Com amor, Lucy: Cartas para um bom pai. escrita por Laís Lívia


Capítulo 1
Capítulo único


Notas iniciais do capítulo

OE GENTE VOLTEI!



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Natsu Dragneel corria atrás de Lucy com toda a velocidade que tinha e com isso, passou facilmente a loira. Ao passar pela garota, o rosado segurou a cintura dela, levantando-a e a colocando nos ombros, de forma bem infantil propositalmente.

— Natsu! Seu rosado imbecil, me põe no chão! - Lucy ria como nunca do jeito em que fora colocada sobre o rosado.

— Só quando chegarmos na guilda, loira exigente. Aproveita o passeio aí. - Retrucou Natsu em sua forma infantil e charmosa de ser. Até que levou um leve tapa na cabeça.

— Idiota... - Disse Lucy num sorriso radiante. A forma como Natsu mexia com seus sentimentos era algo completamente peculiar.

— É, o único idiota que te atura 24 horas por dia e que você não consegue viver sem. - Provocou Natsu, sem nenhuma segunda intenção, mas que gerou um rosto com um tom avermelhado por parte da loira. Esta se fingiu de emburrada e fez um beiço com os lábios.

— Eu sobreviveria sem você, seu tapado... - Disse baixo só pra ela ouvir, mesmo sabendo que era mentira, mas a audição apurada do Dragon Slayer do Fogo não permitiu que isso acontecesse.

— Ahhh, jura? - Provocou Natsu parando imediatamente de correr e a colocando no chão em frente à guilda. Assim que fez isso, abriu um sorriso sacana e percebeu a face corada da menina.

— É! Eu posso me virar sem você! - Bradou Lucy com determinação no olhar.

— Então façamos o seguinte: Você vai passar o dia longe de mim e vamos ver se você aguenta. - Apostou Natsu. Chegando bem perto da garota, sussurrando em seu ouvido, a deixando ainda mais vermelha do que já estava.  - Eu tenho certeza absoluta que no final do dia você vai voltar correndo pra mim, me dizendo que sentiu minha falta.

— É o que nós vamos ver, Dragneel! -  Desafiou Lucy dando um beijo no canto da boca de Natsu, o que deixou o garoto completamente imóvel e corado. A garota saiu rindo alto dali, depois de piscar de forma provocante pro rosado, com um sorriso vitorioso no rosto.

Natsu ainda não tinha acordado do choque, até que Erza chegou e lhe deu um soco na parte superior da cabeça.

— Para de moscar na frente da guilda, Natsu! - Gritou a "demônio escarlate".

— Sim, Erza... - Concordou o garoto, passando a mão pelo local atingido, porém com a mente preenchida por certa cabeleira loira. O garoto entrou na guilda e foi direto pro balcão pedir conselhos à Mira.

— Yoo Mira!

— Yo, Natsu. O que foi? Você nunca vem no balcão.

— Mira, acho que eu to doente... Toda vez que eu chego perto da Lucy ou olho pra ela ou até mesmo penso nela, sinto meu rosto esquentar, meu estômago fica mais leve, eu perco a firmeza nas pernas... Será que é alergia? EU TENHO ALERGIA À LUCY?! - Bradou desesperado, sem ideia de como chegar perto da melhor amiga sem os estranhos sintomas. A albina riu do desespero do garoto, deixando-o completamente confuso.

— Natsu, o que você sente quando a Lucy está em perigo? - Perguntou a mais velha com um sorriso gentil no rosto.

— Eu... Eu sinto que preciso salvá-la a todo custo. Preciso que ela fique segura, que fique aqui, comigo. Mas esse sentimento é normal, não é? Ela é minha melhor amiga.

— E quando ela ta perto do Sting? Rogue? Gray? De qualquer homem que não seja você? Quando ela sorri pra essas pessoas?

— Sinto uma vontade enorme de socar cada um deles...

— Quando ela chora?

— Eu fico muito mal quando a vejo chorar, me sinto um completo inútil... O que eu tenho, Mira?

O sorriso no rosto de Mirajane aumentou ainda mais.

— O que você tem, Natsu, tem um nome muito específico...

— E como se chama, Mira?

Amor

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" Oi, papai!

Como o senhor está hoje?

Eu sei que o senhor não me ouve nesse momento e também não tem reação nenhuma quando eu falo com você, mas eu ainda não desisti e não vou desistir tão cedo...

Dia 17 de março, quinta-feira, okay?

Bom, hoje eu acordei cedo e como todos os dias, Natsu invadiu meu apartamento. Vou começar a colocar uma grade pra ele entrar pela porta. Mas no fundo eu sinto que não devo fazer isso... Acho que vai perder a graça. O Natsu entrando pela porta... Não seria... O Natsu. Enfim!

Hoje eu fui na previdência social de Magnólia pra ver o seu caso. Claro, ainda precisamos de dinheiro pra viver, certo? Devo admitir que foi um completo INFERNO! Mas pelo menos resolveu algumas coisas...

A sua ausência anda me afetando demais ultimamente, papai. Minha concentração anda de mal a pior. Não consigo fazer as coisas como antes. Acho que parte de minha vontade de viver se foi. As coisas que como (quando como né... Até vontade de comer eu perdi também) são completas besteiras. E comendo todas essas besteiras, eu lembro de quando você passava no supermercado e dizia: " Hoje é que dia mesmo, Lucy? " E eu completamente animada respondia: " DIA DAS GULOSEIMAS!" Nós dois passávamos pelas prateleiras analisando os menores preços das melhores besteiras que alguém poderia comprar.

Quando for ler essa carta, não repare nos pequenos pingos secos sobre o papel. Eu ainda choro muito pela sua situação. Prometi não chorar demais e é isso mesmo o que eu vou fazer, okay?

O vô ainda sente sua falta. Esses dias ele andou não querendo comer nada, mas com um jeitinho, que você sabe que só eu tenho, consegui fazer ele pelo menos almoçar.

Vovó e a Minerva continuam fazendo as acusações contra a gente. O senhor mesmo dizia que elas não tinham juízo e muito menos conhecimento e esperteza pra entender as coisas. E pai, eu concordo plenamente com você. As duas não tem limites! Elas espalharam pelo hospital que você passava fome na nossa mão e que era mal tratado. Eu ainda me pergunto, papai... Até onde elas vão chegar pra acabar com a nossa vida? Será que já não chega? O peso de ter de suportar uma saudade e um sofrimento sem igual pela sua ausência e pela incerteza do futuro já não são suficientes? São várias as dúvidas que passam pela minha cabeça, papai... E ainda vai demorar muito pra elas serem solucionadas.

Hoje você abriu os dois olhos! Parabéns! Agora é continuar assim, nesse ritmo de recuperação. Mas sabe, papai... Ainda quero desabafar mais um pouco com você... Não é fácil ter que observar uma pessoa infinitamente querida e amada por você, numa situação como a sua.

É estranho, incrivelmente estranho ver meu pai corajoso e brincalhão numa cama, completamente imóvel  e dependente de todos para tudo.

Pra falar a verdade, eu ainda não acredito que isso realmente está acontecendo. Ainda acho que tudo isso é só um pesadelo... Acho que meu cérebro fez um bloqueio emocional para não cair a ficha de que esse pesadelo é real, não sei... Não consigo me apoiar em alguém ainda... Ninguém até agora se mostrou confiável e íntimo o bastante para possuir esse posto, além do Natsu.

Mas o Natsu... Eu não quero fazer o Natsu perder aquele sorriso infantil que eu amo tanto por causa disso, mas não sei se já fiz.

Não admito em voz alta, mas o Natsu mexe comigo. Mexe emocionalmente comigo... Toda vez que eu chego perto dele, parece que meu coração vai parar na minha garganta de tanto pular dentro do meu peito. Ele me deixa confusa... Acho que eu sou apaixonada pelo Natsu, mas ainda não me toquei disso... Não fique bravo, papai...

O Natsu é meu melhor amigo, eu o amo e confio nele cegamente e daria minha vida por ele. Por isso, sei que ele não fará nada pra me machucar de propósito, não se preocupe. Talvez eu nunca diga a ele que o amo... O medo de não ser correspondida é maior, então por enquanto não vou dizer nada, até ter real certeza dos meus sentimentos.

Enfim, boa noite, papai... Espero que descanse bem hoje, amanhã eu vou te visitar, okay? Eu prometo!

Com amor, Lucy."

Lucy acabou de escrever a carta, deixando-a em cima da "mesa" junto a sua caneta. Ela não era selada, apenas colocada junta e dobrada dentro de uma caixinha de madeira trabalhada a mão junto com outras muitas cartas. A garota se levantou de sua escrivaninha e se dirigiu ao banheiro para tomar um banho relaxante.

Natsu entrou pela janela da garota, como sempre. Refez o trajeto do dia anterior e parou exatamente no mesmo lugar que no outro dia: A escrivaninha. Novamente, leu a carta de Lucy para seu pai, mas se surpreendeu com o fato de Lucy também o amar. Foi então que tomou uma decisão importante:

Faria Lucy ter completa certeza de seus sentimentos.

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A loira saiu do banho de toalha e nem percebeu que Natsu estava sentado em sua cama a observando. Pegou uma roupa intima e a colocou por debaixo da toalha, logo tirando essa de cena e voltando ao banheiro pra pendurá-la lá.

Natsu somente observava a garota, mas quando ela tirou a toalha, virou o rosto ruborizado tentando não prestar atenção nela.

Lucy colocou um short jeans e uma blusa vermelha. Amarrou o cabelo num rabo de cavalo e se dirigiu a cozinha para comer alguma coisa, tudo isso sem perceber a presença de certo rosado no quarto.

Preparou algo para comer e se sentou rapidamente... Até que o Dragneel pigarreou, dando um susto na loira.

— Natsu! O que ta fazendo aqui? Não era pra passar o dia todo sem você? - Disse Lucy após se recuperar do susto.

— Era, mas... - O garoto não completou  e viu a portadora da cabeleira loira se aproximar e sussurrar ao seu ouvido de forma incrivelmente sexy na visão do rosado.

Não se aguentou de saudades, Dragneel?

A frase despertou algo que Natsu nunca tinha presenciado antes. Seu corpo começou a ficar quente, mas um calor gostoso e vibrante. Não se interrompeu quando seu corpo agiu  "sozinho" em busca do da loira e agarrou a cintura dela logo depois de ela ter terminado a frase.

— Não aguentei ficar longe de você... - Disse Natsu ao pé do ouvido dela, causando arrepios que não foram despercebidos pelo rosado. — Me quer tanto quanto eu te quero, Luce?

— Eu te amo, idiota. Claro que eu iria te querer! — Disse a garota soltando uma risada gostosa junto a um rosto corado pela confissão.

O coração de Natsu bateu incrivelmente mais forte naquele momento. Um sorriso radiante surgiu nos lábios do garoto junto ao rosto levemente corado do mesmo. Ele não perdeu nem mais um segundo para tomar a boca de Lucy para si, num beijo necessitado. Um beijo que passava os sentimentos de ambos para ambos.

A garota passou os braços pelo pescoço do rosado, enfiando os dedos dentro de seus cabelos, enquanto o mesmo apertava o corpo dela contra o seu, numa tentativa de junção total, algo que não era possível. Logo o ar se fez essencial para eles e se separaram a  contragosto, substituindo o beijo profundo e necessitado por selinhos demorados.

— Eu te amo mais, Luce...

A garota sorriu e logo foi carregada para o quarto.

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Na manhã seguinte, ambos acordaram, mas nenhum dos dois queria levantar ou sair da posição em que se encontravam.

— Que a gente faz agora, Natsu? - Indagou Lucy.

— Sobre o que? - Natsu retrucou confuso.

— Agora, nesse momento. - Explicou a loira.

— Ué, nada. Vamos ficar aqui por enquanto. - Disse Natsu colocando o rosto no ombro da garota, a prensando ainda mais contra si.

— Então ta... - Concordou Lucy sorrindo. Mas a alegria durou pouco. Uns 20 minutos, para ser mais exata. A campainha tocou e logo algumas cartas e telegramas foram colocados embaixo da porta e empurrados, assim adentrando o apartamento.

A garota se levantou e pegou as cartas, logo voltando a cama com seu amado. Separou as que importavam mais e as que importavam menos, mas uma em especial chamou sua atenção. O envelope era vermelho e tinha o símbolo de sua família selado com um carimbo de cera. " O que é isso? Deve ser algo importante pra vir até aqui desse jeito. O que será que ta acontecendo?" Natsu se perguntava em pensamentos, mas sem interromper as ações da loira.

De repente, Lucy começou a chorar mais que uma criança que perdeu o doce. O garoto se assustou com a ação repentina e abraçou a loira com toda a força que possuía em seus braços. Não perguntou o que havia acontecido, apenas acariciou o cabelo dela até dormir de novo. Quando viu que a garota tinha se acalmado e dormido, Natsu pegou a carta e começou a lê-la. Quase levantou num salto ao descobrir o motivo da choradeira de Lucy...

O pai dela havia morrido.

A garota dormiu a manhã inteira no peito de Natsu. Chegando perto do meio dia, o garoto acordou Lucy que acordou, achando que tudo fora um pesadelo, mas não querendo mentir pra ela, Natsu logo desmentiu sua teoria. Achou que a garota ia chorar, mas foi surpreendido com um sorriso, um sorriso que demonstrava tristeza, porém era um sorriso.

— Obrigada por estar aqui comigo, Natsu... - Deu um selinho no garoto e logo continuou, encostando sua testa na dele e fechando os olhos. - Eu te amo...

— Eu também te amo, Luce... - Abraçou a garota mais forte, logo a soltando e indo almoçar com ela.

Eles passaram o dia na guilda, e Natsu não tirava os olhos dela. Até que teve uma ideia...

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Já era tarde.

Lucy saiu da guilda procurando Natsu e foi direto pro apartamento. Encontrou uma carta do garoto em cima de sua escrivaninha.

" Luce! Se você estiver lendo isso, quer dizer que agora está sentada na sua escrivaninha. Me perdoe por mexer nas suas coisas, mas era necessário... No verso dessa carta tem um mapa... Quero que você o siga, tudo bem? Logo vai entender. "

No verso, tinha um mapa de Magnólia, muito bem feito por sinal. Lucy se surpreendeu, mas logo sorriu. Sabia que Natsu iria fazer alguma coisa pra a animar.

Começou a andar pela cidade e pelos lugares que o mapa indicava. Algumas pessoas a observavam e a achavam louca, mas ela nem ligava. Não demorou muito e encontrou o primeiro destino: A Fairy Tail.

" Lucy, se você tiver chego na guilda, vá até o balcão e peça para a Mira o que eu deixei ali pra você."

Assim Lucy fez.

Mira a entregou um buquê de rosas vermelhas e, indiretamente, Natsu arrancou um sorriso mais do que radiante da loira. Ela logo pegou o cartão e leu:

" Luce,

eu te amei por mil anos... --->"

A garota logo entendeu o recado do rosado e virou o cartão.

"  E te amarei por mais mil. "

Lucy sorriu radiantemente e seguiu para o próximo ponto. A cada ponto que ia era um presente e um cartão com a mesma frase... Somente a ultima foi diferente. Não era uma frase, era o símbolo do infinito. Mas quando chegou ao ultimo ponto, ela começou a chorar.

Natsu estava sentado numa fonte perto de umas árvores sakura. Era a época do Hamani, a época em que as sakuras ficavam coloridas... E elas estavam assim.

O garoto rosado se aproximou e estendeu uma caixinha vermelha para ela. Ela abriu e encontrou um par de alianças e um cartão que dizia a mesma frase das outras, mas quando virou, se surpreendeu.

" Quer ser meu player 2, Luce... Por mil + mil+ mil e mais o infinito inteiro?"

A loira olhou para o rosado e sorriu em meio as lágrimas, logo o respondendo com o sorriso mais radiante que conseguiu dar:

Para todo o infinito de tempo existente.


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Notas finais do capítulo

Pessoal do " Por detrás do vidro" não fiquem putos, okay? Eu to trabalhando no capítulo, mas essas ideias loucas fizeram parte de mim. Talvez até o fim de semana eu poste, sorry pela demora! Vejo vocês depois! Bye o/



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