Caminhantes escrita por Serin Chevraski


Capítulo 57
Uma Grande Coincidência




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Sting POV

No segundo que vi aquela coisa babante e de olhos esbugalhados, peludo correndo em plenas quatro patas... Não, com certeza não é um cachorro. Parecia mais um tatu peludo com cauda pelada. E a velocidade dele era incrível. Eu fiquei parado como um babaca. Minha mente estava em branco!

Tinha até mesmo me esquecido dos ladrões que estava perseguindo.

Quando percebi, por trás do ser em alta velocidade um ponto amarelo saltou, escutei uma voz dizer algo como:

— RUGIDO DO DRAGÃO DO RELÂMPAGO!!

E desse pequeno ponto, uma luz enorme vinha em minha direção, por pouco não acertando nem o monstro e nem a ponte, mas atingiu bem aonde os ladrões batiam retirada.

Parecia um cometa reluzente passando por cima da minha cabeça.

ZYOOOM

A terra voou para todo lado nocauteando os homens malvados. Meio soterrando-os.

Quando me dei conta que deveria fazer algo a respeito, já era tarde demais, o monstro deu uma cabeçada na ponte como se a estrutura de metal fosse isopor.

— GAAAORR!

Um dos seus pés gigantes me chutou e eu me agarrei nele antes que saísse voando.

— Agh! -o impacto foi doloroso.

Eu vi a ponte se quebrar em dois e seus trilhos de ferro despedaçar, voando pelo ar como uma perigosa chuva de destroços. O trem que estava para passar, quebrou ao meio, aparecendo pessoas assustadas que deveriam estar calmas em seus assentos.

Como foi que o trem se quebrou literalmente na altura de todas as janelas que foram se estilhaçando e a parte do teto se separando da parte de baixo como se fossem duas metade de um pão de baguete?

Talvez a luz negra que explodiu nesse momento explicasse como aconteceu. Só sei que logo vi algo que parecia uma espuma rosada saindo por todos os lados do grande movel de metal. Não.... Aquilo é lã?

CALMA AE!? POR QUE ESTOU MAIS PREOCUPANDO COM O QUE É AQUELA COISA ROSA DO QUE A MINHA SITUAÇÃO AQUI??

E inconcientemente botei a mão na minha boca de tão enjoado que estava ficando.

— SEU MONSTRO!! EU EU E... -tentei berrar. Mas aquela movimentação da minha cabeça indo pra cima e para baixo estava me deixando zonzo. Meio perdido, berrei- M... MORDIDA DO DRAGÃO DA LUZ!

E mordi o calcanhar daquele tatu gigante e peludo.

Os pelos sujos da coisa se empregnaram em minha boca com o pior sabor da munha vida. CARA! NUNCA MAIS VOU RECLAMAR DA COMIDA DA PRINCESAAAA!

O monstro reagiu à minha mordida e berrou.

— GYAOOOOOOOOO!!

Guinchou como se um inseto corrosivo o tivesse picado e agora estava sofrendo de uma terrível dor aguda. Deu um relincho e tropeçou.

Ele deslizou deitado por mais alguns metros no chão levantando a poeira. Assim que ele parou, que foi exatamente uns centímetros antes de esmagar todos os bandidos inconscientes, a enorme cauda bateu no rio. As gotículas de água cairam gentis no meio de tanta bagunça e brilhavam com os raios do sol.

Ah... Como o arco-íris é lindo...

Nesse momento, eu estava tonto, me desprendi do mostro e fui cambaleando. Só sei que caí de joelhos e comecei a vomitar tudo o que eu havia comido... E não comido. Saíram lágrimas dos meus olhos, de tão horrível que estava me sentindo.

— TERRITORY: PRISÃO DA CONDIÇÃO! -uma voz que eu conheço muito bem, exclamou.

Ergui os olhos e cordas de energia prenderam o monstro. Ele guinchou se debatendo e a poeira ergueu mais. Eu me pus de pé e olhei em volta.

A ponte estava destruída, juntamente com vários pedaços de metal, espalhados entre a gigantesca quantidade de lã.

Laxus chegou ao meu lado.Estava com as sobrancelhas frisadas e botou as mãos na cintura.

— Mas o que diabos vocês estão fazendo aqui? -ele perguntou em tom alto.

— Eu quem pergunto isso! -Minerva exclamou, fazendo cara de surpresa.

— Estou em uma missão. Que é capturar esse monstro. -apontou ele, para o tatu esquisito gigante- E vocês?

— Atrás daqueles caras ali -ela respondeu- TERRITORY:PRISÃO DA CONDIÇÃO! -logo ela berrou, apontando aos vários bandidos inconscientes- Obrigada. Eles eram muitos, então era difícil capturar, mas como estão desmaiados, fica mais fácil.

— Hey... Podem me ajudar? -reclamei, segurando meu estômago e bem magoado por ter sido esquecido. Minerva revirou os olhos e me jogou um frasco- Obrigado.

Catei o frasco no ar, e de dentro dela, peguei uma pírula, engolindo-a rapidamente. Não que eu me aliviasse totalmente, nem que fosse saboroso. Porém me ajuda a voltar a poder respirar novamente.

— Bem melhor -sorri. Já recuperando a postura.

E do nada, nós três tomamos um susto. Vários berro vieram da montanha de lã, que eu já havia me esquecido pois se encontrava bem nas nossas costas.

Não eram gritos de terror, nem de socorro. Eram de alegria e alívio. Úivos de pessoas que agora batiam palmas, logo gritavam "Obrigado". Quando vi, Rogue apareceu, finalmente achando o final da maré de lã. Ao descer, se dando de frente para nós, ele ergueu a mão para ajudar uma loira burra a descer também.

 

Rogue POV

O susto que levei pela colisão, foi enorme. Estava concentrado no meu passar mal, que quando percebi, o trem estava se torcendo num ângulo que não era certo. Meu ouvidos se invadiam com os gritos assustados dos passageiros. Eu olhei para Lucy, que estava em choque. O trem deu um solavanco para cima, pela ponte ter recebido algum tipo de impacto, com o tremor e som de rachamentos.

Iriamos logo logo começar a cair. A primeira coisa que olhei foi o exceed que já estava nos braços da loira.

— ROGUE! -Lucy rapidamente se recuperou. Berrava olhando para mim, com as sobrancelhas franzidas

— CORTE O TREM NO MEIO ROGUE!

Cortar o trem no meio? Minha cara fez em dúvida.

— COMO UM PÃO BENGALA!

Não pensei mais, apenas berrei, concentrando-me:

— MASSIVE MAGIC: ASAS DO DRAGÃO DAS SOMBRAS!

No momento que balancei o meu braço, o trem pegou a posição reta, pois depois do solavanco, ele começou a ir em direção para o chão. Fiz as sombras engolir todo o trem para afetar apenas o metal, e não os passageiros. Todos os vidros estouraram com o meu movimento, dava para escutar os estilhaços se tornando milhares de fragmentos.

Lucy catou uma de suas chaves e berrou:

— ABRE-TE PORTÃO DO CARNEIRO! ARIES!

O ser celeste apareceu com uma cara apavorada e cheia de desculpas saindo da sua boca. Lucy a cortou severamente:

— Rápido Áries! Eu te perdôo por tudo, mas envie todo o lã que puder para ESTE lado do trem! -ela apontou para um lado das janelas.

— O... OK! -ela se estremeceu, meio nervosa e temerosa- WOOL BOMB!

Uma quantidade massiva de lã preencheu minha visão, a sensação era maravilhosa, tudo se encheu de rosa macio. A lã pesou o trem para o lado. Estávamos caindo. Os dois pedaços do trem, como a base e uma tampa de um pão partido ao meio, estavam se distanciando, com toda aquela lã preenchendo, como o recheio de nosso sanduiche.

Impedindo que os passageiros caíssem diretamente no chão e os impedindo de serem esmagados pelo trem, Lucy nos salvou. Querendo ou não, ela era inteligente.

BOOOOOM

Aterrissamos com segurança. E tudo ficou silencioso.

Pouco a pouco vaias e uivos ressoaram, as pessoas perceberam que estavam no chão. Perceberam que estavam bem, que estavam salvas. Elas gritavam de alívio, sabiam quem os havia salvo.Estávam nos agradecendo.

Eu ainda estava sem entender direito o que havia acontecido. Mesmo meio contra de sair daquele lugar fofo, me arrastei tentando achar o final do mar róseo, puxando a mão da maga celestial.

— Calma Rogue! -ela reclamou.

— Vamos Lucy, o que quer que tenha atingido o trem, deve estar por aqui, precisamos verificar -respondi calmo. Estava pensando o correto.

Ela ficou em silencio, e respondeu séria:

— Entendi. Então vamos.

Não demorou muito para sairmos da montanha de lã. Eu não sabia se o espírito de Lucy tinha voltado para o mundo dela, ou se estava perdida entre os outros passageiros.

Assim que botei os pés do chão, com as vaias de alegria atrás de nós, me surpreendi com o que me deparei logo a frente.

Um monstro gigante nocauteado, um bando de homens presos com algum tipo de magia estavam todos deitados no chão. Mas o que me pegou memso desprevinido, foi o fato de...

— LAXUS? -berrou a maga celestial, que assim que desceu do acolchoamento fofo, viu ao o que eu estava prestando atenção. Os olhos dela estavam arregalados, apontou para o loiro do raio- STING? MINERVA?

— BLONDIE....!? -Sting ergueu os ombros, entendendo nada, tanto quanto eu.

— QUEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEEE? -Lucy e Sting não parava de berrar, um apontando ao outro.

Os três se aproximaram rapidamente.

— Bom... Estou surpresa -proclamou a morena- E pensar que nos veríamos todos reunídos assim...

— Realmente... -Laxus arqueou a sombrancelha- O que diachos vocês estão fazendo aqui? -o loiro se virou para a dupla Eucliffe e Orlando.

— Estávamos capturando aqueles ladrões, parece que estavam fazendo uma caravana de assaltos, como uma núvem de chuva que sai viajando pros lugares -Sting suspirou, olhando para os bandidos.

— Ah, aquele que o monstro gigante quase esmagou geral, né? -o loiro do raio respondeu.

— A princesa poderia ter capturado todos com magia, se quisesse, mas nós fez dormir na lama e mofo -sua voz era ressentida.

— Claro que não! -ela buffou em resposta- Se lutassemos, alguns poderiam fugir, a missão era capturar todos.

Os dois se encararam um pouco, ficaram em um impasse.

— Mas e você? Faz o que por aqui? -Minerva encarou Drayer.

— O monstrinho aqui -ele sorriu sarcástico, apontando para o tatu peludo- Andou fazendo bagunça e não parava de crescer. Me pediram para vir capturar ele. -foi sua resposta simples.

— Ah! -Lucy ergueu a voz, recebendo toda a atenção para sí- Eu já ví um desses num livro antes! -ela estava bem surpresa, erguendo a mão para esconder seus lábios- É um Armadillo Iletsua!

— Um o quê? -Sting comprimiu as pálpebras- Pode traduzir, dona Nerdzinha?

— É uma espécie de Tatu raro -ela bufou em resposta- Praticamente extinta. Eles são normalmente pequenos, mas quando ficam com medo, começam a se tornar maiores como um balão. Felizmente esse é o tamanho máximo que ele consegue se tornar.

Encaramos o ser vivo que dava uns guinchos de tristeza e medo por estar preso.

— Ah, bem -pigarreou o mago da luz- E vocês? Já terminaram a missão? -então sua voz se tornou amarga- Aquela que vocês tinham taaaanto que ir a ponto de me deixar para trás...

Ele encostou o braço passando pelo pescoço da loira, os olhos dele cintilaram a aborrecimento.

— Sting... -ergui a voz, sibilando. Pegando a mão dele para que ele desgrudasse de Lucy- Menos, Sting. E sim, já terminamos o que tínhamos que fazer. Não precisa desse drama todo, estamos voltando para casa.

— AMEM! -Eucliffe ergueu as mãos em pura alegria, tal como uma criança ao ganhar um doce-Não preciso mais comer a comida da....

E os olhos dele foram para o lado, aonde uma morena cheia de raiva o encarava.

— Disse. Alguma. Coisa. Eucliffe? -ela rugiu dentre os dentes.

— E... E... Eeeeu? -o loiro começou a suar frio. Os olhos dele estava se esbugalhando tanto que achei que iriam sair da cara cheia de pavor dele.

Laxus esboçava um sorriso. E colocava as mãos na cintura.

Lucy botou a mão na boca e riu, enquanto a outra mão segurou minha blusa. Meu coração deu uma palpitada. Senti meu rosto esquentar um pouco. Mas não liguei, pois eu também acabei sorrindo.

São esses tipos de momentos que eu não queria que acabassem.

Foi quando escutamos.....

 

Wendy POV

Em um momento eu estava ao lado de Romeo, junto com Charles, no outro eu estava no meio de uma confusão de estilhaços de vidro, janelas se rompendo com algum tipo de magia da cor da noite.

Minha cabeça doía com o som das pessoas gritando, o medo que elas transmitiam, arrepiava na minha pele. Só pude agarrar a exceed assustada e Romeo me abraçando.

Foi quando algo super macio aconchegou todo mundo e as pessoas assustadas pararam de gritar. Aquela insegurança foi afastada pelo efeito da lã... Espera... Eu conheço essa magia!!

O dano da queda foi totalmente zero. Não tínhamos um arranhão, não só isso, como a comoção de medo, foi substituída por uivos de vivas e agradecimentos.

Como um mundo de magia, era claro que um mago nos salvou, as pessoas estavam acostumadas a essas coisas. Alguns não sabiam bem o que estava acontecendo, mas acompanhavam os gritos dos que tinham visto o monstro que veio sem freio e desordem.

Por um momento fiquei em choque, estávamos bem mesmo?

Foi quando escutei um pequeno choro vindo de meus braços.

— Charles? -sussurrei- Está tudo bem Charles. Não vamos nos machucar, já passou.

Os olhos cintilantes se ergueram, ela era tão determinada e corajosa na maior parte do tempo que eu nem me lembrava o quão frágil ela poderia ser.

Sorri.

— Viu?

— Sim. -ela limpou as lagrimas. Logo ela frisou as sobrancelhas- Ei!!! Desgruda da Wendy!

A gata olhou feio para Romeo que ainda me abraçada. Meu rosto corou, tanto quanto ele também corou, deixando o queixo caído.

— A... Aah.... Des... Desculpa...!! -logo ele tirou os braços. Mas não pode se afastar por conta que estávamos cercados de lã.

Foi quando percebi que eu e ele estávamos respirando o mesmo ar... Muito perto.

— Vamos Wendy -a exceed se aborreceu, revirando os olhos. Ela pegou minha mão e me puxou- Vamos sair desse lugar e ver qual a situação.

Olhei para Romeo, ele estava um tanto envergonhado, me encarou de volta.

— Você vai ficar aí? -a gata o chamou.

O menino sorriu e eu ri junto. Charles se recompôs mais rápido do que previ.

Às vezes, eu achava que esta exceed era uma pequena estrela que veio para tornar meu mundo um pouco mais brilhante, contando do quanto eu sou tímida, enquanto ela parece conseguir segurar todo um mundo nas pequenas costas de um gato branco. Não foi só uma ou duas vezes que pensei o quanto eu tinha a sorte de tê-la...

Quando atravessamos aquele mar de lã que parecia interminável, as vezes nos topamos com um ou outro passageiro. Então, pisamos no chão de areia.

Foi nesse momento que a visão do lugar me fez prender a respiração. Ao meu lado esquerdo tinha um rio grosso. Ao meu direito tinha uma floresta que continuava até se topar com uma parede alta, indicando que estávamos dentro de um cânion.

Mas o que me fez ficar chocada foi vários homens mau encarados presos, junto com um gigante monstro deitado ao chão.... E cinco pessoas que conheço muito bem, rindo juntos.

E justo quando pensei que poderia raciocinar o que estava acontecendo, todos nós fomos atraídos com um grunhido infeliz do tatu enorme. Ele então abriu a boca e regurgitou. Uma poça de baba rolou para fora passando por enormes dentes e....

A mão que segurava minha palma apertou. Então Romeo me soltou e começou a correr.

— PAI! -ele berrou em pânico, com a voz trêmula.

Rapidamente os magos que eu conheço bem nos encarou e vi como cada um deles franziu a sobrancelha. Principalmente Lucy e Sting Eucliffe deixaram seus queixos caírem.

Da bola de baba uma figura de um homem começou a se dar forma. O menino sem se preocupar com o melado nojento, se jogou e começou a escavar aquele líquido para alcançar a pessoa que estava em seu meio.

Em um respiro, meus pés se moveram e comecei a correr também. Quando me aproximei, Conbolt já tinha conseguido desenterrar a cabeça do homem. Os olhos dele estavam marejados e cheios de desespero. Eu coloquei Charles no chão.

— RUGIDO DO DRAGÃO DOS CÉUS. -assoprei da forma mais gentil o possível para não machucar Macao.

Meus cabelos azuis tremularam e a gosma se espaçou para longe. Apenas um homem imóvel restou ao chão. As mãos do pequeno menino tremularam quando se ergueram, desejando tocar o pai. Mas ficou com medo de descobrir que poderia ser apenas... Um corpo frio.

Ele estava completamente imóvel.

Eu toquei gentilmente os ombros expostos de Romeo, foi só assim que ele virou o rosto para mim. Sua face estava congelada, seus olhos cheios de lágrimas e as sobrancelhas firmemente trincadas.

Forcei um sorriso e me pus de joelhos ao lado do pequeno mago.

Respirei fundo e segurei o fôlego, quando me virei para Macao, com ambas minhas mãos se movendo para perto do peito, bem acima do coração do homem. Vacilei por um segundo e tremi um pouco... Ele está tão pálido...

Uma luz brilhou das minhas palmas.

Então....

— COF COF COF COF

Conbolt começou a tossir violentamente e vomitar massas de gosma. Eu arregalei os olhos.

Por alguma razão lágrimas brotaram dos meus olhos, meu coração se encheu de alívio. Pelo canto dos olhos vi Romeo abrir um sorriso enorme e engasgou.

Percebi uma sombra se estender por trás de mim, me virei levemente e os outros magos estavam parados olhando de perto. Seus rostos estavam surpresos, mas exibiam um leve sorriso.

— Romeo...? -os olhos confusos do homem tentaram focar o rapaz que estava ao meu lado.

Com uma careta de sem saber que dia era hoje e não compreendendo o que estava acontecendo.

Sem perder tempo, o mago abriu os braços e abraçou o pai.

— Ai, ai, ai, ai -resmungou- O que você está fazendo? Aonde estamos? -então congelou por um segundo, como se lembrasse de algo- Espere! Aonde está o grande monstro???

Pavor pintou os olhos do homem.

— Você quer dizer, esse grandalhão atrás de você? -riu Sting-san.

Macao-san piscou aturdido, franzindo as sobrancelhas.

— Eucliffe? -ele exclamou. Então percebendo que tinha mais gente, ele congelou- Orlando, Cheney, Laxus, Wendy e.... -então seus olhos pousaram pesadamente para a loira- Lucy?

— Ah, olá Macao -ela respondeu sem graça.

— O que vocês estão fazendo aqui.... -ele ficou mais confuso, então pensou por um momento e olhou para trás. Arregalando mais os olhos, deu um grito- WHOAAAAAAAAAA!!!

Um enorme focinho estava em suas costas, deve ter sido realmente surpreendente.

— Gaooo... -o tatu rugiu tristemente, bem preso ao chão.

— O que está acontecendo?? -Macao-san exclamou.

— Bem, nós que queremos saber como você parou no estômago desse grandalhão -foi a resposta do loiro da luz, segurando o queixo, confuso.

— Realmente, não me lembro dele parando para fazer um lanchinho nesses últimos dias... -murmurou Laxus-san.

— Espera, Macao esteve no estômago do Armadillo Iletsua esse tempo todo? -a loira perguntou descrente.

— Acho que isso não é possível... -respondeu Minerva-san, mas então pintou uma dúvida- Ou é...?

Macao-san se manteve calado.

Todos ficaram em silêncio, esperando a resposta do homem.

— Bem -ele gaguejou- No final da minha missão, eu encontrei um pequeno tatu no caminho para casa, que fiz andando um pouco no meio da floresta -ele explicou rapidamente- Quando pensei em jogar um pouco de pão que estava endurecendo para o animal, um tiro passou e quase nos acertou. Eram caçadores ilegais. Quando percebi, o tatu aumentou de tamanho e me engoliu?

Ele respondeu com um tom de dúvida, como se tivesse tido um estranho pressentimento que foi isso que aconteceu, mas não conseguia se lembrar direito.

— Que? E por que você estava tentando alimentar um tatu? -Lucy franziu as sobrancelhas, executando em falas as coisas que ela aprendeu lendo- Você deve saber que não devemos nos envolver com animais selvagens, certo? Principalmente das florestas. Independente do quanto inofensivas parecessem! É o básico para todo aventureiro!

Eu conseguia entender claramente o que Lucy-san queria dizer. Qualquer um que quer viajar pelo mundo, precisa saber que existem inúmeros monstros e cada monstro pode ser equipado com algum tipo de armadilha, como a fofura que tem em certas espécies de coelhos carnívoros...

— Mas ele pareceu tão faminto, que não pude me conter! -riu Macao-san, um pouco sem graça.

— Idiota!! -então nesse momento Romeo gritou, com uma voz claramente angustiada- Um grande, grande idiota!

E então ele não conseguiu mais proferir uma palavra.

Os olhos do homem se tornaram mais gentis e sua mão bateu suavemente nas costas do filho.

— Hey, um homem de verdade não chora, você sabe...? -disse suavemente.

— Eu não estou chorando! -foi sua resposta agressiva.

Todos nós sorrimos.

— E quanto à essa caótica explicação? -Macao-san questionou.

Realmente.... Meus olhos giraram para essa vala. De um lado vários homens desconhecidos estavam inconscientes. Um monstro gigante estava imóvel. Um trem estava recheado de lã.... E o rio fluía suavemente.

— Cof, eu estava no meio de uma missão de capturar o monstro, mas ele veio para esse cânion e correu para o trem, destruindo-o. -respondeu o mago do raio.

— Eu e a Princesa estávamos em uma missão também, que era pegar essa gangue que estava se escondendo por aqui -bufou Sting- O raiozinho aqui errou um poder e acabou que acertou a gangue toda.

— Prendi todo mundo com minha magia -Orlando deu de ombros, apontando para os ladrões e o monstro.

— Eu e Rogue estávamos voltando da nossa missão, quando tudo aconteceu... Aconteceu que esse trem era nossa passagem para casa.

Então todos pararam e viram que algo não estava certo.

Senti que o olhar de todo mundo estava em mim. Ah...

Eles estão se perguntando por que eu e Romeo estamos aqui. Meu rosto corou, pois eu simplesmente segui Conbolt para algo que poderia ter sido realmente perigoso....

Sou bem consciente das nossas idades, com certeza os outros membros da guilda ficariam furiosos com a gente.

— Viemos atrás de Macao -respondeu Charles, dando de ombros.

Então os olhos do homem se tornaram sérios. O homem segurou com as duas mãos os ombros do filho e o afastou para encarar seus olhos.

— Isso é verdade Romeo?

Vendo o olhar sério do pai, percebi que ele ficou desconfortável para responder, mas sacudiu a cabeça, assentindo. Os lábios do Conbolt se comprimiram.

— Eu lembro de ter dito para você ficar em casa, porque as coisas podem ser bem perigosas, certo, Romeo? Então você veio sem nenhum adulto e ainda trouxe Wendy junto? -ralhou.

— Não! -exclamei rapidamente- Viemos porque estávamos preocupados!

— Wendy -os olhos de Macao me encararam- Eu sou um mago da Fairy Tail. Preciso que confiem em mim. -disse seriamente.

— E... Eu sinto muito -sussurrei.

Então me calei, me sentindo mal. Eu sei que estava errada. Mas mesmo assim...

— Humpf! -escutei uma pequena voz bufar- Patético! Você não tem vergonha de fazer uma criança se preocupar?

Era a gata.

— Charles? -murmurei, assustada.

— Calma aí Wendy. Eu ainda não terminei com esse cara -ela respondeu arrogante, com as sobrancelhas demonstrando descontentamento- Sabe, antes de ser um mago, a coisa que mais unem vocês dois é o fato de serem uma família! Isso é muito injusto! Você acha que está tudo bem se arriscar, mas nós não podemos nem mesmo nos preocuparmos!? Humpf!

Então ela cruzou os braços e virou a cara.

— Eu... -ele engasgou. Com certeza ele nunca pensou que seria repreendido por um gato, algum dia!

— Em vez de reclamar e reclamar, eu queria escutar pelo menos uma palavra de agradecimento! -ela finalizou.

O homem então ficou atônito. Olhando para a gata, ele começou a rir.

— Nunca pensei que Charles seria quem me daria uma lição algum dia! -então suspirou, colocou uma mão na cabeça de Romeo- Obrigado.

Então eu sorri, vendo que o menino estava feliz. Ufa, uma tragédia de horas de repreensão deve ter sido pelo menos adiada...

Secretamente eu esfreguei carinhosamente a cabeça da gata. Vi os olhos azuis dela me encararam, com um pouco de carranca, mas ela não conseguiu esconder o leve rubor nas bochechas.

— Então... Foi isso que aconteceu -uma voz conhecida pronunciou atrás de todos nós.

No momento, não reconhecemos, mas quando nos viramos... Vimos Lahar.

Congelamos no lugar.


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