— Oi Len! – Oliver acenou com seu típico sotaque britânico. Len se virou, e acenou de volta.

Oliver correu até ele, com um sorriso.

— E aí cara? Como você está?

— Pior impossível.

— Ué, por que? – Oliver perguntou, ajeitando as suas bandagens. Nem Len sabia o que havia por trás daquilo...

— Tenho meus motivos. – ele falou, seco. – E essas bangagens? Você prometeu que iria me mostrar depois do fim de semana.

Oliver suspirou.

— Sim. – ele disse, puxando Len.

****Suki Kirai****

Eles chegaram no porão, e Oliver trancou a porta.

— Verifique tudo. Pode ter alguém escondido por aqui...

— Por que diabos você é tão cuidadoso com suas bandagens?

Oliver olhou para Len, pensativo.

— Você vai ver... – disse.

Depois de verificarem todos os lugares, e finalmente chegou perto de Len para mostrar.

— Bom, não se assuste. – Oliver suspirou. Ele tirou o chapéu, e deu para Len segurar. – É estranho...

— Só vai.

Oliver desenrolou a bandagem de seu rosto lentamente, ainda hesitante em fazer isso. Mas foi interrompido por uma garota de cabelos verdes entrando no porão.

— Megpoid?!

— Len-kun?!

****Suki Kirai****

Eles se encararam, incrédulos.

— A porta estava trancada, como você entrou? – Len perguntou, trincando os dentes.

— Vocês esqueceram de trancar outra porta. – ela apontou para um alçapão que estava escondido de baixo do tapete. Eles arregalaram os olhos, surpresos.

— Sai daqui Megpoid.

— Me desculpe, mas...

— SAI DAQUI MEGPOID. – Len quase berrou. Ela fechou os olhos, e contou até 10.

— Olha aqui, eu obedeceria normalmente, mas eu preciso fazer coisas aqui. Por mais que eu não queira interromper. Eu posso sair, mas eu só irei fazer isso quando você pedir educadamente. Então, Kagamine, acho melhor você abaixar esse tom, porque eu não obedeço escandalosos. – ela disse, encarando Len tão friamente que ele se perguntou se aquela era sua Gumi mesmo...

Os três ficaram calados por alguns segundos.

— Eu não lhe devo satisfações.

— Mas me deve educação.

Len olhou para seus pés.

— Você... – ele começou, mas não sabia o que falar.

Ela sorriu para ele, e deu uma risada. Len não conseguiria ficar mais confuso do que já estava.

— Estou brincando. Mas de qualquer jeito, Kagamine, tente falar “por  favor”, ok? – ela disse, se aproximando dele, e estendendo sua mão para ele apertar.

Ele encarou ela, com sua cabeça dando voltas. Ele apertou.

— Ótimo. Até mais Ollie, até mais Len-kun! – ela disse, descendo o alçapão.

“O que diabos é que...ahn?” pensava.

— Well, continuando... – Oliver riu, e continuou desenrolando a bandagem. Len prestou atenção, e se assustou quando viu a enorme cicatriz que passava da testa de Oliver até a bochecha.

— O que...

— Eu sei. Não dói tanto quanto antes, mas ainda arde um pouco. – ele disse, suspirando. Enrolou a bandagem de novo, e chamou Gumi para subir.

Len se jogou na poltrona.

— Len...

****Suki Kirai****

Gumi andava tranquilamente em direção ao alçapão. Ela tinha em mente preparar o presente de Rin e Len, já que seus aniversários estavam chegando.

Ela achou o alçapão e subiu, tomando cuidado para não cair. Ouviu barulhos lá de cima.

— O que diabos é isso? – se perguntou, descendo mais. Abriu a porta, e saiu do buraco.

Chegou até a sala principal, e se surpreendeu ao ver Len e Oliver. Len a notou de cara, e fez a mesma cara que ela.

— Megpoid?!

— Len?!

— A porta estava trancada, como você entrou? – ele perguntou, trincando os dentes. Ela suspirou.

— Vocês esqueceram de trancar uma. – ela disse, apontando para o alçapão.

— Sai daqui Megpoid. – ele disse, se aproximando.

— Me desculpe, mas eu...

— SAI DAQUI MEGPOID.

Gumi bufou e deu um passo para frente.

— Olha aqui, eu obedeceria normalmente, mas eu preciso fazer coisas aqui. Por mais que eu não queira interromper. Eu posso sair, mas eu só irei fazer isso quando você pedir educadamente. Então, Kagamine, acho melhor você abaixar esse tom, porque eu não obedeço escandalosos. – ela falou, trincando os dentes. Ela estava ficando cansada de obedecer, e ser sempre a legal.

Ele a encarou, incrédulo. Ela mesma se perguntou se aquilo era ela.

— Eu não lhe devo satisfações.

Gumi riu.

— Mas me deve educação.

Eles corou, sem graça. Ela sacudiu a cabeça, e percebeu que desse jeito nunca conquistaria o seu pequeno loiro.

— Você... – ele tentou, mas se calou rapidamente. Ela riu.

— E-Estou brincando. Mas de qualquer jeito, tente falar “por favor” na próxima, okay? – ela disse, estendendo a mão para ele apertar. Sua pele esquentou.

Ele apertou, e Gumi sentiu faíscas.

— Ótimo. Bom, até mais Ollie, até mais Kagamine. – ela disse, descendo no alçapão.

Se sentou nas escadas, e suspirou.

— Como sou idiota.

****Suki Kirai****

— Ainda aqui, Len?

Len olhou. Gumi segurava um bloco de notas, e um estojo. Ele bufou.

— Sim. E não vou sair.

— Ok. – ela disse, e se sentou a seu lado. Pegou o bloco, e começou a escrever.

Len suspirou. Estava tentando se controlar.

— Sabe, Megpoid...

— Hum?

Ela o encarou, deixando Len sem fôlego. O jeito que mordia a ponta do lápis, que pensava, que sorria para ele, eram tão encantadores.

Ele sorriu, e derrubou ela. Os dois caíram do sofá, e Len ficou por cima de Gumi.

— N-N-Nani?! – ela exclamou.

— Você fica extremamente fofa quando está pensativa... – ele disse, aproximando mais seus rostos.

Gumi não sabia o que fazer. Estava muito vermelha, tanto quanto um tomate.

— Muito fofa... – sussurrou, e a beijou. Parecia que o coração de Gumi iria sair pela boca.

Len percebeu o que estava fazendo, e se soltou rapidamente. Com as bochechas coradas, ele se levantou e se dirigiu para a porta.

— M-M-Megpoid...

— H-H-H-Hm?

Ele se voltou para ela, e fechou os olhos.

— Não comente com ninguém, ouviu?

Ela assentiu, suspirando. Len fechou a porta com força, e se encostou nela do outro lado.

“O que foi isso?” Len e Gumi se perguntaram.

****Suki Kirai****

A esverdeada estava deitada em sua cama, pensando no acontecimento do porão. Ela não sabia o que tinha sido aquilo, e definitivamente foi uma sensação boa. Ela tocou seus lábios, dando sorrisos bobos.

— Ah, Len-kun. Por que você faz isso comigo?

Ela se sentou na cama, e olhou pela janela.

“Aitai imasugu aitai

Eu quero ver você, eu quero te ver agora

Demo yuuki ga nai todokanai kono ai

Mas eu não tenho coragem de expressar meu amor

Te o nobashite mo imi nante nai kono sekai kirai mitai

Não há nenhuma razão para alcançar minha mão, eu acho que não gosto de um mundo como este.

Aitai uso demo aitai demo mono tarinai todoketai kono ai

Quero ver você, eu quero ver você mesmo que seja uma farsa, mas, isso não é o suficiente, quero expressar meu amor

Demo hoshi ni negatte mo nani mo kaiketsu shinai mitai

Mas, como eu desejo para as estrelas, nada está resolvido

Katahoukou no akai Ito

O fio vermelho do destino

Kyou mo tsunagu no anata e to

Hoje eu vou amarrá-lo em você de novo

Kanawanakute mo shikatanai tte jibun ni wa iikikaseta kedo

Apesar de eu ter dito a mim mesma que não ficaria surpresa até mesmo de meu desejo não se realizasse

Yappari dame de uso tsukenakute

Eu sabia que não podia mentir para mim mesma”

Anata no koto de ippai de

Meu coração está preenchido de você

Ela sorriu para si mesma. Que bobagens que pensava. Óbvio que ele a odiava. Mas Megpoid Gumi não desiste. Megpoid Gumi não desiste. Esse era seu lema.

E até que ela conseguiria se declarar, não é mesmo?

“Katte ni

Sem pedir

Suki ni natta watashi ga warui no

Eu me apaixonei por você, eu sou a culpada por isso

Dakara nani mo motomenai no

Então, eu não vou perguntar nada

Anata no sugata anata no shigusa

Apenas ver sua figura, observar seus gestos

Anata no koe de juubun de

E ouvir sua voz são suficientes para mim

Datte ne koi ni ochita watashi wa sore dakede mune kurushiku nacchau no

Porque, você sabe, desde que eu me apaixonei, aquilo só fez eu me sentir desconfortável.

Takanozomi desho? Hitorijime nante

Ter você todo para mim é pedir demais, não é?”

Gumi fechou os olhos, e lembrou da cena. Sua pele esquentou, e seu coração acelerou. Como ela amava aquele loiro emburrado.

“Kore tte unmei? Tte kanchigai shichau kurai

É o destino? Estou confusa, pensando desta forma

Kako ni keiken nai

Como eu nunca havia experimentado algo assim

Kyuutenkai suru kamoshirenai

Poderia mudar rapidamente

Kono sekai kirai ja nai kamo

Talvez eu não odeie o mundo”

— É...talvez eu consiga. Talvez eu te alcance, Len-kun. Talvez eu faça você se apaixonar por mim. E talvez eu me declare Len-kun. E faça você ser o meu pequeno loirinho. Mas ter você só para mim é errado, não? -  sussurrou para si mesma, e deitou na cama.

Ano hi irai anata igai

Desde aquele dia, eu não me importava mais com os outros

Dou demo ii tte kurai

Mas com você.

Suki ni nareba naru hodo

Quanto mais eu te amo

Akiramerarenai kono a

Mais eu não posso desistir desse amor”

— Eu te amo, e te amo, e te amo, Len-kun!