cima dela. Acho que nenhuma das riquinhas esperava aquela reação de mim. Começo a socar a cara da garota furiosamente. As “amiguinhas” medrosas dela não tentam nos separar e eu continuo meu ataque furioso.

Sinto braços envolverem minha cintura e puxarem-me para cima. O diretor está ali e ajuda Ana a se levantar, quando olho seu rosto posso ver o sangue escorrendo por seu nariz. Involuntariamente um sorriso brota em meus lábios.

— Vou perguntar uma vez, e quero toda a verdade. O que houve aqui? – O Diretor pergunta rígido. O silêncio se instala. – Todas serão castigadas se não me contarem. – ele complementa.

— Ana jogou um balde de água na novata. – Uma das garotas que estava com Ana confessa. Todas as suas amigas a olham cheias de ódio e ela se cala, ruborizando.

— Qual motivo para isso? - ele pergunta olhando diretamente para a garota.

— A professora de história nos deu um trabalho extra como punição pela falta injustificada dela hoje na aula. – Ana responde com voz de choro. Como assim por minha causa? Parabéns Alexia começou com o pé direito – penso.

— Isso é justificativa para este ato abominável? – O diretor questiona irônico.

—Não senhor. Desculpe. – Ana responde.

— Desculpas não adiantam agora, você e suas cumplices serão castigadas de acordo com as normas. Mas antes vamos todos juntos para direção informar seus pais sobre o ocorrido. – o diretor informar e começa a caminhar em direção a porta.

As meninas acompanham-no contrariadas. Ele para junto à porta e espera que todas saiam.

— Quanto a você senhorita, no colégio Briggs resolvemos nossos problemas na base do dialogo. Esta perdoada dessa vez porque estava se defendendo, mas que isso não volte a acontecer. – o diretor diz ameaçadoramente.

Fico com vontade de pular na garganta dele e chego a dar um passo em sua direção, mas os mesmos braços que me tiraram de cima da Ana continuam em volta de minha cintura me segurando. Nem havia notado.

Viro meu rosto para trás e dou de cara com olhos azuis enormes me encarando. Fico sem ar. Cabelos negros desgrenhados, olhos perfeitos, lábios maravilhosos. Quem é esse gatinho afinal?


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Notas finais do capítulo

O que acharam?

Até a próxima!



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