Blue Eyes escrita por Marih Yoshida


Capítulo 4
IV


Notas iniciais do capítulo

Hey mores ♥
Como estão? Espero que bem!
Alguém assistiu Batman vs. Superman? Eu fui ontem. Estou mais ansiosa ainda para ver o Erza como o Flash ♥
Ah, fico feliz que tenham gostado da nova capa da fic ♥ Para quem estiver com dúvidas, eu fiz o Dan ser nosso querido Garoto de Olhos Azuis ♥
Anyway, capítulo um pouco maior do que os outros.



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No fim, não devolvi o livro naquele dia. Queria lê-lo mais uma vez, tentando fazê-lo com a visão do garoto de olhos azuis, e, também, estava tão afetado que me esqueci.

Talvez, ao reler o livro, eu tenha visto uma ou duas coisas diferentes, mas ainda o via como um livro triste. Não conseguia entender como poderia ser um livro com final feliz, uma vez que o pobre homem morreu esperando o príncipe voltar.

A noite inteira fiquei tentando entender o lado do garoto, enquanto esquecia-me da aula no dia seguinte. Quando meu despertador tocou, me surpreendi ao descobrir que já era hora de levantar. Em meus pensamentos, o tempo não parecia ter passado tão rápido. Arrumei-me e andei até o colégio.

Pensei que o que ele dissera no dia anterior estava certo. Não nos conhecíamos, eu nem ao menos sabia o nome dele. Estava disposto a procurá-lo e tentar conhecê-lo melhor. "Cativá-lo, e deixar-me ser cativado", muito embora eu soubesse que ele já não era apenas mais uma pessoa em cem mil, uma vez que despertou minha curiosidade.

Cheguei na entrada da escola e Gui veio correndo até mim.

— Que bom que chegou cara! - Ele me deu um tapa nas costas. - Quase perdeu toda a diversão!

E, antes de esperar uma resposta minha, me puxou para dentro do colégio, onde havia um grupinho reunido. Conseguimos abrir espaço para chegar até a metade. Um dos meus amigos batia em um garoto quase desprotegido, quando ele, que estava caído no chão, olhou para mim, me surpreendi. Era o garoto do livro. Seus olhos azuis faiscaram ao me ver, com um misto de raiva e decepção, e seu rosto magro estava contorcido numa careta de dor.

Sem pensar, parei o próximo golpe do agressor. Todos me olharam surpresos e, sendo sincero, eu também estava. Nunca havia sentido nada ao ver alguém ser espancado por meus colegas, no entanto, quando o vi no chão, o olhar tão me repreendendo quanto seu tom no dia anterior, eu não pude deixá-lo continuar ali.

— Chega. - Disse autoritário. O garoto, cujo nome eu não me lembrava, me olhou assustado e rapidamente concordou com a cabeça.

Virei-me para olhar para a vítima, mas ele já mancava para longe de onde eu estava. Com todas as atenções em mim, o alcancei com uma curta corrida. Ele não me disse nada, nem um simples obrigado, apenas continuou andando, segurando algo contra o peito como se fosse sua vida.

Prestando mais atenção percebi que era o livro. Os garotos haviam estragado-o mais ainda, e agora a capa estava toda rasgada. Subi meu olhar, para seu rosto, e me surpreendi.

— Está chorando! - Exclamei. Ele não parou de andar, muito menos olhou para mim. Apenas apertou os lábios, provavelmente contendo um soluço, e apertou mais o livro contra si. Percebi que, muito mais do que imaginava, aquele livro era importante para ele.

Seu olho esquerdo estava inchado e roxo, e sua bochecha tinha vários cortes, assim como sua boca. Olhando-o, lutando para andar, senti a primeira ponta de remorso por ser como eu era. Quantas pessoas eu já havia deixado daquela maneira? Uma súbita vontade de chorar me surpreendeu, mas me segurei.

De repente, ele parou, encostando-se à parede e ofegando. Seu cabelo, castanho escuro estava grudado na testa pelo suor.

— O que você quer? - Perguntou, a voz fraca e cortada por ofegos. Pensei um pouco antes de responder. Nem mesmo eu sabia o porquê de tê-lo salvo, ou de segui-lo.

— Estou preocupado. - Respondi sincero. Era a melhor e mais sincera resposta que tinha. Ele riu sem humor.

— Sempre se preocupa com as pessoas que bate? - Perguntou. Molhei os lábios.

— Por que batiam em você? - Perguntei. Ele deu de ombros.

— Sempre batem, cada vez com um motivo diferente. - Respondeu. - Acho que hoje foi por causa do corte do meu cabelo, ou algo assim.

— Por que não se defende? - A urgência na minha voz foi algo que me surpreendeu.

— Olhe para mim e olhe para eles, todos eles. - Sua voz era baixa. - Eu só estaria dando-os um verdadeiro motivo para me baterem.

— E ninguém nunca fez algo a respeito? - Perguntei. Eu precisava, desesperadamente, vê-lo bem.

— Você já foi punido por bater em alguém? - Perguntou. Fiquei em silêncio. Após algum tempo passado, estiquei a mão, para secar uma lágrima que escorria em sua bochecha.

— Por que está chorando? - Perguntei. Ele prensou os lábios, se esquivando do meu toque.

— Não interessa a você. - Respondeu. - Me deixe sozinho.

E, percebendo que não adiantaria nada insistir em ficar, me afastei hesitante, olhando para trás de vez em quando, sempre encontrando os olhos azuis dele me observando. Senti como se fosse a primeira vez que ele me olhava realmente.

"É tão misterioso, o país das lágrimas!"


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Notas finais do capítulo

E então? Espero que tenham gostado!
Meu Nyah! está sobrevivendo dessa fanfic ultimamente, eu não estou nem com tempo nem com paciência para escrever minhas outras fics...
Enfim, comentem o que acharam!
Byezinhoney!