A Love To Remember escrita por Clarice Alessandra


Capítulo 4
Capítulo 4




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Pov’s Ziva

Passar o dia com a Abby está sendo bastante produtivo. Ela me contou várias coisas importantes, como por exemplo: a nossa formatura, o casamento dela, o nascimento do meu “sobrinho” Harry. Mas nada sobre a minha vida com o Anthony, ela dizia alguma coisa do tipo: “Pergunta para o seu marido”, “Anthony deve saber.”. Ela realmente queria que eu falasse com ele:

— Abby, posso te perguntar mais uma coisa? – ela me olha e afirma. – Com quem foi minha primeira vez?

— Com o Tony. Eu te disse que você é completamente apaixonada por ele.

— Você tem certeza?

— Como eu poderia esquecer a “sua primeira vez perfeita”? – ela faz uma imitação ridícula da minha voz. – Você sempre falava disso. Era um saco. Bom, agora eu preciso ir. Tenho um marido e um filho pequeno para cuidar. – ela diz já me abraçando.

— Não vai. Fica. Por favor.

— Por mais que eu queria, eu não posso. Eu volto o mais breve possível. Te prometo.

— Tudo bem. – digo fazendo um leve bico.

Depois que Abby foi embora foi horrível. Me sinto tão sozinha.

Ezra está na escola, Anthony está trabalhando e eu estou aqui, no sofá. Será que eu não tenho emprego? Porque se for assim vou me odiar pra sempre. Minha vida inteira zelei pela minha liberdade. Faço uma nota mental de perguntar isso e mais cem coisas para o Tony.

Ando pela casa e volto até o “meu” quarto. Está na hora de descobrir o que tem aqui. Abro todas as portas do closet e vejo que em uma das prateleiras tem um tipo de caixa. Dá o maior trabalho para alcançar aquilo. Quando eu abro vejo que tem CDs ali, cada um tem uma etiqueta na capa. Vermelhos, amarelos e azuis. Pego um dos amarelos na mão. Acho que tem um aparelho DVD aqui. Agacho-me e coloco o CD lá dentro e começa um vídeo.

“Eu estava deitada na cama lendo um livro. A câmera não tem foco, até que Tony mexe nela, então dá para me ver claramente ali:

— O que você está fazendo? – eu pergunto abaixando o livro. – Não quero que me filme lendo.

— Só um pouquinho. – continuo olhando torto pra ele. –Hoje é meu aniversário. – parece que nós estamos nos beijando.

— Então esse vídeo vai ser da etiqueta vermelha?

— Só se você quiser.

Vai mesmo acontecer o que eu estou pensando? Eu deveria desligar isso, mas eu sou tão curiosa, não consigo.

Anthony está cada vez mais em cima de mim, até que a porta se abre:

— PAI, eu trouxe um presente pra você. – Ezra diz pulando em cima da gente. – É um perfume que eu mesmo comprei.

— Muito obrigado, carinha. – ele diz beijando Ezra. – Quem te trouxe?

— A vovó. Ela já foi embora, disse que não pode ficar e que amanhã vem te dar os parabéns papai. – ele foi se ajeitando entre nós dois. – Posso dormir com vocês hoje?

— Acho que essa fita acabou de se tornar “azul”. – Tony diz me beijando de novo. – Claro que pode carinha...”

— Ziva, você está aqui? – escuto vocês no andar de baixo.

Droga. Tento tirar o DVD o mais rápido possível. Não consigo guardar a caixa lá em cima de novo. Por que isso parece mais alto agora.

Os passos estão mais altos, assim que finalmente consigo guardar a caixa ele abre a porta:

— Amor... – “amor”? – O que você está fazendo?

— Humm, nada não. Quer dizer, eu só estava... – não quero parecer tão nervosa.

— Tudo bem, não importa o que esteja fazendo. Essa casa é sua também. Se quiser mexer em algumas coisas pra te ajudar a lembrar, sem problemas.

Eu quero muito perguntar onde ele estava, o que ele estava fazendo e mais um monte de coisas:

— Ezra está lá em baixo comendo. – ótimo. Posso não ter tido um contato muito grande com o “carinha”, mas eu consigo sentir que já o amei e que esse sentimento está adormecido dentro de mim. Comentei isso com a Abby e ela disse alguma coisa sobre “instinto materno”. Provavelmente seja mesmo. Quando estou descendo as escadas, escuto Anthony gritar. – Vou tomar um banho enquanto isso.

Assim que chego ao final da escada já consigo ver Ezra tentando pegar os biscoitos que estavam na parte alta do armário. Pego o pote e entrego pra ele:

— Obrigado, mamãe. – ele senta a mesa e começa a comer os biscoitos e beber suco. – Mãe, por que você e o papai brigaram ontem?

— Por que você está dizendo isso?

— Porque eu vi o papai indo dormir no sofá. – até o momento ele estava concentrado na sua comida, mas então ele me olha e parecia estar falando sério. – Vocês brigaram por que eu sentei daquele jeito no sofá? Eu prometo não fazer mais isso, mamãe.

— Não. Não foi por sua causa.

— Mas promete pra mim que não vai mais brigar com o papai? Eu não gosto de ver o papai triste.

— Tudo bem, eu prometo.

Ele sorri pra mim, aquele sorriso doce e inocente. Realmente essa coisa de instinto materno é intensa. Anthony desce e pede para Ezra ir tomar banho. Depois se vira pra mim comendo uma maçã:

— Vai querer jantar, amor? – caramba, “amor” de novo. Eu não quero magoa-lo, mas isso me incomoda.

— Não, eu não estou com fome. Tony, posso te pedir uma coisa?

— Claro! O que você quiser.

— Você poderia parar de me chamar de “amor”? Eu não me sinto bem com isso. – ele fica parando me olhando. Não consigo decifrar o seu olhar. Não o conheço o suficiente pra isso. – Olha, tenta entender o meu lado...

— EU ESTOU TENTANDO. – ele se altera, mas logo volta a abaixar a cabeça. – Eu juro que estou tentando, mas você não está fazendo nenhuma questão de se lembrar.

— Isso é difícil pra mim.

— Pra mim também. Ou você acha que é fácil você acordar um dia e a pessoa que você mais ama te tratar como se você fosse um lixo, um nada. – ele olha pra cima e depois se volta pra mim. Já vi esse olhar antes. Isso é raiva. Ele sempre me olhava assim quando o insultava na frente de alguém na época da escola. – Mas tudo bem, vou fazer com você quiser. Vou te dar o seu espaço.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e beijos da Tia :)