P.O.V Autora

  Natsu olhava incrédulo para Lissana, que o olhava confusa de volta. Por que ela tinha perguntado aquilo? É claro que ela sabia quem era a Lucy, e isso fez com que o rosado não conseguisse entender o motivo para aquela pergunta, mas já não havia gostado.

  – Como assim “quem é Lucy” Lissana? – Perguntou Wendy confusa.

  – Bom, é que eu não sei de quem vocês estão falando.

  Nesse momento o mago do fogo começou a sentir grande raiva. Por que Lissana estava falando como se não soubesse mesmo quem era Lucy?

  Ele tinha certeza que sua expressão não era a mais agradável, pois Lissana o olhava um tanto assustada e Mira logo se aproximou de onde eles estavam.

  – O que está acontecendo aqui? – Perguntou a albina mais velha.

  – Mira-san, Juvia quer saber por que Lissana está falando como se não soubesse que é a Lucy – dessa vez foi Juvia quem se pronunciou.

  Mira e Lissana trocaram olhares e logo a albina mais velha voltou seu olhar para a maga da água.

  – Juvia, eu também não sei de quem vocês estão falando.

  Juvia fez uma expressão assustada com a afirmação que a maga da alma de satã havia feito. Wendy, Erza, Happy e Charlie não estavam diferentes. Gray estava com sua expressão confusa e um tanto irritada. Já Natsu, esse tinha uma expressão quase que inexplicável em seu rosto.

  Estavam tão concentrados em tentar engolir o que haviam ouvido da boca das magas albinas que nem perceberam a aproximação de outros membros da guild.

  – Ei, por que vocês estão agindo assim? É claro que vocês sabem quem é Lucy. Ela está sempre aqui conosco, na guild – disse o neko azul já com algumas lágrimas nos olhos.

  – Do que o gato está falando? Quem é essa Lu-

  A fala de Gajeel foi interrompida quando o mesmo foi laçando brutalmente ao ouro lado da guild.

  Imediatamente todos ali presentes lançaram seus olhares para a pessoa que havia feito aquilo com o Dragon Slayer do Ferro.

  Em pé  onde o mago do ferro estava minutos atrás, agora estava Natsu. Seus olhos tinha um brilho de pura raiva enquanto uma veia pulsava em seu cenho franzido. O rosado tinha uma expressão assustadora em seu rosto.

  – Não ouse perguntar isso! Mas que droga está acontecendo com vocês!

  Gritou Natsu enfurecido. Todos lhe lançavam olhares espantados por sua ação, afinal, ele não estava somente tentando arranjar briga sem sentido como de costume, podia-se ver em seus olhos a raiva que ele estava sentindo.

  Então, o rosado partiu em disparada para fora da guild, arrancando olhares confusos e assustados de todos.

  Natsu sauí correndo em fúria e em alta velocidade pelas ruas de Magnólia com um único destino em mente. Por onde ele passava recebia olhares espantados das pessoas e deixava um rastro de fogo pelas ruas.

  Ao chegar frente a um apartamento, não muito grande, saltou em direção a uma janela entreaberta que havia no segundo andar. Assim que conseguiu entrar no quarto de Lucy, imediatamente estranhou o fato de não ter conseguido sentir o aroma doce de baunilha que se fazia, antes, presente no quarto da loira. Mas o que mais chamou sua atenção – e obviamente chamaria a atenção de qualquer um – foi a falta de todos os móveis que tinha no quarto de Lucy. Cama, guarda-roupa, escrivaninha, tudo, ali não passava de um cômodo vazio, escuro e um tanto empoeirado.

  Andou lentamente por todo o apartamento, procurando um sinal de que alguém sequer um dia tivesse morado ali, mas todos os cômodos não estavam muito diferentes do quarto.

  O rosado começou a se desesperar, com certo medo do que poderia ter acontecido com a maga celestial Lucy.

  – Ei! O que você está fazendo aqui?! – Natsu virou-se para a direção de onde aquela voz estava vindo.

  À sua frente estava uma senhora gordinha e com uma carranca no rosto, senhora que o rosado conhecia como sendo proprietária do imóvel de Lucy.

  –Você sabe o que aconteceu com a pessoa que mora aqui?

  A proprietária lançou-lhe um olhar confuso, mas logo voltou a sua carranca de antes. E cruzando os braços disse:

  – Ô garoto, não sei se você percebeu, mas ninguém mora aqui já faz algum tempo – respondeu impaciente.

  Natsu parecia ter ficado em choque com aquela informação. Devia ter ficado quase um minuto encarando o chão, com os olhos arregalados e a boca entreaberta. Foi preciso que a senhora proprietária cutucasse seu braço e perguntando se ele estava bem, para que o mesmo voltasse a raciocinar direto.

  Então, sem nenhum aviso prévio, o rosado correu até a janela, e dali pulou.

  Assim que seus pés tocaram o chão, começou ele, novamente, a correr pelas ruas de Magnólia. A todo o momento gritando o nome da loira, a todo o momento tentando sentir novamente o doce aroma de baunilha e chocolate que emanava de sua querida nakama, a todo o momento procurando ver aqueles olhos achocolatados novamente.

  Só parou quando chegou à estação de trem de Magnólia, com seus pulmões ardendo e sua respiração ofegante. Devia ter corrido quase toda cidade naquela tarde.

  – Você é a pessoa que tem por nome Natsu Dragneel? – Ouviu uma voz feminina perguntar atrás de se.

  Virou-se no mesmo momento para saber de quem era a voz que foi dirigida a ele.

  À sua frente havia uma figura encapuzada, de baixa estatura, porém, com um corpo um tanto volumoso. O capuz da capa negra impedia uma boa visão de seu rosto, mas era possível saber que a pessoa à sua frente – que provavelmente era uma garota - era loira por conta de duas longas madeixas de seu cabelo que não estavam cobertas por sua capa.

  Ao seu lado havia um homem alto, de cabelos esbranquiçado-prateados – isso não quer dizer que ele era velho, devia ter no máximo vinte anos – e olhos azuis. Estava vestindo uma camisa cinza de manga longa com um símbolo estranho na parte esquerda de seus peitoral e uma calça jeans preta.

  – Sim, sou eu. E quem são vocês?

  Ambos se entreolharam e logo voltaram sua atenção para o rosado à sua frente.

  Venha conosco, por favor – dizendo isso ambos se viraram e o meio albino começou a andar, mas antes que a encapuzada desse um passo lançou um olhar de canto, por baixo do capuz, para Natsu atrás de se – isso se, assim como nós, também esteja interessado em saber o que aconteceu com sua amiga maga celestial – e então começou a andar.

  Natsu, por um momento, arregalou os olhos com as palavras que saíram da boca da encapuzada. Então sem perda de tempo começou a andar, seguindo os dois que provavelmente dariam as respostas para suas perguntas.