A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! escrita por Dri Viana


Capítulo 47
Capítulo 46


Notas iniciais do capítulo

Nosso quatro olhos vai ter um gesto fofo e graças a tia Beth que lhe dará a sugestão disso.



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—Caiu da cama, querido?

Virei-me um instante pra encontrar minha mãe entrando na cozinha já pronta pra ir trabalhar.

—Na verdade perdi o sono e resolvi levantar logo e vir preparar o café. - Contei desligando o fogo do leite que já começava a ferver.

Na real eu mal consegui dormir direito a noite toda, apenas cochilava, acordava e tornava à cochilar e acordar novamente. Isso porque minha cabeça não parava de pensar na história que Sara me contou sobre o irmão dela. Jamais imaginei que  uma tragédia tão horrenda quanto àquela que Sara me disse estivesse por trás da morte do tal Sean.

—Algum motivo por trás dessa sua perda de sono?

Olhei pra minha mãe. Será que conto pra ela? Mas Sara poderia não gostar de saber que contei aquilo. Só que eu posso pedir pra minha mãe não comentar com Sara sobre eu ter lhe contado aquilo. Eu precisava dividir aquilo com alguém e quem melhor do que com a minha mãe?

—Sim. E é um assunto muito delicado, mãe. Diz respeito ao irmão da Sara.

—Ela por acaso contou a você como o irmão dela morreu?

Assenti pra ela enquanto me acomodava ao seu lado na cadeira vazia que havia ali. Logo em seguida,  relatei o que Sara havia me contado ontem à noite. Pude ver o choque, o estarrecimento e a tristeza se misturarem na expressão da minha mãe a medida que eu ia lhe contando aquela história horrível. No final, eu podia ver seus olhos marejados por causa do que lhe disse.

—Quando Adélia me confidenciou que Sara tinha passado por uma situação delicada na família dela, eu jamais imaginei que fosse tão delicada e trágica assim. Meu Deus!

—Nem eu imaginei que fosse algo assim. Sabe que quando ela me contou sobre isso, eu lembrei imediatamente do John.

—O seu colega de classe do ano passado?

Eu tinha contado a ela sobre ele. Na época, eu lembro bem que minha mãe ficou muito apreensiva e temerosa quando lhe contei que esse meu amigo havia se metido com essas coisas e mais ainda, quando disse que ele até veio me oferecer isso. Mas depois, ela ficou orgulhosa por saber que eu não "embarquei" nessa com o meu amigo. Só que mesmo assim, ela chegou a me pedir que me afastasse por um tempo do John enquanto ele estivesse metido com essas coisas. Deixou claro que não era pra deixar de falar com ele, era somente dá um tempo e me afastar dele enquanto ele estava nesse caminho e com más companhia.

—Ele mesmo. Esse poderia ter sido o destino dele também se não tivesse caído na real à tempo do pior acontecer com ele próprio.

—Infelizmente, com o irmão da Sara não aconteceu o mesmo que com o seu amigo. É triste isso. Perder um filho já não é fácil pra pais nenhum e pior ainda, perder dessa forma horrível. É por essas e outras que eu agradeço todos os dias por ter um filho maravilhoso e com uma cabeça tão centrada como você, que não foi por esse caminho das drogas quando o mesmo se mostrou pra você através do seu amigo.

Acho que... acho não, tenho certeza que isso não se deu só pela cabeça que eu tenho, mas também pela criação que tive. Minha mãe sempre me aconselhou e conversou comigo abertamente sobre isso e demais assuntos, justamente pra me alertar e principalmente, me dá discernimento suficiente para ter critério e juízo para fazer as escolhas acertadas.

Como eu não tinha a figura paterna pra ter determinados tipos de conversas que, geralmente, um pai tem com o filho, então minha mãe fez às vezes de pai e teve essas conversas comigo. No começo eu ficava bem envergonhado de ter certos tipos de conversas com ela sobre determinados assuntos, pois ela queria falar de TUDO mesmo. Mas com o tempo isso foi passando e eu fui deixando a vergonha um pouquinho de lado e falando com ela sobre tudo. Minha mãe foi e é meu pai e mãe ao mesmo tempo. E em grande parte, ela é responsável por eu seu ser centrado assim.

A gente ainda falou mais um pouco do irmão de Sara enquanto a minha mãe terminava de tomar café e antes que ela se levantasse e se despedisse de mim, eu pedi à ela pra não comentar nada daquela nossa conversa com Sara.

—Eu não sei se ela ia gostar ou aprovar que eu tenha contado isso a senhora.

—Mas é claro que não vou comentar com ela, querido. Pode ficar tranquilo.

Assenti, mas aliviado enquanto via minha mãe se levantar da cadeira e apanhar sua bolsa pra ir trabalhar.

—Sabe o que seria muito agradável da sua parte fazer pela Sara?

—O que?

—Você preparar uma bonita bandeja de café da manhã e levar pra ela. Seria um bom "mimo" de um namorado atencioso e carinhoso, que se importa muito com a namorada. Eu tenho certeza que ela ia gostar disso.

Sorri pra minha mãe aprovando a "sugestão" dela. Ela piscou pra mim e também sorriu logo depois.

—Vou fazer isso!

—E eu vou pra galeria.

—Bom trabalho lá.

—Obrigada, querido. Ah, mas ó... - Ela parou já na porta da cozinha e se virou pra mim. _... É só pra levar o café na cama pra Sara, hein?!... Mas caso, vocês façam outras "coisinhas" além de tomar o café na cama, que sejam precavidos e usem preservativo.

—Mãe!!!

Meu Deus! Ela agarrou numa obsessão com isso que só vendo. Eu hein?!

Mas eu entendo que é tudo preocupação dela comigo e com Sara, principalmente.

—Estou avisando pra evitar futuras surpresas. Já fui da idade de vocês, querido. E sei bem que nessa idade os hormônios estão em ebulição constante, por isso eu bato nessa tecla. Pensa que não fico com certa preocupação de deixar vocês dois sozinhos nessa casa o dia todo?

—Mas a senhora me conhece bem o bastante pra...

—Saber que você é um rapaz ajuizado? Sim, eu sei. E isso é que me conforta e me deixa menos preocupada do que deveria. Sei que tenho um filho responsável e acima de tudo, ajuizado. Mas dar um aviso e reforçá-lo nunca é demais, quando se trata de dois adolescentes apaixonados que estão sozinhos sob o mesmo teto, ok? Agora beijos e até à noite.

Ela se despediu e saiu da cozinha as presas, sem me dar a oportunidade de lhe dizer que, provavelmente no horário que ela chegasse a gente não estaria mais aqui em casa por causa da saída que faríamos com Catherine e Warrick. Mas mais tarde eu ligo pra ela avisando disso, já que ela não me deu tempo de lembrá-la desse fato.

—Dona Beth, o que eu faço com a senhora? - Sorri.

Minha mãe era uma figura! Aquela preocupação dela chegava a ser até engraçada, mas era uma preocupação compreensiva e que com certeza, qualquer mãe no lugar dela estaria tendo também. No entanto, ela pode ficar sossegada que eu não tenho a menor pretensão de lhe dar um neto tão cedo nessa vida!

Resolvi deixar essa história pra lá e tratei de ir preparar a bandeja de café da manhã da Sara como minha querida mãe me sugeriu que fizesse.

Era a primeira vez que eu tava fazendo aquilo, até porque, também é a primeira vez que tenho uma namorada morando sob o mesmo teto que eu.

E sendo assim, me empenhei em preparar uma bonita bandeja com direito à uma flor que tirei do jardim de casa pra enfeitar ali. Sei que Sara não curte flores, mas eu achei que ficou mais bonito e romântico o vasinho com a flor que coloquei na bandeja.

E assim que terminei de preparar a bandeja, me apressei em ir levá-la à Sara, pois senão ela acordaria e assim minha surpresa ia para o espaço.

Cheguei a porta do quarto de Sara e equilibrando a bandeja em uma das mãos, eu abri a porta com a outra mão livre. E com cuidado e em silêncio entrei no cômodo. Já lá dentro eu estanquei por um momento ao vislumbrá-la dormindo.

Ela estava deitada de lado na cama e de costas pra mim. Eu não via seu rosto pois o mesmo estava encoberto pelo travesseiro que Sara colocou sobre a cabeça na intenção acho eu, de evitar a claridade do quarto. Ela usava um blusão que ficava que nem um vestido nela e que com certeza trazia a foto de alguma banda de rock, como os outros blusões que ela costumava usar pra dormir. O lençol que devia estar cobrindo-a, estava caído no chão e com isso eu tinha uma visão esplêndida das pernas desnudas dela.

Depois de me recuperar do torpor daquela visão, eu caminhei até próxima à cama, depositei a bandeja no chão aos pés do móvel em que Sara dormia e antes de levantar, apanhei o lençol que se encontrava caído ali próximo de mim.

Já de pé e com o lençol em mãos, eu dei uma última olhada em Sara antes de jogar o lençol sobre suas pernas e cubrí-la. Ela tinha pernas bonita, agora que eu fui reparar, na verdade, agora que eu estava tendo a oportunidade de reparar BEM nisso. Minha vontade era deslizar a mão por elas, mas eu sabia que se fizesse isso  acordaria Sara e de quebra, acho que ainda levaria um tabefe pela minha 'ousadia' e com razão.

Joguei o lençol sobre ela, cubrindo-a da cintura pra baixo e depois com cuidado me sentei ao seu lado, bem atrás de suas costas e aproveitando seu braço que se encontrava sobre o travesseiro, eu comecei a passar de leve a ponta dos dedos sobre seu braço enquanto a chamava suavemente na intenção de despertá-la. Fiz isso umas três vezes e ela somente se remexia na cama, mas não acordava. Parece que alguém aqui tem o sono pesado. Então resolvi ir devagar levantando o travesseiro do rosto dela até que consegui tirá-lo.

—Sara... acorda! - Chamei suavemente enquanto passava a mão por seus cabelos. _Ei... dorminhoca, acorda aí. Vai! - Beijei seu rosto. _Sara!... Eu tenho a impressão de que você já acordou e tá só curtindo comigo. - Vi um sorriso aparecer quase que imperceptivelmente nos lábios dela e tive certeza de que ela já havia acordado e só tava mesmo fingindo que ainda dormia pra curtir comigo. _Não adianta tentar me enganar, eu sei que já tá acordada. Abre os olhos, vai.

Ainda de olhos fechados, ela riu mais abertamente, confirmando o que eu já sabia. Ela tava acordada e abriu os olhos poucos segundos depois de eu ter pedido pra fazer isso.

—Bom dia quatro olhos! - Ela me disse virando-se e ficando de frente pra mim.

—Bom dia! - Eu disse aproximando meu rosto do dela e lhe dando um beijo na testa.

—Posso saber o que faz aqui? Se sua mãe te pegar...

—Ela já saiu pra trabalhar. Relaxe que ela não tem como nos pegar aqui.

—Hum... que horas são?

—Quase oito.

—Você me acordou antes das oito? Ainda tá cedo demais, sabia?

—Não tá nada. E eu te acordei porque tenho uma surpresa pra você. Mas tem que fechar os olhos e só pode abrir quando eu mandar. Vai! Fecha!

—Você acordou mandão demais, hein quatro olhos!

Sorri vendo-a fechar os olhos como lhe instruí. Fui até a bandeja e apanhei-a do chão e depositei ao lado de Sara, bem no lugar que antes eu me encontrava sentado.

—Pode abrir os olhos.

Assim ela fez e pude ver a surpresa dela ao ver a bandeja.

—Isso é pra mim?

—Sim. Uma pequena cortesia da casa e desse namorado que gosta de você.

O sorriso que vi nela valeu por todos os obrigados do mundo.

—Vem cá. - Ela me chamou logo em seguida e eu me aproximei dela. Então fui presenteado com um beijão. Ela tinha essa "mania" deliciosa de me agradecer assim. E eu adorava isso. Quando nosso beijo terminou uns segundos depois de ter começado, Sara me disse então"obrigada" e confessou que tinha gostado da surpresa.

Mais uma vez minha mãe tinha razão.

—Você conseguiu dormir bem depois de ontem? - Eu quis saber enquanto a via começar a degustar o café que havia lhe trazido.

—Eu ainda custei a dormir um pouco. Mas sim, dormi bem depois que consegui pegar no sono.

—Eu mal dormi direito, sabia? Fiquei pensando no que você me contou.

—Vamos deixar esse assunto pra lá? Eu não quero mais tocar nele.

—Ok!

—Me diz, por que fez isso pra mim?

—Na verdade, eu tenho que te confessar que a ideia não partiu de mim. Foi a minha mãe quem me sugeriu fazer esse "mimo" pra você.

—E por que ela te sugeriu isso?

—Não sei. - Menti. _Ela só disse que seria uma boa eu te fazer essa surpresa.

—Sei... do nada ela te deu essa sugestão?

—Foi!

Ela não tava acreditando em mim. Eu precisava tirar o foco dela disso ou ela descobriria que contei a minha mãe sobre o irmão dela e certamente,  brigaria comigo por isso.

—Sabe o que minha mãe também me disse antes de ir trabalhar?

—O que?

—Que era só pra eu te trazer o café na cama. Mas caso, a gente fizesse outras "coisinhas" além de tomar o café aqui, que a gente fosse precavido e usasse preservativo.

Vi Sara arregalar os olhos em surpresa.

—Jura que ela disse isso?

Assenti rindo e Sara riu junto comigo.

—Sua mãe tá bem preocupada em que a gente não dei um neto pra ela.

—Pois é.

—Ela sabe que você é virgem?

—Eu não sou virgem!

—Por que você mente? Admite logo que é virgem e pronto!

—Me diz, por que razão acha que sou virgem?

—Eu não acho... eu sei que você é!

—E baseada em quê você acha isso?

Agora eu tava curioso. Será que tava tão na cara minha inexperiência?

—Não vou te dizer. E quer saber? Você ainda vai me admitir isso, tá legal?

Vi Sara me sentenciar isso antes de levar a torrada a boca.

Só se eu fosse louco de admitir isso e vê-la me zoar por ser virgem enquanto que ela certamente, não deve ser mais.


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Notas finais do capítulo

Quatro olhos foi ou não foi fofo?

Ele tá apaixonado mesmo!

E quem acha que ele vai admitir pra Sara que ainda é virgem?

Eu sei a resposta dessa, mas vou deixar vocês na expectativa e no aguardo dessa resposta.

Um grande beijo e até o próximo.



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