Entre Irmãs escrita por Cristabel Fraser, Paty Everllark


Capítulo 20
Bem-vinda de volta (Bônus)


Notas iniciais do capítulo

Boa noite Lindezas! Paty na área. Rsrsrsrs.

A Belzinha e eu, pedimos mil desculpas pela demora na atualização da fic, mas para nos redimir com os leitores mais maravilhosos do Nyah, hoje tem um capítulo bônus escrito com muito carinho para vocês, esperamos de coração que gostem.

Boa leitura.



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Pov. Cato

 

— Quer entrar? – perguntei acariciando seu rosto.

 Todos os momentos que permanecia ao lado de Prim, eram preciosos demais para serem desperdiçados. Se me fosse permitido, jamais, em hipótese alguma sairia de perto dela. Mas, eu melhor do que ninguém sabia da importância dos momentos de descanso para seu pleno restabelecimento físico. Já fazia três horas que estávamos deitados na espreguiçadeira na varanda do apartamento de minha cunhada. Primrose e eu, estávamos enrolados em uma manta, olhando a movimentação da cidade. Era incrível como olhar a cidade de cima, com pessoas, carros, casas tudo tão pequeno, nos fortalecia por dentro, era como se fossemos de fatos enormes diante de tudo que nos rodeava. 

— Não... na verdade eu gostaria de voltar no tempo, ir para o dia que nós nos conhecemos e só dançar... dançar até que meu corpo não aguentasse mais... – Prim se mexeu em meu colo e virou mais o rosto para mim. Aquele era meu maior desejo também.  Daria tudo para poder voltar no tempo. – Eu queria só poder dançar mais um pouco com você, aqui agora. Queria que cantasse minha música e eu te daria um beijo cinematográfico, isso é pedir muito?

Sua voz estava embargada. nos últimos dias Prim encontrava-se muito abatida. Os efeitos colaterais da radioterapia estavam a agredindo não apenas física, mas também emocionalmente, já havíamos sidos avisados – Katniss e eu –, que isso era normal, alguns pacientes ficavam cansados do tratamento, mas ver o amor da minha vida daquele jeito não me deixava feliz.

— Não seja por isso, vamos dançar senhora Ludwig – disse usando meu tom mais animado e alegre. Era difícil de negar quaisquer pedidos que minha esposa por ventura viesse a me pedir, principalmente quando esse pedido se resumia em cantar em seu ouvido, ou dançar com ela. Foi após uma dança que nossa história começou a acontecer. Levantei-me com cuidado e ergui Prim nos meus braços da mesma forma que fiz em nossa lua de mel. Comecei a cantar sussurrando em seu ouvido a nossa música. Prim abriu um lindo sorriso. Sorri de volta e me acompanhou com sua vozinha suave fazendo a segunda voz.

“Eu venho de um lugar distante, mas não tão distante quanto estou me sentindo agora. Encontrar você foi a maior dádiva em toda jornada. Seus cabelos brilhando como o sol do meio dia de verão. Seus olhos tão puros como a água mais cristalina que possa existir. Ah, baby sinto-me o homem mais sortudo de todo o universo. Você faz meu dia valer a pena. E, acordar ao teu lado em todas as manhãs...É o que mais desejo...”

Minha esposa estava maravilhosa. Katniss sempre cuidava de mantê-la bem maquiada e arrumada. Vestidos bem primaveris e lenços coloridos na cabeça, fazendo vez de seus cabelos. As vezes a elogiava de maneira sincera, mas ela nunca acreditava que realmente estava linda.

— Você está simplesmente linda.

 Coloquei-a no chão e a beijei lenta e delicadamente, envolvi sua cintura fina e trouxe-a para mais perto, a temperatura de seu corpo aqueceu o meu de um jeito inexplicável.

— Eu amo você... como jamais amei outra mulher em toda a minha vida. – Não tinha dúvidas que Prim entrou em minha vida no tempo e hora certa, no entanto, tudo que mais queria era de tê-la conhecido anos antes. Jamais amei alguém como a amava, tampouco fui amado com tamanha intensidade. Sei que todas as histórias que vivi antes dela me prepararam para a chegada dela.  Todas as mulheres erradas deram-me a oportunidade de reconhecê-la como a certa para mim. 

— Na noite em que nos conhecemos eu pensei em não cantar naquele bar, sabia?

— Jura?  Por que nunca me contou? – Prim questionou num tom suave e alegre. Sentamo-nos novamente, qualquer excesso a cansava consideravelmente, embora Prim nunca se deixasse abater, essa era uma das coisas que mais admirava em minha esposa, sua força.   

Huhum! Acho que o destino quis que nos conhecêssemos naquele dia... tínhamos que estar lá. – Recordei de todos os imprevistos que aconteceram no dia em que a conheci. Os caras que sempre tocavam comigo deram para trás na última hora, o carro que tinha quebrou, diversas coisas que me faria desistir sem nem pestanejar, contudo uma voz interna me dizia que algo especial me esperava naquele bar naquela noite.

— Quando eu poderia imaginar que naquele dia encontraria a mulher com quem sempre sonhei, e especialmente que essa mulher aceitaria meu convite para dançar? – Prim puxou meu rosto e me beijou de novo.

— Eu seria louca se não aceitasse um pedido seu, senhor Cato Ludwig. Você era o cara mais lindo e gostoso que eu já tinha visto em toda a minha vida, e melhor, tinha a voz mais linda também.

— Então quer dizer, que você me acha lindo e gostoso? –  Ao perguntar comecei a dar lentos e molhados beijos na curvatura do pescoço de minha esposa, que inclinou o rosto para me dar livre acesso. Há quanto tempo não tínhamos intimidade, eu sentia tanta falta do corpo dela junto ao meu. Puxei-a para meu colo e começamos a nos beijar, senti quando as mãos de Prim acariciaram com delicadeza minha cintura e ofeguei aprofundando o beijo, no entanto, não pudemos avançar nas caricias - fomos interrompidos - para minha total frustração.

— Prim está na hora de suas vitam... desculpas, podem continuar. – Katniss pediu vermelha feito um tomate, tapando os olhos com a mão livre, enterrei o rosto no pescoço de Prim que ria da situação, eram raros dias assim ultimamente, mas eram eles que me davam a esperança de que tudo ficaria bem em breve.

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Prim ficava cada vez mais fraca. No segundo dia no hospital, queria apenas dormir. Há alguns dias ela passara mal e a trouxemos rapidamente para o hospital. Katniss havia se ausentado e não fazia ideia de onde tinha ido.

Os médicos não estavam nada otimistas. Os amigos e parentes começaram a aparecer constantemente. Todos, até a mãe dela com seu jeito todo espalhafatoso. As três amigas também haviam baixado no minúsculo quarto de hospital, levantando o astral da minha esposa e trazendo riso, flores e cantorias. Elas sempre ficavam em torno de Prim, contavam piadas e lembravam-se dos velhos tempos.

Um dia, só Nicole tivera coragem de aventurar-se pela paisagem gelada do medo de Prim.

— Sempre estarei presente para Becky – afirmou mesmo eu estando presente, eu nunca saía do lado da minha loirinha.

— Obrigada. – Prim conseguiu dizer com suavidade. - Ainda não consegui contar a ela.

— E como poderia? – Os olhos de Nicole cruzaram-se com o dela, enchendo-se de lágrimas. Ambas estiveram imaginando como uma mulher diria adeus a sua filha. Depois de uma longa pausa, Nicole sorriu: – O que vamos fazer com seu cabelo?

— Com os ralos fios que ainda existem? – riu Prim debochadamente. Talvez descolorir, o que acha?

— Vai ser a mulher mais chique. As meninas e eu, vamos todas parecer velhas donas de casa perto de você.

— Ah, isso seria um sonho agora – admitiu Prim, sem conseguir se conter. – Virar uma velha dona de casa.

No fim, por mais que amasse as amigas, Prim ficava contente quando elas iam embora.

Mais tarde naquela noite, na escuridão silenciosa, sucumbiu aos remédios e adormeceu.

Acordou sobressaltada. O coração batendo rápido demais, descompassado. Parecia não conseguir respirar. Algo estava errado.

— Prim, você está bem? – perguntei exasperado levantando-me da desconfortável cadeira e aproximando da cama.

— Cato... – sussurrou ela. – Deite-se aqui comigo.

Olhei os aparelhos, os fios intravenosos, os tubos.

— Oh, amor... - Inclinei-me para depositar um suave beijo em sua têmpora.

Ela fechou os olhos, afundando-se no travesseiro.

— Becky! – murmurou ela. – Preciso da minha filha...

Ela exprimiu os olhos com força como se estivesse sentindo uma dor causticante e ao lado da cama, o alarme disparou.

A vida pareceu lhe abandonar. Os tubos que a ligavam aos aparelhos se foram. Ela queria mostrar que se sentia melhor.

Logo uma equipe invadiu o quarto um médico mexerem em seu corpo. Abriu a camisola e então começou a apertar alguma coisa contra o seu peito, era o desfibrilador. Eu a estava perdendo.

— Afastem-se! – gritou um deles.

Não havia alívio algum estar diante daquela cena. Katniss entra no quarto como uma louca.

— Afastem ela!

— Não... Prim... você não pode nos deixar... – A morena gritava a plenos pulmões.

Comecei a pensar em Becky, a preciosa princesa de Prim, que em poucos minutos receberia a notícia de que a mãe morrera.

Eu me encontrava encurralado a uma parede em total estado de choque, não conseguia agir, eu não estivesse preparado para me despedir e talvez nunca estaria.

O médico afastou-se.

— Ela não resistiu.

Katniss se desvencilhou de um enfermeiro e se aproximou da cama, gritando:

— Não faça isso, Prim. Volte. Volte, droga!

— Senhorita...

— Tire as mãos de cima de mim. - Um homem tentou afastá-la, mas ela conseguiu se afastar dele. - Estou falando sério, Prim. Volte. Você não pode deixar a Becky assim. – Katniss sacudiu a irmã pelos ombros. – Não ouse fazer isso comigo! – Ela soluçava entre as lágrimas de desespero.

— O batimento voltou – alguém gritou.

Empurraram Katniss para o lado. Ela manteve-se noutro canto do quarto olhando com as mãos unidas uma na outra rezando, enquanto os médicos estabilizavam o quadro.

Por fim eles se retiraram, arrastando os equipamentos. Katniss fitou o peito de Prim, vendo-o subir e descer.

— Eu escutei sua voz, sabia?

Quando consegui respirar aproximei e lá estava minha doce Primrose, branca como um papel, sorrindo.

 –Oh, Prim... – Mal conseguia pronunciar as palavras. Parecia que eu tinha acabado de receber uma descarga fatal de choque e depois do susto o que restara era a tremedeira no corpo.

— Eu pensei: “Meu Deus, estou morta, e minha irmã continua gritando comigo.”

—Bem-vinda de volta. – Katniss enfim abraçou a irmã com carinho e saudade. Não seria desta vez que nós a perderíamos. – Descanse um pouco – disse Katniss afagando o rosto da irmã. Logo desviou os olhos para mim. – Precisamos conversar – meneei a cabeça e saímos do quarto deixando uma fresta na porta para velarmos Prim.

— Meu Deus Katniss... eu pensei que...

— Não conclua, também pensei isso. – Ela tinha os braços cruzados e me fitava com um olhar com algum significado que não consegui detectar. – Cato, creio que não há mais nada que possamos fazer. Te-tentei obter uma ajuda, mas acho que não posso contar com isso agora. Não faço ideia de quantos dias temos, mas vamos tentar fazer valer a pena cada minuto que passarmos ao lado dela.

— Sim, vamos sim. Katniss quero que saiba que...

—Já te aceitei em nossas vidas, Cato. Não precisa me provar mais nada, acho que já fez isso. – Meus olhos se encheram e logo senti ela me abraçar. – Está amanhecendo, que tal ir pra casa e descansar um pouco? Tome um banho e coma, mais tarde você volta. Prometo te ligar assim que ela acordar.

— Tudo bem, mas não vou demorar.

Saí de cabeça baixa pelo corredor e assim que a porta do elevador se abriu alguém esbarrou em mim com certo desespero e pressa.

— Eu sinto muito – pediu gentilmente o homem loiro e alto ao caminhar apressadamente pelo corredor parando à porta do quarto de minha esposa.


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Notas finais do capítulo

Bom é isso, espero que tenham gostado.

Gente a fanfic está entrando em sua reta final, mas ainda teremos muita emoção pela frente.

Beijokas e tenham um ótimo final de semana.



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