Divided We Fall escrita por Augusto C S de Souza


Capítulo 15
XV — Proteção


Notas iniciais do capítulo

E finalmente consegui atualizar o capítulo da semana ♥ Desculpa a demora XD
Muito obrigado a todos os que continuam aqui e comentando, mesmo que eu esteja sendo um péssimo autor e não tenha respondido ainda t.t
Enfim, vamos parar de enrolar. Boa leitura e até lá embaixo ♥



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Base dos Vingadores, Nova York


Killian estava deitado no sofá, assistindo ao terceiro filme do Indiana Jones, enquanto o Visão estava na cozinha, preparando o que seria a janta do Kane e da Maximoff. O rapaz usava uma blusa antiga de cor preta do AC/DC, junto com um jeans escuro, enquanto que o Visão utilizava uma calça social cinza e um suéter preto.


— Uma pitada de páprica. — Disse para si mesmo, após ler o nome do ingrediente no livro que segurava em sua mão esquerda. — Uma pitada? — Após pensar um pouco, Visão levou os dedos até um pó avermelhado, pegando um pouco e o colocando na panela logo em seguida.

— O que está fazendo? — Wanda perguntou ao se aproximar, parando próximo ao fogão.

— Eu pensei que se fizesse alguma coisa relacionada a Sokovia, pudesse levantar o seu ânimo. — Respondeu, um pouco sem graça. — Mas saiba que eu nunca precisei comer, então não sei se…

— Posso? — Ela o interrompeu, sorrindo, enquanto segurava na colher.

— Claro, por favor. — Disse, se afastando.


Wanda assoprou o caldo na colher algumas vezes, antes de levá-lo até a boca, apreciando-o.


— Olha, ânimo levantado! — A Maximoff sorriu, enquanto o Visão dava a volta na bancada.

— Wanda, ninguém odeia você. — Ele começou, fitando a garota rapidamente.

— Obrigada, eu acho. — Franziu o cenho, um pouco confusa.

— De nada. — Visão respondeu, voltando a caminhar pela cozinha. — Na verdade, essa é uma resposta involuntária dos neurônios, que fazem as pessoas terem medo de você.

— Você sente?

— Meus neurônios são sintéticos, então… — Parou de falar ao ouvir as risadas da morena, o que o fez sorrir.

— Antigamente, eu me via de um jeito. — Wanda comentou baixo. — Mas depois disso — Mexeu a mão direita, fazendo uma pequena esfera de energia vermelha passear por entre os seus dedos —, não sei se sou capaz de me ver como antes. — Deu de ombros, um pouco triste.

— Eu não sei o que é isso. — Visão tocou na Jóia do Infinito em sua testa, a fazendo brilhar levemente. — Sei que não é desse mundo, deu poder ao cetro do Loki e aprimorou vocês. Mas sua finalidade ainda é um mistério.

— Você tem medo dela? — Wanda o fitou, curiosa.

— Eu quero entendê-la. — Desviou o olhar, se levantando. — Quanto mais eu entender, menos ela me controlará. E quem sabe, um dia eu a controle totalmente. — Completou, deixando um silêncio entre os dois por alguns segundos.

— Olha, eu não sei o que tem aqui, mas não é páprica. — A garota mudou o assunto, um pouco s graça. —Vou ao mercado e volto em alguns minutos.

— Ou podemos pedir uma pizza. — Visão comentou, parando na frente dela.

— Visão, você não está me deixando sair? — Wanda precisou olhar para cima ao fitar o Sintetizóide, devido a diferença de altura.

— É uma questão de segurança.

— Acho que eu posso me proteger. — Comentou, um pouco sarcástica, tentando passar por ele.

— Não da sua. — Visão a corrigiu, enquanto bloqueava sua passagem com o braço. — O Sr. Stark deseja evitar a possibilidade de um novo incidente envolvendo o público. Até que o Tratado se estabeleça, essa é a opção mais segura.

— E o que você deseja? — Ela perguntou, enquanto Killian caminhava até a geladeira, pegando uma garrafa de água e ouvindo o fim da conversa.

— Que as pessoas a vejam, como eu vejo.


Wanda o fitou, um pouco irritada, de lhe dar as costas e sair do cômodo, de volta para o quarto. Killian riu fraco com a cena, enquanto puxava um banco para se sentar.


— Qual a graça, Sr. Kane? — Visão perguntou, aparentando estar um pouco confuso com o que acabara de acontecer.

— Cara, você tá muito afim dela. — O moreno respondeu, tomando um gole de seu copo d’água.

— Não sei do que está falando. — Ele desviou o olhar, caminhando até o fogão e voltando a sua atenção para a panela.

— Sua sorte é que não tem como saber se o seu rosto está corado. — Deu de ombros. — Pena que ela não sente o mesmo por você.

— Você não pode afirmar tal coisa assim.

— Tecnicamente, eu posso. — Killian o corrigiu, após terminar a sua bebida. — Um bônus que veio com os meus poderes e com a estatística, é que eu posso saber como a pessoa está. Posso dizer ela está triste, feliz, doente.

— Interessante, Sr. Kane. E baseado nisso, você fez sua afirmação?

— Sim, meu caro amigo Visão. — Riu baixo ao imitar o jeito de falar do Vingador. — Ela já está apaixonada por alguém e não é por você. — Completou, enquanto se levantava. — Sinto muito.


Berlim, Alemanha



Após serem transportados em um carro-forte até a base da Força Tarefa em Berlim, Steve, Sam e T’Challa desceram, caminhando pelo pátio do lugar. Um pouco mais atrás, Bucky estava preso em uma cadeira, dentro do que parecia ser uma cela móvel, com vidros à prova de balas. Estava com algo semelhante a amarras metálicas em seu braço biônico, o prendendo e dois cintos cruzados em seu peito. Seus olhos se cruzaram com os de Steve, mas logo os desviou para os guardas que o tiravam dali.



— O que vão fazer com ele? — Rogers caminhou até parar na frente de um homem com uma aparência um tanto jovial, porém já com os cabelos curtos manchados de grisalho. Usava um terno de cor cinza clara, enquanto mantinha uma expressão de dever cumprido em seu rosto. Ao seu lado, Sharon Carter fitava os três.

— O mesmo que com vocês. — Respondeu o homem, fitando o Capitão. — Avaliação psicológica e extradição.

— Everett Ross, Comandante da Força Tarefa. — Sharon o apresentou, colocando as mãos atrás das costas.

— E o advogado? — Os olhos de Steve foram da loira até o Comandante.

— Muito engraçado, Sr. Rogers. — Everett sorriu fraco, virando-se para a Carter. —Veja se guardaram as armas deles. — Ordenou por fim, antes de se retirar. — Fiquem tranquilos, vamos dar o registro pra vocês.

— Se eu olhar pela janela e ver alguém voando com isso, eu mato um. — Sam resmungou ao ver um dos guardas passar com o seu traje em mãos.


~X~


Everett os guiava por um corredor, enquanto adentravam as instalações da base alemã.

— Vocês vão ficar em um escritório, ao invés de uma cela. — Ross comentou, indo na frente. — Me façam um favor e fiquem nela.

— Eu não pretendo ir a lugar algum. — T'Challa respondeu, trocando um olhar rápido com Steve, enquanto a Natasha se aproximava.

— Só pra deixar anotado, é assim que as coisas ficam quando elas pioram. — A ruiva disse baixo, começando a caminhar ao lado de Steve — Não quebrem nada enquanto ficarem por aqui.


Natasha sorriu de canto, enquanto chegavam próximos a um escritório onde o Stark estava. T’Challa seguiu seu caminho junto com o Comandante, enquanto Steve e Sam paravam um pouco mais atrás do Homem de Ferro, ouvindo o fim de sua conversa.


— Tecnicamente o acordo ainda não foi autorizado. E o Coronel Rhodes está supervisionando a limpeza. Consequências? Pode apostar que vão ter consequências. — Tony falava rápido, o que fazia parecer que estava irritado. — E pode dizer que falei isso porque eu acabei de falar.

— Consequências? — Rogers perguntou, erguendo uma sobrancelha.

— É, o General Ross quer processar vocês. — Stark respondeu, saindo da sala e indo atrás de Natasha. — Eu tive que ceder.

— Eu não vou ter meu escudo de volta, não é?

— Tecnicamente é propriedade do governo. — Natasha sorriu ao responder. — As asas também.

— Que frieza. — Comentou Sam, balançando a cabeça negativamente.

— Pode apostar que é mais quente que a cadeia.



~X~


Steve havia parado em uma das diversas salas da base alemã. Suas paredes eram feitas de vidro à prova de balas e de som. Todas as televisões que eram ligadas às câmeras de segurança, mostravam o rosto de Barnes, ainda preso em sua pequena cela móvel.


— Ei, quer ver algo legal? — Tony perguntou ao entrar na sala e colocar uma caixa preta em cima da mesa. Duas canetas da mesma cor da caixa estavam dentro. — Peguei isso nas coisas do meu pai. Roosevelt assinou a lei Lend-Lease com ela. — Continuou, apoiando a mão na mesa de madeira. — Prestou apoio aos aliados quando eles mais precisaram.

— Alguns dizem que isso nos aproximou da Guerra. — Rogers sorriu fraco ao falar.

— O que fez você vir ao mundo. — Comentou, sentando-se na frente do Capitão. — Você sabe por que eu estou aqui, não sabe?

— A Pepper está aqui? — Steve tentou mudar de assunto, olhando em volta. — Eu não a vi.

— É complicado. Nós estamos meio… como dizer?

— Grávidos?

— Definitivamente não. — Tony balançou a cabeça negativamente, desviando o olhar. — Muita coisa aconteceu, Hydra, o Ultron, minha culpa eu sei. — Levantou as mãos, em sinal de rendição, o que fez com que o Rogers sorrisse fraco. — A verdade é que eu não queria parar, porque eu não poderia viver em um mundo sem ela. Achei que o Tratado pudesse ajudar.

— Sinto muito, Tony. Eu não sabia.


Os dois ficaram em silêncio, sem trocar ao menos um olhar. Rogers pegou uma das canetas e se levantou, caminhando pela sala, pensando no assunto, enquanto Tony girava a cadeira para lhe acompanhar.


— Sabe, às vezes eu queria que tudo isso fosse diferente. — Steve comentou, fitando a caneta, um pouco perdido em seus pensamentos. — Às vezes eu…

— Às vezes eu queria socar seus dentes perfeitos, ja disse isso. — Tony o interrompeu. — Mas precisamos de você, Cap. — Concluiu, atraindo o olhar do Rogers. Não houve nada que não pudesse ser desfeito. Por favor, assine. Levamos o Barnes para uma ala psiquiátrica, ao invés de uma prisão em Wakanda.

— Se eu fizer isso, vai precisar ter garantias.

— Sem problemas. Depois que o povo se acalmar, podemos alterar os documentos. Posso fazer com que você e a Wanda sejam reintegrados.

— O que tem a Wanda? — Os olhos de Steve rapidamente se voltaram para o Stark.

— Ela está bem. — Tony respondeu, recostando-se na cadeira. — Está apenas confinada. Visão e o Killian estão fazendo companhia a ela.

— Ah, Tony, pelo amor de Deus! — Rogers bufou, levando as mãos até a cintura. — Toda vez que eu acho que você está fazendo algo certo…

— Há formas piores de proteger as pessoas. — Stark devolveu, um pouco surpreso com a reação do Capitão.

— Proteger? Você chama isso de proteção? — Rogers balançou a cabeça negativamente, fitando o Homem de Ferro.

— Tem um quintal grande e piscina, ela vai ficar bem.

— Isso é internamento.

— Ela não é americana. E não dão vistos para armas de destruição em massa.

— Ela é uma criança, Tony!

— Dá um tempo, Rogers! — Tony devolveu, aumentando a voz. — Isso não impediu a boca de vocês se encontrarem no quinjet, não é mesmo?

— Como você sabe disso?

— Não importa, Steve. — Tony desviou o olhar. — O que importa é que eu estou fazendo o que precisa ser feito pra evitar algo pior.

— Continua dizendo isso pra si mesmo, uma hora você acredita. — Steve fez menção de sair, mas voltou, deixando a caneta que segurava, em cima da mesa. — Odeio violar um conjunto.


Instituto Xavier, Londres



O professor havia voltado para o seu Instituto poucas horas antes. Deixou sua mala em seu quarto e dirigiu-se até o jardim, onde duas alunas brincavam: Uma pequena ruiva que jogava jatos de água para o alto e uma jovem loira, que os congelava. As árvores já começavam a tingir-se de amarelo, indicando o outono que se aproximava.


— Você está bem, Charles? — Logan perguntou, sentando em um banco de pedra ao lado do professor. — Soube do que aconteceu na Conferência.

— Na medida do possível. — O velho homem respondeu baixo, suspirando. — Eu e a Jean conhecemos um garoto incrível lá. Ele foi o responsável por retirar todos de dentro do prédio. Espero encontrá-lo mais alguma vez.

— E provavelmente vai. — Logan deu um pequeno sorriso, enquanto acendia um charuto e se levantava. — Descansa um pouco, Charles. Você não é do tipo que quase morre e pode sair pra tomar uma cerveja.

— Agradeço a preocupação, Logan. — Xavier riu baixo, vendo o homem se afastar. Tudo aparentava estar bem, mas ainda sim, não conseguia se livrar da sensação de que algo ruim se aproximava. Não somente relacionado ao futuro dos Vingadores, quanto com os seus preciosos alunos.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que acharam? Gostaram, não gostaram? Me deixem saber pelos seus reviews, q eu juro tentar responder rápido.
Beijos e até semana que vem ♥