Caminhantes escrita por Serin Chevraski


Capítulo 23
Dance comigo, Happy




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Lucy POV 

Depois da briga, levei Laxus. Ele estava todo quebrado. Entreguei para o Raijinshuu, mais precisamente Freed Justine. O esverdeado me massacrou com os olhos e catou o mago do raio, me xingou um pouco e levou o loiro. Sei que esse meu irmão vai ficar bem, o trio fã dele podem ser excêntricos, mas são bons amigos que se preocupam com um companheiro, principalmente com o Laxus. 

Sobre Natsu, prefiro não pensar. Mas do jeito que ele estava destruído...  

Eu preciso ir atrás de Happy no lugar do rosado. Somos amigos, o exceed tem sentimentos, me preocupo com ele, sem falar que acabei de prometer agora pouco que seriamos amigos para sempre. E pretendo não faltar com a palavra sobre isso. 

Agora, temos um problema Lucy. Aonde Happy foi se meter? 

Procurei em todo lugar, está entardecendo. Passei na frente da casa do Natsu, passei no parque, passei na casa da Lisanna... Se não me engano é no mês que vem que a Lisanna e o Natsu vão comprar uma nova casa... Não! Para de pensar no idiota Lucy! Foco! FOCO! Aonde Happy foi? 

... MAS É CLARO! NA PEIXARIA!  

Comecei a correr nas ruas de Magnólia, virando várias esquinas, fui para a rua da peixaria e... 

— Oi, por acaso o senhor não viu um gato azul? -perguntei sorridente para o vendedor. 

— Desculpa mocinha, vi não. -respondeu ele, para minha desanimação. 

Não, não é aqui! Então Lucy, CORRE PRA PRÓXIMA!  

Depois de correr para cinco peixarias distintas, comecei a suar muito. Me abaixei e me apoiei nos meus joelhos, arfando. 

— O Happy... Estava chorando tanto... Você não vai desistir Lucy... -falei para mim mesma, engolindo o cansaço. Levantei o rosto, passei minha mão na testa e continuei a correr. 

Se... Ele não está aqui... Deve estar... NO RIO! QUE BURRA LUCY! É TÃO ÓBVIO! 

Fui até a fronteira de Magnólia, para a floresta onde Happy vive indo para pescar. O pôr-do-sol começou a tingir o céu. Aos poucos, cheguei no rio. Suspirei aliviada ao ver um pequeno ser azul. Ele está aqui. 

— Happy? 

Ele se virou rapidamente e me encarou com os olhos cheio de lágrimas. Estava sem vara de pescar, estava apenas... Ali, no lugar em que trazia mais paz para ele... Chorando...  

Quado pensei isso, senti meu coração pesar, ele estava chorando porque eu disse que... Não éramos parceiros... 

— H... Happy? -minha voz falhou. 

Ele apertou os olhos e saltou em um voo, indo em disparada entre as árvores, eu comecei a correr atrás dele. 

— HAPPY! NÃO FOGE, POR FAVOR! HAPPY! -gritei. 

— NÃO FALA COMIGO! VOCÊ É UMA IDIOTA LUCY! -replicou ele com a voz rouca. 

— Happy... -então vi um vulto negro gigantesco saltar e levar a bolinha de pelos azul- HAPPY! 

Parei de correr. Na minha frente, um monstro do tamanho de um cavalo grasnava para mim, com Happy de olhos fechados entre seus dentes pontiagudos. 

Franzi as sobrancelhas, encarei os olhos laranjas do monstro. Parecia um grande cachorro, mas completamente delgado e atlético como um tigre. Levantei a mão e ele grasnou. Os olhos em fendas e seus dentes amarelados me davam medo. Meus olhos marejaram e eu fiquei estática, trêmula. Esse monstro deve ser mais rápido e mais forte que eu... Meu corpo não se meche... Estou assustada.... Estou assustada... Esto com medo... Muito medo...! 

— L... Lucy... -balbuciava Happy, interrompendo meus pensamentos desesperados- S... Somos amigos ainda...? 

O que esse gato está falando? Ele... Ele está sangrando...! Happy... Em vez dele se preocupar com ele mesmo... 

O gato me olhou com o canto do olho e sorriu triste. 

— Claro que somos Happy! Eu prometi! Somos amigos para sempre, se depender de mim! -respondi, o monstro grunhiu. Fiquei com medo, mas dessa vez, não porque ele parecia assustador, e sim porque o corpo de Happy parecia tão frágil entre os dentes do ser, como se fosse quebrar a qualquer momento. 

— Lucy... Eu... Eu estou com medo... 

Ai meu deus, o que faço!? Até quando esse monstro vai ficar assim? Me encarando? Tenho que salvar o Happy! 

— Aguenta mais um pouco Happy! 

Pensa Lucy, eu não vou conseguir pegar minha chave... Não vou conseguir conjurar magia nenhuma... Não consigo pegar meu chicote... Um movimento, e esse monstro vai matar Happy!! A não ser que... 

Dei um sorriso, a sorte está do meu lado, tenho o único espírito que pode fazer isso. 

— Loki? -sussurrei- Por favor, Loki, se estiver me escutando, force a abertura do portão. Eu não posso me mexer... Por favor, me ajuda. 

— Grrrrr... -grunhiu o monstro, por um segundo pensei que Happy morreria. 

Nesse exato momento uma bola de luz atingiu a cara do monstro. O ser que parece um cachorro se assustou e soltou o gato azul. Eu saltei e peguei o exceed me jogado no chão, abraçando protetoramente Happy. Olhei pro lado e vi o monstro cair com tudo na terra, se levantou atordoado e fugiu para as sombras, gritando como um filhote assustado. 

Haaa... Meus nervos... Mas... Happy está bem. 

— LUCYYYYY! -chorou ele me abraçando. 

— Cuidado Happy, você está sangrado. 

— No momento perfeito, certo Lucy? -veio Loki sorrindo, me oferecendo a mão para me levantar. 

— Sim, obrigada Loki, me ajudou muito. Obrigada mesmo. -falei pegando a mão do espírito- Exatamente digno de ser o líder dos espíritos do zodíaco. 

— Heh. -sorriu ele orgulhoso, puxando minha mão direita enquanto eu segurava Happy com a esquerda- Sempre ao seu dispor, Lucy. 

— É melhor voltar para o mundo espiritual Loki, você está se mantendo com seu próprio poder, deve estar te machucando... Desculpa por ter pedido isso... 

— Que nada Lucy, pode me chamar sempre. E uns minutos no mundo humano não vão me matar, já que eu cheguei a ficar três anos aqui. 

Dei um sorriso de canto e insisti:

— Melhor voltar Loki, isso não faz bem para você. 

Ele sorriu e arqueou uma sobrancelha. 

— Não quer que eu cure o Happy?  

— Você pode fazer isso!? -exclamei surpresa, não esperava por isso. 

— Eu posso pelo menos diminuir a dor e parar o sagramento. O poder Regulus, é o poder celeste, magia pura de luz que o Rei dos Espíritos me concedeu. 

Eu abri a boca surpresa. Ergui Happy e Loki fez sua mão brilhar, o rosto do gato melhorou e ele sorriu. 

— Obrigado Loki. -agradeceu o exceed- Não sinto mais nada!! 

Acionou Aera e ficou flutuando. Loki disse antes de sumir: 

— Sempre vou ajudar os companheiros da guilda, se você se lembra, eu faço parte da Fairy Tail também. Vou indo agora. 

— Tchau Loki. -respondemos eu e Happy. Loki desapareceu, fechando o portão. 

— Vamos Happy. -falei. 

— Vamos. -ele respondeu, então me chamou- Lucy? 

— Hum? 

— Somos amigos, certo? -ele perguntou. 

— Sim, somos amigos Happy. Seja mago, espirito ou exceed, são todos meus amigos. -respondi, e ele voou na minha frente, sorriu com uma cara travessa e seus olhos brilharam. 

— Me dá um pexe, Lucy?  

— QUÊ!? -me indignei com o pedido dele, até parece que quase não virou comida de monstro! 

— Eeeein, Lucy? Somos amigos, certo? 

Eu o encarei, ele está mesmo me chantageando? Suspirei e sorri. 

— Depois te pago um, ok? 

— Siiiiiiiim! -ele fez piruetas no ar de felicidade. 

Happy sempre será o Happy, ri. 

Então chegamos em uma clareira. Já escureceu completamente. A clareira era composta apenas por uma grama alta que chegava até o meio da batata da perna, então deu para ver o céu aberto cheio de estrelas. Milhares de vaga-lumes voaram para lá e para cá, eu arregalei meus olhos maravilhada. 

E pensar que tem um lugar assim em Magnólia! Olhei para Happy e ele estava com os olhos tão arregalados como os meus. 

Sorri e saltei para o meio do gramado, fazendo mais vaga-lumes voarem. 

— Lucy? Aonde vai? Não vamos voltar? -perguntou o gato confuso. 

— Vamos Happy, o povo vai esperar. 

E ele vinha lento, com receio. O lugar era bonito, mas o monstro de antes não pode ser esquecido assim facilmente. Peguei uma chave e disse: 

— Abre-te! Portão do Arqueiro! Sagitarios! 

— Moshi, Moshi! Boa noite Lucy-san! 

— Oi Sagitarios. 

— Que lugar bonito Lucy-san -observou ele, surpreso, logo perguntou- O que gostaria que eu faça? 

— Eu queria aproveitar a vista um pouco, mas fomos atacados por um monstro uns minuto atrás, poderia ficar de olho por nós, por favor? 

— Claro, moshi, moshi! -falou ele batendo continência, segurando o arco e olhando aos redores, atento. 

— Obrigada, Sagitarios. -sorri. 

Happy pareceu tranquilizar e voou pro meu lado, eu peguei mais uma chave. 

— Abre-te! Portão da Arpa! Lyra! 

— LUCYYYYYYYYY-CHAAAAAAN! -se exaltou a loira, com sua arpa- Fazia tanto tempo em que não me chama que pensei que tinha se esquecido de mim! -choramingou ela com um biquinho. 

— Oi Lyra, amm... Eu não esqueci de você, o nosso trato era te chamar uma vez por mês, só isso! 

— Aaah! É mesmo! Tinha me esquecido, he he. 

Coloquei as minhas mãos na cintura e sorri. 

— Pode tocar para mim Lyra? Em clima desse lugar?  

— Nossa! Que lugar lindo você arrumou Lucy-chan! -falou ela admirada. 

— Sim. Achei por acidente. 

— Deixa comigo Lucy-chan! 

Ela ficou um tanto pensativa, olhando para a clareira. Enquanto isso, Happy me chamou: 

— Lucy... 

— O que é Happy? 

— Está tudo bem você usar dois espíritos? 

De certa forma ter dois portões abertos me cansa. 

— Está tudo bem Happy -sorri- Lyra não gasta tanta magia assim. Eu não posso ser forte comparado com a Erza e os outros, mas posso aguentar os dois com certeza! Pode confiar em mim? 

Ele me olhou desconfiado. Então eu mudei de assunto: 

— Mas e você Happy? Não dói mais? 

— Não -respondeu ele- A magia do Loki ajudou muito! 

Sorri e estendi a mão para o exceed azul. 

— Vamos dançar Happy! Como prova da nossa amizade. 

Ele sorriu e voou para mim animado. 

— AYE! 

Começamos a rir e dançar correndo na grama, enquanto Lyra cantava. 

Luzes vão para o céu 

Brilhem celestes, sussurrem meu sonho 

Chame todos os amigos 

Seja mago, espírito ou exceed. 

Voem luzes, 

Eu dançarei na relva noturna 

Embaixo da lua prateada. 

Meu amado amigo 

Vamos dançar até que os vaga-lumes durmam 

Não tenha medo dos monstros 

Temos só companheiros aqui, 

Cofie neles, e tudo ficará bem. 

Sonhos e ilusões, 

Nada importa, apenas vamos sorrir 

Venha, vamos dançar 

Até que os vaga-lumes durmam. 

A luz celeste irá iluminar esta noite 

Mágica e bonita 

Siga os passos do coração 

E não vai existir bailarina 

Mais bela embaixo desse holofote prateado. 

Dançamos até a musca acabar, rimos muito. Quanto mais dançávamos, mais os vaga-lumes voavam, um show de luzes que nenhuma magia nesse mundo poderia imitar. 

Até que Lyra ficou silenciosa. Acabou a música. Happy começou a voar torto, os olhos dele estavam se fechando. O exceed azul caiu do voo e eu o peguei, surpresa. 

— Opa! Happy? -vi que ele dormia e sorri. Me virei para Lyra e sussurrei- Obrigada Lyra. 

— Me chame de novo, ok? -sorriu ela sumindo. Me virei para Sagitarios. Eu estou ficando cansada. 

— Sagitarios, pode ir também. 

— Mas Lucy-san... -ele iria protestar, mas eu sorri o tranquilizando, então ele sorriu batendo continência- Até mais Lucy-san! -e sumiu. 

Suspirei e segui para o lado de Magnólia, escutei um crec, fiquei paralisada, meu coração bateu forte com medo. 

— Quem está aí? -perguntei temerosa, imaginando vários monstros diferentes. 

— ... Oi Luce. -apareceu o garoto de cabelo rosa. 

— Natsu!? -olhei para as faixas do corpo dele- Natsu, você não devia ficar se mexendo por aí. -falei o reprovando. 

— Luce, você não ia numa missão com Laxus? -ele estava com uma expressão séria. 

— Laxus está tão quebrado quanto você, ele não pode zanzar Fiore assim. Nem você. 

— Eu estava procurando Happy. -falou dando de ombros. Ele chegou perto- Luce... 

Meu coração saltou, eu me aproximei de Natsu rapidamente e dei Happy nos braços do rosado. 

— Tó o Happy, ele foi atacado por um monstro, mas Loki nos salvou e o curou. Ah! Mas é melhor dar mais uma olhada nele, só para conferir! -falei e Natsu lançou um olhar meio preocupado pro exceed. 

Então saí correndo, deixado Natsu e Happy para trás, o rosado gritou: 

— Luce! Eu vou fazer parceria com a Lisanna! 

Eu parei. Eu sei que quem disse que não somos mais parceiros fui eu... Mas meu coração doeu. Me virei e sorri, engolindo o choro, mas não pude controlar a voz que saiu trêmula. 

— Isso é muito bom Natsu. 

— ... Não vai falar nada, Luce? 

— Sobre o quê? Lisanna é sua esposa. Sempre achei que isso aconteceria. 

— ... Sempre? -ele parecia estranho. 

— Natsu... Eu estou cansada, boa noite. -e corri. Natsu não me chamou nem nada.


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