Desvios escrita por Sayumi Ota


Capítulo 14
Capítulo 13 - Luar


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Eu nem sei o que falar sobre esse capítulo atrasadíssimo. Só desculpas mesmo, e acho que daqui pra frente vou demorar mesmo para trazer capítulos (;-;), com esse tanto de tempo entre um capítulo ou outro. Vou voltar a estudar e isso está me deixando maluca!
Enfim, espero que gostem! Ótima leitura!



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A cama desarrumada com um lençol azul amassado por cima dava um sinal de desespero; não só por estar desarrumada, até porque, era a cama dele, no entanto, o preocupante era o quanto ela não estava desarrumada. Ao analisá-la de perto, podia-se concluir que Cascão quase não dormira.

O moreno encontrava-se deitado no tapete felpudo e marrom do quarto. Sua cabeça latejava, e ele duvidava que a causa fosse aquela bebida excêntrica na festa de Carmem. Outra coisa, ou melhor, pessoa o preocupava naquela noite como se ele não fosse capaz de dormir à noite sem pensar no que tinha levado-a a tomar uma atitude tão inesperada quanto àquela.

Ela estava tão bonita naquele vestido vermelho. A notícia de que Magali e Joaquim tinham terminado mal se espalhou quando muitos caras já começaram a planejar quando a chamariam para sair. Cascão não gostou da história, não só porque Toni era um dos indivíduos, porém, ele estava tranquilo, pois Magá não aceitaria sair com nenhum deles.

Cascão se sentia um idiota. Será que Magali gostava dele? Será que era por isso que ela e Quinzinho tinham terminado? A culpa era dele? Não, apesar da queda da garota pelo professor, todos sabiam que ela não faria nada do tipo para quem quer que fosse. Ele se sentiu mal mesmo assim. O que deveria ter feito? Corrido? Por que estava sentindo que ultimamente não vinha sendo útil?

O que ele falaria para ela, se a impedisse? Coisa que ele provavelmente faria? Iria perguntar o porquê de ela ter mentido? Ou de tê-lo beijado? Ou apenas olharia embasbacado para ela sem saber o motivo de ela ter agido daquela maneira? Aquela situação deixava Cascão confuso no geral. Ele não costumava prestar muita atenção em coisas como aquelas, porém, por que agora que o assunto era Magá, ele não conseguia dormir?

Ele se abraçou, sentindo falta do lençol porque de repente o quarto parecia mais frio. Cascão pensou que só ele sentia que aquilo que eles passaram – não, ele ainda não tinha encontrado um nome para aquela situação, talvez rolo – tinha acabado de repente. E sem uma conclusão definitiva. Ele se contentou apenas em considerar que eram surtos de carência em ambos os lados.

Querendo ou não, quando Cascuda terminou com ele da primeira vez, ele não agiu. Assim como a última vez. Simplesmente porque não sabia como agir, ou porque achava que no fundo, os dois voltariam. Só que, sempre que os dois davam “um tempo”, Cascão sentia uma sensação ruim no peito ao ver o Careca e a Mônica. Como se ele quisesse compartilhar do sentimento de estar com alguma amiga mesmo. Que não ficaria no pé dele o tempo todo.

Será que era essa a desculpa por trás do tanto de saídas que ele e Magali deram? Ou na verdade ele realmente sentiu-se atraído por ela durante aquele tempo? Até antes talvez, só que esse fato estava obscuro na sua mente.

De qualquer maneira, só Cascão sabia o quanto ele se arrependia de não correr atrás de Cascuda quando não teve chance. Ele não faria o mesmo de novo. Levantou-se e colocou uma bermuda jeans, junto com uma camisa larga de Star Wars, e calçou um chinelo velho. Pegou o celular e deu uma olhada no horário. Era apenas 3:50 da manhã. Cedo cedo.

Antes que pudesse ter algum juízo, pegou as chaves da casa, e tratou de se apressar. Não sabia se a festa na casa de Carmem duraria muito mais, e ele torcia para que Magali continuasse acordada. Pensou que talvez ela estivesse se arrependendo amargamente, ou com vergonha de ter beijado o cara errado.

Enquanto seguia pela rua iluminada por postes, ele tentou se lembrar se Quim tinha ido ao baile. Pelo que ele recordou, a resposta era não.

Cascão chegou à casa de Magali, pulou o pequeno portão e correu para o lado que ele achava ser da janela de Magá. Maior foi sua surpresa ao se deparar com a janela aberta e uma música baixa tocando. Ele não conseguiu identificar qual era, porém a melodia melancólica dava uma sensação ruim a ele.

— Magá, é o Cascão – sussurrou ele. Subitamente a música foi silenciada e ele sentiu um aperto no peito. Sério, qual era o problema dele se metendo em uma encrenca daquelas?

Ele olhou pela fresta e viu dois olhos castanhos o encarando. Ele recuou alguns passos, assustado. Certo, agora ele se deu conta de que era madrugada.

— O que você está fazendo aqui? – perguntou Magali, com a voz baixa, sem abrir a janela.

— Eu, ahn, olha Magá – Era tão difícil pedir desculpas e perguntar o que tinha acontecido. – Eu queria pedir desculpa. Eu não fui um bom amigo para você. Achei que você me detestava quando você terminou com o Quim, e por causa disso, não fiquei insistindo para você contar comigo. – Era realmente muito “Careca” falar aquelas coisas. Não fazia o estilo dele. Porém, ele tinha que falar. – É sério. Foi mal, Magá.

Ela esperou um pouco antes de falar. Cascão queria abrir ele mesmo a janela.

— Tudo bem, Cas – respondeu ela. – Eu também errei em te tratar mal.

Os dois ficaram em silêncio. Certo, e agora?

— Pode abrir a janela? – perguntou ele.

— Por quê? – retrucou.

— Porque é madrugada e eu me sinto um idiota falando com uma janela. – Sério, às vezes Magali não entendia o óbvio.

A garota abriu a janela. Ela estava com uma calça de moletom cinza e uma camisa de moletom com desenhos de panda. O rosto parecia cansado, mas ela tentou sorrir.

— Achei que você ia à festa da Carmem – murmurou ela. A luz da lua dava um brilho bonito no rosto de Magali.

Cascão ergueu uma das sobrancelhas. Aquilo era um jogo de faz de conta? Ou por acaso ele se enganou mesmo e a morena não era a Magali?

— Eu fui e já voltei. E você? – respondeu ele.

— Eu, bem – O tom dela diminuiu um pouco mais. – Eu preferi ficar em casa.

Cascão olhou para os pés. O chinelo pisando na grama verde. Por que Magali insistia naquela história.

— Uma garota me beijou. – disse ele, de repente, sem olhá-la.

— Ah, bem, isso é novidade. – ela riu da própria piada. – Como ela era?

Ele parou de encarar o chão, e voltou à atenção para os olhos castanhos de Magali. Desde quando a morena aprendeu a mentir tão bem?

— Ela, bem, ela era diferente das outras, sabe? – Magali ainda não demonstrava nenhuma atenção. – E ela dançou comigo. Quando eu estava indo embora, ela me impediu de ir. – Ele continuou. Estava começando a ficar com raiva da mentira de Magá, então decidiu jogar o jogo dela. – Ela usava uma máscara, então não consegui ver bem o rosto dela.

— E o que mais? – perguntou ela, sem desviar o olhar.

— Ela tinha um vestido azul, ao menos era o que pareceu. – Magali pareceu um pouco confusa. Cascão tinha pegado a amiga na própria mentira. – E ela tinha um cabelo longo e loiro.

Ela exibiu um sorriso amarelo.

— E foi legal? – sussurrou.

— Sim. – Ele respondeu. – Surpresa?

Ela demorou um pouco antes de falar.

— Não, não muito na verdade. – Ela se virou para olhar para o quarto, e então voltou a olhá-lo. – Eu acho que você tem que ir. Meus pais vão ficar uma fera se te pegarem aqui.

Cascão assentiu.

— Eu estou indo. – aceitou ele. – Mas e se fosse você?

— Se fosse eu o quê? – Magali falou confusa.

— Você a garota que eu beijei. – Cascão quis se chutar. Que raio de pergunta era aquela?

Magali deu uma risadinha forçada.

— N-não seja bobo, eu não sou loira. Tchau, Cascão. – ela se virou, porém, Cascão segurou o braço dela e a virou.

— E o que você faria se eu beijasse você? – murmurou ele, com vergonha de si mesmo por falar algo do tipo.

— Você o quê? – Magali parecia tão confusa.

— Isso – respondeu ele, aproximando-se e dando um beijo nela.

Depois de tanto tempo, ele tinha tomado coragem de fazer algo assim. Quando terminou com Cascuda, seu primeiro pensamento foi que ele ficaria sozinho para sempre, bem na sua fase deprê. Só que as coisas não funcionavam daquela maneira.

Magali retribuiu o beijo e ele teve a certeza de que a morena era a misteriosa garota do vestido vermelho, que tinha beijado-o e também fugido dele.

Quando o beijo acabou, Magali se afastou dele. Ele sentia o rosto vermelho e estava eufórico. Queria chamá-la pra sair naquele encontro, e esquecer que ela tinha mentido para ele sobre ter ido à festa, e ela esqueceria que ele mentiu sobre a garota loira inexistente.

— Você é mesmo a garota de vermelho – disse ele, olhando para o rosto corado de Magali, que evitava olhar para ele.

— Cascão, você tem que ir. – falou ela, um pouco mais alto que o tom baixo que eles estavam se comunicando anteriormente.

— Peraí, Magá. O que foi isso? – Ela estava mesmo expulsando ele?

— Cascão, você é meu amigo? – questionou ela.

— É claro que sim! – respondeu ofendido.

— Então finja que nada disso aconteceu, por favor. – pediu ela.

— O quê? Mas, Magali? – O que ele tinha feito de errado? Seu beijo era tão ruim assim?

— Desculpe, Cas – Ela fechou a janela, deixando-o sozinho.


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Notas finais do capítulo

Antes de mais nada, eu quero agradecer às maravilhosas que comentaram no capítulo anterior: Nandinha Berry, Hanninha99 e Helenabenett! Muito obrigada, meninas. Sério mesmo, às vezes eu fico desanimada para tudo, e vocês me fazem querer continuar a escrever ♥. ~Enviando abraços virtuais~.
Agora sim, podem enviar críticas. Depois de um capítulo deste, vocês devem fazer isso.
Mas gente, foi por um bem maior. Aguardem.
Bombons de chocolate, até o/



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