Percy Jackson desligou o rádio de seu quarto. Durante a última hora, havia olhado pela janela a todo instante em busca de qualquer sinal divino para que entrasse na festa ao lado.  Ele ouviu o som dos passos dos pais pela cozinha, alegres. Com certeza sairiam para jantar.  Ele não havia visto o irmão desde o dia anterior, mas tinha absoluta certeza de que ele tinha sido convidado por Annabeth.  

Maldita festa.  É claro que ele só iria para garantir que Annabeth não fizesse nada estúpido com o que Tyson tinha em mãos e pretendia entregar a ela, mas essa festa realmente parecia prometer alguma coisa a mais.  Um pressentimento. 

Parecia que algo iria acontecer e ele não poderia fazer nada para impedir.

Algo caiu no chão desviando sua atenção.  Era seu troféu de natação da escola. 

  - Desculpa cara - Leo colocou o objeto em cima da estante de novo - O que você esta olhando?  Sabe que é impossível ela nos convidar. 

  - Não você - Percy se virou para o amigo, agora olhando algo no laptop - Você bem que podia descer lá com uma desculpa. 

  - Eu?  Até parece, Percy - Leo digitou alguma coisa - Você sabia que Júpiter é tipo quase sei lá trezentas vezes o tamanho Terra?  Ele é tipo muuuuuito grande. 

Percy revirou os olhos.

Alguém bateu na porta. 

  - Entra - ele disse descendo as cortinas quando a luz do quarto de Annabeth se acendeu.  

 - Ei, Percy!

Rachel apareceu no batente da porta. Seus cabelos ruivos estavam completamente lisos e ela vestia um vestido azul.  Ou ela se arrumou toda para ver Percy ou esperava sair para algum lugar. 

  - Rachel. 

Algo foi derrubado lá embaixo fazendo com que Rachel olhasse pelo corredor. 

  - Desculpem, Reyna esta lá embaixo ela deve ter derrubado, sei lá, alguma coisa. 

Leo fechou o laptop. 

  - Por que Reyna esta aqui?  

  - Bem, nós fomos convidadas para o aniversário de ninguém menos ninguém mais que Annabeth Chase - Rachel disse completamente radiante com a ideia.  

Percy ficou surpreso. Seus olhos olharam pelo vão da cortina para fora.

  - Rachel isso é sério?  - ele puxou a garota para um abraço - Meu Deus eu não acredito!  

  - Percy eu fui convidada porque esta tão surpreso?  Não é como se fôssemos amigas ou algo do tipo - ela se virou para Leo - Leo eu precisava mesmo te agradecer pelo que fez comigo naquela noite. 

  - Tudo bem. 

  - Rachel - Percy suspirou - Eu tenho que ir nessa festa. 

A garota se afastou pegando um batom da bolsa que carregava.  Ela se encaminhou ate o banheiro. 

  - Eu não sei não Percy - os olhos verdes em contraste com o sorriso - Não fica bem levar acompanhante.  Além do mais eu estou com a Reyna.  E nós vamos juntas, eu não posso simplesmente a abandonar e sei lá ir com você.  

  - Mas ela não vai sozinha - Percy sorriu - Ela vai com Leo.  

Estava escurecendo quando Percy, Rachel, Reyna e Leo chegaram à casa de Annabeth.  Havia dezenas de pessoas dentro e fora da casa no que parecia mais uma reunião de gente elegante do que realmente uma festa adolescente.  A casa dos Chase's era realmente muito espaçosa, mas naquele momento todos pareciam concentrados em apenas um lugar.  

  - Alguém viu a aniversariante?  - Leo perguntou. 

O garoto havia decidido passar em casa e vestir o que achou ser o mais conveniente: um terno azul escuro que havia guardado para a formatura.  Não havia tido tempo o suficiente para escolher um presente adequado, mas ainda assim havia passado na joalheria e escolhido alguma das peças que Annabeth reservou pela manhã.

Eles atravessaram os portões de ferro abertos da casa dos Chase. 

Tinha uma estatueta de o que parecia ser uma ninfa na entrada e uma varanda maravilhosa, completamente iluminada com luzes amarelas e flores brancas. 

Mas não era a casa que importava naquela noite. Eles iam ficar provavelmente no campo atrás da casa, que ficava separado da propriedade por um muro de pedras que se estendia por quilômetros.  Toda aquela área era cercada por um bosque denso. 

Leo ouviu The Smiths vindo de dentro da casa. Rostos conhecidos passavam por eles.  Um grupo de garotas perfeitamente maquiadas conversavam próximas à varanda.  Elas soltaram risinhos quando passaram por elas. 

Leo olhou para os All-Star azul que calçava. 

  - Quem são essas pessoas?  - Reyna perguntou enquanto entravam na propriedade. 

Havia um monte de gente que Reyna não conhecia, mas isso se devia ao fato de Annabeth provavelmente ter convidado todos os alunos das atividades que participava. Ela realmente conhecia muitas pessoas. 

Havia uma mesa de bebidas perto dos arbustos, mas provavelmente iria precisar de uma identidade para ir até lá. Do outro lado, perto da varanda uma cabine de fotografia antiga toda enfeitada com luzinhas amarelas. 

Alguém bateu no ombro de Reyna. Ela se virou. Era Thalia Grace, vestindo uma blusa preta justa que dizia "Os punks estão vivas”, calça jeans pretas e botas marrons.  Seu cabelo estava solto pelo rosto e ela parecia completamente radiante. 

  - Opa, e aí!  - Thalia gritou mais alto que a música. 

  - Ei - Reyna tentou parecer amigável, mas Thalia realmente parecia ter bebido além do permitido - Você sabe de Annabeth?  

Ela sorriu para Leo. 

  - Valdez!  Olha eu estava realmente querendo falar com você. 

  - Estava?  

  - Bem ou com você ou com o qualquer um de vocês. 

  - O que aconteceu?  - Leo perguntou, mas então olhou para Rachel ao lado de Percy - Rachel será que pode procurar Annabeth e pedir pra ela vir nos encontrar? 

  - É claro. 

  - Eu acho que Annabeth está tipo, procurando alguma coisa - Thalia pegou a bebida da bandeja de um garçom - Ela não para de andar por aí. 

  - Como assim?  - Percy perguntou. 

  - Nada. 

 Então os olhos de Thalia se fixaram em alguém além dele.  Ela enfiou a bebida na boca de uma vez. Reyna se virou para trás. 

Era Nico Di Ângelo. 

  - O que ele esta fazendo aqui?  - Thalia perguntou. 

  Leo se virou. Nico Di Ângelo tinha acabado de passar pelos portões, ele usava uma camiseta preta e uma calça jeans azul.  Ao seu lado uma figura ainda mais ilustre.  Piper McLean. 

  - O que?  Eles são amigos agora?  

Nico parou na mesa de bebidas e pediu uma cerveja. 

  - Piper não se parece muito preocupada com a irmã - Percy observou. 

  - É porque obviamente ela sabe onde Silena se meteu - Thalia sibilou. 

Alguém cutucou o braço de Reyna. 

  - Ei!  Eu achei a aniversariante! - ela gritou por conta da música alta. 

Annabeth usava um vestido dourado com detalhes pratas.  Os cabelos loiros com cachos ondulados.  Seus olhos observando cada um dali. 

  - Feliz aniversário - Reyna se aproximou depositando um beijo na bochecha da garota - Você está linda. 

  - Foi você quem os convidou?  - Thalia cambaleou ate Annabeth e a puxou pela mão enquanto apontava para Piper. - Isso é muita sacanagem. 

  - E lá vai ela... -Percy resmungou. 

  - Não pode me dizer quem ou não convidar pra minha festa - Annabeth se soltou do toque de Thalia em um movimento rápido - Piper também é minha amiga. 

A palavra "amiga" fez Reyna estremecer.  Então Annabeth as considerava como "amigas"? Ou havia sido modo de dizer?  

  - Vocês estão discutindo?  

Thalia se virou para trás.  A voz era de Piper. 

  - Isso absolutamente não é da sua conta - Thalia sibilou. 

  - É ótimo que tenha vindo- Annabeth sorriu. 

  - Bem você me convidou.  Eu só não esperava que todo mundo estivesse aqui. 

Alguém passou por eles dando risadas.  

  - Piper por que é que Silena não esta aqui?  - Thalia provocou - Vocês não andam pra tipo toooodos os cantos juntas?  

Piper engoliu em seco. 

  - Silena esta viajando - Piper deu uma golada na vodka com limão que havia pegado de um garçom - E isso absolutamente não é da sua conta. 

  - Piper, nós sabemos que Silena fugiu - Percy sussurrou - Será que não pode dizer onde ela esta?  Ou pelo menos de quando ela volta? 

  - Jesus Cristo eu não sei!  - Algumas pessoas pararam para olhar.  Piper olhou para Annabeth - Nico encontrou registros de onde ela estava. Hospedagens em hotéis com o nome dela, mas isso foi a dois dias.  

  - Por que é que Nico te ajudaria?  - Leo resmungou - Ele não era o maior suspeito?  

  - Nico não é suspeito há muito tempo. 

  - Percy tem razão - Piper respirou fundo - De qualquer jeito nós temos que encontrar Silena. Alguém disse que se não a encontramos coisas ruins vão acontecer. 

  - Mais coisas ruins?  Do tipo de levar uma pedrada na cabeça?  - Leo perguntou. 

  - Ou uma facada no pescoço - Reyna completou

  - De qualquer jeito vou continuar procurando - Piper sussurrou. 

  - Comece procurando em um necrotério - Thalia fez um biquinho retirando um cigarro do bolso  - Ela deve estar morta. 

  - Não pode fumar aqui - Annabeth advertiu. 

  - Muito corajoso falar algo assim quando ela não esta aqui para se defender. 

  - Defesa?  - Thalia sorriu sarcástica - Silena nunca jogou nesse time.  Sua irmã joga no ataque.  

●●

Annabeth deu um gole em sua vodca e amarrou os cabelos em um rabo de cavalo bagunçado. Ela estava presa no banheiro há exatamente doze minutos e já poderia imaginar a fila que se formava lá fora.  Mas poderiam a culpar?  Aquele dia não poderia estar sendo pior: primeiro ela correu feito louca depois de receber algumas palmas de calouros na escola. Era acostumada sim a ganhar prêmios, mas isso não justificava não poder se sentir insegura às vezes.  Luke havia terminado com ela há alguns dias e ela ainda podia ouvir as palavras saindo de sua boca:

Você fica bem melhor sozinha. 

Aquilo havia doído. 

Ela não tinha visto Luke desde então.  É claro que a mãe provavelmente teria enviado o convite para ele, mas isso não significava que o garoto iria. Ela nem esperava que ele mandasse uma mensagem desejando feliz aniversário embora tenha verificado o telefone há poucos segundos. 

Para completar a desgraça, Thalia e Piper estavam se alfinetando por ai. Se algo acontecesse uma delas podia abrir a boca na frente de toda aquela gente e dizer algo que não devia.

Alguém deu leves batidas na porta.  Ela olhou para o espelho mais uma vez antes de girar a maçaneta. 

Não era nem meia noite, mas a casa estava completamente horrível.  Havia copos descartáveis pelo chão e alguém tinha vomitado no jarro favorito de Atena. A ideia da mãe em fazer uma festa adulta e compromissada pelo jeito não havia dado certo.  Falando na mãe ela com certeza tinha dado um jeito de sair quando as coisas ainda estavam sobre o controle.  Apesar de o lugar estar horrível as pessoas pareciam realmente estarem se divertindo.  Havia gente no karaokê e havia gente nadando na piscina.  Parecia que todos estavam se divertindo mais do que ela. A única coisa que a impedia de subir para o quarto ou expulsar todo o mundo era a mensagem que havia recebido há duas horas. 

Era de Tyson. 

Ele disse que havia encontrado o endereço de IP e que o entregaria em um pen drive com todas as informações.  Finalmente ela descobriria quem estava fazendo aquilo com ela.  Finalmente descobriria quem machucou Rachel.  Não podia esperar. Sentindo a cabeça rodopiar por conta da bebida ela se dirigiu até a mesa de bebidas e pediu uma água.  A tenda estava tão lotada que seu pescoço já estava começando a suar. 

  - Oi - Alguém havia se aproximado.  Ela reconheceu a voz de Leo. 

  - Oi - guinchou ela, surpresa - Eu não sabia que você vinha. 

 Quando ela viu Leo mais cedo não caíra à ficha de que ele realmente havia ido. 

  - É eu vim com...  - Leo se virou e apontou para Reyna, sentada com mais dois caras do clube de natação da escola. 

  - É - Annabeth virou a garrafa d'água e notou que suas mãos estavam tremendo. Ela não era muito de beber.  

  - Então, cadê o Luke?  - perguntou Leo - Ele ainda não chegou?  Todo mundo esta comentando. 

  - Está?  - perguntou Annabeth, com sinceridade. 

  - Está.  Vocês são o tipo o casal do momento. 

Annabeth não sabia se ria ou se chorava. Ela podia muito bem imaginar a fofoca se espalhando. 

  - Eu não sei onde ele está. 

  - Então o casalzinho do momento já se separou, foi?  - Leo brincou.

Mas aquilo não pareceu uma brincadeira para Annabeth.

  - Não - A verdade era que Annabeth estava meio que escondendo a situação. 

Ela pegou mais uma garrafa e saiu caminhando.  Ela só precisava de movimento. 

  - Annabeth - chamou uma voz atrás dela. Ela se virou. Percy Jackson estava a cerca de dois metros de distância, perto de uma das mesas. Ele parecia nervoso. 

Subitamente ela se lembrou do acontecimento mais cedo na escola, quando Percy a aplaudiu por levar o título de representante da classe.  Ela havia agido feito louca.  Em pânico, Annabeth saiu correndo em direção à rua.  Uma de suas sandálias escapou do pé e ela a enfiou de volta, depressa, ainda correndo. 

  - Ei - Percy estava bem ao lado dela. 

  - Ah - ela disse olhando para longe, tentando agir normalmente - E aí?

Percy tomou Annabeth pelo braço e a levou para a frente da casa dele,  onde um carro estava estacionado. Depois pegou as chaves do carro no bolso e ajudou Annabeth a entrar no carro. 

  - O que está havendo com você?  - ele perguntou. 

  - O que esta havendo comigo?  - Annabeth gritou - O que esta havendo com você?  O que é que você está fazendo? 

  - Eu só quero conversar. 

  - Sério?  Era isso que você queria quando me tratou daquele jeito no dia em que eu voltei para o colégio na frente de todo mundo?  

  - Eu estava com raiva - ele disse - Todo mundo estava agindo como se você fosse algum tipo de deusa ou algo assim e eu também estava furioso por conta das mensagens.   

Annabeth suspirou olhando pela janela. Dava pra ouvir a música da Kehlani, "gansta", vindo da casa. 

  - Você ainda está pensando naquelas mensagens?   

  - Você não? 

Annabeth ficou em silêncio. A verdade era que estava com medo de que algo acontecesse. Foi por isso que pediu a ajuda de Tyson. Se ele descobrisse de quem eram aquelas mensagens, tudo acabaria. 

— Eu, eu sinto muito por hoje – ele se aproximou – Eu pensei em me desculpar te aplaudindo pelo prêmio. Aparentemente não foi uma boa ideia.

  - Você já pensou em contar aos seus pais?  - perguntou Annabeth, baixinho.  

  - Uma vez - ele assentiu entendendo - Eu estava sentado com a minha mãe na varanda e ela estava me olhando com aquele olhar de mãe, sabe? Ela disse que eu poderia contar qualquer coisa pra ela. 

  - E por que não contou? 

  - Por que depois que eu contar, ela nunca vai olhar pra mim daquele jeito de novo - Annabeth assentiu - Você esta pensando em contar aos seus pais? 

  - Acho que sim - ela disse - Se eu receber mais uma mensagem eu vou contar pra minha mãe logo em seguida.

  - Por que é que você tem que contar a ela? 

  - Porque sim.  Tem que ser eu. Isso não pode continuar assim.  

Percy suspirou. 

  - Você coloca muita pressão em si mesma. Eu vi isso hoje, lá na escola. 

Primeiro Annabeth ficou na defensiva, mas depois ela pensou em si mesma. Toda aquela festa havia sido ideia da mãe. Ela não opinara em exatamente nada e nunca havia dito que queria uma festa, mas concordara. Não por que achava importante uma festa e nem porque se sentiria melhor com uma, mas pelo motivo que sempre fazia tudo: agradar aos pais.

  - Percy - Ela olhou pelo para-brisa - Para com isso. 

  - Eu sei que pediu a ajuda de Tyson com alguma coisa - disse ele - Eu só quero que saiba que pode me dizer o que quer que ele tenha descobrido. 

  - Eu não sei o que ele descobriu.  E quando eu souber irei dar para a polícia - ela sentiu um aperto no peito - Eu só quero acabar logo com isso!  Deus, não posso passar o resto da minha vida com medo de todo mundo saber o que eu fiz. 

Percy pôs a mão cuidadosamente sobre a dela. 

  - Você pode confiar em mim. 

Lágrimas encheram os olhos dela. Ele se aproximou de Annabeth e apertou a testa contra a dela. Annabeth prendeu a respiração. Eles estavam extremamente perto um do outro. Finalmente seus lábios se tocaram. E de novo. Com mais força, desta vez. 

Annabeth apertou a boca contra a dele e segurou-o pela nuca, puxando-o para mais perto.  De repente, eles estavam se beijando com mais intensidade, as mãos subindo e descendo pelas costas um do outro.  Então, se separaram por um segundo e se olharam nos olhos. 

Talvez fosse a bebida, talvez fosse o momento, mas eles se agarraram de novo.  Percy puxou o zíper do vestido dela e depois tirou a jaqueta dele atirando-a no banco de trás.  Annabeth enfiou as mãos por dentro da camisa dele, o envolvendo pela cintura da melhor forma que o espaço permitia. Percy abaixou o banco do carro, levantou Annabeth e a apertou contra si.  As costas dela batiam contra o volante do carro. Estava tudo em perfeita sincronia. Ela arqueou o pescoço enquanto Percy beijava sua nuca. 

Quando Annabeth abriu os olhos, ela viu alguma coisa. 

  - Qual é o problema?  - perguntou Percy. 

  - Shhhh- disse Annabeth. Seus olhos se focaram. Era um reflexo. Ela se virou. Havia alguém lá fora - Droga.  

  - O que foi?  

Annabeth recuou. 

  - Puta merda. 

  - Puta merda - Percy repetiu. 

Silena Beauregard estava parada em frente ao carro, seu cabelo bagunçado, um sorriso pendendo dos lábios, depois de flagrar a situação. Um cigarro tremia de suas mãos enquanto ela encarava o casal. 

  - Sentiram minha falta?