We must be killers escrita por Heda


Capítulo 8
Piper não tem nenhum problema em ficar com as sobras de Silena


Notas iniciais do capítulo

Eu nem demorei ne? Bom, eu juro que sem enrolação vocês vão saber o que aconteceu entre a Silena e a Thalia. E claro vão saber mais um pouquinho sobre Nico e Silena (hummmmmmmmmmmmmmmmmmmmmm)
As musicas desse capitulo são:
Avicii - Addicted To You
Avicii - Hey Brother
Awolnation- Sail
Boa leitura ♥



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Mate-me uma vez a vergonha é sua. Mate-me duas vezes, a vergonha...


Annabeth acordou com esses versos na cabeça. Ela abriu os olhos lentamente e percebeu que estavam turvos. Onde diabos ela estava? Não fazia ideia. Havia vozes por perto, mas ela não conseguia identificar de quem era e nem o que falavam. Ela não conseguia mexer os braços ou os pés então tentou falar alguma coisa. 
Nada.
Sua garganta arranhava. Sua voz não saia. Ela fechou os olhos novamente. Era como se algo tivesse morrido dentro dela mesma. Sua cabeça latejava tanto. De repente um lapso de memoria a pegou de surpresa. Casa. Jantar. Percy. Dor.

Aquilo era um hospital? Como é que ela havia parado ali? E então sua mente recapitulou tudo do que se lembrava: jantar com os Jackson's, Atena a esperando. E depois nada. Não se lembrava de nada. 
— Ela acordou? - uma voz feminina perguntou - Posso falar com ela? 
— Não agora - outra voz respondeu - Ela precisa ficar em repouso. 
Annabeth abriu os olhos lentamente. 
— Filha? - era a voz de seu pai - Filha, como você esta? 
Ela não conseguia responder. Sua cabeça doía tanto.
— Senhores - alguém ordenou - Vou pedir que se retirem. 
Annabeth não ouviu mais nada depois daquilo. Apenas o completo silêncio. E isso não poderia ser pior.

●●


Silena amarrou os cabelos em um rabo de cavalo alto e pegou as chaves do Mercedes utilitário SUV - na entrada circular de sua casa. Ela havia por acaso, recebido uma mensagem de texto de Percy, dizendo que algo havia acontecido com Annabeth. Quando ela mandou milhares de pergunta e não obteve resposta decidiu que era hora de tomar iniciativa. Quer dizer, ele disse que algo acontecera, e havia mandado o endereço do hospital local então Silena imaginou ser algo grave. Annabeth costumava ter fortes dores de cabeça quando menor, mas nada tão grave para Percy Jackson se preocupar. Ela ficara um pouco aflita por ter que dirigir pelas ruas escuras àquela hora. O relógio em seu pulso marcava 03h08min da manhã do outro dia, e Silena não sabia quando tudo e como aquilo tinha acontecido. Durante todo o dia, sentira como se estivesse sendo observada por alguém. Silena continuou inquieta quando parou o carro para que um cara pudesse passar na faixa de pedestres. Ela pegou o celular e digitou um "já estou a caminho" para Percy, mas ele não respondeu. 
Quando chegou ao hospital de Queens, não havia quase ninguém. Era assim que costumava ser. Ali não era um local onde coisas ruins aconteciam com frequência. Às vezes alguém atropelava um animal na estrada, ou raramente alguém batia com o carro em algum ponto turístico, mas nada que tivesse atenção.
— Silena - A Sra. Chase a cumprimentou, um pouco surpresa - Eu não sabia que você viria.
Silena olhou em volta. Os pais de Annabeth estavam com lágrimas nos olhos e de vez em quando olhavam um para o outro, aflitos. Poseidon, Percy, e Sally estavam encostados na parede da sala de espera, ambos com cara de enterro. Uau. Ela nunca tinha visto tanta gente assim por causa de uma só garota desde o enterro de Bianca. O pensamento fez ela se sentir mal. Silena começou a suar frio. Será que Annabeth morreu?
—Percy me mandou uma mensagem - os olhos deles se encontraram e ela pode ouvi-lo murmurar um "obrigado" silencioso. 
— Foi tudo tão horrível - Atena choramingou - Ela estava andando normalmente ate em casa... - Ela apertou as mãos do marido - Uma sombra preta apareceu atrás dela e eu gritei seu nome. - Atena olhou para os lados - Quando eu vi, estava gritando por ajuda.
— Nós escutamos - Poseidon murmurou. 
— É - Percy concordou. 
Silena desabou na cadeira vazia ao lado de Atena e colocou as mãos na cabeça. Aquilo realmente estava acontecendo? 
— Você esta bem? - O senhor Chase perguntou - Quando ela acordar vai precisar de uma amiga.
— Eu estou bem - respondeu Silena.
Suspirando ela pegou seu telefone. Foi difícil, pois suas mãos tremiam assim como os seus braços, mas ela queria mandar uma mensagem para Piper. O Senhor Chase havia dito que Annabeth precisaria de uma amiga. Mas será que Silena era a melhor pessoa para isso? Ela e Annabeth não eram mais amigas como costumavam ser. Enquanto fitava a tela sem expressão, um e-mail chegou. Ela o abriu.

Ei, Silena, 
Talvez a próxima seja você, nunca se sabe quando se esta segura. Eu quero dizer, não se pode confiar em ninguém e no seu caso nem na própria irmã:
 


Silena abriu o anexo que estava junto ao e-mail. 
Era uma foto em miniatura de Piper conversando muito próxima a um cara. De início ela não achou nada demais, mas quando aproximou a foto e percebeu quem era aquele cara, ela nunca havia se sentindo tão traída desde que Thalia havia feito o que ela fez.
Ela ficou tão surpresa que se levantou, pensando que alguém a estava observando. Fechou os olhos. Quem poderia ter mandado aquilo? Thalia? Reyna? 
— Esta tudo bem? - Atena perguntou.
— Ah... - disse Silena - Sim.
Ela se levantou devagar. Jason Grace? Que diabos era aquilo? Ela verificou o endereço do remetente, mas era só um emaranhado de letras e números. 
Silena engoliu em seco e se lembrou de quando ela e Jason haviam se encontrado atrás da quadra de basquete. Ela havia dito:
— Ninguém pode saber de nada.
— Concordo. 
Acontece que alguém já sabia.

●●


Piper acordou atrasada pra variar. Estava com dor de cabeça e a garganta estava seca, mas nada comparado a como seus braços doíam. Ela seguiu para o banheiro esperando se sentir melhor. A única coisa que fazia com que ela sorrisse era a lembrança de Jason, aquele cara que ela conhecera. No pub, ele a seguira até o banheiro, agarrara seu rosto e a beijara. Eles tiveram uma conexão incrível. Ela se sentia tão encantada sobre o dia anterior que quando chegou em casa, havia apenas se jogado em sua cama e dormido tranquilamente. 
Quando desceu para o café, havia um bilhete de Afrodite pregado na porta da geladeira. 
" Vou viajar para New Orleans. Negócios. Volto daqui dois dias".
Piper suspirou. Aquilo provavelmente era de ontem à tarde. Ela preparou um sanduiche com pasta de amendoim e arrumou sua mochila nas costas.
— Silena! - Piper chamou.
Ninguém respondeu.
Será que a irmã já havia ido para a escola? Era provável. 
Piper deu um suspiro sofrido e subiu pelas escadas novamente, empurrando a porta do quarto da irmã devagar. O lugar cheirava a livros e ao perfume dela. Havia um enorme pôster de algumas palavras em grego antigo e um adesivo que dizia BOAS MOÇAS SÃO PATÉTICAS. A cama estava bagunçada e Piper viu a bolsa de Silena jogada na escrivaninha. Onde diabos ela estava?
Piper revirou os olhos para as gavetas abertas cheias de papeis que Silena não arrumava. Será que ela não percebia que aquilo ficava horrível quando alguém entrava ali? Ela caminhou ate o mural azul onde a irmã anotava os recados, mas não havia nada para aquele dia. 
Piper enfiou as mãos pelos papeis jogados de Silena e depois os colocou de volta. 
O celular dentro do bolso do casaco apitou. Era uma foto mandada por um e-mail desconhecido. Ela guardou o celular novamente. Mas espera.
Ela olhou a foto novamente e olhou um pouco mais de perto. 
— Puta merda - murmurou.
Silena estava ali, abraçada com um cara loiro e alto. Imediatamente Piper sentiu a boca secar. Na foto, junto com a irmã estava Jason, o cara do bar. O Jason dela, parecendo adorável, usando uma camisa preta e com os braços ao redor da cintura de sua irmã. Braços aqueles que haviam a segurado no dia anterior.

Seus olhos se encheram de indignação. Depois desceu as escadas correndo e abriu a porta, seguindo para a escola, atordoada.
Bem nesse momento ela olhou para a tela do celular:

Piper: Imagina o que sua irmã vai dizer sobre isso...

Puta merda mesmo.

●●

Que horas são? Dizia uma voz no ouvido dela. Hora de Annabeth morrer!

Annabeth acordou assustada. A figura estranha e familiar que estivera pairando sobre sua cabeça, havia desaparecido. Na verdade, ela estava em um quarto claro, branco. Havia desenhos aleatórios na parede. Na TV, um cara ensinava alguém como cozinhar uma boa lasanha. O relógio marcava seis e meia, e ela presumiu que fosse de manhã. Seus olhos estavam sonolentos, mas sua cabeça-ainda que latejasse como se um rinoceronte a tivesse pisoteado - estava bem melhor. Ela olhou em volta e então tudo fez sentido. Atena estava deitada em um pequeno sofá cinza no canto do quarto. Seus cabelos estavam assim como os de Annabeth - horríveis. Ela se lembrou de ter voltado para casa depois de uma típica discursão com Percy e depois de ter avistado a mãe na janela da sala de estar, ela havia sentido uma grande e dolorosa pancada na cabeça. Seus pés cederam e ela havia fechado os olhos. Annabeth não se lembrava de mais de nada.
— Oi - Atena abriu os olhos lentamente.
— Oi - sussurrou ela. Ainda podia ouvir a voz no sonho: hora de Annie morrer!

 Era a voz de Nico. 
A mãe se sentou na cama ao lado dela. 
— Esta tudo bem?
Não— ela pensou.
— Sim - respondeu - Só um sonho ruim...
Elas permaneceram em silêncio.
— Annabeth eu... - a mãe sussurrou - Eu não sei como começar - Atena olhou em volta - Mas você tem alguém em mente que poderia querer fazer isso com você? 
Annabeth queria morrer naquele momento.
— É claro que não! - Sim, sim uma voz dizia - Ninguém.
— Tem certeza? Algum colega de escola, vizinho, ex-namorado?
A palavra "namorado" fez o coração dela acelerar. Será que Luke estava sabendo? Será que ele a ignoraria por quanto mais tempo? 

Sua cabeça estava enfaixada ela presumiu. Sua mão direita estava com um curativo provavelmente de quando ela caiu. Provavelmente estava pior do que pensava.
— Mãe - Annabeth suspirou - Não quero ter que falar sobre isso agora. 
— Tudo bem - Atena se levantou - Tem dois amigos seu aí fora. Acho melhor falar com eles.

Por favor, que eles não entrem.

 

Leo e Percy não fizeram muita questão de perguntar como ela se sentia. Na verdade eles mal disseram duas palavras. Será que ela parecia tão horrorosa assim? Era provável.
— Então - ela perguntou - Vocês foram os únicos que vieram?
Percy esticou os braços para trás se escorando no sofá.
— Ah não - ele disse - Silena passou por aqui. Ela disse que voltaria mais tarde.
O nome "Silena" fez Leo estremecer. Ele imediatamente se lembrou das palavras de Reyna: Silena dormiu com Nico. Ela estava bêbada, mas não eram justamente os bêbados quem contavam as verdades?

Seu olhar pousou em Annabeth. Deus ela estava péssima!
— Ah - Annabeth suspirou. 
Ela estava sentada na cama com a camisola do hospital. Havia massageado sua cabeça com os dedos, mas ate o mais simples toque fazia com a dor recomeçasse.
— Então - Percy continuou - Você esta bem? 
— Ótima - ela respondeu - Nem parece que alguém tentou me matar. – Percy suspirou e Annabeth escorou a cabeça no travesseiro – Eu não acredito nisso.
— Você tem alguma ideia de quem fez isso? - Leo perguntou - Quer dizer, com certeza não foi aleatório.
Annabeth brincou com a pulseira do hospital.
— Se não foi Nico...
Nico. Leo estremeceu novamente. Isso aconteceria sempre que ouvisse o nome dele ou de Silena? Ele esperava que não. Talvez o único jeito que lidar com isso seria contando para alguém. Ele nunca fora bom com segredos, mas aquele Reyna havia pedido para que guardasse. Mas que diabos! Nem ela havia guardado. Além do mais, ele precisava conversar com alguém que soubesse do que ele estava falando. E é obvio que essa pessoa se chamava Annabeth Chase. Por que Annabeth Chase sempre sabe de tudo e com certeza sabe sobre Silena e Nico. Seus olhos encontraram os dela e ele despejou:
— Nico dormiu com Silena - ele murmurou - É verdade?
Antes que percebesse, as palavras já haviam saído de sua boca.
Percy e Annabeth arregalaram os olhos respectivamente. Aquilo não era uma coisa que se ouvia todo dia.

●●

Piper encontrou a irmã na praça que ficava a dois quarteirões de sua casa. Ela não parecia bem, mas era Silena, ela nunca estava realmente bem. Algo sempre a perturbava. Hoje não era diferente.
— Preciso falar com você - as duas falaram quase que ao mesmo tempo. Quando eram menores alguma delas teria que pegar no verde por algum tipo de superstição. 
— Pode falar - Silena cedeu.
Piper evitou contato direto. A mochila da escola pesava em seus ombros e o calor da tarde queimava em suas costas. Algo não estava certo.
— Eu queria que tivesse me contado - ela disse - Mas sei que não contamos tudo uma pra outra - Piper entregou o celular para ela - Mas eu conheci esse cara e realmente gostei dele.
Silena engoliu em seco. Era exatamente sobre isso que ela queria falar com a irmã. Depois de receber uma foto de Piper e Jason conversando como velhos conhecidos, ela ficara preocupada com o quê ele poderia contar para ela. Maldito desgraçado!
— Como vocês se conheceram? Achei que ele estivesse na Europa - ela disse - Ele esta aqui?
Piper sentiu alguém passar por ela, mas era apenas uma senhora com uma bengala.
— Então vocês estiveram juntos? Foram namorados? 
Piper sentiu um aperto no coração. Por que aquilo sempre acontecia com ela? Coisas ruins e relacionamentos estragados aconteciam com tanta frequência em sua vida que ela mal conseguia assimilar tudo de uma vez.
— Não fomos namorados - Silena apertou os olhos - Ele é irmão de Thalia.
O corpo de Piper alternava em sensações de ansiedade e desespero, e seu estômago estava contraído de dor. Houve uma pausa bastante longa. Silena olhou fixamente para Piper, e a irmã olhou de volta. 
Uau. - foi o que ela disse - Parece que você já pegou metade da população mundial.

●●
Annabeth suspirou sentindo algo se agitar dentro dela.
— Você não parece surpresa - Leo Valdez encolheu os ombros como se tivesse dito algo que não deveria.
Na verdade, ele disse.
Havia passado literalmente seis minutos desde que Leo falara sobre Silena e Nico. Desde então eles permaneceram em completo silêncio. De fato, todos estavam chocados. Reyna com certeza o mataria.
— Você já sabia? - Percy perguntou e se virou para Leo - Como você descobriu?
Annabeth sentiu a cabeça doer novamente. Aquilo estava acontecendo? Ou era um pesadelo sem fim? Por que diabos, Leo Valdez saberia de uma coisa dessas?
— Isso não importa - Leo se se encostou à parede - O que importa é que se isso for verdade explicará muita coisa que não sabemos. Talvez ate acabe logo com isso.
— Eles não eram namorados - Annabeth disse - Ele estava com Thalia na época.
— O quê? - Leo arregalou os olhos. Tudo era pior do que pensava – Isso é baixo ate para Silena.
— Isso não foi culpa dela - Annabeth continuou - Ela só queria se vingar de Thalia. Não era pra ter acontecido. Ela jurou.
— Se vingar pelo quê?
Annabeth deu um longo suspiro e cruzou os joelhos ate o queixo. 
— Bem - ela disse - Thalia e Silena eram amigas. 
— Todo mundo sabe disso - Percy revirou os olhos. 
— Mas elas não desgrudavam uma da outra. Sabe, era tão... Irritante! Quer dizer, elas eram minhas amigas. Eu as juntei em um grupo. Parecia que eu era apenas a amiga que elas tinham que ter quando cansassem uma da outra.
Leo não entendia. Aquilo tinha haver com ciúmes?
— E o que isso tem haver com você? 
— Eu não queria que aquilo tudo acontecesse, mas eu sei lá... Era tão ruim ser deixada de lado, ouvir brincadeiras de duplo sentido e não entender. 
— Annabeth - Percy suspirou – O que você fez?
— Então um dia eu recebi uma carta de Reyna dizendo que havia descoberto o porquê delas estarem tão próximas ultimamente. - Ela revirou os olhos - Elas estavam acabando com os relacionamentos de Afrodite. Era tão patético. Coisa de Silena.
Leo cruzou os braços por cima da camisa azul escura.
—Annabeth o que você fez? – Percy insistiu. A voz dele estava sombria ou era impressão dela?
— Eu disse para Reyna que cuidaria daquilo - um sorriso brotou em seus lábios, mas ela logo o reprimiu - Então eu contei para Thalia que Silena estava tendo um caso com o irmão dela. 
— Silena e Jason? - Leo arregalou os olhos de novo. Aquilo era bola de mentiras sem fim.
— E Thalia fez o resto - Percy deduziu.

— Claro. Thalia nunca perdoaria Silena por desfrutar do irmão mais novo. Então ela contou para Piper que o pai de Silena não era o pai dela. E que o pai dela estava vivo. - Annabeth pareceu perdida. 
— Espera o quê? Então elas não são irmãs? – Leo ficou ainda mais confuso.
— Não completamente. O pai de Piper sumiu do mapa quando ela nasceu então Afrodite fez com que Silena e Piper acreditassem serem filhas do mesmo pai. O que por sinal é uma grande mentira deslavada.
Tudo aquilo era demais pra qualquer cabeça. 
— E como Thalia descobriu isso?
— Silena contou a ela, aparentemente.
Eles ficaram em silêncio por alguns segundos.
— Então você é o cabo de guerra da briga entre Thalia e Silena? - Leo perguntou.
— Colocou fogo na amizade de duas das suas melhores amigas e revelou um segredo em família somente por que se sentia "rejeitada"? - Percy cuspiu cada palavra.
— Praticamente acendi o fósforo.
— Elas eram suas amigas, fariam tudo uma pela outra, inclusive por você e as usou em um piscar de olhos? 
Sem nem piscar.
●●●

Thalia abriu os olhos sentindo sua cabeça rodopiar. Ela olhou em volta assim que seus olhos focaram novamente, e viu que estava no banheiro do seu quarto. Ela não sabia como havia ido parar ali, mas a julgar pela garrafa vazia de cerveja misturada com os cigarros apagados, aquela tinha sido uma longa noite. 
— Droga - ela murmurou levantando-se e puxando a alça da camisola preta para cima.
Seu celular estava jogado na pia e ao olhar pela pequena janela, já era de manhã. Menos mal - ela pensou - depois de tomar um banho e vestir uma roupa, a dor de cabeça passaria com um breve chá. 
Ao entrar no chuveiro, Thalia deixou com que todas suas preocupações se esvaíssem pelo ralo e então depois de vestir uma calça jeans e uma camiseta básica, ela desceu as escadas, seguindo para a cozinha. Havia cheiro de ovos lá. 
Aquilo estava estranho.
—Oi - ela ouviu uma voz masculina atrás dela e se virou rapidamente - Nossa. Uau.
O irmão não tinha mudado muita coisa depois da última vez que se viram. O cabelo estava mais curto e ele estava mais alto, mas fora isso nada. Jason com certeza era a única pessoa no mundo que Thalia realmente se importava. Eram tão diferentes fisicamente, mas ele era no mundo a única pessoa pra quem Thalia contaria seus segredos.
— Jason - ela sorriu para o irmão e depois o envolveu em um abraço. Ele era alguns centímetros mais alto. - Quando você voltou?
Jason havia passado os últimos dois anos na Europa. Talvez fosse absurdo, mas quando a mãe dele ligou para Zeus e pediu para que o filho fosse morar com ela, ele aceitou quase que imediatamente. É claro que Thalia havia insistido, mas isso era um caso a parte.
— Eu voltei ontem! - ele sorriu - Conheci uma garota americana incrível.
Thalia revirou os olhos. Ele mal chegara e já havia conhecido uma “garota americana incrível”.
— Nem imagino - ela se se sentou à mesa. Será que a madrasta já havia ido embora? Talvez ela tivesse ido fazer compras. - Você esbarrou em Hera por aqui?
Jason fez uma careta. Ele e Hera nunca se deram muito bem, mas antes de ir para a Europa os dois haviam tido uma enorme briga que de certa maneira antecipou sua viajem.
— Ainda não.
Thalia concordou e pegou o celular. Puxa! Havia mais de doze ligações perdidas e mais de vinte e cinco mensagens na caixa postal. Seu sangue gelou. Com certeza alguém havia morrido.
— Puta merda - ela murmurou.
Bem nesse momento a campainha tocou. Thalia bebericou sua bebida e olhou para o celular ignorando as batidas na porta. Jason se levantou e abriu a porta da frente dando de cara com uma garota. 
— Oi - ele cumprimentou – Reyna?
— Jason - ela imaginou pelo cabelo. O mesmo tom de loiro - Sua irmã esta? - Ela o empurrou para os lados - Posso falar com ela?
— É claro. 
Thalia olhou para a figura de Reyna parada ao lado do irmão.
— Reyna – ela olhou intrigada – O que aconteceu?
Jason levantou os braços. 
— Acho melhor deixar vocês a sós.
Reyna olhou para a decoração da casa de Thalia. Seu coração palpitava como uma máquina que precisasse ir para o conserto. Droga—ela pensou - Ela nunca vai me perdoar.
Então Thalia cruzou os braços. 
— Eu recebi umas mil chamadas de Leo e Percy - ela avisou - Talvez algo tenha acontecido. Você sabe o que aconteceu? Provavelmente algo ruim...
Reyna começou a transpirar pela nuca. Isso era possível?
— Thalia - ela chamou. - Eu preciso te contar uma coisa antes que você ouça da boca de outra pessoa. 
A garota encarou Reyna desconfiada.
— Reyna -ela murmurou – Se algo ruim aconteceu não precisa...
— Eu contei para Leo - ela começou a balançar os braços estupidamente - Uma coisa que nunca tinha contado para ninguém, e agora...
— Isso tem alguma coisa haver com as mensagens que eu recebi?
— Eu não sei, talvez sim - ela deu um passo na direção de Thalia - Contei para Leo sobre Silena e Nico.
A pele de Thalia havia ficado mais pálida.
— O que você quer dizer com "sobre Silena e Nico"? 
— Contei a ele que Silena e Nico dormiram juntos.

Thalia derrubou o celular no chão atordoada.

●●
Percy encontrou Tyson escorado na porta de seu quarto. Ele não costumava ficar sem sorrir, mas agora estava mais serio que o normal.
— Como ela esta? - o irmão perguntou.
Percy passou por ele entrando em seu quarto.
— Bem.
— Bem? - ele perguntou - Ela esta tipo bem? Ou ela tipo, apenas sobreviveu?
Percy revirou os olhos. 
— Veja por si mesmo.
Percy tirou os sapatos deitando em sua cama. Droga! Sua cabeça iria explodir. Com tudo que Annabeth havia lhe contado ele nunca mais conseguiria olhar pra ela novamente. Annabeth Chase era a garota mais manipuladora que ela já conheceu.
— Espere - Tyson jogou uma bolsa branca na cama de Percy - É de Annabeth. Eu mesma devolveria, mas... Os pais dela nunca vão me deixar visitá-la.
Percy murmurou algo como um ok e ouviu o irmão sair e descer as escadas. Ele provavelmente não faria nada pelo resto da noite. Percy puxou o edredom para cima. Bem nesse momento algo começou a apitar e ele retirou o celular do bolso da calça jeans esperando ser Leo ou qualquer outra pessoa. Mas não era o celular dele. 
Ele puxou a bolsa de Annabeth e a abriu. Será que seria invasão de privacidade? Besteira! Ele apenas desligaria e dormiria em paz. A mochila estava cheia com livros e algumas anotações aleatórias, mas não foi difícil encontrar o celular. Continuava apitando indicando novas mensagens.
Percy revirou os olhos e o ligou. Automaticamente a última mensagem apareceu na tela, mandada há dez segundos:

Você não me obedeceu então eu tive que acender uma fogueira debaixo do seu rabo.


●●

Thalia bateu na porta impaciente. Não chore. Não chore, caramba— ela pensou. Alguém abriu a porta.
— O que esta fazendo aqui? - Silena perguntou - Você não é bem vinda aqui.
Thalia a ignorou e entrou porta adentro. 
— Eu sei que você me odeia - ela disse - Sei que me odeia por ter contado a Piper que não são completamente irmãs. 
Silena engoliu em seco.
— É eu te odeio.
— Mas você não tinha o direito de fazer isso.
Silena revirou os olhos imediatamente. 
— Se esta falando sobre o que Reyna...
— EU NÃO ESTOU FALANDO SOBRE ISSO - Ela gritou. Depois puxou os cabelos para trás - Ele estava comigo! Não é possível que me odiasse tanto.
Silena parou onde estava. Ela estava falando sobre... Não. Impossível. Ela nunca saberia de algo por que a única pessoa que sabia era ela. E Nico.
— Parece que pelo seu silêncio é verdade não é? - Lágrimas ameaçaram cair, mas Thalia não demonstraria sinal de fraqueza. Não na frente de Silena Beauregard. - Eu sempre achei que fosse uma vadia. Mas não uma vadia sem coração.
— Thalia...Isso tudo é uma grande besteira...
— Não fale comigo! - ela se virou de costas. Não aguentaria mais olhar para Silena. - Você dormiu com ele porque estava com raiva de mim. Só por que estava com raiva de mim! Isso mostra como você é uma vadia vingativa.
Silena cutucou a porta com os dedos. É claro que estava errada, mas não deixaria Thalia Grace achar que tinha toda a razão.
— Não dormi com Nico pra me vingar de você Thalia - a garota se virou, encarando a ex-amiga - Foi porque estava apaixonada por ele.


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Notas finais do capítulo

Gente eu sei que vocês estão fudidos da cabeça, mas essa era a intenção. . Agora cá entre nos: TeamSilena? Or TeamThalia?
Eu com certeza sou TeamNinguém, por que todo mundo aqui é do mesmo barco.
Eu acabei esquecendo no ultimo capitulo, mas vou deixar alguns trechos do próximo capitulo pra vocês:

— Posso demorar a vida toda, mas vou acabar com ela.

— O segredo era dela. Não meu.

—Não se preocupe. Eu já apodreci a muito tempo.

— Eu pensei que - ela suspirou ainda o abraçando - Que estivesse com raiva de mim.

— Você acha que não vi você e Silena indo para a floresta aquela noite?

— Sim a loira com olhos claros.

— Não podemos confiar nela.


— Eu não posso ajudar vocês.


— A partir de agora é cada um por si.





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