De repente amor escrita por Thamires


Capítulo 1
Capítulo 1 - Mudança


Notas iniciais do capítulo

Então vamos lá, boa leitura.



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Estava deitada em minha cama fitando o teto. Esta será minha ultima noite nesse quarto. Não queria mais nada que lembrasse a minha antiga vida. Pra ser mais especifica, eu não queria mais nada que me fizesse lembrar ele. Não conseguia seguir em frente, tudo aqui me traziam lembranças dolorosas, todos os lugares, nossos amigos e eu preciso seguir em frente.
Acordei mais leve por saber que irei embora logo. Eu deixarei à famosa Los Angeles, para recomeçar em uma cidadezinha chamada Forks. Quem sabe em um lugar onde nada me lembrasse ele eu ficaria melhor?
Meu pai sempre foi chefe de polícia e pediu transferência para Forks. Eu sei que ele ama a agitação de Los Angeles, assim como minha mãe, mas eles também sabem que isso será o melhor pra mim. Apesar de tudo meu pai e minha mãe nasceram lá e disseram que será uma forma de voltar às raízes.
Coloquei minhas malas no carro e estou pronta para partir. Estava começando a me sentir tão aliviada por não ter visto ele durante o caminho, que a decepção foi grande quando o carro virou a esquina. Estávamos passando em frente ao parque que eu costumava ir, e lá estava ele com a sua nova conquista. Ainda consigo me lembrar como tudo começou. Evito todo custo pensar nisso, por isso preferi tentar dormir o resto do caminho. Quem sabe não amenizava a dor.
Acordei no aeroporto. Peguei minhas malas e parti em direção a um novo mundo, a uma nova história. Mas antes de partir, prometi a mim mesma que não amaria mais ninguém, pois amar só me fará sofrer.
Depois de algumas horas de vôo, cheguei na minha nova casa. Ela é completamente diferente da que eu vivia. Tem dois andares, dois quartos e um banheiro no andar de cima. Uma sala e cozinha com área de serviço em baixo. É aconchegante e bonita, possuí um lindo quintal que dá para a floresta de Forks, não me esquecendo de que a cidade toda é rodeada por florestas. Não sou acostumada a isso, o clima aqui é sempre frio e úmido. Sempre gostei do Sol, do calor, das praias, mas tudo isso ficou para traz, pois tentarei viver diferente. Subi em direção ao meu quarto.
Meu pai foi à delegacia para poder se apresentar e minha mãe começou a organizar nossa mudança. Estou encarregada apenas do meu quarto, gostei dele, tem uma cama de casal no meio, uma cômoda e uma mesa de computador, possuí também um pequeno closet, daria para guarda tudo que eu havia trazido.
Quando terminei com o quarto já era hora do jantar. Meus pais me chamaram da cozinha. Desci as escadas e os encontrei sentados na nossa pequena mesa de jantar.
—Oi pai.
—Oi Bell's, o que achou do lugar?
Na verdade ele estava tentando saber como eu estava me sentindo com a mudança. Eu não era de me abrir muito. Acho que puxei isso de Charlie.
—Gostei - tentei abrir um sorriso -Achei tudo aqui muito verde e calmo. Acho que vou me adaptar bem.
Meu pai entendeu que não queria falar sobre esse assunto, por isso assentiu e não disse mais nada.
—Não esqueça que amanha tem aula. - minha mãe lembrou.
—Tudo bem, já imaginava isso.
Jantamos em silêncio. Nunca fui muito comunicativa e isso só piorou depois do que aconteceu. Fechei-me ainda mais. Não gostava mais de sair, de sorrir, de fazer amizades, apenas me isolei,sabia que era errado, mas não conseguia mudar. Não via mais graça em nada, apenas gostava de ficar sozinha em meu canto, ouvindo minhas musicas e escrevendo em meu caderno o que não consigo dizer aos outros.  Principalmente por que eu não tenho ninguém que eu possa falar. Minha melhor amiga me traiu com a pessoa que eu mais amei em minha vida, como eu poderia confiar em alguém de novo?
Dormi depois de muito chorar, o que já estava se tornando freqüente ultimamente. Amanhã seria um novo dia. Só esperava que não fosse tão ruim assim, afinal, eu estaria em uma nova cidade e em uma nova escola de desconhecidos. Como poderia ser ruim?

Acordei de bom humor. Tomei banho e escolhi uma roupa simples. Uma calça jeans preta, all star cano médio preto, blusa branca e uma jaqueta preta. Coloquei meus óculos escuros e deixei meu cabelo solto mesmo caindo pelas costas. E assim que terminei desci para tomar café.
—Nossa filha, está bonita!
—Obrigado mãe. - me limitei a sorrir - Mas não quero chamar a atenção.
—Filha você é linda, isso chama a atenção.
—To bom mãe. Pode parando
—Sabe chegar à escola? - ela perguntou, enquanto tentava fritar ovos.
—Sei sim. - assenti - Antes de chegarmos a casa ontem, meu pai passou por lá e eu gravei o caminho.
—Tudo bem então, boa sorte. - desejou sem tirar os olhos da frigideira. Tive que rir com essa.
Peguei a chave do meu carro, dando graças a Deus por meu pai ter me dado um de presente ano passado. Porque andar nessa chuva sendo descoordenada do jeito que sou, não ia dar certo. Meu carro nunca foi o dos melhores. Mas mesmo assim eu tenho uma paixão incrível pela minha Picape 2000. Apesar de ser velha, pelo menos ela anda e me protege da chuva.

Cheguei à escola e notei que não era muito grande, comparada a minha antiga. Eu estou no terceiro ano, é o ano da formatura, festas. Mas não estava tão animada assim, só queria que tudo acabasse.
Estacionei o carro e de cara percebi que algumas pessoas me encaravam. Continuei andando até a secretaria para poder pegar meus horários e o mapa do colégio. A secretaria era um prédio pequeno, e assim que coloquei meus pés lá, logo fui atendida por uma senhora de meia idade. A secretária provavelmente.
—Em que posso ajudar? - ela me perguntou muito calmamente.
—Estou aqui para pegar meus horários.
—Você é a aluna nova. Certo?
—Sim, sou Isabella Swan.
—Há claro Isabella Swan, aqui estão seus horários.
—Obrigado!
Peguei meus horários conferindo-os. Percebi que se quisesse chegar a tempo na aula de história, deveria correr. Por isso sai logo da secretaria, e quando estava entrando no prédio principal, esbarrei em uma garota.
—Desculpa. - falei rapidamente sem olhar muito em seus olhos.
—Não tem problema. Isso sempre acontece. - ela parou por um tempo e depois falou novamente - você é nova não é?  Isabella...
Como ela sabia meu nome? Fiquei confusa.
—Isabella Swan, sim sou eu. Mas me chame apenas de Bella. Como você sabe?
—Bem, seu pai é o novo chefe de polícia e em cidade pequena noticias correm rápido, desculpa.
Eu já deveria imaginar. Agora eu era a atração principal da cidade.
—Sem problemas. Você é? - quis me bater por não ter perguntado o nome dela de imediato.
—Ângela.
Depois das apresentações, ela me deu boas vindas e me mostrou onde ficava a minha sala de aula. E como se fosse ruim os bastante ter esbarrado na Ângela, praticamente fui obrigada pelo professor a me apresentar. Todos me olharam como se estivessem famintos e eu fosse um pedaço de carne. Sentei no fundo da sala, onde ninguém me encheria a paciência. Não gostava da ideia de todos saberem quem eu sou, mas se eu mantiver o plano de não me envolver com ninguém, tudo ficará bem.
O dia correu rápido. Prestei atenção nas aulas, respondi o que era perguntado e sempre que alguém vinha puxar assunto, eu dava um jeito de cortar.  Na hora do almoço sai da sala às pressas e fui direto ao refeitório, tentando evitar a tal Ângela que conheci há pouco. E mesmo assim, quando eu ia entrar acabei esbarrando com tudo em uma pessoa. Para ser exata foi em uma menina. Ótimo, mais uma. Ela era muito branca, diferente de Ângela, mais baixa que eu e com os cabelos curto e repicados pretos. Devo admitir que ela é forte,porque com o impacto eu cai de bunda no chão e já com a garota não aconteceu nada. Ela permaneceu parada, como se eu não tivesse esbarrado nela.
Levantei imediatamente pedindo desculpas, mas ela logo veio puxar assunto.
—Olá. Sou Alice Cullen. - a baixinha com voz de sino falou - E..er...Me desculpe.
Já estava cansando de ter que ficar dizendo meu nome a todos.
—Isabella Swan, mas me chame de Bella.
—Então você é a aluna nova de quem estão falando.
—Já estão falando tanto assim?
—sim sim
—Bom tenho que ir.
Quanto menos prolongasse a conversa, mas fácil seria de manter o meu plano.
—Prazer em te conhecer. -disse a baixinha, e ficou me olhando até que eu estivesse fora de vista.
Não sei, mas algo me dizia que essa Alice não sairia da minha vida nunca mais.
Fui para a fila da lanchonete e encontrei a Ângela novamente, ela insistiu para que eu fosse sentar com ela, fiquei sem graça de recusar e por isso aceitei. Seus amigos me pareceram bem legais. Tinha o Ben ,que por alguma razão achei que a Ângela gostasse dele. Tinha a Jéssica, que por sinal, tive aula de álgebra, mas ela me pareceu meio fútil e o Mike, que não tirava os olhos de mim. Não gostei dele. Mike me lembra muito ELE. Suas feições, seu cabelo, eles eram parecidos em quase tudo. Senti vontade de chorar ao pensar isso, porém segurei as lágrimas e aguentei firme.
Continuei observando os outros alunos, enquanto todos mantinham uma conversa paralela a minha volta. Nessa minha pequena avaliação das pessoas ali no refeitório, encontrei uma mesa que me chamou a atenção. Era a mesa onde a garota que esbarrei a pouco estava sentada. Havia mais uma garota loira no meio deles, e muito bonita por sinal. Pareciam aquelas garotas de capa de revista, assim como todos ali. Três meninos, um super forte de cabelos preto conversava com a loira, e percebi que eram namorados. Eles estavam abraçados e pareciam se gostar muito. Confesso que tive uma pequena inveja. Como seria se eu estivesse com o Lucas ainda? Não consegui evitar esse pensamento. Sacudi a cabeça na negativa para espantá-lo e o deixei de lado, continuando a minha analise da mesa de perfeições. Notei que ao lado de Alice tinha um menino não tão forte como o outro. Ele tinha uma expressão séria no rosto, mas também vi que ele era namorado de Alice, pois eles se olhavam de uma maneira muito apaixonada enquanto conversavam um com o outro. E por fim, percebi o ultimo menino na mesa. Esse estava sozinho e mantinha um olhar distante. Seus olhos eram dourados e muito bonitos. Seus cabelos eram de uma cor diferente, não eram totalmente loiros e sim acobreados e revoltos. Não sabia para que lado eles iam , mas eram lindos. Seu corpo isso sim era divino. Ele era alto e musculoso, mas nada monstruoso como o de cabelo preto. Sua pele também era completamente pálida como a de todos ali na mesa.
Juro que não conseguia parar de olhá-lo, algo nele me prendia.  Até que seu olhar se encontrou com o meu e eu fiquei em um transe. Que olhos eram aqueles? Mordi os lábios involuntariamente ainda o encarando.
Espera, o que eu estou fazendo? Pensei. Eu não posso me interessar por ninguém, eu ainda estou sofrendo. Desviei meu olhar e levantei da mesa pedindo desculpas a todos e sai. Não podia ficar mais ali.             


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Notas finais do capítulo

o que acharam?



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