Always escrita por Gabs
Notas iniciais do capítulo
Oi, e aí galera?
“- Amo você, sabia? – ouvi mamãe dizer.
— Não, não. Eu amo, amo, ADORO você muito mais!”
— Kathe. – A voz rouca de Harry me trouxe de volta para a realidade.
Alô, terra chamando Katherine Froster!
— O quê? – indaguei, um pouco alto demais. – Desculpe, sai fora do ar por alguns segundos. O que foi?
— A sua amiga, Angel. – ele começou.
— O que tem a Angel? – perguntei.
— Disse que não precisa esperar por ela. – Respondeu-me.
— Obrigada por avisar. Sua festa foi bem legal, apesar de eu não ter bebido ou podido beber.
Ele sorriu, então eu percebi algo, o sorriso de Harry poderia iluminar uma rua inteira.
— Já vai? – indagou para mim.
— Sim, por que não? – “me diga pra ficar, por favor”, pensei.
— Tudo bem. – Harry assentiu de leve. - Posso te perguntar algo?
— Sim. – respondi um pouco desapontada.
— Você tem leucemia, né? – ele me perguntou, meio sem-graça. – Já te disse que tive câncer, certo?
Eu assenti.
Harry continuou; - Sei como deve ser o tratamento, um pouco pesado, perder os cabelos então...
— Eu desisti. – murmurei, interrompendo. – Desisti do tratamento.
Ele em encarou, surpreso. – Verdade?
— Sim. – assenti de leve com a cabeça. – agora estou preparada pra morrer. Tipo esperando a morte, sabe? – eu ri banalmente, ele ficou sério. – Ok, o sr Harry não curte humor mórbido. Vou anotar isso. Mas, olhe, sempre quis dizer ‘”estou vendo a luz branca no fim do túnel.”
Harry não riu, pelo contrario. – Meu Deus, pensei que estivesse falando com uma pessoa madura mas você é uma criança boba. Corajosa, mas meio-suicida.
O encarei. – Está preocupado comigo?
Ele me respondeu com um tom carregado de rancor; - Não sua, mas com os seus pais. Você não pensa na dor deles?
— Quem é você pra me julgar? Jesus Cristo? – meu tom era cheio de sarcasmo.
— Não. – respondeu grosseiramente. – alguém que usa o cérebro.
Ele me deixou plantada, virou as costas e saiu andando.
Fiquei olhando pela janela do meu quarto, queria ver o sol nascer e a luz prateada brilhar fortemente com sua aura dourada. Estava deitada e semi coberta por lenções brancos confortáveis. Então pensei que sentiria muito falta disso tudo quando morresse. Dessa sensação de falso conforto, como se nada mais importasse. Era só eu e a luz dourada do sol. Senti uma pontada no peito. Será mesmo que sentiria falta de qualquer outra coisa? Tremi de medo imaginando o que se passaria comigo depois que morresse.
Mamãe entrou no quarto, beijou minha bochecha e disse; - Onde está Angel?
Emudeci antes de responder. - No meio da noite ela foi embora. – menti. – Parece que a mãe dela precisava da ajuda. Eu não sei direito.
No café da manhã, as coisas estavam quase bem. Papai comprara meu iogurte favorito, o que para mim era algo realmente muito bom.
— Caramelo está com a barriga muito grande, não acha mamãe? – perguntei.
— Acho que está com bebês gatinhos aí dentro. – ela riu.
Aquilo me fez rir.
— Adoraria!
Depois do café, mamãe pediu para que eu levasse o lixo da cozinha pro lado de fora. Obedeci e fiquei calado sobre estar sentido uma forte tontura na cabeça.
Olhei para a casa de Harry e o vi, recolhia as garrafas de cerveja no seu gramado. Ele nem me notou, estava muito ocupado.
Balancei a cabeça. Ele me chamara de “Uma criança boba. Corajosa mas meio suicida”. Afinal o que diabos aquilo significava? Pensei nisso enquanto lavava as louças, enquanto tomava banho, enquanto penteava Caramelo, emfim, quase o dia todo.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!