A Hóspede Insuportável Que Roubou Meu Coração! escrita por Dri Viana


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Os primeiros contatos entre os dois.



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Por que essa amiga da minha mãe teve que pedir justo a ela pra hospedar sua sobrinha?

Será que ela não tinha outras amigas pra pedir isso?

Aquela garota ia fazer da minha vida um inferno, eu podia prever ou pior, sentir isso! Talvez ela fosse até a versão feminina do Hank! Meu terror dessas férias!

—E então quatro olhos, a gente vai entrar ou não?

—É Gil! Me chame de Gil.

—Prefiro quatro olhos. – Ela retrucou com um ar irônico.

—Mas eu não! Tenho nome sabia?

Não ia deixar aquela garota ficar me chamando assim. Já bastava ter que ouvir de Hank na escola, agora teria que ouvir isso dessa estranha e pior, dentro da minha própria casa? Definitivamente, não!

—Tudo bem, não precisa ficar nervoso.

—Eu não tô nervoso!

Pior que não era verdade. Eu tava nervoso, na verdade, muito nervoso com aquela garota, comigo, com a tia dela que pediu a minha mãe pra hospedá-la aqui e até com a minha mãe que aceitou aquela criatura na nossa casa.

—Não é o que tá parecendo, mas enfim... Eu vou te chamar de Gil se você prefere assim, quatro olhos. Ops foi mal!... Chamei você de quatro olhos de novo... Ih! Chamei de novo, desculpa!

Ela ria se divertindo com isso e eu cada vez mais a odiando.

Deus me ajude pra aturá-la durante um mês!

Sem dizer nada, peguei a grande mala dela e sai arrastando pra dentro de casa e deixei para aquela garota chata, a missão de fechar a porta.

—Sua casa é bonita!

Ouvi aquela garota comentar após fechar a porta e dar uma olhada geral na sala espaçosa e recém decorada. Há quatro meses minha mãe tinha mandado dá uma boa reformada na casa e o resultado havia ficado incrível. Nossa casa parecia novinha em folha!

Abstive-me de agradecer ao elogio e disse pra garota me seguir, pois lhe mostraria o quarto onde ficaria. Em silêncio, eu seguia puxando duas malas que no caso, eram: uma a garota e a outra a mala com os pertences dela. Chegando ao cômodo, uma desagradável surpresa, a garota começou a espirrar por conta do cheiro da tinta que, diga-se de passagem, era imperceptível pra mim, mas não pra garota. Ela começou a espirrar.

—Eu sou alérgica a esse cheiro de tinta, não posso ficar aqui. Não enquanto esse cheiro ainda estiver presente.

—Mas nem dá pra sentir o cheiro.

—Pra você não dá, mas pra mim sim! Tenho olfato muito aguçado, que nem os cachorros.

Eu bufei, porque nem dava realmente pra sentir o cheiro de tinta. O vendedor ainda disse pra mim e minha mãe que aquela tinta secava em vinte quatro horas. Então em dois dias não haveria cheiro algum.

—Onde vai ficar então? Só tem esse quarto, o sótão e o porão.

—Posso ficar no seu quarto e você fica nesse até o cheiro sumir.

Minha boca se abriu lentamente formando um gigantesco e surpreso ‘’O’’.

—Como é? – Indaguei segundos depois do impacto de ter ouvido tais palavras dela.

Eu realmente estava chocado com tamanha cara de pau daquela garota.

—Ai, não seja mal-educado e me empreste seu quarto. Sou uma hóspede, lembra?

—Uma hóspede muito da abusada, não acha?

Ela riu debochada. Pode uma pessoa ser tão cara de pau assim? Pensei que só o Greg fosse assim. Essa garota ultrapassou com larga vantagem o meu amigo!

—Se está tentando me ofender chamando-me de abusada, pois saiba que não ofende quatro olhos!

—É GIL! – Retruquei com os dentre trincados de ódio.

—Tá. Agora me mostra o seu quarto.

—Tá, nada! Eu não disse que você podia ficar nele!

—Não disse, porque obviamente, você vai me deixar ficar. Vamos logo, anda!

Ela seguiu pra fora do quarto e ficou parada no corredor, a minha espera. Enquanto isso, dentro do quarto, eu me consumia de tanta raiva daquela garota chata e ainda por cima, mandona. Pensei em pegar a porcaria do celular e ligar pra tia dela vir buscá-la. Mas o que eu peguei foi à mala daquela mala e sai do quarto.

***

—Esse é seu quarto?

Ela me olhou e lá estava novamente aquele seu sorrisinho de deboche que começava a me irritar profunda e seriamente.

—Por quê? – Lá no meu interior senti um medo da resposta dela, não sei por que.

—Ah, porque não parece o quarto de um cara. É tão arrumado!

—Sou um cara organizado!

—Deu pra sacar!... E cadê os postes de mulheres peladas, carros e tudo que geralmente os garotos costumam pregar na parede do quarto pra ficar admirando?

—Eu não gosto de pregar essas porcarias na parede do meu quarto.

A garota explodiu numa gargalhada que não entendi. Qual era graça no que eu disse?

—Meu Deus! Que espécie de cara é você hein? Todos que eu conheço, tem pelo menos, uma dessas coisas que eu disse, pregadas na parede no quarto.

—Mas eu não tenho! Sequer, gosto de ter isso pregado e exposto na parede do quarto. - Respondi indo até a janela do meu quarto e dali, vi minha vizinha regando o jardim da casa dela.

Nossa! Como ela é linda! É a garota mais linda que eu já vi! É supergente boa, além de educada. Toda vez que fala comigo, sempre está sorrindo de um jeito bonito. Pegamos ônibus no mesmo ponto pra ir à escola, só que ela freqüenta outro colégio. Confesso que sou apaixonado por ela e isso é desde que a conheci há um ano, quando ela se mudou pra casa ao lado. Todavia, não tenho coragem de lhe contar meus sentimentos, pois a minha timidez me priva disso e também, Heather me intimida. Toda vez que estou perto dela não sei o que fazer ou dizer. É frustrante!

Catherine vive dizendo pra eu tomar coragem e me declarar pra garota, mas não consigo, tenho medo. Algo me diz, que levarei um fora daqueles. Acho que ela nunca vai querer ficar com um cara como eu.

Ainda atento a minha vizinha, eu sinto de repente, um soco forte no braço e olho assustado para o lado. Era a tal da Sara que tinha me acertado e me olhava como se não tivesse feito nada.

—Tá louca garota? – Passo a minha mão em cima do lugar que aquela criatura acertou. O golpe doeu!

—Foi o único jeito que encontrei de chamar sua atenção com mais eficiência. Você não me ouvia. O que tá olhando aí?

Sua cabeçona entrou na frente da minha e tapou minha visão da Heather.

—Ah! Quem é a ruiva?

—Não é da sua conta!

—Ui! Ok!... Nem precisa dizer que gosta dela, porque tá evidente na sua cara de babão. E isso responde a pergunta que te fiz ainda pouco e você nem ouviu, porque estava comendo a garota com os olhos.

—Que pergunta me fez, garota? – Me atrevi a questionar. Foi à pior coisa que podia ter feito.

—Se você era gay?

Era o cumulo! Aquela garota conseguiu ultrapassar todos os limites em tempo recorde. Juro que se ela não fosse uma garota, eu lhe acertaria um soco na cara, nesse instante.

—Eu sou muito homem e só não te mostro agora, porque você não faz o meu tipo.

Ela riu.

—Ainda bem, porque você também não faz o meu tipo mesmo. E acho que nem o da ruiva ali!... Desculpa a sinceridade, mas ela é muita areia pra tua carroça, ô quatro olhos!

—É GIL!! – Falei em alto e bom som.

Resolvi deixar aquela garota sozinha ou acabaria fazendo uma besteira. Nunca fui uma pessoa violenta, mas em pouco menos de quinze minutos na companhia daquela garota e acho que estou cogitando mudar isso só por causa dessa criatura. Queria muito estrangulá-la, socá-la, ou melhor, matá-la e jogar seu corpo numa viela qualquer! Garota mais chata e insuportável!

—Vou pro meu quarto!

—Pensei que seu quarto fosse esse. – Ela ria cinicamente.

A peste ainda faz graça da minha cara!

—Vou para o quarto de hóspedes... Tchau!


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Notas finais do capítulo

Sara ainda vai ser bem pentelha e implicante com o Gil. Pobrezinho vai penar um pouco na mão da mais nova hóspede.



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