Quando acordei estava coberto em uma cama diferente da qual tinha me deitado. Me sentia melhor, mas mesmo assim ainda sentia cada parte do meu corpo doer. Parecia que foi esmagado por alguma coisa.

— Potter? Como se sente? – Madame Pomfrey perguntou se aproximando de mim.

— Melhor. – disse me sentando. – Ainda sinto meu corpo doer e minha garganta parece está pegando fogo, mas tirando isso, me sinto melhor.

— O senhor vai ter que ficar aqui alguns dias. – ela disse me olhando. – Posso perguntar como tomou esse banho de chuva para ficar desse modo?

— Treino. – disse me deitando novamente. – Estava chovendo e tínhamos que treinar. Depois demorei um pouco para trocar de roupa.

— Entendo. Não deve ficar com roupas molhadas. Acho que nem deveriam deixar que treinem nos dias de chuva, mas não posso fazer nada contra isso. E agora o senhor vai ficar aqui descansando, mas pode pedi para que seus amigos tragam seus deveres, assim não fica muito atrás.

— Obrigado. – falei fechando os olhos.

Acho que voltei a dormi, por que quando abri os olhos novamente notei que não estava sozinho. A Professora McGnagall e o diretor estavam parados em frente à minha cama conversando com a Madame Pomfrey.

— Olá, Harry. – Dumbledore disse sorrindo para mim.

— Oi. – falei me sentando.

— Com se sente?

— Bem. – disse passando a mão no rosto.

— Que bom. O senhor vai ter que ficar alguns dias aqui, mas está bem. – McGnagall disse vindo para meu lado. – Vou falar com os outros professores sobre seu caso, eles vão passar um trabalho especial para o senhor. O senhor Weasley e a senhorita Granger podem te trazer suas lições. Eles já sabem que o senhor está aqui?

— Não. Acordei mal e não disse nada para ninguém. – falei desviando os olhos. – Mas não acho que eles se importem.

— Como pode dizer isso? Eles se importam muito com você, Harry. – Dumbledore disse vindo para o lado de Minerva.

— Não acredito nisso. – falei olhando para baixo. – Eles estão namorando a dois anos e fiquei sabendo apenas ontem, depois de pagar o maior mico da minha vida. Eles não tiveram coragem de me contar que estavam juntos. Todo esse tempo... e nenhuma palavra.

O diretor nada disse. Ele sabia o que eu sentia por Hermione. Quando Ron tinha parado de falar comigo no ano passado, ele tinha ido conversar comigo e assim eu acabei confessando que teria ficado pior se Hermione ficasse contra mim, por que eu a amava.

— Harry...

— Eu vou ficar bem. – disse antes de começar a tossi. – Uma hora vai passar.

— Sobre o que estão falando? – Minerva perguntou confusa.

— Nada. – eu disse olhando para ela.

Todos ficaram em silêncio. Eu olhei para a janela, ainda chovia um pouco. Suspirei, seria um longo tempo. Poucos minutos depois, eu estava sozinho novamente. Fiquei olhando para a chuva. Eu me movi e sentir meus músculos protestarem. Eu não sabia o que estava doendo mais, meu corpo, ou meu coração. Bebi um pouco de água e voltei a fechar os olhos. Eu apenas queria que a dor acabasse, que esse aperto que estava sentindo em meu peito fosse embora. Abrir os olhos e peguei um livro que o diretor tinha deixado para mim.

— Oi, Harry. – levantei os olhos e vi Neville. – McGnagall pediu para mim trazer esses deveres para você.

— Obrigado. – falei sorrindo.

— Posso te perguntar uma coisa? – disse sem jeito.

— O que?

— Por que ela não pediu para o Ron ou a Hermione? Quer dizer, eles são mais seus amigos do que eu. Vocês estão sempre juntos. Achei estranho.

— Descobri que eles estão namorando a dois anos escondidos.

— Você descobriu? – perguntou tenso.

— Você sabia? – perguntei surpreso.

— Harry, eu acho que a culpa deles esconderem isso é minha. Eu peguei os dois se agarrando no último dia de aula no terceiro ano. Eles disseram que estavam namorando, eu falei que fiquei feliz por eles e perguntei como você tinha reagido ao saber, já que estava na cara que você gostava de Hermione, eles me falaram que não tinham falado com você ainda e que nunca tinham notado que você pudesse gosta dela mais do que um amigo. Quando estava deixando o trem, Ron me parou e pediu para não contar para ninguém, que eles não queriam estraga sua amizade por estarem juntos. Eu pensei que seria apenas por um tempo, mas não. Eu tentei convence-los a falar com você muitas vezes, mas eles se negaram. Falaram que ainda não estavam prontos para te enfrentar.

— Quem mais sabia?

— Todos os nossos amigos e os pais deles. – Neville falou abaixando a cabeça. – Eu não sei como eles conseguiram esconder isso de você com tanta pessoa sabendo. Tentamos fazer com que eles te contassem, mas eles sempre falaram que sabiam que estava fazendo e que assim seria melhor.

Todos sabiam. Todos. Eu sentir como se tivesse levado um soco de um gigante. Todos os que eu chamava de amigos... Todos os que eu confiava...

— Eu quero ficar sozinho. – falei me virando. – Vai embora.

— Me desculpa, Harry.

Nada disse, apenas olhei para longe. Sequei minhas lágrimas e peguei os livros que Neville tinha deixado comigo. Comecei pelo de poção, já que era o primeiro da pilha.

— Harry, o que aconteceu com você? – escutei a voz de Ron.

Olhei para cima e o vi vindo até mim com sua mochila e alguns doces. Me ajeitei na cama e voltei minha atenção para meu livro. Sem dá muita atenção para ele.

— Apenas uma gripe. – falei sem dá atenção para ele.

— Você está bem?

— Pareço bem, Ronald? – perguntei ainda lendo.

— Eu...

— Quer saber? Isso não importa. – olhei para ele novamente. – Já viu que estou vivo, pode sair. Não vou sair daqui por alguns dias.

— O aconteceu com você? Por que está falando assim comigo?

— Não sei. Deve ser porque descobri que meus amigos são falsos, que não tem coragem para me falar que estão namorando. Por esconder isso de mim. Por todos saberem, menos eu.

— Harry... Como você...

— Hermione me contou. – falei pegando minha pena e pergaminho para fazer algumas anotações. – Agora se não se importa, saia. Tenho lição a fazer.

— Harry, eu tenho que explicar...

— O que?  Que ficou com pena de mim? Que não queria que eu ficasse entre você e a Hermione depois que Neville contou para vocês que eu gostava dela? Quer saber de uma coisa? Isso seria uma coisa legal a se fazer, por que eu não ficaria com cara de idiota depois de falar para ela que a amo e ela me falar que está namorando com você a dois anos. Eu te contei, Ron. Te contei como me sentia, e você... Eu pensei que você fosse meu amigo.

— Eu sou.

— Não. Amigos não dão essa facada nas costas do outro. – falei sentindo minhas lágrimas me traindo e descendo. – Amigos não escutam o outro falando sobre seus sentimentos amorosos por uma menina e não fala que isso nunca poderá acontecer por que namora com ela. Amigos, não ver o outro sofrendo por amor e ficam quietos sabendo que ele pode vim a sofre mais já que não é correspondido. Amigos contam tudo um para o outro. Merlin, como fui cego. Todas ás vezes que vocês se calavam quando eu chegava, todas as vezes que sumiam e o pessoal davam desculpas bobas. É isso que você chama de amigos? Não contar uma coisa importante dessa, escutar eu falando sobre meu amor por Hermione e não me contar que namora com ela? Vocês conseguiram ser piores do que o Malfoy. Merlin, piores que o Voldemort. Ele nunca escondeu que me odeia ou que nunca vai me deixar em paz. Mas vocês... Se fizeram de meus amigos para esconderem de mim um segredo desse. Foi pela minha fama, pelo dinheiro, pelo que? Pensei que depois de corremos perigos de vida tantas vezes juntos, podia confiar em vocês, mas estava enganado. Vocês nunca foram meus amigos de verdade. Como eu fui bobo em pensar que alguém podia gosta de mim. Meus tios tinham razão... Não tem com alguém gosta de mim.

— Harry...

— Vai embora. Quero ficar sozinho.

— Espera, eu tenho que...

— VAI EMBORA. – gritei, para começa a tossi logo depois.

— Senhor Potter, o que está acontecendo? – Madame Pomfrey perguntou vindo correndo até mim. Nada respondei, apenas continuei tossindo. – Saia, senhor Weasley.