We must be killers escrita por Heda


Capítulo 1
We must be killers - Somos todos assassinos


Notas iniciais do capítulo

Primeiríssimo capítulo gente que emoção!!
As músicas deste capítulo serão 2 : We must Be Killers - Mikky Ekko e Do I Wanna Know - Artic Monkeys
Esse é o capítulo onde tudo começou então vocês podem ver qual será a relação de certos personagens e o que eles realmente pretendiam naquela noite.



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O céu estava nublado naquela noite de inverno. Algumas finas gotas de chuva pingavam no rosto inexpressivo da garota, mas ela não se importava, diferentemente da amiga que caminhava ao seu lado. Um pouco encolhida, a outra garota tinha as mãos dentro do casaco vermelho habitual. Era sua cor preferida. 
— Será que podemos voltar? - Ela perguntou receosa. A garota ao seu lado parou de andar imediatamente a encarando com os olhos zangados.
— Temos que fazer isso agora, R. Prometemos proteger umas as outras. 
Ela concordou acompanhando a amiga novamente. Seus pés afundando na terra lamacenta. 
         As duas garotas continuaram caminhando assim. Por mais alguns minutos. Talvez horas, não sabiam ao certo. Estava tudo muito escuro, mas puderam reconhecer a cabana no meio do nada. Havia uma pequena luz vinda da janela aberta e de longe puderam ver a silhueta de uma garota andando lá dentro. 
— Está vendo? Ela ainda esta lá. Temos que fazer agora, R. 
— Não consigo me mexer - a garota respondeu. Seu coração batia fortemente. - Por favor, S temos que voltar! Agora.
A morena ignorou os apelos da garota voltando a encarar a janela aberta. 
— Esquece. Sabia que não podia contar com você. E sabe por quê? Por que você é uma traidora. E a primeira coisa que eu odeio da minha lista de coisas que odeio são traidores. 
—ela faria isso por nós? 
— É claro que sim. Por que ela não é uma traidora. -Elas pararam para observar a casa novamente. Não era possível ver muito, mas a garota continuava lá. Os cabelos negros caindo até os ombros, o sutiã preto em contraste com a pele branca. 
— A vadia não tem vergonha do que esta fazendo. 
— E nós também não - alguém sussurrou atrás delas. Um pequeno vulto se aproximou carregando uma pequena lata vermelha. 
—Piper! Por que demorou tanto? 
— Desculpa irmãzinha, mas não é fácil conseguir gasolina líquida em muita quantidade.
— Está me zoando? Vai realmente fazer isso? 
Silena Beauregard revirou os olhos abrindo a lata com o líquido inflamável. 
— Qual é Reyna! Vamos incendiar o carro dele! É pouco pelo o que esta fazendo com a nossa amiga! 
Piper Mclean deu um sorrisinho acendendo um cigarro. Seus olhos se iluminaram pelo pequeno fogo repentino obtido através do isqueiro. 
—Olha só pra ela - murmurou tragando o cigarro mais uma vez - Não tem nem um pingo de remorso. 
Silena concordou olhando na direção da janela mais uma vez. Thalia Grace estava escorada em uma parede da pequena cabana. Alguém passou por ela e Silena reconheceu os cabelos loiros de Luke. "Então eles realmente tem um caso" pensou apertando os olhos. 
— Silena precisa esperar. - Piper alertou tragando o cigarro mais uma vez. Toda aquela fumaça fazia a cabeça de Reyna girar ainda mais. - Eles verão você chegando. 
Reyna apertou as mãos se agachando ao lado de Silena. A essa altura suas botas estavam cheias de lama, o que apenas aumentou sua ansiedade. Não sabia o que estava fazendo ali. Não sabia por que estava ali. 
— Não sei por que estou aqui - soltou bufando. 
Silena arregalou os olhos surpresa. Para ela Reyna não poderia ter confessado coisa pior.
— Não é pelo que R, é por quem. 
— Não importa por quem é Silena, eu não posso me meter nisso de novo...
— cala a boca. - Piper murmurou jogando seu cigarro no chão e o apagando com as botas de couro. Silena arregalou os olhos de novo vendo a silhueta baixa da garota em frente à porta da cabana. O sobretudo preto contrastava com o cabelo loiro aparentemente molhado caindo sobre as costas.
— Annie? O que ela esta fazendo aqui? - Piper sussurrou apertando o isqueiro entre os dedos. 
Silena se abaixou apoiando a lata com gasolina no chão lamacento. Seus pés ainda afundavam cheios de lama, e o cheiro do cigarro de Piper aparentemente ainda estava impregnado no ar. 
— Piper - ela sussurrou. - Traga a gasolina e leve para trás da casa. Reyna a ajude. Quando eu der o sinal vocês acendem no carro, tudo bem? 
— Tanto faz. - Piper disse levantando a lata com gasolina. Seus olhos ardiam pela falta de luz no ambiente. - Reyna! 
— Não quero fazer parte disso. 
— Reyna. - Silena sussurrou. - Se veio ate aqui já faz parte disso. Não vai querer pular fora disso.
— Não pode me obrigar. - ela rugiu.
— Posso sim. Por que senão fizer isso, eu faço e a culpa será sua. 
— Não.
— Eu posso, e vou fazer.

  We must be killers

Os cabelos loiros voavam molhados ao redor de seu rosto. Ela estava inquieta e nervosa. Os olhos estavam inchados de sono. Era uma sexta-feira à noite e ela devia estar em casa com suas amigas ou no cinema com seu namorado, mas a situação não era exatamente essa. O loiro abriu a porta depois de alguns minutos. Seu cabelo estava bagunçado assim como as roupas.
— Annie? O que esta fazendo aqui? 
— Precisamos conversar Luke...
Um barulho foi ouvido do que parecia ser a cozinha fazendo a garota esgueirar a cabeça para dentro.
— Tem alguém aqui? - perguntou confusa passando pelo namorado. 
— Tem é que...
— Thalia? - ela perguntou ao ver a garota derrubar alguns copos de papel. Estava apenas com um sutiã preto e uma calça jeans o que fez o estômago de Annabeth revirar por completo. Não podia ser o que estava pensando. - Não me diz o que eu não quero ouvir. 
Thalia revirou os olhos ao mesmo tempo surpresos ao ver a amiga ali. 
— Nico também esta aqui. Estávamos saindo quando o carro emperrou na estrada. Como a cabana de Luke estava por perto pedimos ajuda. - Annabeth suspirou aliviada. - Não me diga que pensou outra coisa! 
— Não pensei - ela se escorou na pia enquanto Luke acendia um cigarro se sentando ao seu lado. 

 

 We must be killers

Piper se escorou na caminhonete preta com a lata vermelha entre as mãos. O isqueiro estava em seu bolso esquerdo e suas mãos não paravam de tremer, mas nada se comparava a Reyna:
— Pode, por favor, me ajudar? 
— Não vou tocar nisso. Não quero provas contra mim. 
Piper bufou colocando a lata delicadamente no chão. 
— Onde esta Silena? 
— Foi procurar alguém para torturar.
Reyna olhou para os lados colocando as mãos no bolso novamente. Seus olhos brilhavam devido a pouca luz no ambiente. Havia uma porta ao lado de onde a caminhonete estava estacionada, mas ninguém parecia abri-la há anos. 
— Bem - Piper disse girando um cigarro entre os dedos. Seu vício estava ficando notável. - Vou procurá-la. 
— Não vai me deixar aqui sozinha vai? Já disse que não quero fazer parte disso. 
— Olha R, qual é a sua? O que fez de tão ruim no passado que te assombra a ponto de não querer fazer nada que envolva o governo ou ser presa?
Reyna revirou os olhos fazendo Piper sorrir maliciosamente.
— Você já foi presa? 
— Vamos procurar Silena para que possamos sair logo daqui. - Reyna puxou os braços de Piper a arrastando para onde Silena parecia ter ido.

 

 We must be killers

As gotas de chuva engrossavam à medida que ficava ainda mais escuro, se é que isso fosse possível. Os cabelos enrolados do garoto voavam com o vento forte. Seus olhos brilhavam numa habitual alegria contínua fazendo-o suspirar a cada minuto. Ao seu lado seu melhor amigo caminhava casualmente com uma bola de basquete alternando-a entre as duas mãos. 
— Ei cara! Lembra-se de quando passávamos as férias de verão aqui? - Leo Valdez, o dos cachinhos perguntou soltando uma risada seguida de um suspiro. 
— Corta essa Leo! Você ao menos se lembra do que comeu esta manhã? - Percy Jackson, o outro garoto, sorriu jogando a bola para o alto e a pegando novamente. Seus tênis aquela altura estavam marrons de tanta lama. 
— Tem certeza que Luke vai estar lá? 
—Valdez, meu caro. Todos sabem da rotina de Luke Castellan. Manhã treino de basquete. Tarde aulas de reforço. Noite ficar com a loirinha. E na sexta-feira antes do jogo de basquete ele passa na sua casa no meio do nada. Sozinho.
— Você é um perseguidor?
Os amigos riram andando lado a lado pela trilha de terra que cortava a floresta. Os pais de Percy possuíam uma casa ali perto o que fez o garoto conhecer praticamente toda a região. A cabana de Luke foi vista por Percy primeiramente naquela noite. Havia uma janela, das duas, aberta e uma pequena luz irradiava de lá.
— Viu só o que eu disse? - Percy murmurou - Vamos por trás.
Leo revirou os olhos seguindo o amigo até onde a caminhonete de Luke, preta, ficava estacionada. 
— Vai com calma, Leo. 
Percy segurou a bola entre as mãos se esgueirando atrás de Leo. Havia pouca iluminação e seus olhos não enxergavam praticamente nada. Ele sentiu esbarrar em algo, mas não se importou. 
— Onde fica a porta de trás? 
Leo perguntou depois de chegarem a um local melhor iluminado. Agora eles conseguiam ver os rostos uns dos outros. Percy virou-se de costas procurando a entrada, mas esbarrou em um corpo mais baixo que o seu. 
— Ai! - Piper resmungou deixando o cigarro cair de seus dedos. 
— Piper? - Leo perguntou iluminando seu rosto com o aparelho celular.
— Leo? O que esta fazendo aqui? - ela perguntou encarando o garoto a sua frente. Sua mente parou de funcionar quando se lembrou do verdadeiro motivo de estar lá. - Vocês tem que ir embora. Agora.
— O que você vai fazer? - Percy perguntou se esgueirando para trás da garota. A chuva caía agora com mais intensidade deixando o cabelo de Piper molhado.
— Não é da sua conta. - ela disse brincando com seu isqueiro. - Aliás, Reyna, não adiante se esconder. 
Percy se virou para a pequena sombra encostada na parede. 
— Reyna? Reyna Avilla? - Piper revirou os olhos para Leo, de novo. Desde que se conhecia por gente, Leo não tinha um bom relacionamento com Reyna, a julgar pelo pequeno incidente na sexta série envolvendo um bebedouro e uma tomada elétrica. 
— Piper! -Reyna sussurrou ignorando qualquer tentativa de Leo querer se afastar dela. Seus olhos ainda estavam apertados e o sobretudo ficava mais pesado a cada instante. - Precisamos sair daqui. Agora! 
— Tudo bem. - ela respondeu colocando o isqueiro no bolso da calça jeans. - Vamos pegar Silena e dar o fora daqui. 

 

 We must be killers

Sempre que fazia aquilo Silena se arrependia quase que imediatamente. Suas pernas doíam e sua coluna ficava dolorida por mais de uma semana. Mas considerando a situação seria necessário. “A sala daquela casa era realmente espaçosa”, pensou depois de pular para dentro pela janela aberta. Desabotoou o sobretudo deixando a blusa azul escura a mostra, seus olhos vaguearam por todo o lugar a procura de qualquer vestígio que fosse, mas tudo estava no mais absoluto silencio. Na verdade ate demais. A garota deslizou para o sofá saboreando o conforto do móvel. Como pensara, seus pés doíam. Demorou apenas dois minutos, sem contar os segundos, para alguém interromper sua paz. 
— Sil? O que está fazendo? - a voz melodiosa de Annabeth preencheu todo o lugar escorrendo por entre as janelas e vãos de portas. 
—Ora, ora. - seu rosto se iluminou esboçando uma risada maliciosa - Se não é Thalia Grace. - disse olhando a garota ao lado de Annabeth. 
Thalia lançou um olhar repreendedor para Silena, que retribuiu se levantando do sofá de couro, passando por todo o ambiente. - Como vai? 
— Muito bem. - respondeu sem pestanejar. Luke se posicionou ao lado de Annabeth com o cigarro nas mãos. - O que quer aqui, Beauregard? Sei que não veio me pedir desculpas. 
Silena se virou olhando para a postura de Thalia Grace. As duas se odiavam. Isso era nítido e claro para todos, inclusive elas.
— Bela roupa de vadia, sua vagabunda. - seus olhos se encontraram com os do garoto que olhava a cena mais que atordoado. - Sei o que vieram fazer aqui.
— O que quer dizer com isso? - perguntou Luke com um desejo ardente, por mais que fosse contra tudo que fazia, de bater com a cabeça de Silena contra a parede. - Pode falar. 
— Qual é Annie! Não consegue ver isso? 
— Silena, por favor, me diz o que esta acontecendo. - Annabeth suspirou jogando o cabelo para trás. - O que veio fazer aqui? 
— O que eles disseram dessa vez? 
— Como assim? 
— O que eles disseram. - Silena insistiu passando com os dedos pelas fotos antigas em porta retratos velhos. - Bem me deixe adivinhar. Passeavam na floresta brincando de chapeuzinho e lobo mal? 
— T, me disse que Nico esta aqui não é Thalia? - Luke se afastou da namorada se perguntando o porquê da mudança repentina de lado. Ela não acreditava na história do carro? Ou só queria afastar Silena? - Me diz T. - a loira insistiu.
— T também é de traidora...
— É claro! Silena sempre, sempre, sempre quis nos afastar. Não vai acreditar nela agora, vai? 
— E onde esta Nico? - Silena perguntou. Luke tragou seu cigarro mais uma vez. - Tenho certeza de que esta por ai não é? 
— Esta certa por que esta por ai - Um pequeno estrondo chamou a atenção dos quatro. - Junto com Bianca. 
Luke foi o primeiro a sair. As gotas de chuva molhando seus cabelos. Annabeth saiu atrás seguida por Thalia e Silena. 
— O que está acontecendo... Piper? 
A garota foi surpreendida enquanto puxava Leo pelas mãos. 
— Silena Vamos! - chamou nervosa se afastando. 
— Percy o que esta fazendo aqui? - Luke questionou o garoto. 
— Vai me dizer onde esta Nico? Ainda não o vi aqui - Silena insistiu. 
— Droga Silena pode parar um minuto? - Luke gritou jogando dando mais uma tragada em seu cigarro e o jogando no chão perto da caminhonete.
O fogo começou assim que o cigarro aceso entrou em contato com a gasolina. Uma corrente passou por baixo da caminhonete. 
—Droga! - Silena sussurrou correndo para perto de Piper. Annabeth não conseguia se mexer. O fogo logo se alastrou para os lados deixando todo o carro em chamas. 
— Vem Annie! - Silena gritou. - Annabeth! 
— Preciso saber onde Nico esta. - Thalia disse puxando Annabeth pelas mãos.
— Espera. - Annabeth pediu. A fumaça entrando em seus pulmões. Alguém gritou atraindo sua atenção. - Tem alguém no carro Thalia? Thalia!
Mas Thalia não disse nada. Olhava intensamente para o garoto correndo em sua direção. “Nico estava bem”, ela pensou. 
— Nico - ela o abraçou. - Pensei que não... 
Annabeth tossiu algumas vezes. 
— Temos que sair daqui! - Percy gritou. 
Thalia se afastou junto com Nico, puxando Annabeth pelas mãos atordoada.
— Onde esta Bianca? - Nico perguntou à namorada. - Não estou vendo ela.
— Ela não foi com você? - Thalia questionou cobrindo o rosto com as mãos. 
— Não, da última vez que a vi ela estava...
— Onde? - Percy também tossiu algumas vezes. 
— No carro.


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Notas finais do capítulo

Buenas tarde my honeys
Gente será que vocês vão gostar? Comentem aqui se sim ou se no.
Me falem se devo continuar ok? Já tenho o próximo capítulo pronto e ele se chamará: Quanto tempo preciso para enterrar meu passado?
Beijos e abraços. Nos vemos nos comentários.