Entre Irmãs escrita por Cristabel Fraser, Paty Everllark


Capítulo 8
Dentro de Mim


Notas iniciais do capítulo

Boa noite a todos, aos poucos irei atualizando meus projetos. Espero de coração que gostem desse capítulo, boa leitura...



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POV PRIM

Assim que desliguei o telefone. No silêncio que se seguia, a dúvida insinuou-se dentro de mim. De fato, Cato e eu estávamos avançando muito rápido.

— Merda, Kat!

Sempre soube que a dúvida esteva presente, como um redemoinho. Será que deixei a paixão do momento me dominar?

Tinha uma filha em quem pensar, afinal de contas. Rebecca nunca crescera com o pai biológico. Fora fácil até agora proteger o mundo de Beck. Mas o casamento mudaria tudo.

Papai gostou muito dele. Claro que, teve aquele momento em que pensou em pegar seu velho rifle e assustá-lo. Mas acho que viu o quão feliz eu estava e preferiu oferecer-lhe um tempo para o conhecer melhor e ajudar em suas tarefas diárias.

Cato fazia um pouco de tudo. Limpava o lago, cortava a grama, rastelava e fazia algumas reformas aqui e ali. Realmente se entregava de corpo e alma ao trabalho.

Hoje à tarde quando o sol começava a se pôr, fiquei um tempo olhando pela janela meu pai e Cato chegando do serviço que trazia algumas ferramentas. Eles pareciam estar se dando bem.

Entrei e segui até o andar de cima e passei pelo quarto da minha garota e abri a porta delicadamente. Ela já dormia profundamente e pude sentir algo remexendo dentro de mim. O peso da responsabilidade. E se, o casamento não desse certo? Eu precisava conversar com alguém sobre isso.

Não minha irmã, obviamente, mas com uma amiga. Sei que já era tarde, mas precisa fazer essa ligação. Resolvi telefonar para Nicole que atendeu ao primeiro toque. E antes que pronunciasse o primeiro cumprimento eu disse:

— Sou eu. A rainha do casamento instantâneo.

— Olá querida amiga. Diga-me o que está se passando?

— Katniss acha que estou sendo imprudente.

— Desde quando começamos a nos importar com a opinião de sua irmã? Pelo amor de Deus, ela é advogada. Dar esses tipos de conselhos, é com ela mesma.

Sorri com o que disse.

— Sabia que você daria uma luz. Só me diz a verdade. Estou sendo insolente? Do tipo que vai arruinar a vida da filha, se casando repentinamente?

— Eu conheço você desde de sempre. Jamais foi insolente. Eu nunca te vi tão feliz assim. Finalmente você foi agraciada por Deus que te deu Cato de presente, então não devolva isso fechado.

— Estou temendo, Nick.

— Claro que está. Se você não se sentir pronta para se cassar agora, espere. Mas não deixe de ser feliz somente porque sua irmã mais velha plantou uma erva daninha como a dúvida. Deixe seu coração te guiar.

— Sinceramente não sei o que eu faria sem você?

Minha amiga riu.

— Sinceramente, o mesmo que eu faria sem você: afogaria minhas mágoas assistindo ao Titanic, Ghost com um generoso pote de sorvete nas mãos e logo depois me entupiria de guloseimas.

Não pude deixar de rir.

— E, como vão as coisas?

Nick suspirou. Sabia que mesmo nossa viagem até Chester ter sido o maior motivo para ajudar a ela se distrair percebia que não estava sendo nada fácil.

— Não como eu gostaria que estivesse. John esteve aqui ontem à noite. O filho-da-mãe, desgraçado perdeu aquela saliência na barriga. Emagreceu mesmo. Disse que podíamos ser amigos...— escutei ela suspirar – Ele quer se casar com aquela mulher.

— Ai! – sabia o quanto minha amiga ainda o amava. – Que coisa, hein?

— Dói muito, é como se arrancassem seu coração e exprimissem entre os dedos de forma violenta. Mas mudando de assunto, acho que você não sabe da boa notícia: Peeta conseguiu um emprego na oficina do Sr. Small

— Não brinca. Sério? Que ótima notícia.

— Sim, e ainda está morando no chalé. Eu não me opus, porque você sabe, poderia morar aqui em casa sem problemas, mas ele é um lobo solitário de sempre.

— Conversei pouco com ele, mas ele disse onde esteve esse tempo todo?

Ela baixou a voz.

— Não entrou em detalhes, só disse que estava por aí. Ele chegou aqui tão abatido, precisava de ver, Prim. Estava com febre, muito abatido mesmo. Só espero que um dia ele siga com sua vida e encontre alguém que o ame... – bem sabia eu, como nossa amiga era importante na vida de Peeta - Sei que Daphne significou muito para ele quanto para nós, mas tenho certeza de que se ela pudesse dizer algo. Diria para seguirmos em frente.

— E será que ele ficará desta vez?

— Sinceramente não sei. Outro dia ele passou um tempão olhando, quase sem piscar para uma fotografia do meu casamento. Pude sentir a dor dele.

— Dê um beijo nele por mim, pois quase não o vejo.

— Darei. E, vê se relaxe quanto a sua irmã.

Depois que desliguei o telefone me senti aliviada. Como se um peso morto tivesse sido tirado de cima de mim.

Desviei meus olhos para a mão esquerda, o anel de noivado que usava era uma bijuteria simples, apenas com uma pedra azul. Foi o único que ele conseguiu encontrar o mais rápido. Tentei afastar da minha mente o que minha adorável irmã diria sobre o anel. Ao contrário disso, lembrei-me de como havia me sentido no dia em que Cato o colocou ali.

Case comigo, pediu ele de joelhos. Os olhos transbordavam de carinho e um amor com o qual eu sonhara durante toda minha vida toda.

Minha amiga tinha toda razão. Esse amor fora um presente de Deus. Eu não o recusaria por medo. Uma coisa a maternidade me ensinou: o amor exigia coragem. E o medo apenas fazia parte do pacote.

Vesti meu casaco e caminhei até o chalé que meu pai havia instalado Cato. Saí segurando uma lanterna. Cheguei até o primeiro chalé e vi a luz da varandinha acesa. Cato dedilhava em seu violão alguma canção e quando me aproximei vi que na verdade, se tratava de uma composição. Tinha um caderno sobre o colo e uma caneta atrás da orelha. Observei por um tempo e a música causava-me arrepios.

— “Em todo o meu caminhar estive à deriva... caminhando pelas sombras. Mas então, um dia vi o sol nascer através de seus cabelos, princesa... e foi aí que sorriu para mim. ”

Me aproximei ainda mais e ele ergueu os olhos notando minha presença. Um sorriso brotou de seus lábios fazendo com que suas covinhas se evidenciasse mais e desta vez começou a cantar olhando para mim.

— “Hoje posso erguer meus olhos aos céus... e agradecer ao bom Deus... pude ver o paraíso... não me sinto mais solitário... dentro de mim para sempre vai estar, pois dentro de mim é o seu lugar. ” — ele dedilhou mais alguns acordes e sorriu – Foi só o que compus até agora. Sei que precisa de algo mais.

Ele deixou o instrumento de lado e levantou caminhando em minha direção. A cada passo seu sentia minha respiração fraquejar. Parecia que perderia o fôlego. Era quase constrangedor sentir tudo isso, mas era exatamente assim que me sentia.

Ele segurou minha mão esquerda entre as suas, olhou o aro prateado que tinha uma pedra azul e disse:

— Cruel, não é? Nem toda mulher aceitaria um anel assim.

— Eu amo você, Cato. É o que importa.

— Não sou perfeito, Prim. Sabe disso. Cometi erros na vida. Para ser mais específico, três.

— Todos estamos sujeitos a cometer erros. Nunca me casei na vida. Minha filha não conhece o cretino do pai que nos abandonou. Entendo você.

— Dentro de mim, é o lugar onde quero que você esteja, Prim. Como se pudesse me manter de pé. Sinto que com você posso ser alguém melhor do que já fui.

Não suportei mais nossa pequena distância e o beijei com vontade.

— Quero envelhecer com você. – admiti em um sussurro.

— Quero ouvir nossas crianças brigando por bobagens, correndo pelo quintal... – ri com sua colocação. Era tão bom sonhar e pertencer a alguém.

Ele me abraçou, dançou comigo uma música solada pela água da bica que batia na superfície do lago, os sapos que coaxavam ali perto e de grilos a nossa volta. Por fim, eu disse a ele:

— Katniss, minha irmã chega amanhã. Como previsto, não ficou muito contente com a notícia do casamento.

Eu já tinha conversado com ele como as coisas funcionariam quando minha irmã soubesse.

Ele segurou minha mão e nos conduziu até a cadeira de balanço. Sentamos e automaticamente a cadeira iniciou seu balanço suave.

— Mas você disse que ela não se importava com essas questões de sentimentos. Que ela nem se importaria de comparecer.

— Eu estava errada. Doce ilusão. Não sabia que ela iria se importar.

— E você está preocupada com isso?

— Eu não deveria. Ela nem sequer tenta me entender.

Não queria começar a pensar em Katniss.

— Você parece estar preocupada com isso. Acha que ela vai querer me separar de você? – imediatamente acariciei o rosto do meu noivo e o encarei.

— Ela não seria louca de fazer isso. Eu sempre ganhei dela nas discussões. É o que a deixa mais ainda furiosa, pois até pensa que me fará mudar de ideia, mas no fim não consegue.

— Posso suportar essa carga se você me amar, na verdade, posso suportar tudo.

— Então, Cato Alexander Ludwing... – me aproximei ainda mais de seu rosto para beijá-lo e antes de quebrar a pequena distância, sussurrei: - Você pode minha irmã.

(...)

Acordei bem cedo já dando os últimos retoques na casa. Conheço bem a irmã que tenho, sei que é observadora de tudo. O Sr. Lancaster estendeu minhas férias por conta do casamento, mas vez em quando dava uma passadinha na cafeteria para ver como andavam as coisas.

— Prim! – Cato entrou e notei que tinha corrido, pois sua pele branca estava vermelha pelo sangue que bombeava em suas veias – Os Fuhr... – ele estava ofegante.

— O que têm eles? – perguntei indo até a geladeira e pegando a jarra de limonada para dar um copo ao meu noivo.

— Tiveram algum problema com o sistema de gás. – disse pegando o copo que acabei de estender a ele.

— Vamos lá ver.

Dei uma checada em Beck que estava deitada no sofá assistindo algum programa depois fui até onde eu era solicitada.

— Aquela criançada não são deles, são? – Cato pergunta assim que retornamos e logo vejo um luxuoso carro estacionado próximo de casa.

— Não, não são a maioria é sobrinhos.

— Prim! – Katniss levantou do sofá onde tinha a cabeça de minha filha deitada em seu colo – Nossa como você está magra. Está com anemia? – revirei os olhos, pois era assim que seria, ao invés de ser recebida com um abraço seria recebida com a indignação em pessoa.

— Obrigada, também estou bem e você? – lancei um sorriso que logo percebeu onde queria chegar.

— Você continua linda. – então nos abraçamos rapidamente – E a minha sobrinha me surpreendeu! Ela está linda, crescida e cada vez mais parecida com você. – minha irmã parecia impressionada.

— Mamãe, a tia Kat trouxe presentes. – Beck levantou toda animada do sofá e veio abraçar a tia pela cintura.

— Sim, eu trouxe e vou buscar no carro.

— Alugou esse carro? – perguntei enquanto ia atrás dela.

— Sim, não pediria ao serviço de taxi para me trazer até este fim de mundo, não é?

Sempre tão condescendente, pensei.

— E o que trouxe para, Beck?

— Um arco e flechas. – disse séria.

— Oh, você não fez isso!

Logo riu revelando que tirava uma com minha cara.

— Eu não seria tão original assim. – falou retirando algumas sacolas enormes do banco de traz do carro.

Aquelas sacolas de shoppings centers que tinha slogan das marcas mais caras que o meu salário não podem pagar.

— Nossa quanta coisa. – admirei.

— Isso é pelas vezes que não vim ver vocês. Sei que nada pode preencher o tempo perdido, mas posso pelo menos presenteá-las.

Entramos e logo entregou a minha filha a maioria daquelas sacolas que logo começou a abri-las numa rapidez impressionante. E, entregou-me uma em especial. Quando abri era um vinho caro.

— Olha essa jaqueta mamãe! – Beck disse com os olhos brilhando.

— É linda, minha filha.

— Prim, eu acho... – minha irmã ia dizer alguma coisa quando meu noivo entra na sala e pensei por um minuto que ele estava se escondendo.

— Sou, Cato Ludwing. – apresentou-se sorrindo enquanto minha irmã se encontrava paralisada e de boca aberta.

— Katniss Everdeen.

— Prim me disse as pessoas a chamam de Kat.

— Meus amigos, sim.

— Pelo seu olhar azedo, imagino que eu deva me limitar em chama-la de Srta. Everdeen. – ele disse enquanto minha irmã o analisava por inteiro.

— As meninas de Jeffersonville devem te achar encantador.

Então meu noivo me abraçou antes de responder.

— Acho que sim, mas esse tempo ficou para trás. Encontrei a mulher com quem quero passar o resto da vida. – Cato beijou meu rosto, pegou a garrafa que estava em minhas mãos e dirigiu-se à cozinha.

Nos poucos instantes em que se manteve ausente, Katniss ficou parada me encarando, talvez tentando escolher as palavras com cuidado, mas nada parecia adequado.

— Beck querida, porque não leva essas sacolas lá para o seu quarto? – pedi e ela prontamente recolheu as sacolas e deu um beijo na tia.

— Obrigada pelos presentes tia, amei! – disse toda empolgada recebendo um sorriso da tia e depois subiu.

— Nós temos um jantar marcado, hoje à noite, não temos? – ela perguntou.

— Acho melhor jantarmos por aqui mesmo Kat. Você não irá se agradar de nenhum restaurante da cidade. – ela assentiu.

— Tudo bem, jantamos aqui então.

Cato retornou com duas taças de vinho e entregou uma delas a minha irmã.

— Presumo que deve ter algumas perguntas para mim, estou certo? – disse ele sentando-se.

Acho que a cordialidade dele a deixou surpresa. Devagar, ela acomodou-se na cadeira que ficava de frente para o sofá. Eles agora pareciam dois institutos: Cato vs Katniss.

— Fale-me de você. – começou ela, como se preparasse um cliente para ir a julgamento.

— Eu amo a Prim.

— Preciso de mais detalhes, entende? Mais conteúdo.

— Tenho 31 anos. Formado em música pela Universidade Estadual de Indiana. Fui... casado.

Minha irmã inclinou-se para a frente, em alerta.

— Quantas vezes?

— Três. – ele me olhou.

— Isso só pode ser uma piada.

Ele se apressou em explicar.

— Me casei com Clove quando nós tínhamos 18 anos. Ela estava grávida, e na nossa cidade...

— Você tem filhos?

— Não. – ele fechou os olhos, a voz soava mais branda – Aborto espontâneo. Depois disso, não tinha razão para continuarmos casados. Ficamos juntos menos de três meses. Então me casei novamente aos 21 anos. Infelizmente, descobri que ela queria uma vida diferente da que eu queria. Fui preso quando a pegaram vendendo cocaína em nossa casa. Vivi dois anos com ela e nunca notei nada. Só achava que ela era muito temperamental. Ninguém acreditou que eu não fazia parte daquilo.

— Como se chamava? – perguntou minha irmã.

— Glimmer... – ele suspirou e continuou – Amanda foi a única que teve importância. Ela era fisioterapeuta que adorava minhas músicas. Ficamos casados por seis anos. Terminamos há um ano. Eu poderia contar o porquê, mas não é da sua conta. Prim sabe de tudo e isso já basta.

Katniss estreitou os olhos e, já imaginava o que se passava em sua cabeça. Três divórcios e um crime. Ela iria me apedrejar, ou melhor crucificar.

Aproveitei que Cato levantou para ir novamente à cozinha e me aproximei de minha irmã.

— Sei que você não acredita mais em amor à primeira vista. De repente veio até aqui apenas para me afastar dele, mas tente ao menos fingir que está feliz por mim, Kat.

— Eu quero ficar, mas... – achei que era verdade, pelo olhar que me lançou – Os homens... eles...

— Pode ser que ele não seja o melhor partido. Eu sei. Você vê matrimônios sendo desfeitos, quase todos os dias. Também sei que Finnick a magoou muito, sem contar os fracassos da mamãe, sei disso. Também sei que você morou com ela depois que se foi daqui. – ela tinha os olhos estalados de surpresa – Eu sei, Kat. - não havia nada que dissesse que eu já não soubesse – Talvez tudo isso não faça sentido, que é loucura e totalmente arriscado. Contudo, significaria muito para mim você me abraçar e dizer que está feliz por mim. Mesmo que não seja verdade.

Ela olhou dentro dos meus olhos, não havia jeito dela mudar minha opinião, sabia disso.

— Tudo bem, confio em você, Prim. – disse afinal – Se diz que Cato Ludwing é quem você ama de verdade, isso me basta.

Respirei aliviada.

— Obrigada. – agradeci dando-lhe um abraço e retribuiu depois de alguns segundos, acho que surpresa com o gesto.

Cato retornou da cozinha sentando-se ao meu lado e me aconcheguei mais a ele que em seguida pôs o braço em torno do meu ombro.

— Então, vamos aos preparativos do casamento? Cartório? – Katniss pareceu mais interessada.

— Não mesmo. – ri – Esperei todos esses anos por isso. Vou querer tudo que tenho direito. Vestido branco. Bolo e recepção com dança...

— Tudo bem. Faremos o que você quiser.

— Kat vou alugar um salão da Associação... – então ela se transformou.

— De jeito nenhum. Minha irmã não terá um casamento de quinta categoria. Não se preocupe, organizarei a cerimônia e a festa que esta cidade jamais viu.

Meu sorriso sumiu.

— Você? – perguntei temendo.

— Não sou nenhuma idiota. Posso fazer isso.

— Mas... seu trabalho é tão exaustivo e te absorve tanto tempo. Eu jamais pediria que você tirasse folga de sua rotina corrida para isso.

— Você não me pediu. Eu me ofereci. E por acaso estou... com pouco serviço... de férias, na verdade. – ela se atrapalhou na explicação – Será o casamento simples e perfeito. Quero fazer isso por você, Prim.

— Ah. – não estava muito convencida – Por que será que não acredito nisso? Você nunca faz nada com simplicidade, Kat.

— Prometo atender as suas exigências e seguir suas recomendações. Vai ser o seu casamento. Juro.

— Não está cruzando os dedos aí atrás, como quando éramos crianças, né? – ela negou com a cabeça diversas vezes - Tudo bem. – concordei – Você pode me ajudar a planejar tudo.

Ela sorriu batendo palmas.

— Ótimo! Agora, qual é mesmo a data... 25...? O próximo sábado, certo? Não nos resta muito tempo. – ela levantou-se e pegou um papel e caneta e começou a fazer uma lista. Cato levantou-se também dizendo que ia atrás do meu pai, para ver se precisava de algo e assim que se foi Katniss olhou para mim e disse: - Ele pode até ser um fracasso como cantor, mas um sucesso no quesito beleza. Um homem desses não arranca apenas os pés do chão como faz girar no ar tão rápido e alto que a única certeza seria a queda. – ela riu e, me perguntei se essa daqui era minha irmã de verdade – Vi como ele te olha, Prim. É um olhar diferente, apaixonante sabe...

— Sei sim, papai diz a mesma coisa. E, falando nele, você o viu?

Ela se enrijeceu por um momento.

— Vi sim, o encontrei na entrada. Disse-me para ter cuidado com você, porque era minha irmã. – falou um pouco entristecida.

— Ele disse isso? – ela confirmou – Katniss...

— Não, tudo bem Prim, o pai é seu.

— E seu também.

— Sabe o que ele disse? Que não se arrepende de ter se casado com a mamãe, sabe por que? – neguei – Porque depois veio você. – sua expressão era de magoa.

— Mas ele te criou e te amou como uma filha. – quando minha mãe o conheceu Katniss tinha um ano e meio.

— Mas as coisas que ouvi dele no passado corroem a minha mente ainda.

Realmente Katniss tinha alguma magoa guardada dentro de si. Em uma das brigas que teve com meu pai, ele comparou-a com a nossa mãe.

— Kat, mais uma vez... por mim... tente deixar tudo no passado.

— Por você, eu deixarei sim. – então, desta vez ela me abraçou, um abraço sincero. Soube naquele instante que daria o melhor de si, por mim.


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Notas finais do capítulo

O que estão achando? Hum... próximo POV é da Kat e avisando que terá um encontro com certo loiro kkkkk. Beijinhos até a próxima.