Vai! Corre rápido, menina! — dizia uma voz dentro de sua cabeça. 

Olhou para os lados. Ninguém no corredor, ótimo. Adiantou-se para o banheiro sem ninguém saber. Uma jovenzinha tão pequena, apenas 6 anos e tomava banho sozinha sempre que conseguia. 

Primeiríssima coisa para se fazer logo após chegar! Trancar a porta, girando a chave duas vezes. Suas mãos tremiam tanto quanto as pernas, mas conseguiu.

Houve uma época em que seu irmão quebrou a maçaneta. Foram os piores dois meses de sua vida, pois além de sofrer de manhã antes da aula e à noite antes de dormir, seu pai vinha fazer coisas sujas com ela durante o banho. 

Por sorte descobriu o truque de colar a porta com super cola, e depois saía com a ajuda da acetona.

Despejou o liquido do frasco de bolhas na banheira cheia, mexeu e ficou feliz com o resultado que havia criado.

Não contei para ninguém sobre o banho, tranquei a porta bem trancada, escondi a banheira com espuma. — pensou — Ok! Vamos continuar!

Estava na hora de entrar na banheira, aquela era a pior parte de todas, não conseguia encarar o próprio corpo. Sujo, sujo, SUJO.

Sentia-se imunda 24 horas por dia. Cada banho era humilhante, ter que retirar as roupas e mostrar para Deus seu corpo impuro e machucado.

Lembrou-se então que tinha que terminar de retirar uma certa coisa.

Seus olhos começaram a arder. Teria que tocar lá embaixo.

Queria morrer.

Ligou a ducha. Fechou os olhos. Tirou o roupão.

Só de sentir o ar frio atingir seu corpo, queria vomitar. A água quente lhe atingiu, então lentamente levou sua pequena e infantil mão até seu sexo machucado e dolorido.

Tocar lá provocava  uma forte ardência, entretanto tinha que terminar de tirar uma coisa de lá, o sêmen do próprio pai.

Se coração batia rápido, quando finalmente terminou, chorava de ódio e nojo.

Correu para a banheira e se jogou ainda de olhos fechados. Depois de instalada nas bolhas, recuperou a visão. Seu banho de impurezas começara.

E então ouviu do outro lado da porta: 

— Mary?  Está tomando banho, amor?

Era ele, seu pai, o lobo mau que devorava não só os porquinhos como ela também, por dentro e por fora.

Afundou-se na água como para se esconder. Ele girou lentamente a maçaneta, pois a porta estava trancada. Agradeceu a Deus.

— Trancou é? Hahah, não quer que eu lave suas costas? — girava brutalmente a maçaneta, quase como se fosse arrombar a porta. — Se abrir a porta para o papai, ele lhe dará 20, o que acha?

Aquele homem faria cada centavo valer, mas ela não abriria. 

—  Ha. Ha. Tudo bem, tenha um ótimo banho.

Passaram-se alguns segundos, sabia que ele não tinha ido, e, em uma última tentativa, girou de novo.

Finalmente se foi. Pôde voltar ao que estava fazendo. 

Ok. Hora de passar sabão. As iniciantes poderiam querer usar esponja para conseguir se limpar, bom, Mary já usava bombril. Passou sabão no amontoado cinza escuro, em seguida passou no peito, braços, pernas, rosto.

A pele era rasgada pelo objeto, machucando cada vez mais a pele fina, porém parecia realmente determinada a continuar com aquilo até se saciar com a limpeza de seu corpo.

Tempo depois, achou que estava finalmente limpa, com seu corpo em uma vermelho "natural". 

Seus cabelos longos e levemente louros já estavam emaranhados e oleosos, gostaria de lavá-los.

Lavá-los pra quem?! Para deixar papai ainda mais animado? Sua mãe tinha razão, ela provocava.

Apenas água já era o suficiente. Saiu da banheira rapidamente com a toalha na frente do corpo. De olhos fechados vestiu-se.

Prontinho. Mais uma lavagem de impurezas realizada, humilhante como sempre, só que dessa vez sem a companhia de certas pessoas. 

Saiu do cômodo correndo em direção ao seu quarto, e, assim que fechou a porta, pôde ser ouvido:

— Querida, quer que o papai lhe conte uma história para dormir?