O Diário das Irmãs Martins escrita por sahendy


Capítulo 32
Te assombrar todo dia


Notas iniciais do capítulo

Oi gente! Por favor leiam, e COMENTEM! Obrigada, que Deus e a Virgem de Guadalupe as abençoe. Eu amo vocês.



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"Há uma razão pela qual cirurgiões aprendem a manejar bisturis. Eles gostam de fingir que são durões, frios cientistas. Gostam de fingir que não tem medo. Mas a verdade é que se tornam cirurgiões porque em algum lugar bem fundo dentro deles acham que podem cortar o que os persegue. Fraqueza, fragilidade, morte.

[...]

Quando voltamos para o apartamento subimos as escadas e nos trancamos em meu quarto, me deitei na cama e fiquei olhando a minha foto de infância na casa dos meus avós. Não passava das 15h e todo o planejamento de Carlos Daniel foi por água abaixo, eu sempre digo que "está tudo bem" apesar de nunca estar. Acho que é uma auto-defesa pois, jamais gostei de contar tudo para todos.

Eu não estive bem quando vi meus pais trocando eu e Paola pelo trabalho e sermos criada por Adelina, eu não estive bem quando Paola descobriu ter dislexia e eu apenas eu pude ajuda-la porque ela tinha tamanha vergonha disso, eu não estive bem quando vi meu primeiro cachorro morrer, eu não estive bem quando derrubavam meus livros e me empurravam no colégio, eu não estive bem quando Ian morreu, eu não estive bem quando soube que tinha mais um meio irmão e nunca soube dele, eu não estive bem quando fiquei sem o Carlos Daniel, eu não estive bem quando Jilian perdeu sua perna e eu não estou bem por achar que tudo isso e em especial a morte de Ian é a minha culpa.

— Paulina, não vamos fazer isso. - Carlos Daniel me diz se sentando na cama, cubro meu rosto limpando as lágrimas e me viro para ele. - Você não o matou! E sabe disso, foi tudo um acidente. Isso pode ocorrer a qualquer instante. Mas, o mais importante, digo de verdade é que você não é a culpada por Ian ter falecido... Você o amava demais, era seu primeiro amor... E eu Lina, pretendo ser o seu último. Nada do que houve foi culpa sua, não cabe a nós isso, não cabe a nós mudar o destino ou o passado. Foi Ian quem decidiu dirigir naquele dia, foi o irmão quem o acompanhou. E se fosse você? Teria mudado em algo?

— Muitas noites eu sonho com ele, e você também está no sonho... E eu estou na sala de cirurgia onde declararam a morte dele e de repente ele me diz que eu não serei feliz porque você não me ama... E você aparece dizendo que me ama e eu escolho você.

— E depois?

— Depois eu acordo, sempre acordo depois. - Respondi a ele que segurou em minha mão.

— Talvez o próprio Ian não esteja preparado para te deixar... IAN! - Carlos Daniel gritou ao quarto que apenas nós dois ocupávamos - IAN, DEIXE PAULINA EM PAZ! EU IREI CUIDAR DELA AGORA, ELA ESTÁ BEM! EU A AMO E NÃO SE PREOCUPE.

Não acontece só com cirurgiões. Eu não conheço ninguém que não seja assombrado por algo… ou alguém. E mesmo se tentarmos cortar a dor com um bisturi ou enfiá-la no fundo do armário… os nossos esforços costumam ser em vão. Então só conseguimos limpar nossas teias de aranha virando uma nova página ou colocando uma história de lado – de lado, de uma vez por todas.

[...]

Soltei um sorriso largo a ele que sorriu de volta me olhando em seguida segurou em meu queixo e me beijou segurando minha nuca, inesquecível. Carlos Daniel deitou-se na nossa cama enquanto eu me ajeitava em cima dele enquanto ele segurava em minha cintura firme ainda me beijando, eu acariciava seu peito e passava minhas unhas em seguida por toda as suas costas.

Carlos Daniel num momento olhou para mim e eu acenei positivamente a ele que sorriu maliciosamente passando sua mão em minha bunda e a apertando, nossas respirações ficaram ofegantes, peguei a camiseta azul que ele vestia e a tirei, beijei o peitoral de Carlos Daniel e ele deslizou seus dedos por dentro da minha blusa, olhei para ele que abriu o sutiã retirando minha blusa e logo o sutiã jogando o pelo quarto.

— Lina? - Ele me chama.

— Minha mente está atrapalhando. - Respondo ainda sentada em cima dele apenas com a calça jeans.

— O que foi? - Ele me pergunta segurando em minha cintura.

— Eu não estou conseguindo entender o que o meu corpo diz, eu quero muito. Ok, ok, vamos fazer isso, e eu digo como. - Respondo a ele que sorri.

— Então, como é? - Carlos Daniel me pergunta alisando minha perna e a apertando.

— Vou mostrar é melhor. - Novamente respondo.

Penso comigo ali no momento em transforma-lo ou como diz o Jeremy para mim "eu te destruiria" os nossos olhares estão se cruzando agora, Carlos Daniel está abrindo o zíper da minha calça e a retirando lentamente, me deitou na cama e abriu meus braços os segurando enquanto mordia meu lábio se remexendo na cama. Olhou para mim num momento e beijou minha barriga, ainda com a calcinha ele segurou minha perna e beijou-a, segurei os lençóis e ele retirou minha calcinha ainda me olhando.

Senti seu dedo entrar dentro de mim ele ergueu minha cabeça e me beijou novamente e sua língua estava dentro da minha boca, uma das minhas pernas encostou em sua perna enquanto eu segurava suas costas ofegante, ele sorriu para mim enquanto jogava minha cabeça para trás e mordia meu lábio inferior. Ele me tocava devagar e num ápice de prazer ele acelerava e era como se uma melodia tocava em minha cabeça, eu só pensava em "Acelera amor, me faz suar"

Num momento em que ele retirou seu dedo, sorri com a língua entre os dentes, ele abriu o zíper de sua calça e a retirou ficando de cueca boxer, me ajoelhei na cama e coloquei minha mão dentro de sua cueca, ele sorriu para mim. Uma de minhas mãos ficou entre sua nuca e a outra dentro de sua cueca, Carlos Daniel a retirou e se deitou na cama, eu passei a mão num vai e vem. 

Ele me beijou, e logo tocando em minha nuca e beijou meu pescoço, dei uma gemida chamando por seu nome e novamente ele me cala num beijo enquanto continuo naquele toque por dentro de sua cueca... Minhas pernas amoleceram em seguida e novamente Carlos Daniel toca em minha parte e uma de minhas encontra minha cabeça e a outra agarro firme o lençol, num segundo dou um grito no quarto de imenso prazer agarrando dessa vez os cabelos dele enquanto Carlos Daniel me rende pegando minhas mãos a deixando em cima de minha cabeça dando aquele sorriso malicioso, sua língua invade minha boca e ele geme por meu nome num instante. Suas carícias em meu corpo me fizeram novamente gemer, o sinto me atacando chupando com sua boca mal intencionada meu seio direito e sua outra mão firme apertando meu seio esquerdo.

Quando ele me acalma e se junta ao meu corpo, num momento de quietude Carlos Daniel colocou seu pênis dentro de mim e nossos corpos começavam a se mexer naquela cama, minhas coxas ficaram ao redor de seu quadril, debruçado sobre o meu corpo, dei uma outra gemida enquanto Carlos Daniel ditava o ritmo no quarto acelerando - ele novamente me calou num beijo, mas os nossos gemidos eram insanos, coloquei minhas mãos em volta de seu pescoço e ele me olhou, seu cabelo estava totalmente bagunçado, meus pensamentos estavam confusos e tudo aquilo era ótimo. 

— Lina, vou gozar. - Ele me disse numa hora aumentando ainda mais o ritmo.

— Mais rápido! Vai. - Pedi a ele naquela hora, ele firmou suas mãos em minha cintura - Ai Carlos Daniel, vai... Ai! - Gritei no quarto (...)

Nos deitamos logo em seguida, ofegantes, apoiei minha cabeça em seu peito ouvindo o coração de Carlos Daniel pulsar muito rapidamente, ele envolveu seu braço ao meu redor e o segurei alisando-o, ele beija minha testa. Logo me levanto passando por cima dele e indo tomar um banho, jogo meu cabelo e caminho no corredor totalmente pelada, e o vejo indo atrás de mim dizendo que também iria tomar banho.

 Peter...

No carro depois de sair da loja de discos tocou na rádio Demi Lovato e ela aumentou o som cantando "Confident" e olhava para mim fechando suas mãos como se fosse uma arma "What's wrong with being confident Peter?" ela perguntou a mim assim que a música acabou. Tudo que envolvia Luna me encantava. 

E num minuto quando eu menos esperava ela encostou no banco do carro e olhou para mim que prestava atenção na estrada e soltou que não parava de pensar em mim, cheguei a pensar que ela estava mudando - a doce, meiga, inteligente, engraçada Luna Rivers se apaixonando - mas, pude lembrar naquele milésimo de segundo depois que aquilo não aconteceria pois ela não se apegaria alguém em 3 dias que nos conhecíamos e já estávamos tendo um lance.

— Ultimamente só penso em você Peter. - Foram as 6 palavras dela, fiquei pensando se foi porque depois naquele encontro fomos para o quarto dela e transamos.

— Eu fico feliz... Também só penso em você. - Respondi a ela que sorriu e colocou seu dedo em sua boca ficando sem graça, suas bochechas coraram naquela hora e eu sorri por aquilo. 

— Peter, o amor é somente pra quem tem coragem... - Ela me disse, mas não diretamente olhando para mim, olhava a paisagem lá fora e apenas disse aquilo no carro, e antes que eu respondesse algo se surpreendeu onde havíamos chegado. - Ah meu Deus! Paint ball!! - Ela disse entusiasmada. 

Descemos do carro e fomos nos inscrever ali na frente, e ela olhou para mim dizendo que iria ganhar me deu um selinho e entrou na sala para se trocar.

No local do campo havia apenas 4 pessoas inclusive nós, era quinta feira então não poderia ter muitas pessoas "apenas desocupados" como ela havia me dito numa hora atrás quando chegando, ironicamente, ela correu atrás de mim tentando acertar seus tiros em meu corpo e eu esperava o tempo certo para acerta-la. Parei pedra a frente e ela mirou para meu corpo e deu um tiro, assim que caí ao chão ouço seus gritos de felicidade "Eu sou a melhor Peter" ela repetia aquilo até chegar perto de meu corpo.

— Peter, levante não é pra tanto. Já provei que posso acabar com você! - Luna diz e se aproxima ainda mais, se debruça em meu corpo ficando assustada por eu ainda não ter levantado. Luna retirou a proteção de meu rosto e me vê desacordado, enquanto ainda está ajoelhada ao lado de meu corpo, ela grita "Socorro" umas duas vezes e eu não consegui conter a risada.

— Estava preocupada! - Digo a ela que se senta ao chão, enquanto eu fico sentado frente a ela dando risada assim como ela fez um pouco mais cedo na loja de discos. Ela ergue seus braços dando tapas em meu ombro.

— Safado! - Ela gritava, as outras duas pessoas que se aproximaram logo saíram quando viram que tudo não passava de uma brincadeira. - Que susto seu idiota! - Novamente ela gritou, coloquei minha mão em sua nuca e ela tentou esquivar pela raiva, a puxei para perto de mim e a beijei. 

— Vem vamos sair daqui. - Digo a ela me levantando e a levanto em seguida. 

No carro ela não parava de me xingar até que eu confessei que nada daquilo era para ser sem graça ao contrário era apenas uma vingança. E logo quando ela se acalma ele estaciona no mercado já que Carlos Daniel havia deixado as chaves da sua casa com ele para comprar as bebidas e os salgados para a festa surpresa de Paulina e Paola.

— Peter, eu tive uma ideia. - Luna me diz enquanto levo o carrinho com apenas as bebidas dentro, ela afasta as bebidas para o outro lado e sobe em cima dele se sentando, pega a tequila numa mão e a outra a vodka e pede para que eu acelere. 

Peguei impulso e dei risada daquela ideia estúpida que estávamos fazendo parecendo dois adolescentes num mercado, comecei a correr pelo corredor dos salgadinhos ela ergueu as mãos com as bebidas e gritava, as pessoas ao nosso redor olhavam assustados para nós como se fôssemos loucos. E sim, nós éramos naquele momento.

Coloquei o máximo de salgadinhos que podia dentro do carrinho e no fim do corredor o segurança parou ali e ficou nos encarando, ela gritou para mim "Droga. O guarda, Peter para" e eu parei na hora fechando o sorriso e olhamos para ele.

— Desculpe senhor. - Digo a ele.

— Desça do carrinho senhorita. - O guarda diz a Luna, ela se levanta dando um pulo e arruma seu vestido. - Quantos anos tem os dois? - Ele nos questiona.

— 23. - Luna respondeu.

— 24. - Respondi. Todos a nossa volta nos olhavam dando risada e esperando que fôssemos castigados. 

— Façam as compras civilizadamente e por favor saiam do mercado sem incomodar os outros. - O segurança nos diz, respondo acenando com a cabeça positivamente e Luna também e assim que ele dá as costas olhamos um para o outro e começamos a dar risada, era o segundo mico que passava naquele dia.

Pagamos as compras e levamos tudo para o carro indo para a casa do Carlos Daniel guardar as coisas e logo fomos para a casa de Luna.

Jeremy...

Depois do almoço, Megan me levou ao mercado e comprou algumas cervejas e fomos para o seu apartamento, ela jogou sua bolsa na mesa e colocou as cervejas para gelar deixando uma para eu abrir. 

— Fique a vontade. - Ela me disse e retirou sua calça olhei para ela sem entender daquilo, ela olhou para as pernas e me olhou de volta. - Quer parar de ser tarado? Eu vou tomar banho, vai ligue a tv, fique a vontade. - Ela me responde e pega sua calça indo para o banheiro.

Liguei a televisão dela e estava passando o final da série Grey's Anatomy e eu sempre gostei daquela série, era uma das únicas que não me entediavam jamais. 

Quando ela saiu do banho e se sentou ao meu lado com sua cerveja em mãos colocou o filme "Sexo sem Compromisso" me perguntando se eu já havia assistido.

— Nunca. - Respondo, ela sorri e coloca suas pernas em cima da minha, olhei para ela algumas vezes tentando disfarçar e ela dublava a própria fala dos personagens de tantas vezes que já havia assistido aquele filme. E aquilo era o que eu queria para nós dois. Arrisquei novamente. - E se fizermos isso? - Pergunto a ela que toma um gole da cerveja e arruma seu cabelo em seguida.

— O que, sexo? 

— Sim. - Respondo e ela bate em meu peito recusando novamente. 

— Pensa bem Megan, eu não estou pedindo você em namoro, mas nos damos super bem e podemos transar. Amizade Colorida. - Digo a ela.

— Quantos anos temos? 16? - Ela questiona e encosta sua cabeça ao sofá me olhando. - Ok, eu topo. - Ela me responde em seguida.

— O que? Vai aceitar mesmo? - Pergunto e tomo mais um gole da cerveja. 

— Faremos assim... Sob as condições "Não se apaixonar um pelo outro" e "A amizade em primeiro lugar" pode ser? - Megan me pergunta retirando suas pernas em cima das minhas e me encarando. 

— Por mim tudo bem. - Respondo. - Vamos fazer onde então? - Pergunto a ela que aponta para o seu quarto e se levanta levando as garrafas de cerveja para a cozinha e caminha até seu quarto. 

No quarto com apenas a cama nos separando ficamos nos olhando por um tempo até que ela quebra aquela sensação estranha no quarto e retira sua blusa e eu retiro meu tênis, quando olho para ela novamente Megan retira seu sutiã e eu olho seus seios.

— Nunca viu peitos Jeremy? - Ela me pergunta e dá uma apertada em seus seios fazendo pose. 

— Já vi. Mas, seus peitos são lindos. - Respondo a ela que sorri olhando para eles.

— Eles são pequenos. - Megan me responde. 

— São peitos lindos e de qualquer forma são peitos. - Respondi a ela que sorriu para mim. Retirei minha camiseta e ela retirou seu shorts. - Ah, sinto cócegas no queixo.

— Ok, a Jeremy se tiver chulé então fique de meias porque meu ex namorado tinha problemas e isso se tornou pessoal. 

— Tudo bem. Eu não estou com chulé. - Respondo e logo retiro minha calça ficando de cueca para ela, ela agradeceu por eu não ter chulé e então retirou sua calcinha e me olhou "Hm" digo e então retiro minha cueca.

— Hm. - Ela respondeu dessa vez sarcástica pela resposta que havia dado e dou um passo a frente tocando seus peitos, ela me olha não aprovando. - Vamos me pegue. - Dou um beijo nela que aceita na primeira vez e depois recusa - Não faça isso se tornar emocional. 

Peguei Megan no colo e a joguei em sua cama ficando em cima de seu corpo e a beijo novamente, logo Megan me olha estranhando porque fiz aquilo duas vezes seguidas e replica a mesma frase "Não pode ser emocional" 

— Megan, estou com a mão dentro de você, não tem como ser menos emocional você pode calar a boca agora? - Pergunto a ela.

— É. Tem razão. - Ela respondeu. E me beijou novamente - Não acredito que fazendo isso. 

Na verdade nem eu poderia acreditar que aquilo estava acontecendo entre nós dois, Megan é totalmente linda e gostosa, e era minha amiga. Ainda com minha mão dentro dela parei por um segundo. 

— Quer parar? A gente pode sei lá... Sair e beber. - Digo.

— Iríamos voltar a estaca zero. 

— Quer correr?

— Correr? A essa hora? Não, quero continuar. - Megan me respondeu. - Só não estava pronta.

— Pro sexo? 

— Sexo casual Jeremy. Ok, só "umazinha"— Ela me disse, e eu concordo. 

Ainda por cima dela coloquei meu pênis dentro dela e acelerava com minha mente dizendo "Mais rápido" o lençol dela cobria minha bunda e Megan me disse numa "Mais rápido" sorri para ela e assim o fiz. Beijei seu pescoço ainda me movimentando.

Ela esfregava seu pé ao meu e estava ofegante, pediu para que eu desse um beijo em sua orelha e por mais tenha achado estranho - beijei - dei um selinho nela "Fala meu nome" digo a ela que passa suas unhas pelas minhas costas.

— Jeremy Frances Kurtzman. - Megan diz e eu paro e olho para ela novamente que fica estranhando o porquê parei de beija-la. 

— O nome todo não! - Respondo.

— Foi mal Jeremy... Redigi seu contrato, esqueceu? 

— Cala a boca. - Replico e novamente a beijo.

Paola...

Quando Douglas terminou com Marissa nessa manhã e ela ter gritado no corredor que eu não passava de uma "Filhinha do papai e piranha" Douglas entrou no apartamento novamente e então fomos para o quarto. Não transamos. 

Ele me abraçou e nós adormecemos ali juntos. 

Mais tarde ele me acordou e disse que faríamos um novo recomeço de namoro para comemorar, como não sabia cozinhar e só tinha uma pizza que encomendou para sua janta noite passada me deu um pedaço e eu me arrumei ali em seu apartamento com alguma roupa minha que achei em suas gavetas.

Fomos até um parque de diversões no final da tarde e estava frio, ele me abraçou - bem forte - como se somente eu importasse para sempre no mundo inteiro. 

— Vai voltar para o setor de sempre ou ficará onde está? - Pergunto para ele segurando seu quadril, ele olha para mim e sorri.

— Acho que vou voltar. Não pretendo ficar no mesmo que a Marissa. 

— Ela tem que ser adulta! E você também, toda hora trocar de setor. - Respondi a ele que me beijou. - Ah, isso vai demorar muito! - Digo a ele numa hora.

Esperei um tempo enquanto ele olhava a montanha russa "Eu sei, foi mal por isso." ele me disse, concentrei-me e então comecei a chorar ali na fila. As pessoas da nossa frente me olharam estranhando o porquê daquilo.

— Paola, o que voc... Espera. - Ele sussurra - É o seu plano para passar na frente de todos eles? 

— POR QUE DOUGLAS? - Grito a ele e dou uma piscada já que ele havia aprendido e entendido o motivo de estar chorando na fila num parque de diversões. E logo, Douglas começou a chorar, levou um tempo até ele aprender a chorar facilmente sem motivo algum. Era esse o truque que usávamos no colégio pelo atraso de trabalho ou quando éramos parados pela policia no trânsito.

Não demorou muito e o instrutor apareceu perguntando se tudo estava bem, dei um tapa no ombro de Douglas e mais uma vez gritei ao moço - O meu namorado idiota chegou atrasado ao parque e por isso estamos aqui atrás. Eu só quero ir na montanha russa. 

— Eu sou idiota? Eu fico todo atrapalhado com toda essa gente aqui. - Douglas responde e começa a chorar ainda mais, seguro o riso e o instrutor nos pede para nos acalmarmos.

— Ok... Acho que o casal deixa vocês passarem na frente, certo? - O instrutor pergunta e todos concordam assustados porque chorávamos. E então, logo estávamos na montanha russa gargalhando lá em cima depois de termos passado a fila enorme.

Jilian...

Quando entrei no apartamento depois de ter fechado a livraria fui a procura de Paulina já que ela estava mal essa manhã, entro no banheiro por ouvir o chuveiro com Emily ao meu colo, e vejo dentro do boxe ela e Carlos Daniel se beijando, tapei os olhos da minha filha muito rápido, saio dali descendo as escadas e vou para a cozinha.

E então, logo Paulina entra na cozinha secando o cabelo se direcionando até a geladeira pegando suco "Bate na porta!" eu dou uma olhada para Carlos Daniel que fica encostado na porta.

— Desculpe! - Digo aos dois, e ele também se desculpa, vai até Emily e a pega no colo, Paulina pega sua mão dando um beijo e Carlos Daniel sai dali nos deixando a sós. 

Nos sentamos. 

— Como você se sente agora? - Pergunto.

— Estou melhor. Preciso estar, estou viva e preciso seguir adiante. - Paulina me respondeu e deu um sorriso de canto, então precisava quebrar aquele silêncio.

— Realmente está melhor. Sexo no chuveiro? - Pergunto a ela que joga sua cabeça para trás dando risada.

— Pois é... E, tínhamos transado no quarto antes. - Ela replica.

— Duas vezes num dia? - Pergunto, ela olha para mim e mostra com as mãos o número 3. Três vezes num dia eles fizeram sexo. Troquei o assunto já que eu e Mark não transávamos há meses. - Mark me disse que quer batizar Emily na Igreja dele.

— E você está nervosa... - Paulina tenta entender.

— Porque eu não sou religiosa, e acho que isso deve ser uma decisão pensada e decidida pelo casal. 

— Tenta conversar com ele novamente. 

— Ele deu a ideia para a mãe dele e hoje Lucy não parava de perguntar quando seria o batizado da neta, eu quase a estrangulei, mas mataria ela na minha livraria e na frente da minha filha, e... Ela é mãe do meu marido! - Brinco. - O que você acha que eu devo fazer? 

Tem essa coisa em ser cirurgião. Talvez seja orgulho ou talvez seja apenas sobre ser durão. Mas um verdadeiro cirurgião nunca admite precisar de ajuda até ser absolutamente necessário. Cirurgiões não pedem ajuda porque eles são mais durões do que isso. Eles são caubóis. Rudes e grosseirões. Casca-grossas. Pelo menos é o que eles querem que vocês pensem.

[…]

— Sério que você está me perguntando? - Lina estranha.

— Sim, preciso saber que alguém está do meu lado. 

— Bom, eu estaria... Mas, se considerar Jilian, Mark é o pai dela... Vocês assinaram os papéis. Você não é obrigada a aceitar, claro. Mas, considere, ele não está pedindo para ela estudar num colégio religioso ou ser freira, e sim ser batizada. - Odeio quando Paulina está certa, naquele momento Carlos Daniel vai até a cozinha com Emily no colo.

— Alguém precisa trocar. - Ele diz, me levanto indo pega-la e não aguento o cheiro, olho para Paulina que se levanta pegando uma maçã. 

— Paulina, por favor. - Peço a ela e Emily solta uma pequena risada olhando para ela. 

— Desculpe Jilian, não vai dar. - Ela responde e saí da cozinha com Carlos Daniel. - Troque ela em outro lugar - Paulina gritou.

— Ótima madrinha! - Replico.

Paulina...

Quando saímos da cozinha e nos sentamos na sala, Carlos Daniel me faz uma proposta, dou uma mordida na maçã e ouço os gritos de Jilian ao banheiro com Emily.

— Vem morar comigo. - Ele me pede.

— O que? Não gosta daqui? - Pergunto.

— Gosto, mas... Lina, olhe em volta todos entram quanto querem, aqui é o  local para abrigar pessoas. 

— Só tem Jilian aqui... E eles são minha família. - Respondo.

— Eu sei, mas mora comigo. Só nós dois! - Ele me pede novamente.

— Ok. - Respondo novamente, e ele pega minha maçã me dando um beijo e a morde. - Ei! - Digo a ele.

— Arrume suas coisas vou te levar para um lugar não muito longe daqui. 

— Por que? 

— Pro seu aniversário. - Ele responde.

 ☕

Naquela noite a última noite que passaria no apartamento, sonhei com Ian novamente, no mesmo local - a sala de cirurgia. 

— Vai fazer isso Paulina?— Era a voz de Ian.

— Eu preciso. - Respondo, Carlos Daniel segura na minha mão e Ian fica olhando furioso para ele. - Ele é o meu amor agora. 

— Você me matou Paulina! 

— Não... Não matei, eu fico repassando aquele dia do acidente milhões de vezes, e sei que não matei apesar de viver achando que sim... Foi um acidente em todos os casos. E agora, você precisa ir Ian, estou libertando-o e por favor, me liberte. 

— Tudo bem... Eu amo você Paulina!— Ele replica e logo o vejo saindo da sala de cirurgia.

Acordei assustada e quando olhei novamente não vi Carlos Daniel na cama, saltei e fui procura-lo, Paola não havia voltado para o apartamento mas me mandou mensagem dizendo que estava bem. Peter não estava em seu quarto, mas lá estava Carlos Daniel. 

— O que faz aqui? - Pergunto a ele que nem acorda continua dormindo, o deixo lá e volto para o quarto, me sento na cama e olho para a mesa de frente a cama. Eu estava conquistando as minhas coisas, o curso, os amigos, o amor... E aquilo me mantinha viva!

 

No fundo, todo mundo quer acreditar que pode ser casca-grossa. Mas ser casca-grossa não é ser apenas durão – tem a ver com aceitação. Às vezes você tem que se dar o direito de não ser casca-grossa uma vez na vida. Você não tem que ser durão a cada minuto de cada dia. Não faz mal baixar a guarda. Na verdade, há momentos que essa é a melhor coisa que você pode fazer – contanto que você escolha esses momentos sabiamente.”

 


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Notas finais do capítulo

E então, o que acharam? Espero que tenham gostado. Obrigada.