Entre Irmãs escrita por Cristabel Fraser, Paty Everllark


Capítulo 25
Belo futuro pela frente


Notas iniciais do capítulo

Boa tarde galerinha linda!

Eis o último capitulo de Entre Irmãs, semana que vem teremos o epilogo.
Quero agradecer imensamente, em meu nome e em nome da Bel a Jessi pela recomendação linda que deixou na fanfic:
Obrigada querida, nós ficamos radiantes com a gentileza.

A todos que chegaram até aqui, e que de alguma forma nos incentivaram para continuar, seja por comentários, recomendações e favoritos, esse capitulo foi feito com bastante carinho e gratidão. Esperamos sinceramente que gostem.

Boa leitura.



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Pov. Prim

 

No instante que minha consciência retornava à realidade, senti cheiro de flores e o odor estéril hospitalar.

Algumas lembranças vividas no período pós-operatório que, com toda certeza jamais me esqueceria, foi sentir que estava viva. Ver minha irmã tão emocionada como nunca tinha visto antes. Cato segurando minha mão. Meu pai perguntando de cinco em cinco minutos se eu precisava de alguma coisa e um desenho recente da minha adorável filha que o segurava em suas mãos. Três figuras coloridas à margem de um rio. Numa letrinha meio rasurada ao fundo, lia-se: “Amo você, mamãe”. Tudo aquilo parecia surreal demais.

No segundo dia posterior ao meu despertar, fiquei irritadiça. Sentia dor no corpo inteiro, e o local onde abriram meu crânio latejava. Após os medicamentos aquilo foi aliviando.

Quando chegou a hora da ressonância magnética, visualizei meu cérebro imaculado, o vi tão claramente, que, quando o exame terminou, meus olhos estavam úmidos de lágrimas.

A espera do resultado foi insuportável. Katniss andava de um lado para o outro do quarto do hospital, quase disse a ela que abriria uma cratera no chão. Cato apertava minha mão com tanta força que cheguei a perder a sensação dos dedos. Papai surgia de poucos em poucos minutos com a ansiedade à flor da pele. Nunca o tinha visto desse jeito.

Por fim uma enfermeira apareceu.

— Os médicos estão esperando por você.

Pequenas coisas me ajudaram no trajeto realizado em uma cadeira de rodas: o calor da mão de Cato em meu ombro e a maneira como Katniss se mantinha próxima, aquilo significava muito.

Quando chegamos ao consultório, onde os médicos aguardavam, a Dra. Mason foi a primeira a falar.

— Bom dia, Prim.

— Bom dia – respondi.

Todos esperaram minha irmã se sentar. Quando entenderam que ela não se sentaria prosseguiram.

Peeta acendeu o negatoscópio. E analisei as imagens do meu próprio cérebro, para logo encarar a equipe médica.

— Não estou mais vendo o tumor.

A Dra. Mason sorriu e Peeta com vigor disse:

— É porque tiramos tudo, Prim.

— Oh, meu Deus!

Havia ansiado e rezado tanto por isso.

— Os primeiros relatórios laboratoriais indicaram que se tratava de um *astrocitoma de baixo grau.

— Não era *glioblastoma multiforme? Graças a Deus. – Agradeci com minha mão no peito.

— Sim, uma boa notícia. E ele também era benigno – ponderou o Dr. Shepherd.

— Você é uma mulher de muita sorte. Peeta fez um trabalho excelente.

— Sim, Dra. Mason, foi por isso que escolhi para fazer minha cirurgia – declarei firmemente. – Mas não é um câncer que vai se espalhar pelo meu corpo, certo?

— Correto – assegurou ela.

— Então agora ele se foi, e era benigno. Só quero ouvir isso. Podem falar sobre índices de sobrevida a vontade. – Sorri para Katniss. – Eu tenho um belo futuro pela frente.

O Dr. Shepherd juntamente com o restante sorriu atravessando o consultório e sussurrou para mim:

— Sorte a sua.

— Não tenho palavras para agradecer – disse emocionada.

— Peeta Mellark, é o homem a quem você deveria agradecer. Boa sorte e tenha uma longa vida.

Olhei para o ex viúvo de minha falecida melhor amiga e não pude deixar de agradecê-lo novamente e novamente.

Assim que retornamos ao quarto desatei a chorar. Cato abraçou-me apertado até finalmente eu olhar para ele.

— Eu amo você, Cato. Agora vá pegar nossa filha.

Ele saiu às pressas tendo um largo sorriso em seu rosto.

— Você foi incrível lá dentro. – Elogiou Katniss, quando nos encontrávamos sozinhas.

— Meu novo lema é “Força para lutar pelos sonhos. Amor para enfrentar os amargos do dia e leveza para os dias difíceis”.

— É um belo lema – assentiu Katniss rindo.

Segurando sua mão eu agradeci.

— Obrigada.

Ela em resposta beijou minha testa e sussurrou:

— Somos irmãs. É isso que fazemos uma pela outra. – Aquilo já era o suficiente. – Vou chamar o Haymitch.

Com um sorriso, Katniss deixou o quarto.

— Eu não tenho mais tumor. – Ensaiei em voz alta para o quarto vazio. Então ri como uma boba.

 

━━━━━━━━━━━━

 

Um ano depois...

 

O barulho era ensurdecedor. O anfiteatro estava abarrotado de jovens, crianças acompanhadas de seus pais, ou entes queridos. Sabia que Cato estava nervoso, era sua primeira apresentação após ter lançado o CD.

Becky seguia na frente, arrastando Peeta para chegar até nossos assentos. Katniss e eu o seguíamos no encalço deles, conversávamos com tranquilidade, carregando algumas guloseimas.

A manqueira no meu lado esquerdo era o único vestígio físico do martírio que passei, e a cada dia ficava menos evidente. Katniss chegou a questionar algum médico se eu poderia ter uma vida normal – como ter mais um filho – essa era minha maior expectativa, afinal Cato merecia essa alegria, e até para mim mesma, já que era o que desejava em algum futuro próximo. O médico analisou cada hipótese e se eu estivesse sempre em acompanhamento, se tudo continuasse bem comigo, é claro que poderia realizar este sonho.

— Está na hora – anunciei, fazendo um pouco de pressão no braço da minha irmã. Nós quatro nos acomodamos e dei uma olhada envolta nas arquibancadas. - Já tem bastante gente – comentei ansiosa.

— Claro que tem – declarou Katniss com um largo sorriso.

Todo ano havia um grande evento em Belleville com uma variedade de apresentações, muitas barracas e trailers de quitutes regionais, com toda certeza a cidade não seria a mesma depois deste dia.

— É agora, mamãe, é agora! – Becky estava empolgadíssima, pois Cato havia feito uma música inspirada em mim.

— Acalme-se querida – disse suavemente.

Becky pulava de alegria, havíamos recebido uma credencial especial de acesso livre pelos camarins. Nossos lugares estavam marcados e assim quis cumprimentar meu marido antes de se apresentar. Subimos alguns degraus e atravessamos o palco, passando pelos músicos e cantores que se preparavam.

Cato nos viu chegar e acenou. Becky correu em sua direção. Ele tomou-a em seus braços e girou-a no ar.

— Meu pai vai cantar hoje! – gritou minha menina, para quem quisesse ouvir.

— Isso mesmo. – Cato abraçou-me para logo me dar um beijo apaixonado. – Deseja-me sorte.

— Você não precisa disso – respondi sorrindo para ele que estava mais lindo do que nunca.

— Eu te amo – declarou dando-me um selinho.

Conversamos com Cato mais alguns minutos, então nos retiramos para deixa-lo aprontar-se. Retornamos para arquibancada, para nossos lugares na quarta fila. Katniss me ajudou a sentar.

— Alan Mayer telefonou na semana passada – contei a minha irmã. – Mamãe o esculhambou por cancelar o contrato. Parece que ele quer dar outra chance a Cato. Disse que espera que suas “prioridades” tenham mudado.

Sorrimos uma para a outra bem sabendo do que nossa mãe era capaz.

Logo um homem subiu ao palco e anunciou:

— É com grande prazer que recebemos ao palco, Cato Alexander Ludwig!

A plateia aplaudiu com educação.

— Aí, papai vai com tudo! - Becky pulava, gritando.

Cato subiu no palco com o violão ligado ao amplificador. Correu os olhos pela plateia para me achar e mandou-me um beijo.

— Esta música é para minha mulher, que me ensinou sobre o amor e a coragem. Eu amo você querida.

Ele dedilhou o violão e começou a cantar. Sua bela voz envolveu a música e hipnotizou a multidão.

Em todo o meu caminhar estive à deriva... caminhando pelas sombras. Mas então, um dia vi o sol nascer através de seus cabelos, princesa... e foi aí que sorriu para mim... Hoje posso erguer meus olhos aos céus... e agradecer ao bom Deus... pude ver o paraíso... não me sinto mais solitário... dentro de mim para sempre você vai estar, pois dentro de mim é o seu lugar.

A canção falava sobre o encontro com a mulher de seus sonhos e o amor que ele sentia por ela, sobre o apoio que lhe ofertou nos momentos difíceis. Na última estrofe, a voz tornou-se um sussurro enrouquecido:

 E foi quando a vi tropeçar nas pedras do caminho, aprendi sobre o amor e a dádiva do lar que estávamos construindo.

Dessa vez o aplauso foi estrondoso. Metade das mulheres na plateia estavam emocionadas.

Katniss abraçou-me.

— Eu avisei que ele seria um ótimo marido. Gostei dele de cara.

Acabei rindo entre lágrimas.

— É, sei. E você e o Peeta? Praticamente moram juntos. Sinto que em breve teremos um acordo pré-nupcial.

Katniss olhou para Peeta, que estava de pé, aplaudindo. Becky achava-se ao seu lado. Desde que voltara a exercer a medicina, ele dizia que tudo era possível. Os dois haviam ensinado um ao outro a acreditar no amor novamente.

— Contrato pré-nupcial? Eu? De jeito nenhum. Estamos pensando num casamento pequeno ao ar livre...

— Ao ar livre? Onde pode dar um vendaval? Onde você poderá afundar seus saltos caríssimos?

— É bem por aí... de repente com churrasco, algumas batatas assadas com recheio e...

— A maionese agridoce da Nick!

Ambas falamos ao mesmo tempo e rimos descontroladamente.

— É – assentiu Katniss, encostando sua cabeça em meu ombro. – Planejo esse tipo de casamento.

O show fora um sucesso total.

No resort já tinha tido sua cota de crianças com seus familiares nas férias de verão, claro que as Harmony tiveram sua parcela de ajudar meu pai com tudo.

 

━━━━━━━━━━━━

 

Alguns meses se passaram até que Katniss e Peeta trocaram alianças ao ar livre do resort, tendo o lago atrás como capela. Papai fizera questão de entrega-la à Peeta.

Na hora da festa Cato e eu estávamos dançando próximos aos dois.

— Você é a noiva mais linda. – Escutei Peeta sussurrar no ouvido de Katniss enquanto lentamente eram embalados pela música de It Had To Be You, Sinatra.

Nunca tinha visto minha irmã sorrir com tanta ternura e veneração direcionado a alguém.

Peeta vestia seu smoking preto e uma gravata borboleta branca. Katniss usava um lindo vestido feito por uma costureira local mesmo. O tecido rendado moldando suas belas curvas em um modelo sereia com manga copinho. Em sua cabeça uma coroa de flores adornava seus cabelos soltos com cachos nas pontas.

— Tenho saudades do dia em que nos casamos, sabia? – comentou Cato fazendo desviar minha atenção do casal Mellark e olhar em seus olhos penetrantes.

— Foi o dia mais feliz da minha vida. Você é o meu presente e futuro, Cato.

— Estaremos unidos pela eternidade.

Não tinha como meu coração se encher ainda mais de felicidade e amor pelo homem que se encontrava a minha frente.

O sol já tinha se posto por completo e agora aquele mar de varal espalhado por todos os lados cheio de luzinhas, adornavam a paisagem e iluminava tudo.

Próximo dali todos admiravam os noivos que dançavam sem se preocupar com todo o resto.

— Teremos que apelidar sua irmã de outra forma, pois “rainha do gelo e da negação” ficaram no passado – comentou Ariane.

— Ela sempre se fez de durona, mas sei que esse escudo poderia ser quebrado com a dose certa de feitiço – acrescentei com a cabeça encostada no ombro de Nick.

— Fazia tempo que não via meu irmão tão feliz assim – observou minha amiga Nicole. – Aliás, vi sim, mas só na época em que Daphne suspirava por ele.

— O amor cura todas as feridas, e por mais que a cicatriz ainda esteja ali, o amor cobre. – Dany disse enquanto ninava seu gorducho garotinho de quatro meses.

— Preciso conversar com você. – Mais tarde Katniss surgiu me puxando para um canto da sala enquanto papai, Cato e Peeta conversavam sentados no sofá – Mas primeiro quero que me prometa – pediu segurando firme minhas mãos entre as suas.

— Prometer o que? Como vou saber... – Ela fez um pouco de pressão em minhas mãos. – Tudo bem, seja lá o que for prometo.

— Vamos tentar engravidar na mesma época? – Arregalei os olhos assustada com seu pedido.

— Como?

— Prim, você está a cada dia mais saudável, está mais linda e o Cato precisa de um filho de sangue, mesmo a Becky suprindo esse tipo de amor... e sei que o Peeta precisa disso também. Já o flagrei alisando o meu ventre quando pensa que estou dormindo. Não seria um máximo se nossos filhos tivessem a mesma idade?

Eu encarava perplexa minha irmã ainda vestida de noiva. Eu queria aquilo, diversas vezes imaginei meu filho ou filha correndo pelo resort com uma criança da minha irmã da mesma idade. Imaginei o quanto seria perfeito que minha irmã mais velha o trouxesse nas férias e nas datas especiais.

— Seria perfeito Kat.

— Ah, que demais! – Katniss deu um gritinho de empolgação abraçando-me com firmeza, mas logo se conteve, pois ao olhar em direção ao sofá viu três figuras masculina a encarando. – Coisas de irmãs – disse ela fazendo um gesto no ar com as mãos.

E quem diria que pouco tempo depois pude receber a notícia que dentro de mim um serzinho gerava. Consequentemente Katniss havia concebido o seu também, e passado mais alguns meses tivemos a felicidade de realizarmos nosso chá-de-bebê no resort tendo as Harmony como coordenadoras desse evento extraordinário.

Duas cores adornava a decoração, azul e rosa bebê. Matthew em meu ventre e Stephanie no ventre da minha irmã. Tínhamos dois meses de diferença. Katniss com sete meses e eu com cinco.

Em breve eu veria minha visão se solidificar. Um belo futuro me aguardava.

 

 

 

*Astrocitoma de baixo grau: São tumores (neoplasia) do sistema nervoso central (SNC)

*Glioblastoma multiforme: tipo mais comum e agressivo de tumor maligno cerebral que acomete os seres humanos.

 


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Notas finais do capítulo

Em breve responderemos os comentários de vocês. Amamos ler todos eles.

Espero que tenham gostado do capítulo.

Bjs, bom fim de semana, e nos lemos em breve



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