A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! escrita por Dri Viana


Capítulo 44
Capítulo 43


Notas iniciais do capítulo

Gil chegando em casa "alegrinho, alegrinho".



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Passava das duas da madrugada, quando Sara e Grissom entravam na casa do rapaz.

—Gil fica de bico fechado. - Sara pediu ao rapaz enquanto fechava devagar a porta ao mesmo tempo em que amparava o namorado que estava bêbado e não se aguentava em pé sozinho.

—Por que eu... tenho que ficar de... bico fechado?

—Porque eu tô mandando.

Sara estava tentando tomar o máximo de cuidado possível pra não fazer barulho e acordar mãe de Gil. A jovem não queria nem imaginar o sermão que a mãe de seu namorado, certamente, passaria nele e também nela ao ver pelo seu estado, que ele havia bebido.

Não era a intenção de Gil beber. Mas Rogers botou uma pilha tão grande no rapaz que ele acabou cedendo e bebendo além da conta junto com o namorado de May e Daniel. E como  não era acostumado a beber, aí vocês podem imaginar como Gil acabou ficando. Bêbaço!

—Sara... você vai ter que... me ajudar a subir as escadas. Eu... não sei se dou conta de... fazer isso sozinho... gatinha. - Gil murmurou em um tom de voz arrastado e pastoso, pra namora.

As pernas de Gil pareciam não obedecer ao seu comando. Sem contar, que elas pareciam moles.

—Gatinha?? Meu Deus!... Olha, eu te ajudo, mas silêncio!

—Shiiuu... Silêncio! - Ele repetiu pra ela e sorriu sem razão. _Tô vendo duas de você! - Confessou o rapaz aos risos.

A cabeça de Gil estava uma confusão e sua vista estava vendo tudo em dobro.

—Que vexame, quatro olhos! Não devia ter bebido assim. Sua mãe vai te matar e me matar se ver você assim.

—Mata não! Ela gosta de você e... de mim! Além do mais, eu só bebi porque o... Rogers insistiu nisso.

—Ah, quer dizer que se ele insistisse pra você se jogar de uma ponte, você se jogaria?

—Só se você se jogasse comigo! Você se jogaria comigo né?

—Claro que não. Agora chega de papo. Vamos subir antes que sua mãe apareça!

Os dois subiram devagar com Sara amparando Gil pela cintura sem sequer imaginar que dá cozinha, a mãe do rapaz os observava o tempo inteiro. Como não conseguia dormir, a mulher desceu pra beber um chá e decidiu que esperaria pelos jovem chegarem em casa. O que Dona Beth não esperava era ver o filho chegar naquele estado. Gil nunca foi de beber. Ela pensou em se fazer presente, e dar uma bronca no filho por aquilo, mas desistiu. Deixaria pra falar com ele e Sara amanhã, quando Grissom estivesse sóbrio o suficiente pra lhe ouvir e entender.

Sara e Gil seguiram em direção ao quarto do rapaz com todo cuidado e silêncio possível. Sara tava rezando pra mãe de Gil não aparecer e vê-lo assim. Mal a jovem sabia que a mulher mais velha já os tinha visto ao chegarem.

—Você é linda, Sara! - Gil sussurrou no ouvido dela em determinado momento.

—E você tá quase me deixando bêbada também ao ficar falando perto de mim assim.

—Que garota... mais insensível. Acabei de... te elogiar e... é isso que me diz?

—Fica de boquinha fechada, tá bom? Senão a sua mãe vai nos ouvir.

—Me dá um beijo, Sara. Quero te beijar.

—Que beijo o quê?! Caladinho, Gil!

Sara murmurou ponda a mão na boca do namorado. Se ele continuasse a tagarelar daquele jeito ia acabar chamando a atenção da mãe dele.

Chegaram ao quarto de Gil logo em seguida. Sara o ajudou a sentar na cama e viu o namorado desabar de costas na mesma. Ele fechou os olhos. Tava morto de sono, mas no instante seguinte, tornou a abrir os olhos porque Sara o chamava pra tirar aquela roupa antes de dormir.

—Eu não quero tirar nada. Quero dormir, Sara! - Resmungou o rapaz virando de lado na cama e caindo em sono profundo logo em seguida, para desagrado de sua namorada que queria que ele ao menos tirasse aquela roupa suada e fedida antes de dormir.

...

Abri meus olhos, mas no instante seguinte tornei a fechá-los por conta da claridade que vinha da janela do quarto e "iluminava" o cômodo todo.

Ouvi uma batida na porta do quarto e minha cabeça latejou com o som da batida.

Se fosse a minha mãe, eu tava ferrado, pois ela ia notar de cara que eu tava de ressaca. E tudo que eu não queria era ouvir sermão logo cedo.

Outra batida na porta e mais uma vez, minha cabeça latejou com cada som daquele.

—Entra! - Falei.

Até o som da minha própria voz fazia a minha cabeça latejar de dor.

Vou lembrar de não tornar a beber cerveja tão cedo na vida!

Vi a porta abrir e graças a Deus não era minha mãe e sim, a Sara.

—Uau! Você acordou péssimo!

Ela não faz ideia do quanto estava certa.

—Minha cabeça tá latejando de dor. - Reclamei cobrindo o rosto com um dos braços.

—Sabe o que é isso? Ressaca, baby! Quem manda cair na pilha do Rogers?!

—Ah, Sara, sermão, não! Por favor. Tô sem condições pra ouvir isso.

—Tá bom!

Agradeci mentalmente pela compreensão dela. Senti um movimento na cama poucos segundos depois e tirando o braço de cima do rosto, e abrindo um pouco os olhos, vi que Sara tinha sentado ali ao meu lado.

—E a minha mãe?

—Bem... tenho duas notícias pra te dar em relação à sua mãe. Uma é boa e a outra é péssima. Qual você quer ouvir primeiro?

—A péssima. - Respondi passando um dos braços em torno da cintura de Sara e escondendo o rosto em suas costas.

—Ok! A péssima notícia é que... a tia Beth já sabe que você se embebedou na festa, pois viu da cozinha o seu estado quando chegamos.

Isso era uma péssima notícia mesmo. Já teria que ir me preparando para o sermão que ouviria dela quando chegasse do trabalho.

—E a boa?

—A boa é que ela já saiu pra trabalhar e você só irá enfrentá-la a noite já que ela disse que não vem almoçar em casa.

Melhor, pois assim terei tempo de sobra pra me preparar psicologicamente para o que ouviria.

—Ela vai me dá um sermão daqueles. Já tô até vendo.

—Ela tava uma fera. Mas talvez ela pegue mais leve com você, porque eu meio que tentei amenizar a sua situação e limpar sua barra um pouco com ela.

Eu afastei o rosto das costas dela e encarei Sara com surpresa.

—Você fez isso? - Ela assentiu. _O que disse pra ela?

—Isso aí já é segredo de estado!

—Ah, não, Sara! Conta aí, vai. - Pedi. Na verdade, implorei.

—Não vou contar nada. Não insiste. Agora levanta daí, vai. Vem tomar café, porque já passou da hora.

Ela se pôs de pé e começou a puxar o meu lençol.

—Ei! Não puxa isso. Eu tô só de cueca, sabia?

Eu segurava o lençol pra que Sara não me visse seminu por sob a coberta. A propósito, eu não faço ideia de como tirei a roupa e fiquei só de cueca, mas acabei descobrindo isso no instante seguinte quando ouvi Sara me dizer:

—É óbvio que eu sei disso. Aliás, fui eu quem te deixou assim.

—Você tirou a minha roupa? - Eu estava em choque com aquilo.

—Sim! Sua roupa tava suada e fedida, eu não ia te deixar dormir com ela. Deu um trabalho te despir, porque você simplesmente apagou em sono. Mas no fim consegui te deixar só de cuequinha, nenê.

Eu fiquei sem ação e extremamente sem graça por aquilo.

—Não precisa ficar assim envergonhado, porque nem reparei muito. Quer dizer, reparei sim!

—Sara!!

—Tô brincando!... Só reparei um pouquinho, porque também não sou cega né? Mas não tirei nenhuma casquinha de você, se isso te serve de consolo!

—Ah, muito!

Ela riu com deboche do que eu disse.

—Tá, agora levanta daí e vamos tomar café.

—Não quero levantar e muito menos tomar café. Aliás, só de pensar em café meu estômago se revira.

Eu tava enjoado e com a boca amarga. Pensar em comida naquele estado em que me encontrava, não era agradável. Me causava mais enjôo.

—Mas você não pode ficar sem nada no estômago. Isso não é legal! Então levanta daí.

—Não, Sara, eu não tô a fim de levantar daqui.

—Sabe que horas já são?

—Não faço ideia. - Respondi de olhos fechados.

—Grissom não dorme. Levanta daí.

—Ai, meu Deus! Sara me dá só mais cinco minutos.

Eu tava com sono e sem um pingo de vontade de sair dali da cama.

—Que mais cinco minutos nada. Levanta, vai. Eu não quero ficar lá embaixo sozinha. Anda!

A minha vontade era de passar mais um tempo ali em minha confortável cama, mas pelo visto isso não ia rolar, não.

—Ok, Sara! Você venceu. Desce que já desço também.

Eu não ia levantar e desfilar na frente dela só de cueca. Tudo bem que ela me viu assim há algumas horas, mas eu não tava sóbrio, ou sequer, acordado. Agora, eu tava e não ia deixar isso acontecer de novo.

—Não demora.

—Tá, não vou demorar.

Quando eu achei que ela fosse seguir pra porta e sair do quarto, Sara me surpreendeu vindo até mim novamente e me beijando de um jeito que até me fez perder o ar.

—Bom dia! - Ela me disse com um sorriso nos lábios após nossas bocas se separarem.

Esse era o melhor "bom dia" que ela podia ter me dado.

—Bom dia! - Retribui as palavras dela também com um sorriso estampando os meus lábios.

Ela se pôs de pé e seguiu pra porta dizendo que se em cinco minutos eu não descesse, ela subiria com uma jarra de água gelada pra jogar em mim.

Que amor de amor de garota, eu arrumei pra mim!

...

—Por acaso, eu fui atropelado por um caminhão e você esqueceu de me contar? - Questionei ao me acomodar na cadeira vazia ao lado de Sara na cozinha.

—Por que??

Ela parecia se divertir com aquilo.

—Eu tô todo doído. Na hora que me levantei da cama, doeram todos os músculos existentes em mim.

Sara caiu na gargalhada ao me ouvir e eu não gostei disso, mas gostei do som agradável que sua gargalhada emitia.

—Você tá todo doído assim, quatro olhos, porque quando já estava mais "alegrinho" resolveu bancar o John Travolta da pista de dança.

Eu arregalei os olhos quase não acreditando naquilo.

—Fala sério, Sara. Você tá inventando.

Aquilo só podia ser invenção dela. Eu bancando o John Travolta? Ridícula essa história dela.

—Pra quê que eu ia inventar?

—Óbvio que pra me zoar, não?

—É, faz todo sentido isso, mas... eu tô falando a verdade, mesmo que não acredite. Você não queria parar de dançar depois que bebeu algumas cervejinhas. Encarnou um dançarino da noite.

—Pára de caô, Sara.

—Juro pra você que não é caô meu. E devo te confessar que alegrinho, você é totalmente desinibido, sabia?

Quem não é também com umas na cabeça?

—Eu não lembro nada disso que você tá dizendo, Sara.

—É uma pena pra você!

Fiquei com vontade de perguntar mais coisas a respeito do meu comportamento ou se eu tinha dito alguma besteira, mas fiquei com receio de fazer isso e descobrir coisas que me deixariam com mais vergonha de mim mesmo.

—Como chegamos aqui em casa? Também não lembro disso.

Na verdade, eu não lembrava nada da metade da noite ao fim dela. A única lembrança que tenho nítida era de estar na terceira garrafa de cerveja e Sara me dizer pra ir devagar ou terminaria a noite bêbado, o que de fato acabou acontecendo.

—Claro que não lembra. Tava chapado já. A gente veio de táxi.

—Hum...

—Agora cuida de tomar esse café puro pra curar essa ressaca.

Ela preocupada comigo estava sendo a melhor coisa nisso tudo!

Um tempo depois de ter tomado o café e comido uma fruta - foi só o que eu consegui ingerir - Sara e eu nos encontrávamos na sala sentados no sofá tentando achar algo interessante pra ver na TV. Sara ia trocando de canal até que parou em um que tava passando o clipe de uma banda.

—Ai, eu adoro essa música!

Ela disse toda empolgada e aumentando um pouco mais o volume da TV.

—Sara não põe muito alto. Eu tô com dor de cabeça.

Ela nem me deu bola e pôs alta a TV, logo depois começou a cantar a música do clipe.

A música em questão era "Crazy" do Aerosmith e tava na metade já.

Eu até que gostava bastante daquela música, era uma das minhas prediletas da banda. Sabia a letra e tudo, mas não ia cantar com Sara. Fiquei apenas assistindo e me divertindo com aquela insuportável cantando. Até que ela não canta mau.

E assim que ela terminou de cantar pediu pra eu bater palmas pro "show" dela.

—Você é uma figura, Sara! - Lhe disse enquanto batia palmas pra ela.


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Notas finais do capítulo

Dona Beth não gostou nada de ver o filho chegando bêbado. O que ela dirá ao filho? Vamos descobrir no próximo, que também terá Catherine sabendo que o amigo não estar mais com Heather e sim, com Sara. A reação de Cath vai ser engraçada. Vocês não perdem por esperar.

Até lá meninas.



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