Always escrita por Gabs


Capítulo 2
Tnejn


Notas iniciais do capítulo

:3 Boa leitura, people!



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Estava sentada na varanda dos fundos, sentindo o vento balançar contra o rosto, fechei os olhos e deixei uma canção melodiosa penetrar em minha mente.

"It's my party and I'll cry if I want to
Cry if I want to, cry cry cry
I'll cry until the candles burn down this place
I'll cry until my pity party's in flames"

Bufei. Olhando pelo jardim da minha mãe, percebi que sentiria muita falta daquele lugar quando morresse. Minha mãe, Michelle Froster, adora cuidar de plantas e tem muito apresso por ambientes climatizados. Atualmente trabalha em uma agencia de publicidade, costuma falar muito sobre a sua ocupação e também de Jerame Jonhson, rico, bonito mas tragicamente infeliz. Jerame é o seu patrão super milionário e boa pinta.

Dizem que mamãe se parecia bastante comigo quando mais jovem, seus cabelos são castanhos escuros, quase ruivos, tem olhos pretos e sem-graças enquanto os meus são verdes, idênticos aos do meu pai. Já eu sou muito magra, tenho fios castanhos que são bem curtinhos. Pele muito clara e sem falhas. Olheiras fundas e boca em formato de coração.

— Você fica aí, sempre tão sozinha - a  voz suave de Angel me assustou. Viro-me para encara-la. -  No que está pensando?

Suspirei, profundamente aborrecida. - Que desse jeito você vai acabar me matando antes da hora.

Angel fez uma careta, tentei sorrir. Minha intenção não era deixa-la preocupada.  - Ainda tem bastante chão até lá. Chega de aborrecimento, Angel. Não se preocupe, pequena.

— Tecnicamente - ela franziu o cenho. - eu sou dois anos mais velha e alguns centímetros significadamente mais alta que você. Ou seja, está me chamando como fala com a sua égua, Nevasca. 

Fiz uma careta e sorri, lembrei-me de Nevasca, minha adorável égua. Papai me deu de presente aos 13 anos, assim que descobriu a minha doença. Nevasca é branquinha com pequenas e delicadas pintinhas negras. Mora por tempo indefinido no rancho do tio Joe, um homem alegre e sempre acolhedor.

  - Desculpe por te chamar assim. - eu disse, ela riu.

Angel, além de linda, tem uma aura super-confiante e simpática. Possuí cabelos loiros, longos e sedosos, pernas finas e corpo de modelo. 

— Vai participar da aula prática amanhã? - a loira me perguntou.

Fiz careta.

— Então, - suspirou Angel, ignorando a minha cara feia. - você realmente vai desistir do tratamento? Está se entregando a essa doença, Kathe? 

— Não estou desistindo de viver, Angel. - suspirei irritada. - Eu não estou me suicidando. Não é exatamente isso que quer dizer, que estou me autodestruindo? - bufei. - estou apenas desistindo desse tratamento idiota contra a leucemia. Dando uma ínfima chance de viver... eu não estou verdadeiramente fazendo isso nos últimos anos.

Angel assentiu. Cravei em seu rosto perfeito. - Só estou dizendo que, eu não quero ser apenas a menina que lutou contra uma doença e fez apenas isso em toda sua vida. Minhas folhas estão vazias, contam apenas histórias sobre tratamentos. Vale a pena mudar completamente o rumo e construir um renovador capítulo?

Angel tornou a assentir. - Eu te entendo. Perfeitamente entendo você, amiga.

Mais tarde, caminhamos até a cozinha e ajudamos a fazer/comer biscoitos com gotas de chocolate. Angel e eu nos sentamos com a barriga cheia de cookies, no meio fio, de frente a calçada, brincávamos de escolher/achar ser donas de carros.

— Meu - dissemos juntas, quando um carro kia 2015 passou por nós.

— Mas eu disse primeiro - reclamou ela. 

— Mentira, na verdade, nós duas falamos juntas. - rimos.

Um caminhão de mudança parou bem na frente da casa vizinha ao lado, acompanhado por uma picape 2016. Desceram de lá uma mulher e dois garotos, um pequeno e o outro que aparentava ter a minha idade. 

Confesso que não consegui tirar o olho do garoto mais velho. Era alto, magro mas musculoso. Tinha cabelos cacheados e escuros, olhos azuis e bochechas com covinhas.

— Cuidado para não babar. - caçoou Angel, rindo de mim. Então percebi que estava olhando demais.

Fiz uma careta. - É só o meu mais novo vizinho. 

— Particularmente gato - comentou a loira. Eu ri. - Vamos dar boas vindas a eles?

Virei a cara, escondendo meu rosto vermelho de vergonha. - Não...

— Bom, eu poderia berrar daqui - ameaçou. 

Bufei e fiz que sim com a cabeça. Levantamos e eu bati a poeira da calça, caminhamos juntas até a mulher de cabelos loiros acobreados que conversava baixinho com o carinha-que-achei-super-gato.

— Olá - Angel sorriu, um sorriso doce e acolhedor, tipicamente dela mesma.

— Alô. - a mulher sorriu. - são nossos vizinhos?

O cara gato olhou de mim para Angel e depois para mim novamente.

— Aquela casa - apontou - é  da minha doce amiguinha, Katherine.

O garoto sorriu, intimidador. Fiquei vermelha de tanta vergonha.

— Olá - quase gaguejei. 

— Eu sou Lydia  e estes são, Clarke - apontou para o menino loiro e pequeno, correndo pelo gramado da senhora Figgs.- e este é aqui é o meu Harry. - referiu ao garoto-gato-que-agora-tinha-nome - Somos os Martins. 

Assenti levemente. - E o seu marido, senhora?

Lydia pareceu vacilar por alguns instantes. - Morreu faz algumas semanas.

Indelicadeza minha. Desejei mentalmente não ter perguntado aquilo. 

— Meus pêsames.- murmurei, mas como uma desculpa - Mas, espero que tenha gostado do bairro - desejei.

— Adoramos - ela sorriu, sincera. - acho que formei uma ideia acolhedora sobre aqui.

Eu ri, tentando ser simpática. Harry não tirava os olhos de mim, sentia-me vacilar.

— Temos biscoitos achocolatados na casa da Kathertine - a loira disse. quis dar uma cotovelada na Angel. - se desejarem comer algo assim... - e riu.

Assentiram e constrangida eu me retirei, seguida por Angel.

 


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