Juvia acordou assustada, onde estava?

Pois, não era o quarto dela. Era mais parecido com um quarto de hotel. A primeira coisa que fez foi ver se estava com roupa. Sim, ela estava.

Ok, menos mal.

A janela alta com persianas brancas estavam iluminadas pelo brilho crescente do Sol de uma cidade fria. Estava usando seu vestido de Juvia 2.0, então, não tinha saído ou algo assim. Aos poucos, foi lembrando-se do que fez na noite passada. Uma missão.

Para explicar melhor, vamos ao inicio daquela semana. Quando um Lamia Scale enfrentou um Fairy Tail...

— AH! Seu cabelo de velho idiota! Ice Make – Ice Hammer!

—Sai pra lá! Você está interferindo no meu romance! Ice Make – Wolf!

A luta se ambientava em um terreno baldio próximo á sede de Fairy Tail. Para variar, Gray e Lyon havia tido um desentendimento. Motivo: Juvia. A maga da água olhava confusa a briga dos irmãos de consideração. Na plateia, estavam Juvia, Natsu, Lucy e Happy.

Gray simplesmente se estressou quando viu Lyon dar em cima de Juvia após chegarem a Magnólia, exaustos de uma missão qualquer.

— O que você está fazendo aqui? – indagou Gray.

— Eu já disse! Vim chamar Juvia para sair! Ao contrario de você, que NUNCA irá fazer isso! – respondeu calmamente. Depois, fitou Juvia.

— Juvia quer que vocês dois parem! – pediu, ficando no meio da batalha.

— Não se intrometa Juvia. – Gray falou de forma seria e não a olhando diretamente. – Isto é entre mim e o Lyon.

— Não ligue para ele Juvia. Ele só está com ciúmes por que eu tomo alguma atitude. – Mas, quer saber? – pegou o casaco do chão e o vestiu. – Ela vai notar isso sozinha... – agora falou diretamente para Gray. – Até mais irmãozinho. – e foi embora.

Todos resolveram ir também, e Gray, estava tão bravo que nem se quer olhou para Juvia. E que não tem culpa de nada. Talvez, o único erro de Juvia era amá-lo tanto. Depois de toda a confusão, Juvia estava em seu quarto em Fairy Hills. Refletindo sobre o que acontecera naquele dia. Oras! Por que sentia tanto amor por Gray? Ele nem se quer via o que ela fazia por ele!

Sentada em sua cama, abraçava uma pelúcia, feita por ela, do Gray. Pensou e pensou, então decidiu fazer alguma coisa sozinha. Foi até a Guilda e fixou seus olhos azuis como o oceano no mural de missões. Alguma missão nem tão fácil e nem tão difícil. Até que, seu momento de “paz” foi interrompido por uma voz masculina.

— Oi Juvia. – era ele de novo, Lyon. A azulada levou um susto, pois foi pega de surpresa. “Mas ele não tinha ido embora?”, refletiu por alguns segundos. - Eu pensei em algo antes de ir embora.

— Pode falar... – falou meio acanhada. Sentia olhos curiosos em todos os lugares. Engoliu em seco.

— Venha numa missão comigo? – e sorriu. Esperançoso. Juvia ficou sem graça com a oferta. Mirajane se aproximou.

— Não querendo me intrometer, acredito que seria uma boa idéia. – disse, também sorrindo. – Precisamos unir nossos laços com outras Guildas e Lamia Scale esteve nos ajudando muito.

Houve-se neste momento uma troca de olhares e alguns gestos a mais: Juvia e Lyon se entreolharam e depois, Juvia fitou Mirajane novamente, Franziu o cenho e seguir, deu de ombros. Ok. Ela vai com ele.

No dia seguinte, lá estava o encantador apaixonado mago de gelo, esperando por sua amada que tinha cabelos na cor azul do mar. Com seus cabelos soltos e compridos ela o saldou com um tímido bom dia. Seguiram silenciosamente até a estação. O local da missão era uma das cidades mais remotas de Fiore, a Blizz Town. Até mesmo dentro do trem Juvia não abriu a boca para se quer falar sobre a missão. Algo simples como deter e capturar uma criatura que aterroriza os cidadãos. Lyon tentou por varias vezes conversar com ela, mas, o maximo que ele conseguia era abrir a boca. Estavam sentados um de frente para o outro. Finalmente o silencio foi quebrado, não por eles, e sim, por um casal de apaixonados do outro lado. Juvia fingia não olhá-los, mas não resistia ao amor.

— Oh! Richard, meu amor. Nossa Lua de Mel será incrível! – falou a mulher de lábios vermelhos e rosto angelical. Seu cabelo loiro estava na altura dos ombros.

— Minha querida Angely, farei destes dias os melhores de sua vida! – e uniram suas mãos dando um beijo de esquimó.

Juvia continuou a observá-los, tentando não ser indiscreta. Lyon riu, porém, preferiu continuar em silencio. Juvia tinha muito amor a dar, ela precisava da oportunidade certa para isso. O casal desceu numa cidade chamada Lovely Hotel City, pelo menos, já se percebe que é um enorme hotel só para casais recém-casados ou não. Juvia e Lyon estavam há poucos minutos da cidade congelada, quando perceberam o clima entre as cidades. Um clima confortável para Lyon. Um clima nada agradável para Juvia. Vastia nunca se sentiu tão mais vivo. O gelo, o frio, a neve que caia a todo o momento.

— Bom. Chegamos. – foi a única coisa, na viagem inteira de trinta minutos, que ele falou. Só. Ela assentiu.

Chegaram a uma simples hospedaria simplória e também, a única da região. O lugar parecia deserto e tinha um ou outro filhote de lobo correndo pelos arredores. O dono da hospedaria era também o cliente. Informara que depois que este monstro apareceu, muitas pessoas desapareceram e desde então, muitos tem medo de sair de casa. O senhorzinho que parecia ter uns 60 anos explicou as principais características do monstro.

— Ele tem uns três metros de altura e seis de comprimento.

— O senhor viu pessoalmente está criatura? – perguntou Lyon.

— Sim, sim. Ele levou meu filho quando estávamos pescando no lago congelado. Ele gosta de peixes grandes e quando nos viu, ficou furioso. Desde então ele protege aquela área. Quem for pra lá, some. – terminando sua explicação, ele deu um suspiro tristonho e depois retornou a falar – É daquele lago que tiramos nosso sustento. Estamos há dias sem comer direito. - Lyon e Juvia se entreolharam preocupados.

Cada um foi para seu pequeno quarto, revestido em madeira e paredes de cimento branco. Na verdade, a hospedaria era inteira em madeira e na cor branca. Ela parecia se camuflar a neve infinita, as persianas dançavam conforme o vento passava entre os vãos da janela de madeira. Houve um bater na porta do quarto de Juvia. Ela o abriu e estava o rapaz dos cabelos brancos como a neve que caia la fora.

— Posso conversar com você?

— Claro...

— Então, percebeu que, estamos trabalhando de graça? – observou, já que o senhor deixou bem claro que nem comida eles tinha, quanto mais a continha de 500 jewels.

— Isto é algum problema para você, Lyon-sama? – tentou não ser ignorante. Lyon soltou um “ai”.

— Não. Só achei que se importaria.

— Juvia gosta de ajudar. Não tem problema se ela não ganhar dinheiro, estas pessoas estão sofrendo muito.

— Então, vamos imediatamente para esta região. Ele deve estar pegando a comida toda para ele. – Juvia não pode concordar mais.

Despediram-se do pobre senhorzinho e seguiram em direção ao local onde o lado congelado e o monstro estavam localizados. Para chegar mais rápido, Lyon congelava tudo o que ficava aos seus pés, deslizando e Juvia fazia com que as neves no chão transformavam-se em água, assim, ela também deslizava sobre o chão. Não demorou muito para localizar o enorme lago congelado. Possuía buracos especialmente feitos para pescas. E varias rachaduras, marcas de unha e um buraco maior. Muito maior. A paisagem era morta, limitando-se as poucas arvores mortas com neve por cima delas.

— Pessoas devem ter sidas puxadas para dentro do lago.

— Eles devem ter morrido congelados lá. – levou as delicadas mãos á boca. Estava perplexa ao imaginar o sofrimento destas pessoas.

— Seja firme Juvia. Ele pode estar em qualquer lugar. Se eu... Ah! Já sei. – e foi em direção ao lago. Colocou-se de pé na camada de gelo por cima do lago. Sutilmente foi em direção ao buraco maior. Juvia estava para fazer o mesmo quando foi alertada para não fazer o mesmo. – Não venha Juvia.

— Mas... A Juvia é feita de água! Ela não vai se af... – foi interrompida quando a criatura finalmente deu as caras. Era como um lagarto aquático possuía quatro patas e escamas. Em cada lado, guelras para respirar na aguar sem contar os milhares de dentes afiados que possuía.

— Ice Make – Eagles! – suas águias de gelo foram diretamente no alvo. Para atordoá-lo.

— Water Slicer! – e ao mesmo tempo. Juvia acertou a criatura – que deus alguns passos para trás -. Ela grunhiu e contra-atacou com sua enorme pata. Lyon viu Juvia ser “atingida” pela pata. Quase entrou desespero, quase... Pois lembrou-se do corpo de água que a maga tinha. Logo, recuperou-se. – Juvia não pode ser machucada... – murmurou.

— Boa Juvia! Parecem que nossos ataques combinam... – disse Lyon, na esperança de ser finalmente notado.

— A Juvia combina com o do Gray-sama! – respondeu simplesmente. Lyon caiu para trás.

— Hunf... – resmungou. – Ice Make – Ice Prison! – e criou uma enorme jaula de gelo, prendendo a criatura. – Acabei de perceber uma coisa.

— Sim? – perguntou, ainda olhando atentamente a criatura tentando se soltar.

— É uma criatura que mora no gelo e na água. E nos somos de gelo e água. Entao... A luta vai ficar empatada.

— Lyon-sama... Não é bem assim. – disse Juvia, ela sabia de algo. – Esta criatura está em dos livros de Levy-san... É uma criatura que se adapta ao ambiente em que ela esta. A espécie chama-se Darwinty. – Lyon ficou admirado com a esperteza da mulher d’água.

— Ah Juvia... Você é tão linda esperta e... – a criatura deu um rugido e quebrou a jaula. Pulou direto na água.

Ambos foram para o lago ver para em qual direção a criatura teria mergulhado. A camada de água congelada rachou e quebrou-se e ambos acabaram caindo na água. Juvia estava em seu habitat não achou tão ruim. Fez com que Lyon pudesse respirar na água gélida.

Como podiam combinar tanto? Olhando para todos os lados do lago escuro – mesmo sendo a tarde – ele não estava enxergando na alem dos feixes de luz que a rachaduras permitiam dar. Lyon de um sinal para que ambos subissem. Lyon saiu da água e viu que Juvia não tinha saído ainda. Olhou para o lago novamente. Demorou alguns minutos para que ela emergisse de tal forma. Parecia uma sereia. Lyon piscou algumas vezes para perceber que estava sendo percebido. Juvia corou, ele também.

— Vamos voltar á cidade. Vamos sabermos mais sobre esta criatura e qual poderia ser a fraqueza dela. – sugeriu o Lamia Scale.

— Juvia concorda. Parece que terá uma tempestade de neve. – viu um cobertor de neve vir do horizonte.

Na hospedaria, Lyon contou sobre a experiência com a criatura ao cliente e aos outros moradores. Pediu desculpas por não ter ainda concluído a missão. O senhorzinho disse que estava tudo bem e que eram para descansar. Concordaram e seguiram para seus respectivos quartos. Juvia mal chegou em seu quarto e deitou na cama. Estava pensativa, e seu motivo não era a criatura.

Lyon Vastia...

Gray Fullbuster...

— Ah! Juvia! Sua tonta! – xingou-se ao sentir-se ao confusa. Droga de sentimentos humanos! Droga!

 Levantou-se da cama e viu que o quarto era uma suíte. Tinha banheira e água quente. Menos mal, pelo menos poderia descansar o corpo e pensar em como finalizaria esta missão e então, se livraria de Lyon. Ela se perguntava se era realmente queria isso. Ele é atencioso com ela, a elogia e a convida para fazer missões e encontros também. E o Gray? O que o Gray faz? A ignora e finge que nem é com ele e até foge dela! Sem contar que por esses dias ele deu um fora nela...

A porta novamente faz o toc-toc. Lyon, outra vez. Ela abriu a porta e pode ver que ele tirara seu sobre-tudo. Ele tinha o mesmo tipo físico de seu irmão. Que dilema Juvia!

— Posso falar com você? – falou tão baixo que parecia um sussurro.

— Cl-Claro... Juvia não ta fazendo nada mesmo. – e deu um sorrisinho amarelo. Ele entrou e ambos sentaram um do lado do outro na cama fofa de algodão. Fez-se um silencio por alguns minutos e depois, ele falou.

— Como você está Juvia?

— Bem... E você Lyon-sama? – ambos não se olhavam.

— Estou bem... E... Não precisa me chamar de “sama” não. – e a fitou, dando um rápido sorriso. “Que sorriso lindo...”, pensou Juvia. Tentou não corar. Mas, corou. – Está tudo bem mesmo Juvia?

— Uhum. – desviou o olhar. O pequeno guarda roupa parecia muito mais interessante.

— Posso te contar algo? Se me permitir?

— Claro. Juvia quer ouvir.

— Bom. – fingiu tossir – Eu queria dizer que... Fiquei feliz por vocês terem vencido os jogos e tudo mais, sem contar que, quando vi você e o Gray usando a Unison Raid... Eu vi que vocês combinam muito. – suspirou. Juvia fez isso também.

— É... Gray-sama e eu combinamos muito! – ficou um pouco mais feliz e depois, triste de novo.

— Só falta ele saber disso. – concluiu Lyon. Ficaram em silencio de novo. O albino respirou fundo e iniciou a conversa. – Eu não sei se você vai lembrar mais... Sabe a Sherry?

— A do cabelo rosa que só sabe falar amor?

— Sim. Ela mesma.

— Ah! Juvia sabe sim, ela é da sua Guilda... Por que? O que tem ela?

— Há alguns anos atrás, antes de te conhecer, éramos meio que... Hum... Do mal.

— Assim, eu sei. O Gray-sama me falou. Juvia era do mal também junto com o Gajeel-kun. – a fez lembrar-se das lutas contra a Fairy Tail e depois, contra Gray Fullbuster.

— Eu também já lutei contra a Fairy Tail. E quase “deixei” Gray morrer. – Juvia olhou com fúria para Lyon. O rosto pálido ficou vermelho de raiva. Ela começou até a bufar. – Calma, calma. Eu vou explicar. Vou até falar tudo de uma vez que possamos descansar.

“Bom, eu quero falar tudo a você, por que quero que você me conheça mais. Assim, posso conhecê-la mais. Você até não gostar de mim o tanto que gosto de você. O que não podemos fazer é deixar de ser amigos e de nos conhecer mais, certo?”

Juvia fez que sim com a cabeça

“Enfim, eu tinha em mente que, destruindo o monstro que anos atrás destruiu toda a nossa cidade e tudo o que tínhamos eu iria me tornar mais forte. Me libertaria ou algo assim... Gray descobriu meus planos e brigamos e todo o blá blá blá que você conhece...” – fez uma pausa . Não teve comentários – “E então, Sherry era o meu braço direito e fazia tudo por mim. Depois que os FTs mudaram o meu jeito de pensar e agir, fui me interessando cada vez mais por ela. Na verdade, eu me apaixonei por ela.”- respirou fundo, e continuou – “E ela também estava apaixonada por mim, eu sabia, mas ninguém fazia nada. Não dava o primeiro passo. E esse dilema continuou até ajudarmos Fairy Tail contra a Oracion Seis.” – Juvia ouvia atenta, e não se permitiria interrompê-lo. Ela lembra-se desta época, foi pouco depois que entrou para a Fairy Tail. Então, Lyon continuou. “Depois que terminássemos aquela missão, eu finalmente tinha me decidido: eu ia me declarar para a Sherry! Só que ai... Aquele... Aquele... Metido do Ren da Blue Pegasus apareceu e então... Sherry se apaixonou por ele. E... Me esqueceu.”

O terrível silencio voltou com tudo naquele quarto simples. As paredes pareciam sussurrar quando a tempestade chegou. O lugar foi construído e preparado para esses tipos de tempestade. Lyon engoliu em seco, a sensação de ser menosprezado por alguém que ama. Ah! Ele sabia como era isso. Ele ficou mais triste ainda mais quando soube do noivado. Juvia tocou com a sua macia mão, no rosto do mago de gelo. Ele surpreendeu-se com essa atitude, mas logo sorriu e colocou sua mão em cima da dela, para sentir o calor de seu toque. O coração de Juvia começou a bater tão forte que ela achou que iria explodir, assim como ele. Eles iam se beijar.

Ficaram cada vez mais próximos quando ela se “lembrou” de quem realmente gostava. Gray Fullbuster. O que gera uma piada mórbida, já que ela não SABIA de quem realmente gostava. Ela se afastou, até levantou-se para não ter mais contato visual ou qualquer que seja.

— Juvia esta cansada. – disse sem se quer olhá-lo. – É melhor descansar também. – ele não foi. Levantou-se e ficou atrás dela. Sentindo o perfume suave que emanava de seu corpo sedutor.

— Posso ter perdido Sherry. Vamos não vou deixar você simplesmente ir... – gentilmente, colocou os cabelos azuis de Juvia para o lado e com as costas de seus dedos, deslizou suavemente do pescoço até o antebraço e segurou seu braço, não colocando força é claro. Mas estavam muito próximos. – Deixa eu amar você...

— Ly-Lyon... Por favor... A Juvia... – ele era teimoso demais para desistir. E parece que Juvia queria sentir esse amor que Lyon estava proposto a dar.

— Eu vou cuidar de você... – e a virou. Ficaram frente a frente. Lyon tocou seu queixo fino e aproximou mais Juvia para perto dele. – Não deixe seu coração torna-se um cubo de gelo. Não deixe que ele fique da mesma forma para sempre. – e finalmente seus lábios tocaram-se. Uma das mãos de Lyon estava tocando o rosto de Juvia e outro puxava o corpo sensual para si.

Toc-toc...

Separaram-se imediatamente. Juvia autorizou a entrada da pessoa que batia a porta, que provavelmente seria o senhorizinho. Errado... O mago que estava do lado de fora do quarto estava bufando de raiva, seus olhos negros retratavam a fúria que sentia sem contar dos punhos cerrados de raiva.

— Gra-Gray-sama! – Juvia parecia tão assustada. Ela estava cometendo um crime! Na verdade, era somente o que ela achava. Lyon sorriu.

— Ora, ora, ora olha quem veio nos visitar! – provocou o albino.

— Eu vou matar você. – rosnou, suas mãos pediam por magia, e, pelo rosto de Lyon Vastia.

— Matar por que? Porque eu fui atrás do que eu queria? Por que contei o que eu sentia? Não seja criança Gray! Não é mais uma disputa para impressionar a Ur e sim, para ter o coração da Juvia!

— Isso não te dava o direito de beijá-la! – cuspiu as palavras. Juvia estava quieta a todo o momento.

— Ah! Não venha com essa! Até parece que se importa! Venho de tão longe para nada! – as mãos de Lyon também pediam por magia.

— JÁ. CHEGA! – Juvia liquidificou-se e foi embora pela porta sem ao menos dar explicações.

Ambos foram atrás dela, desesperados. Mesmo sob aviso do senhorzinho a respeito da perigosa tempestade eles o ignoraram e também, foram engolidos pela manta branca e fria. Com as mãos sob o rosto, Vastia e Fullbuster andavam e gritavam o nome de Juvia. E nada. Andavam sempre pelo Norte, e quanto mais andavam, mais confusos ficavam. Gray criou uma espécie de cápsula de gelo em volta dos dois. Ainda não olhava para Lyon. O mesmo nem se quer se importou, falou um ríspido “obrigado”, mas não falou nada também. Dois orgulhosos cabeças de gelo. Foi ai que Lyon notou algo: o chão estava fazendo barulhos estranhos, como se fosse quebrar. Eles estavam em cima da outra parte do lago.

— Gray... De alguns passos para trás.

— Não fale o que devo fazer...

— Estou falando serio, é um lago! Se cairmos não conse.. – e então, próximo a eles, dois jatos de agua foram em direção deles. Iam tentar de se proteger, não houve tempo. Os jatos “agarraram” suas pernas e foram puxados diretamente para o lago sem fim.

Tentaram subir e eram impedidos. Na certa morreria afogados, se estivessem se sufocando. O que não aconteceu quando, um do lado do outro ficaram debaixo da água sem afundar e sem morrer afogado. Na frente deles, um pequeno redemoinho se formou, tomando a forma de uma mulher esbelta. Juvia.

— JUVIA! – falaram os dois. Juvia não respondeu, estava seria. Podiam respirar debaixo da água e também falar.

— Juvia descobriu o que aconteceu com as pessoas. Ela me contou. A criatura é inocente. – ambos a ficaram sem entender.

— Ela? – repetiram novamente em uníssono.

— Sim. O mar falou com a Juvia. Uma voz doce e meiga.

— Mas... Juvia... Como o mar falou com voce? – perguntou Gray.

— Acho que por pensamento, Juvia não sabe. A Juvia só sabe que quando caiu no mar, ela veio e falou comigo. Ela disso que posso chamá-la de Ur também. – Lyon e Gray ficaram estáticos. Ur falou com Juvia? Como?

— Ur...? – repetiu Lyon. Cabisbaixo.

— Ur-san disse que vocês ficariam assim. Então pediu para a Juvia explicar. Ela dividiu suas memórias comigo. – e pois suas duas mãos no rosto. – Vocês eram tão fofos.

— O que você viu? – perguntou Gray.

— Hm. Muita coisa... Vocês treinando arduamente no frio e sob água gelada. O Gray-sama era o que mais reclamava.

— De fato. – concordou Lyon, cruzando os braços e arqueando uma sobrancelha.

— E-Eu não era acostumado, ta? – e cruzou os braços, parecendo criança manhosa.

— Oh! Não briguem aqui. É um lugar de respeito... Enfim, a Juvia viu o que aconteceu com a cidade de vocês e sobre suas famílias perdidas. Juvia viu o que Ur fez por vocês. Ur é uma mulher entanto. Ah! Juvia tava quase se esquecendo. – ela transferiu seu corpo solidificado para trás dos irmãos e puxou a orelha de ambos. Depois voltou para frente deles. – “Não briguem meninos”, foi o que ela pediu para dizer. “Juvia é uma boa garota”, - continuou.

— Sim... Você é... – disse Gray. Sorrindo.

— A melhor. – murmurou Lyon.

Nisso, uma sombra enorme surgiu atrás de Juvia. Era a criatura tão temida pela cidadezinha. Juvia deu um sorriso para a mesma. Era uma garota.

— Lessie! Que bom que você chegou!

— “Lessie”? Ta até dando nome! – Gray colocou a mão no rosto.

— A Juvia gosta! Ela é fofa... Bom... Lessie, nos mostre o caminho por favor.

A criatura nadou até a borda, o trio a acompanhou. A tempestade já havia passado, e assim puderam caminhar pela terra branca. Lessie olhou para trá e fez sinal para que eles seguissem por terra. A criatura era rápido e os três tiveram que “deslizar” pela neve e gelo. Gray e Lyon faziam uma corrida e Juvia só observava. Divertindo-se com aqueles dois. No fim, quem ganhou foi a Juvia. Depois de alguns minutos deslizando, avistaram uma caverna de tamanho médio, mas totalmente coberta por neve. Muita neve. Ela apontou, Juvia deduziu.

— Há pessoas ali dentro? – a criatura fez que sim.

— Como sabe? – perguntou Lyon.

— Ur-san contou que esta criatura na verdade estava protegendo os humanos. Já que uma vez por dia há a tempestade ela está de prontidão para ajudá-los. As pessoas que foram “raptadas” era teimosas e não ouviam o aviso da Lessie. Eram ignorantes demais para ouvir. Mesmo que ela não falasse. Ela mostrava o perigo.

— Vamos tirar essas pessoais desse lugar. Devem estar congelando. – alertou Fullbuster, preparando sua magia.

— Como desejar, maninho. – Lyon também se preparou para abrir a caverna.

E juntos, desenterraram os cidadãos da cidade pacata de Blizz Town. Todos estavam sendo aquecidos por outra espécie da Lessie. Este era vermelho que podia-se sentir o calor de dentro da caverna. Logo, quando todos saíram, ele ficou igual ao estilo de Lessie. Pelos menos 10 pessoas – incluindo o filho do senhorzinho – estavam divididos. Cada parte em cima do tronco áspero, porem seguro, de Lessie e seu companheiro – que agora chamava-se Tobby – e correram o mais rápido possível em direção á cidade. Assim que chegaram, todos explicaram o que havia acontecido e pediram perdão para o casal de Darwinty, a criatura que se adapta. Juvia começou a sentir tontura e desmaiou. Gray estava próximo e a pegou a tempo. A carregou no colo e colocou em seu quarto. “Ela se esforçou demais, nosso anjo”. Disse Gray a deitando na cama fofa. Lyon e Gray se entreolharam. E depois, deixaram o quarto.

No outro dia, Juvia acordou assustada, antes sem se lembrar do que havia acontecido, mas agora... Ela lembrara-se de tudo. Dos sentimentos, do beijo, do cabelo branco espetado e do cabelo preto bagunçado. O toc-toc soou na porta de madeira. Ela ainda estava deitada quando pediu para que eles entrassem. Ambos entraram com suas feições preocupadas. Ela sorriu. Para ambos é claro.

Apenas um entrou.

O do cabelo preto bagunçado.

O cabelo branco e espetado sorriu para ambos. E despediu-se em uma reverencia. Eles precisavam conversar. Pensou. "Ah Ur... Voce é inacreditável. Eu vou deixá-los em paz. Mas, só por hoje".

— Fim -