O Diário das Irmãs Martins escrita por sahendy


Capítulo 22
Você sabe?


Notas iniciais do capítulo

Oi gente. Por favor leiam e comentem e não se esqueçam de ler minhas outras fics! Obrigada a todas. Que Deus e a Virgem de Guadalupe as abençoe. Eu amo vocês.



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"Você sabe quem você é? Sabe o que aconteceu com você? Você quer viver assim? Você só precisa de uma pessoa, um paciente, um momento, para mudar a sua vida para sempre. Ele mudará sua perspectiva, clareará suas ideias… Um momento que te força a reavaliar tudo que acredita. Você sabe quem você é? Sabe o que aconteceu com você? Você quer viver assim?

[...]

 

Quando 10 carros pararam em frente ao bar e saíram todos vestindo roupas elegantes até o hospital recebemos todos os olhares das pessoas no meio da rua, inclusive o vestido de Jilian estava em minhas mãos e o salto dela.

— Jilian, você é tão linda. Como expresso a profundidade do meu amor por você? Ou meus sonhos para o nosso futuro? Ou o fato de que irei lutar por você todos os dias? Ou que nossos filhos serão como pequenos amantes dos livros e sorvetes ou salgadinhos. Palavras não expressam isso. E sim, mais filhos. Não fazem justiça. Elas não existem. E apesar do mundo a ver como uma pessoa forte e independente, você é tão doce, tão generosa. Você é tão maravilhosamente estranha. Você é minha melhor amiga, e o meu verdadeiro amor. Eu te amo.

— Os seus votos filha. - Um padre da paróquia do Mark a chama, Jilian olha para Mark mais uma vez e limpa a lágrima em seu olho e segura novamente em sua mão.

— Certo. - Ela ri.— Certo, meus votos. Minha vez. Eles não existem. Sinto muito, Mark. Eu olho para você e vejo meu melhor amigo e um homem que apareceu do nada em minha vida e me resgatou do buraco no qual eu me encontrava. Sua energia Mark e sua paixão me inspiram tanto que me faz querer ser sempre uma pessoa melhor para você. Sua beleza interior é tão forte que eu não tenho mais medo de ser eu mesma. Eu não temo nada. Nunca pensei que iria encontrar alguém para amar que me amasse incondicionalmente. Você me dá propósito quando eu sinto não ter. Então, eu lhe prometo sempre te honrar e te amar até o último dia da minha vida.

Foi assim o casamento, numa capela da igreja com os amigos íntimos de Mark, eu e Paola e Douglas. Os dois não precisavam de mais nada, e eu precisava... Carlos Daniel. Assim que os dois foram conversar com a mãe de Mark a dona Lucy fui atrás de bebida, saí do hospital e caminhei até o bar.

— Me vê uma tequila. - Digo a ele que me dá um copo, "me vê uma tequila" havia se tornado a melhor frase do mundo para mim desde agora mesmo, nesse segundo. - Qual o seu nome? - pergunto ao rapaz que está me dando as tequilas eu já havia estado ali antes mas nunca reparei ou perguntei seu nome. 

— Kyle. - Ele responde. 

— Hm... Origem escocesa o nome... Kyle. - Ri. - Não é engraçado como é falado o nome? - Pergunto, lentamente com a ponta dos lábios e o copo de tequila em mãos repito seu nome. - KYLE. Me garanta uma coisa Kyle, me deixe sair daqui quando eu tiver bem bêbada, promete?

— Prometo. Eu chamo um táxi, qual o seu nome?

— Paulina. 

— Prometo deixar você sair daqui quando estiver bêbada Paulina. 

— Isso mesmo Kyle! Você é legal. 

— Qual o significado ou então a origem de Paulina? 

— "Pertencente a Paula" "da pequena", "pertencente aquela de baixa estatura". Não é engraçado? PAULINA, não podia ser Pauline? 

— É só uma vogal. - Kyle replica, dei risada e tomei o copo da tequila e pedi outro logo em seguida. 

— Não é só uma vogal Kyle, faz toda a diferença. Não terei a origem "pertencente a Paula" que só pra você saber é a minha mãe... Senhora Paula Martins! A grande senhora e importante empresária de três das maiores empresas do país. 

— Então o motivo da bebida é sua mãe? 

— Não Kyle, não tá me ouvindo? Eu tô contando uma história. Minha melhor amiga... Jilian acabou de se casar, o que é engraçado porque quando a conheci pensei que seria a última coisa que ela faria e agora ela é uma senhora Estevam. Jilian... Jilian... Jilian Rose Campbell Estevam. E tudo o que eu queria era ter certeza que ela se casaria para que eu pudesse me estabelecer mais a fundo com o meu namorado, ou melhor ex namorado... Jilian é o meu porto seguro, se ela se casa significa que eu vou me casar qualquer dia. Ei Kyle, olha o que eu acabei de decifrar, Paulina de trás pra frente fica Aniluap, quão engraçado isso é? 

— Seu namorado terminou com você porque sua melhor amiga é seu porto seguro?

— Não... Não ia dar certo entre nós, ele quer o mundo todo comigo e eu só o quero nem preciso do mundo todo. 

— Você o ama? 

— Amo... Não... Amo muito. - Respondo a ele. - Ai meu Deus! Eu o amo muito, o que eu vou fazer agora sem ele? - Começo a chorar e deito minha cabeça no balcão olhando para a tequila. - Sabe o que amo também? - Pergunto ainda deitada. 

— O que? 

— Tequila. Amo tequila, eu acho que vou largar os homens e me casar com a tequila. 

— Meu favorito é Whisky Johnnie Walker Black Label. 

— Uau! Parece o nome de um importante democrata. O da minha melhor amiga é Bacardi Gold Rum, e a minha irmã gosta mais de cerveja e meu ex namorado Jack Daniels, na casa dele tem sempre uma garrafa no seu escritório acompanhado de bons charutos. 

— Escritório, ele é algum executivo? 

— Não... Ele é escritor e pintor. 

— E qual o problema entre vocês dois então? Por que a senhorita não vá atrás dele? 

— Porque ela é idiota! - Paola grita, olho para trás e ergo minha mão mostrando o copo de tequila e dou um sorriso. Ela se aproxima do balcão e Kyle olha perplexo para nós duas.

— Não me disse que tinha uma irmã gêmea. Achei que eu estava bêbado, mas como ainda são 20h não comecei a beber. - Kyle brinca e Paola se senta ao meu lado. - Quer alguma coisa senhorita? 

— Uma cerveja. 

— Não te disse Kyle? - Digo a ele e tomo o copo da tequila. 

— Disse o que? 

— Que você gosta de cerveja. O que faz aqui?

— Eu? O que você faz aqui? Cadê Carlos Daniel? 

— Foi embora. Fugiu do namoro, do casamento, fugiu. - Respondo e pego uns amendoins que estavam no balcão e coloco na boca. - Terminamos porque Jilian vai se casar.

— Como assim?

— Ele não entende que eu precisava ver Jilian se casando antes de tomar qualquer atitude no nosso relacionamento. - Respondo a ela e Kyle trás sua cerveja, ela toma um gole e em seguida chega Peter que se senta ao meu outro lado, a direita e pega amendoim também. - Ei Kyle! Saca só... Esse aqui também é meu irmão, meio irmão na verdade. Acabo de conhece-lo.

— Você é cheia de segredos Paulina. - Kyle responde.

— Vamos ver qual a bebida favorita de Peter? 

— Me vê uma tequila. - Peter diz ao Kyle que sorri para mim. 

— Ahhh! - Olho para Peter. - Você se tornou minha pessoa favorita agora. 

— Vamos para casa Paulina. - Peter me diz e toma o copo de tequila. 

— Não, eu só vou sair quando estiver muito bêbado, não é Kyle? 

— Acho que a senhorita já esgotou. - Ele sussurra a mim. 

— Vamos Paulina, eu vou te levar. - Paola responde e retira a carteira pagando a bebida. 

— Kyle você prometeu, estava gostando de você. - Digo a ele e me recuso a sair do bar. Fiquei ali rebatendo tudo o que eles diziam e Kyle não me deu mais nenhum copo de tequila, Peter recebeu uma mensagem de que iria precisar ir para o hospital agora e Paola disse que iria chamar Douglas para me ajudar a retirar do bar, e enquanto ela foi, mais um favor pedi ao Kyle. - Antes que minha irmã volte, quem você me indica pra passar a noite? - Pergunto. 

— Não farei isso. 

— Quem é você? Meu pai? - Pergunto e olho ao redor procurando alguém no bar, mas antes que pudesse escolher, um rapaz se sentou ao meu lado, olhei para ele e sorri, cerrei os olhos para enxergar melhor a pessoa. 

— Oi. - Ele sorri e pede uma vodka. 

— Oi. Quer me pagar uma bebida? - Pergunto a ele e cruzo os dedos. Ele olha para mim novamente e dá um outro sorriso. 

— Vê mais uma pra dama aqui. - O moço diz ao Kyle que suspira fundo e me dá mais um copo de tequila. 

— Quer sair daqui? - Pergunto, ele sorri toma sua vodka e retira a carteira do bolso pagando seu único copo de vodka e eu tomo a tequila e dou um tchau pro Kyle. - Se minha irmã perguntar diz que peguei um táxi. Tchau KYLE. - Digo a ele e o rapaz segura em minha cintura já que eu estava quase caindo, ele cheirava muito bem, ao sairmos ele pegou a chave do seu jipe e entramos. 

— Qual seu nome? - Ele me pergunta.

— Paulina. 

— Prazer, meu nome é Charles.

— Hm... - Respondo, e penso no significado e origem dos nomes "homem do povo", "homem forte, robusto". 

 

Jilian...

Paulina sumiu do hospital logo que eu disse "Sim" e provavelmente foi para um bar beber com Carlos Daniel ou transar em algum lugar do hospital, era o que eu achava, mas Paola chegou pedindo ajuda de Douglas para buscar Paulina no bar e eu intervi já que sabia que ela não iria sair dali, o jeito era beber com ela ou ficar sóbria e leva-la depois para o apartamento. Estava quase indo atrás de Paulina, se não fosse pela enfermeira que me chamou num canto da festa dizendo que a dra da minha tia me chamava. 

— O que foi amor? - Mark me pergunta assim que vê a enfermeira indo embora.

— Minha tia... Ela está lúcida. - Respondo e tento assimilar tudo aquilo. 

— Vai lá... Vai ver sua tia, eu cuido dos convidados. - Mark me responde, eu dou um beijo nele e sigo a enfermeira perguntando qual o andar para que eu visse minha tia. 

 

Não demorou muito, e lá no quarto 4125 estava minha tia tomando soro acordada e brigando com os médicos porque estava faminta e queria comer comida de verdade, entrei no quarto e ela parou de falar, me olhou de cima abaixo. 

— Jilian? Minha flor... - Ela responde e eu corro até o seu lado e a abraço, abraço tão forte que por mim poderia acabar o mundo agora, minha tia estava ali. - O que está acontecendo? Da última vez que a vi, você estava indo ao bar beber com os colegas da faculdade de medicina. Já se formou? Quanto tempo passou?

— Tia... Isso foi há 5 anos, eu não me formei, larguei a faculdade. 

— O que? Por que largou a faculdade? 

— Porque eu não tinha mais dinheiro tia. 

— Disse que passou 5 anos? 

— Sim tia. 

— E você está grávida. O que está acontecendo? Não é 2011? - Minha tia pergunta e olha ao redor procurando um calendário, uma enfermeira a segura para que ela não se agitasse tanto. 

— Estamos em 2016 tia. 

— Eu estou doente? 

A melhor pessoa do mundo estava ali na minha frente lúcida e perguntando se estava doente, no melhor dia da minha vida, o meu casamento. 

— Sim tia, está doente. 

— O que eu tenho?

— Alzheimer. 

— Ó... Entendo. - Ela responde e para por um tempo pensnado em tudo, ou em nada. Ela pediu para passar um tempo sozinha no quarto, eu sai e fiquei ali fora esperando ela querer me ver novamente, e Mark vem ao meu encontro dizendo que dispensou todos e que ficaria comigo. Expliquei a ele que minha tia não queria me ver no momento, ele se sentou ao meu lado e ficou me esperando parar de reclamar um pouco sobre o alzheimer. 

Uma hora depois a Dra. Drew veio ao meu encontro dizendo que poderia entrar para ficar ao seu lado, ao entrar ela estava segurando uma foto minha de quando era bebê que havia encontrado no meio da calça jeans que ela havia chegado, aquela calça jeans que havia minha foto estava ali há 5 anos.

— Tia? - Bato na porta e entro. - Este aqui é meu marido, Mark Estevam.

— Seu marido? Ah meu Deus. - Ela responde e seus olhos enchem de lágrima. - Mas, cadê meu Alex? - Ela pergunta e começa a ficar agitada, a Dra. Drew que estava atrás de nós se aproximou dela e me disse que ela já havia voltado, mas ela não voltou... Ela se foi... O Alzheimer voltou e invadiu novamente, e eu não pude conversar com ela.

— Meu amor, sinto muito. - Mark me diz e segura em minhas mãos.

— Tudo bem... Vamos... Temos que comemorar nosso casamento. - Respondo a ele e tento sair o mais depressa do hospital.

No dia seguinte... Paulina...

Acordei com muita dor de cabeça, com muita dificuldade abri os olhos e estava no sofá, no apartamento só não me lembro como cheguei aqui, olhei ao redor assim que sento no sofá e olho ao redor, estou nua e há um homem deitado no chão, nu. Observo sua bunda "uma linda bunda" penso.

Pego um roupão que está jogado atrás do sofá e caminho até a cozinha, bato na quina do móvel onde fica o telefone e observo para ver se o rapaz acordou, vou até a cozinha e encho um copo d'água para mim e bebo e me viro para a sala tentando lembrar do que aconteceu. 

A porta é aberta e Jilian entra, ela observa o homem ao chão e fecha a porta devagar e caminha até a cozinha.

— Quem é o bundinha? - Ela me pergunta, respondo que não faço a mínima ideia de quem seja. - Quer dizer que você e Carlos Daniel terminaram? 

— Sim. Eu acho, bom... Pelo o que me lembro sim, depois quando fui ao bar, não me lmebro de mais nada. 

— Paola me disse que estava no bar. Ela queria ir te buscar.

— Não iria sair de lá. - Respondo a Jilian.

— SAbia que não sairia. Minha tia ficou lúcida ontem. 

— Como foi? Ela ainda está? 

— Não, o alzheimer já voltou. Mas, eu nem tive oportunidade de falar com ela. 

— E como foi sua noite de núpcias senhora Estevam?

— Não me chame assim. Mas se quer saber foi maravilhosa, porém Mark foi trabalhar e depois vai procurar um novo emprego, não temos grana para ir a uma lua de mel. Ei, você transou no meu sofá? 

— Desculpa, mas eu nem lembro o que aconteceu aqui. - Respondo a Jilian. 

 

2 meses depois...

— Eu não te reconheço mais Paulina! - Jilian grita a mim depois que um rapaz Steven saí do apartamento. 

— O que você quer Jilian? Vai lá com seu marido e me deixa curtir. 

— Com quantos homens você transou nos últimos 2 meses? 

— Não sei... 7? 10? Que diferença isso faz? Eu estou bem. 

— Não você não está bem. Pare de mentir para si mesma. Passou o natal e o ano novo com uma pessoa diferente. 

— Você tem o Mark e o seu bebê agora, está bem. 

— Está enganada Paulina. Eu não te reconheço mais, está assim desde que Carlos Daniel e você terminaram. Eu amo meu marido, e amo minha filha, mas eu também te amo. Você é minha família. 

— Eu estou bem Jilian, é sério. E agradeço a preocupação.

— Você não fala com os seus pais direito desde que soube do Peter, mas você adora o Peter, você tá transando com todo mundo desde que terminou com Carlos Daniel e você não está sendo uma boa madrinha pra minha filha.

— Ela não nasceu. - Respondo.

— Eu preciso de você Paulina, porque Mark pode ser até o amor da minha vida, a pessoa que está ao meu lado na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, mas você é o meu brilho Paulina, ou melhor é minha alma gêmea. 

— Tudo bem, eu não saio mais para caçar homens!

— Ótimo, agora me ajuda a sentar que meus pés estão duas bolotas. - Jilian responde, a ajudo se sentar e me sento também de frente para ela. - Você precisa conhecer alguém novo, vou arranjar alguns encontros para você. - Ela me respondeu, e a verdade é que Jilian estava certa, eu não me reconhecia mais e vivia transando com um homem diferente ou lendo livro. 

— Ok. - Respondo. 

— Ok? Achei que você iria brigar. - Jilian replica.

— Ok Jilian, eu e Carlos Daniel não daremos certo. Não é?

— De novo não Paulina, já falamos sobre isso.

— Não falamos, eu entro no assunto e você desvia. Me responde Jilian, daríamos certo ou não? 

— Mark está amando o novo emprego na empresa de segurança na cidade. - Novamente Jilian desvia o assunto.

— Me responde Jilian. 

— Não Paulina, eu não acho que vocês vão dar certo. - Ela responde e se levanta e caminha até a geladeira, mas acaba escorregando, mas não cai ao chão, apenas bate o joelho no chão, me levanto rapidamente a ajudando se levantar. 

— Eu nem vou dizer "bem feito" mas é que, eu preciso de você Jilian, e se você acha que é um não vai dar certo, então tudo bem desisto do Carlos Daniel.

— Não desista dele Paulina. Eu não acho que vocês vão dar certo, mas tenho certeza que você vai tentar, e por isso dará certo. Ou daria... Agora, pare de transar com tantos homens e vá arranjar alguém novo ou converse com Carlos Daniel.

Se há uma coisa que eu aprendi ao longo dos anos é que só precisa de uma pessoa, um paciente, um momento, para mudar sua vida para sempre. Para mudar sua perspectiva, clarear sua mente. Para te forçar a repensar tudo em que acredita. Para se perguntar as perguntas mais difíceis: Você sabe quem você é? Sabe o que aconteceu com você? Você quer viver assim?“

— Me arranje um encontro Jilian. - Respondo a ela.


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Notas finais do capítulo

E então? O que acharam? Por favor comentem. Obrigada.