No dia do jantar me arrumei da forma mais elegante que pude, comprei inclusive um belo vestido para não fazer feio e impressionar a família Sabaku no. Quando cheguei lá acompanhada com Gaara que segurava meu braço fiquei um pouco espantada com os olhares da família dele pra mim. Os irmãos dele não me colocavam medo, nem mesmo a chata da Karin que fazia cara de nojo ao me cumprimentar, tive medo dos olhos do Sasuke que estava ali ao lado da ruiva me fitando cuidadosamente e era como se os olhos dele me dissessem ‘oi, quanto tempo hein?’, mas logo minha atenção foi roubada pelos olhos cheios de expectativas dos pais do Gaara. A mãe dele, a senhora Karura, tinha uma pose de dama da sociedade e parecia com Karin nesse aspecto.  Já o pai dele, o senhor Rasa tinha uma postura séria, mas não deixava transparecer nada do que tinha achado de mim até então e de uma velhinha aparentemente gentil que provavelmente era a avó dele que logo depois foi apresentava a mim como Chiyo.

— Pai, mãe, vovó, esta é minha namorada Haruno Sakura. Não preciso apresentar aos outros, pois já se conhecem.

— Então esta é a encantadora jovem que conquistou o meu jovem neto. Você é uma garota de sorte sabia?

— Claro, tenho muita sorte de ter o amor de alguém tão bom quanto Gaara.

— Meu filho falou muito de você... agora vejo que é realmente linda assim como Gaara disse, entretanto quero ver se Sasori e Temari também estão certos sobre o seu caráter. Disseram-me que você é correta e tem visão.

— Sakura é modesta e nunca irá afirmar isso na frente do senhor papai, mas posso afirmá-lo que ela é uma pessoa de bom coração.

— É isso que todos nós esperamos meu filho – disse a mãe de Gaara com um sorriso gentil nos lábios

— Eu estou muito feliz de poder conhecê-los senhora Sabaku no.

— Nós estamos mais ainda. Vamos nos acomodar a mesa para o jantar e então conversamos mais ok?

Sentamos à mesa e conversamos. A família do Gaara foi bastante receptiva, a única a me olhar torto foi Karin, mas isso era tão normal pra mim que nem me afetou. Sasuke ao lado dela me olhava sério, parecia querer falar comigo, mas não podia por causa da Karin cobra. Os pais do Gaara me fizeram perguntas sobre minha família, meu passado, meu trabalho e meu futuro. Vi que eles ficaram felizes quando souberam onde eu trabalhava e em que cargo, acho que isso tirou um pouco da ideia de que eu era apenas uma aproveitadora de olho no dinheiro da família.  A vovó Chiyo era simpática comigo, sinceramente era dela que eu tinha mais medo, pois ela é a matriarca da família e se ela não me aprovar provavelmente todos os Sabaku no me rejeitem e eu sei que Gaara não terminaria comigo por causa deles, mas eu não queria de forma alguma ser o motivo de mais uma briga nessa família. Após o jantar a senhora Sabaku no, a vovó Chiyo e Temari me mostraram a casa. Karin se recusou em nos acompanhar e subiu com Sasuke para o seu quarto e Gaara ficou com o irmão e o pai na sala conversando.  A casa da família Sabaku no era realmente linda, tão linda quando a dos Uchiha fiquei bastante impressionada com a amplitude e decoração.  Depois de ver tudo e conversar com eles me senti bem deles não me tratarem feito um ET, no final das contas eu não fui taxada como uma intrusa. Estava muito feliz por isso. Eu e Gaara voltamos para casa bem e com sensação de dever cumprido.

[...]

— Como foi rever a sua ex Sasuke? – Karin me perguntou num tom desafiador enquanto olhava pela janela o carro de Gaara sair da casa levando a rosada embora

— Foi incomodo. Não queria revê-la. – falei seguro

— Ela te magoou como Itachi me magoou? – perguntou olhando o horizonte

— Você me magoou mais que ela.

— Quer dizer que você não a odeia? Você a perdoou?

— Não tenho porque odiá-la. Não tenho do que perdoá-la.

— Eu odeio a Sakura. – mordeu o lábio inferior reproduzindo a raiva que sentia em seu interior

— Por que a odeia? – queria entender de onde vinha tanto ódio.

— Porque ela quer roubar tudo que me pertence. Quis você, quis Itachi, quer o meu irmão, minha família, minha empresa. Ela quer me roubar Sasuke. Eu não irei permitir.

— Ela não quer nada seu.

— Vai defendê-la?

— Não estou defendendo. Estou dizendo a verdade. Ela é uma mulher simples e não liga pro dinheiro da sua família. Ela ama o Gaara.

— Ela te amava antes e amou o Itachi. O que me garante que Gaara é só mais um que ela está usando e que Sasori será o próximo?

— Você está errada. Ela não está usando o Gaara. E ela não me amava e nem amava Itachi.

— Como você tem tanta certeza do que diz? – se virou em minha direção e ficou me encarando

— Sei que Sakura tem caráter e ela antes de ir embora da minha vida confessou que amava seu irmão.

— Ela te usou Sasuke?

— Digamos que sim e que eu também a usei porque eu sempre amei você. – me aproximei dela e abracei – Chega de culpar a Sakura. Deixe-a ser feliz. Eu estou aqui com você.

— Eu nunca vou a deixar ser feliz. Eu a quero longe da minha família e das pessoas que amo.

— Vingança não vai te levar a lugar algum.

— Olha quem fala! Você é a pessoa mais vingativa que eu conheço Sasuke.

— Então encare o que eu falo como um aviso, justamente por ser vingativo, sei que isso nunca me trouxe nada de bom.

— Você conseguiu tudo de volta, tudo que você perdeu com suas vinganças você conseguiu e isso acontece desde a época escolar.

— Eu posso ter conseguido tudo, inclusive consegui você de volta, mas me arrependo das minhas vinganças.

— Por que essa mudança?

— Acho que alguém me mostrou que existem coisas mais importantes.

— Como diz Itachi você é um tolo.

— Se arrepende de namorar comigo e não com ele?

— Não é isso. Claro que não. Eu te amo, não duvide.

— Eu não duvido. Já está tarde, vou embora e amanhã a gente se fala. – beijei a testa dela.

— Não se esquece de me ligar amanhã, por favor.

— Não vou esquecer.

— Só não vou descer com você porque estou morrendo de dor de cabeça e não quero ouvir o papinho da minha família sobre a Sakura.

— Tudo bem. Melhoras viu? Te amo.

— Te amo.

Desci as escadas devagar e quando cheguei perto da sala de estar notei que os comentários sobre Sakura não eram nada bons. Na sala estavam presentes apenas os pais da Karin e a vovó Chiyo. Escutei a conversa.

— Essa garota não serve para o meu Gaara. Eu sempre sonhei em vê-lo casado com uma moça da alta sociedade e não uma mulher comum. – reclamava a vovó Chiyo

— Gaara ama essa moça. Mesmo que nós não a aprovássemos insistiria em ficar com ela. Se fingirmos que gostamos dela fica mais fácil de separá-los. – dizia a mãe de Gaara

— Eu concordo com Karura. Gaara é cabeça dura e age sempre por impulso se disséssemos que não gostamos da moça ele sairia por aquela porta da mesma maneira que entrou e não voltaria a pisar aqui. Quero que meu filho assuma a empresa com Sasori e se ele continuar brigado com a família isso não voltará a acontecer.

— Eu compreendo vocês. Não querem bater de frente com as vontades do menino mimado. Então vamos usar essa moça a nosso favor para trazer Gaara de volta a empresa.

— Como?

— Estou muito interessado em saber como.

— É simples... vamos tratar a Sakura como uma filha e eu ficarei próxima dela, serei como a avó que ela nunca teve e eu pedirei a ela me ajudar a trazer Gaara para a empresa. Ela fará isso para não nos desagradar.

— Espero que isso dê certo. – disse o pai de Gaara

— Dará – disso vovó Chiyo confiante

Eles mudaram de assunto e então eu tomei coragem de aparecer na sala e me despedir deles. Peguei o meu carro e no caminho fiquei pensando sobre o que a família Sabaku no estava tramando para Sakura. Eles querem usá-la para convencer Gaara a trabalhar na empresa e não como dentista. Sabia que eles não iriam aceita-la eles odeiam ter que conviver com pessoas que não pertençam ao meio deles.  Preciso avisar Sakura do perigo que ela corre nas mãos da vovó Chiyo.