Use Somebody escrita por British


Capítulo 45
Um novo amor




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 Acordei e a cama estava vazia. Onde Sakura teria se enfiado? Me vesti fui olhar pela sacada da torre. Lá em baixo, na grama, Sakura estava sentada sobre uma toalha de piquenique e na toalha tinha inúmeras guloseimas. Sorri ao vê-la e então ela gritou.

— Bom dia. Desce, seu café da manhã te espera! – Desci as pressas, sentei ao lado dela e a beijei por um breve momento.

— Bom dia meu amor!

— Acordou bem? Fiquei com uma pena de te chamar.

— A noite foi maravilhosa, não poderia ter acordado melhor. Você acordou faz tempo?

— Algum tempo, suficiente pra preparar nosso café. – disse enquanto me servia de suco de laranja

— Foi até a casa grande buscar isso?

— Sim, minha mãe que preparou tudo e colocou numa cesta pra nós.

— Tenho que agradecer minha sogra então – falei e abocanhei um pedaço de pão

— Minha mãe já virou a sua sogra? – ela riu

— Claro, minha amada sogra e você vai ver que eu vou ser mil vezes melhor que o Itachi – sorri convencido e ela jogou uma uva na minha cara

— Convencido – dei língua

— Você me ama mesmo assim

— É amo mesmo, meu Sasuke, só meu! – ela então me abraçou e me beijou, que beijo bom, queria que todos os dias fossem assim.

Passamos o resto do dia ainda na fazenda. Os pais da Sakura só não nos deram mais atenção porque tinham que trabalhar. Já eu e Sakura almoçamos com os pais da Tenten que ficaram felizes por eu retribuir a visita já que eles passaram o Natal lá em casa.  No final do dia resolvemos voltar para a cidade, a viagem foi tranquila. Deixei Sakura no apartamento dela e depois fui pra casa.

— Como foi com a Sakura? – Itachi perguntou assim que pisei dentro do meu quarto

— Foi bem. Nos acertamos. – falei enquanto sentava ao lado dele

— Namorando? – senti a voz do meu irmão falhar durante a pergunta. Era evidente que ele ainda era apaixonado pela Sakura e que aquilo doía, embora na frente de todos tentasse se mostrar forte e já superado, voltando a ser um mulherengo, mas a verdade era que isso era uma máscara que ele vestia pra ocultar a dor.

— Esse é um assunto doloroso pra você. Não quero te ver sofrendo Itachi. – coloquei a mão no ombro dele

— Eu sou mais forte do que você pensa. Não sou que nem você boneca que estaria chorando pelos cantos se a Sakura te largasse! – deu um meio sorriso

— Até nessas horas você brinca!

— Conte pra mim, como foi com ela? Eu preciso saber!

— Tudo bem. Eu falo. Eu e a Sakura estamos namorando, mas só vamos assumir isso publicamente muito mais pra frente. Temos medo de que se toque no assunto do casamento de novo. Isso seria constrangedor.

— Eu entendo. Fico feliz por vocês estarem bem.

— Você vai encontrar alguém meu irmão.

— Eu não acredito mais nisso de amor eterno. Pra mim o único amor que existe é o que eu sinto pela minha família. Mulheres pra mim agora são somente para uma noite e nunca mais.

— Isso é radical demais. Você vai voltar a se apaixonar.

— Eu sou radical – levantou e saiu do meu quarto. Eu estava preocupado com Itachi ele estava triste.

[...]

Por mais que eu quisesse e devesse enganar a todos dizendo que voltei a ser o Itachi de sempre a verdade era que bem lá no fundo eu estava em pedaços. Esquecer a Sakura era muito mais difícil do que eu pensava que pudesse ser e teria que estar preparado para conviver com ela como minha cunhada. O grande amor da minha vida agora é apenas a namorada do meu irmão. Meio atordoado ainda tomei um banho demorado pra relaxar e dormi. No dia seguinte fui à empresa e no corredor, sem querer, esbarrei nela...

— Desculpe, eu estava desatento – falei enquanto ajudava Temari a catar os papeis no chão

— Sem problemas, você nunca foi atento mesmo – sorriu e continuou pegando os papeis e em seguida nos levantamos e eu entreguei os que estavam na minha mão.

— O que faz por aqui Temari?

— Eu precisava desses papeis, meu pai pediu parar vir buscá-los.

— Nossos pais continuam querendo associar as empresas?

— É, eles acham que seria bom pras duas famílias.

— Parece que os Uchiha e os Sabaku no nunca vão se separar não é?

— Parece que sim. Itachi, você está bem?

— Estou ótimo, por quê? – sorri tentando disfarçar meu abatimento

— Porque parece triste, ainda pro causa da...

— Temari, eu prefiro não tocar nesse assunto

— Tudo bem, então eu já vou indo. A gente se vê por aí...

— Espera, já que está aqui porque não almoça comigo?

— Você acabou de chegar, já vai sair?

— Eu sou herdeiro dessa empresa, eu faço meu horário. Vem, estou precisando da minha velha amiga – Arrastei Temari para o meu carro e a levei para o meu restaurante japonês favorito.

Pra quem não sabe, Temari e eu somos amigos desde pequenos. Nossas famílias são amigas, então crescemos juntos. Ela é dois anos mais velha que eu, mas eu nunca liguei pra isso. Pelo contrario adorava ter uma mulher mais velha do meu lado ainda mais quando eu tinha meus 13 anos e dizer que pegava uma mulher mais velha era um máximo. É, eu e a Temari tínhamos algo. Não foi bem um namoro, eu classificava como amizade colorida na época, afinal foi com ela o meu primeiro beijo. Eu precisava treinar. Mas acabou logo porque eu comecei a namorar a garota mais gata do colégio que era novata na escola e, meses depois fui estudar no exterior. Então minha amizade com a Temari voltou ao normal. Quando eu comecei a namorar Karin, ela até deu força. Agora cá estava eu tendo conversas que eu não tinha com ela desde a nossa adolescência.

— Desabafa Itachi, você não está bem né? – Temari me perguntava preocupada enquanto nós esperávamos o nosso pedido

— Você vai mesmo querer ouvir as minhas lamúrias? – arqueei a sobrancelha

— Sempre ouvi e nunca me queixei.

— Porque você é uma pessoa boa. Outra já teria me pedido para nunca mais procurá-la.

— Fala – pediu e segurou na minha mão

— Ta. Eu ainda não esqueci a Sakura. Eu sei que deveria, afinal ela ama o Sasuke e não a mim, mas é difícil dizer isso pro meu coração. E não faça piadinhas como “Itachi, você tem um coração?” porque eu não iria achar graça.

— Eu não faço piadas inconvenientes como você costuma fazer. Mas voltando ao assunto porque não tenta encontrar um novo amor? Poderia funcionar.

— Um novo amor? – perguntei pensativo

— É, alguém que tire a Sakura dos seus pensamentos.

— Eu não sou homem pra uma mulher só. Acho que perder a Sakura só me afirmou ainda mais isso.

— Tente. Não desista do amor. Não antes de encontrar o verdadeiro.

— Eu amei e não fui amado, acho que já basta. Não quero sofrer mais.

— Todo mundo já passou por isso e mesmo assim não desiste do amor.

— Quem foi o imbecil que te deixou escapar? Sério, Temari, você é linda. Jurava que só não estava casada porque não queria.

— Isso não vem ao caso. Ele só não gostava de mim do jeito que eu gostava dele, como poderia culpá-lo?

— É, não podemos culpar ninguém – nossa comida chegou e então almoçamos. Depois combinei que ia a casa dela a noite e que a gente podia assistir a algum filme. Ela topou. Seria como quando éramos crianças.

[...]

A campainha tocou. Só poderia ser ele. Hoje a casa estava às moscas. Meus pais viajaram. Sasori viajou a trabalho e vai passar uma semana fora. Gaara não mora mais aqui e Karin ainda está em Paris. Depois de tantos anos eu e Itachi ficaríamos sozinhos de novo. Bateu um frio na barriga assim como acontecia quando eu era adolescente. Eu nunca confessei pra ninguém, mas eu era completamente apaixonada pelo Itachi quando tinha 15 anos. Só que tinha vergonha de assumir isso porque ele era mais novo e também porque eu sabia que ele não sentia o mesmo por mim. Eu antigamente tocava violão (ainda toco pra relaxar) e de tanto que eu sofria resolvi compor uma canção pra ele. Doideira né? Ele nunca ouviu. Parei de ter esses pensamentos sobre o passado e fui abrir a porta.

— Olá – sorri ao abrir a porta

— Olá, não tem mais ninguém em casa? – disse e entrou

— Não, todo mundo viajando.

— Bem, melhor assim. Eu não queria mais dar alguma explicação sobre o fracasso do casamento.

— Você não precisa se explicar pra ninguém. Você fez o certo.

— Mas o certo doeu muito pra mim.

— Vem, vamos assistir a um filme e você vai ver que essa dor vai passar – puxei-o pela mão e levei-o até o meu quarto, vamos assistir o filme lá. Fiz pipoca e levei refrigerante. Tudo perfeito. Escolhi um filme de terror.

— Terror? – ele perguntou enquanto segurava a caixa do DVD

— É, pensei que você gostasse. Errei?

— Não. Nada melhor do que algo com muito sangue e sofrimento.

— Que bom – sorri e me sentei na cama e ele logo se juntou a mim. Assistimos ao filme e nem nos assustamos. No final só uma coisa me surpreendeu...

— Você ainda toca violão? – ele perguntou apontando para o meu velho violão que estava num canto do quarto

— De vez em quando pra relaxar do trabalho.

— Toca pra mim? – ele pediu e eu ia negar, mas ele me impediu – Não aceito não como resposta, toque pra mim e uma música de sua autoria. – Ok agora ele tinha me colocado em apuros, afinal em toda minha vida eu só tinha escrito uma música e era pra ele. Tomei coragem e então decidi, eu iria tocar pra ele aquela música, estava mais do que na hora.

— Tudo bem – peguei o violão – Só não fique horrorizado com a minha voz e não ligue pra letra da música eu escrevi quando tinha 15 anos.

— Sua voz é linda pelo que eu me lembre. Toque – pediu e eu assenti

Teardrops On My Guitar - para ouvir

“Drew olha pra mim

Eu finjo um sorriso para ele não perceber

O que eu quero e preciso

E tudo que deveríamos ser

Eu aposto que ela é bonita

A garota que ele fala,

E ela tem tudo

Que eu tenho que viver sem

Drew fala comigo

Eu rio porque isto é muito engraçado

Mas eu não consigo ver

Ninguém quando ele está comigo

Ele fala que está tão apaixonado,

Que ele finalmente acertou

Eu me pergunto se ele sabe

Que ele é tudo o que eu penso a noite

Ele é a razão das lágrimas no meu violão

A única coisa que me faz continuar pedindo para uma estrela cadente

Ele é a canção dentro do carro, que eu continuo cantando, eu não sei por quê.

Drew passa por mim.

Será que ele percebe que eu não consigo respirar?

E lá vai ele, tão perfeito.

O tipo impecável que eu queria ser

É melhor ela abraçá-lo bem apertado, dar todo o amor dela,

Olhar naqueles olhos lindos, e saber que ela é sortuda por que

Ele é a razão das lágrimas no meu violão

A única coisa que me faz continuar pedindo para uma estrela cadente

Ele é a canção dentro do carro que eu continuo cantando, eu não sei por quê.

Então eu volto para casa de carro sozinha, enquanto eu apago a luz

Eu irei colocar a foto dele para baixo

E talvez eu consiga dormir um pouco esta noite

Ele é a razão para lágrimas no meu violão

O único que tem, para mim, o suficiente para partir o meu coração

Ele é a canção dentro do carro que eu continuo cantando, eu não sei por que

Ele é o tempo gasto, mas nunca há o bastante

Ele é tudo que eu preciso para amar

Drew olha pra mim, eu finjo um sorriso para ele não perceber.”

PS: Drew é o nome fictício porque eu não queria de jeito algum que Itachi imaginasse que a música foi feita pra ele. COF COF

— Linda música. E Temari, quem é Drew? 

 


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