Para Ter Você (Divergente) escrita por Giovannabrigidofic


Capítulo 16
Capítulo 15: Fins também são começos


Notas iniciais do capítulo

Olá leitores. Queria pular o discurso chato de desculpas, mas preciso me justificar com vocês. Não tive tempo para escrever. Simplesmente não tive. No começo eram só algumas crises de criatividade mas então comecei a realmente ficar sem tempo e precisei escolher entre meus estudos e o Nyah. Fiquei esse período todo sem praticamente encostar no Word, por isso peço desculpas e também pelo fim abrupto de PTV. Amo vocês e meu sonho também, mas não tenho como manter mais nenhuma história ativa por um bom tempo. È uma questão de escolha, todo mundo passa por isso né?

Deixando claro que não estou abandonando a escrita, apenas dando um tempo para que ela volte quando realmente puder me dedicar.

Uma Boa Leitura.




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Não havia chuva para ricochetear as janelas.

Não havia nenhum visitante do lado de fora.

Não houve um único ruído além das nossas respirações que quebrasse aquele momento.

Aquela calmaria lembrava-me de quando minha mãe cantava para eu dormir. Eram lembranças entrecortadas pelo tempo, pela rotina agitada que outrora me aprisionara. Pela decepção também. Ela também cantava ao pentear meus cabelos, quando fazia biscoitos para Will, Caleb e eu e ao encher a banheira de espuma. Todos os seus atos demonstravam o quanto ela gostava de mim, dos meus irmãos, da vida que tinha. Compreender a razão dela ter ido embora era ainda, de certa forma, uma incógnita portanto.

Era ainda mais complicado assimilar o que tinha acabado de acontecer. Minha respiração falha, os olhos dele, confusos porém brilhantes. Soltei minha mão de sua nuca e encostei em meu ventre,

Tão repentino quanto o sumiço de Natalie.

Tão súbito quanto o instante que me separei dele e recostei minha cabeça no banco.

— Porque fizemos isso? - balbuciei.

— Só fizemos.

— A culpa foi minha... - declarei pesarosa e pronta para sair dali o mais rápido possível. - Eu sinto muito, sério, passei dos limites...

Tobias então segurou me rosto e disse:

— Você só adiantou o que aconteceria cedo ou tarde.

Desviei meus olhos dos seus e suspirei.

— Você acabou de sair de um relacionamento, tem o contrato, tem... Eu acho que... - dei um longo suspiro para enfim continuar. Porque estava sendo tão horrível pronunciar o resto? - Bom, é melhor esquecermos isso.

Ignorando seus protestos, saltei do carro, segui para dentro da casa e me tranquei no quarto. Mordi os lábios, discando os números de Shaunna porém ela não atendeu. Deveria estar com Janine. Automaticamente cliquei num dos números salvos e senti meus olhos marejarem a ouvir a voz do outro lado.

Tia Johanna disse que estava bem, já em casa e fazendo suas atividades de rotina com supervisão de Will. Ela indagou como andava as coisas na empresa e se eu estava satisfeita com o meu cargo. Com um peso enorme na consciência, contei do bebê, embora soubesse que aquilo a deixaria um pouco agitada em seu estado. Não entrei em detalhes, mas me abri de uma forma que não teria coragem de fazer com qualquer outra pessoa. Minha tia que na teoria era minha mãe, deveria ter se formado psicóloga em vez de depositar toda a sua energia no lar - ela seria tão bem sucedida quanto.

Desci atrasada para o jantar e á mesa Tobias e Oliver aguardavam, ambos em silêncio. Estranhei Oliver não estar com o celular na mão, embora ele estivesse estirado na cadeira - ao menos ele não estava totalmente mal qual fosse a razão.

Zoe e uma das empregadas serviram a comida e tentei me concentrar no prato.

— Vocês estão estranhos.

Estava levando o garfo á boca, mas parei ao ouvir Oliver. Fitei discretamente para Tobias, que bebia um copo de suco, aparentemente alheio ao comentário.

— Por que estaríamos? - Perguntei.

— Não sei, me responda vocês - rebateu Oliver.

Dei de ombros e engoli a comida. Queria que Tobias respondesse, mas ele não mexeu um músculo.

— Sabe o que eu acho? - o mais novo chamou a atenção novamente.

Neguei com a cabeça.

— Acho que vocês são dois frouxos, esperando pra isso - deu ênfase e apontou para nós com a cabeça. - Dê certo num passe de mágica. Ou vocês decidem ou não. Fala sério. Eu não sou obrigado a aguentar nada. Adeus crianças.

Ele se ergueu da mesa, me assuntando e pegou seu prato de comida e o prato de suco e caminhou para a sala. Ainda tentando assimilar tudo, olhei para Tobias que agora também prestava atenção em mim.

— Eu não sei quando me permiti ouvir conselhos de um garoto de dezesseis anos... - ele lamuriou.

Tobias esfregou as mãos nos cabelos e fechou os olhos por um instante. Engoli em seco.

 

Você já sentiu como se tudo estivesse confuso, um borrão? Queria já estar no quarto, a cabeça sobre o travesseiro para tentar aplacar aquela avalanche de sentimentos que estavam me derrubando. Era uma droga. Acho que quando você sente pela primeira vez, é confuso mesmo. Aterrorizante, como Shaunna diria. Não deve doer como uma partida, como algo proibido. Mas em mim doía como algo inalcançável. Como é que eu tinha me metido naquela situação, mesmo? Ah!, claro. Eu tinha assinado um contrato, afirmando que hospedaria um bebê por nove meses; não me apegaria nem daria com os pés para trás. Era exatamente assim que eu me encontrava naquela mesa de jantar com Tobias me fitando, preocupado. Talvez ele estivesse lendo a minha mente e saberia que a luta chegar ao fim. Aquele bebê não era uma mercadoria para que eu fechasse os olhos e evitasse o olhar quando viesse ao mundo. Era muito mais que isso, inexplicavelmente inexplicável.

E sim, cri que o que estava se aflorando dentro de mim pelo pai era da mesma proporção. Era estranho por ter surgido tão de repente. Porém estava ali.

Amor.

Droga.

— Preciso de mostrar uma coisa. - Tobias me arrancou dos pensamentos e estendeu a mão.

Subimos as escadas de mãos dadas, em silêncio. Paramos então na frente da porta que eu me perguntara sobre o que tinha atrás. Ninguém além dele tinha a chave daquele cômodo.

 

Ele sacou as chaves do bolso e abriu a porta. As paredes eram num tom alaranjado, o piso coberto por um carpete claro e limpo. O que me chamou a atenção foram os vários instrumentos dispostos em seus devidos apoios, uma mesa cheia de partiras e pastas abertas. Uma verdadeira bagunça.

— Era isso que queria lhe mostrar quando veio pra cá na primeira vez.

Visualizei todo o cômodo, surpresa por nunca tê-lo ouvido tocar. Eu estava há meses hospedada lá, como era possível?

— As paredes tem uma proteção, por isso nunca me ouviu. Meu amigo Zeke é engenheiro e mais umas coisas, ele sabe te explicar melhor.

Toquei um violoncelo, encantada.

— È tão bonito. Toca todos?

— Alguns nem tanto - riu e passou a mão pelos cabelos. - Era mais especificamente isso que queria que visse.

Tobias foi até uma gaveta e destrancou com uma chave. Tirou uma caixa de lá.

— Estava no planejamento que eu sairia sozinho da maternidade. Quando quase perdeu ele, prometi a mim mesmo que faria qualquer coisa para que não sofresse. Separá-los nunca seria o melhor. È estranho porque nunca imaginei nós, compreende. Agora vejo que foi a melhor decisão que tomei.

Ele me entregou a caixa. Um macacão minúsculo com "Da Mamãe" repousava lá. Toquei o tecido e o segurei, o cheiro de bebê fazendo meus olhos marejarem.

 

 

— Então nunca foi sobre a sua mãe querer?

Ele negou.

— Desculpe a mentira.

— Está desculpado.

—- Quero ter você e o nosso filho. Não posso ficar com apenas um, não seria certo.

— Podemos tentar então - cedi. Confiante.

— Tentamos.

— E se não der certo?

— Tentamos de novo.

— E de novo.

— E de novo novamente - agarro seu pescoço. Ele ri.

— E o que acha agora de dar ouvidos a Oliver? Não dê chance dele dizer novamente que somos frouxos - sorrio.

Com uma mão tocando a minha barriga e com a outra em meu rosto, Tobias aproximou nossos rostos. Senti seus lábios a centímetros dos meus, prestes a me beijar e sussurrar:

— Não vou.

 

FIM


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Notas finais do capítulo

É com um beijo - quase literalmente - que me despeço de vocês. Obrigada para sempre pelo carinho, pelo acolhimento e paciência. Ganhei na loteria por ter leitores como vocês.

Giovannabrigidofic não acaba, só vai tomar um ar e quando tudo estiver bem, quem sabe volta?

Muito obrigada novamente, um beijão e que Deus abençoe todas vocês ♥ ♥ ♥



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