Por muito tempo Gajeel pensou que tivesse um coração de pedra, que nunca pudera se apaixonar ou ser um escravo da famigerada paixão. Ele tinha medo. Medo de ser um otário, de ser uma pessoa pior do que já era por causa do amor. Costumava caçoar de Juvia por ser uma louca pelo seu amigo Gray, e não queria ser como ela. Era ridículo. 

Então ele entrou para Fairy Tail, se arrependeu por ter mexido com uma família tão grande e determinada como aquela, e principalmente ter mexido com Levy Mcgarden. A fez sofrer, sentir-se como se não fosse capaz de defender a guilda no qual pertence, vulnerável, inútil. Até aquele presente momento Gajeel não se perdoou, sente-se culpado por tudo o que fizera com Levy. 

O improvável havia acontecido. Gajeel estava apaixonado pela pessoa que ele machucou, mas ele gostaria de entender como. Levy era somente uma maga fraca que tinha que proteger, uma obrigação moral por tudo que tinha feito com ela. 

Gajeel estava em um grande dilema, não queria ser uma pessoa idiota e apaixonada. 

Até que um dia, Levy lhe fez uma pergunta um tanto curiosa. Ficou pensando por vários segundos só para conseguir responder uma coisa sequer. A baixinha era persistente, conseguia domá-lo como uma fera selvagem, tranquilizá-lo e por fim conseguir o que tanto almeja. Levy era dessas. 

— O que você gosta em mim? 

O rosto da garota estava reluzente, os olhos grandes e castanhos curiosos não saíam dele, que tentava mudar de assunto assiduamente. Ela sorriu e Gajeel ficou, mais uma vez, sem reação e demorando para responder. 

— Você quer mesmo que eu responda? — Gajeel finalmente disse, encarando a maga de perto, inclinando o corpo para que ficasse mais perto de seu rosto. — Eu posso fazer uma lista se quiser. 

— Então já pode começar — Levy, sem que ficasse para trás nessa discussão, aproximou-se ainda mais do rosto do Dragon Slayer, sentindo sua respiração. 

— Começando pelo seu cheiro — ele não se afastou, chegou ainda mais perto dela dirigindo-se ao pescoço, inalando seu perfume irreconhecível. Levy não se mexeu, apenas sentiu o toque dele —, seu cabelo — Gajeel passou uma das mãos pela nuca dela enquanto a outra circulou sua cintura — e principalmente... 

— O que? — Levy perguntou, com uma voz falha. Já estava em êxtase. 

— Seus lábios. 

Era um beijo feroz, Gajeel apertou sua cintura nem dó, a trazendo para mais perto de si, Levy desaparecia nos braços daquele homem. Ela odiava a forma que ele tratava seus sentimentos e como tudo o que ela dizia a ele, parecia meras palavras sem sentido. Mas ela sabia que era apenas o jeito dele encarar o amor. 

Gajeel não sabia lidar com Levy e nem com o amor que sentia por ela.

— Mais alguma pergunta?

— Não, nenhuma. 

Depois desse dia Levy nunca mais ousará mexer com um homem orgulhoso e apaixonado.