Para Ter Você (Divergente) escrita por Giovannabrigidofic


Capítulo 14
Capítulo 13 - Algo diferente


Notas iniciais do capítulo

Hello, FouTrisEnses (não me perguntem, nem sei porque inventei isso kkk)
Serei o mais breve possível. Obrigada pelo apoio, pelos reviews e carinho! Vocês são demais!!

(Eu estava muito inspirada enquanto escrevia este capítulo, espero que gostem)
Boa leitura!! :D



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— E como ela está?

Levei mais uma garfada da salada á boca. Não era do meu feitio fazer uso do celular enquanto comia, porém, fora inevitável não apanhá-lo quando o visor piscou o nome de meu irmão. Trêmula, depositei o garfo sobre o prato ainda cheio e  esperei uma resposta. A voz de Will no viva voz ecoou pela pequena varanda pouco depois:

— Ela está ótima, Tris. A cirurgia foi um sucesso - dava para perceber seu sorriso enquanto falava. - Acho que podemos nos tranquilizar agora.

Meu coração parou de palpitar por um segundo. Nele, vislumbrei tia Jô organizando toda a sua estante de livros, ajuntando os papeis do tio Max em seu escritório e fazendo seus chás com um poder de cura surpreendente. Um suspiro escapou da minha boca e fechei os olhos num agradecimento rápido.

— Isso é ótimo, Will.

— È.

Meu irmão mais velho pigarreou antes de prosseguir

— Christina voltou para casa.

— E...? - abri um largo sorriso.

— Ela não ficou muito, apenas... Queria saber onde estava Caleb. Sabe o que eu não entendo, Tris? Como é que ela pode amar alguém como ele, sabe? Ele fez tanto mal, a jogou num buraco e mesmo assim, ela corre atrás dele.

— Sinto muito.

Tinha consciência de que aquelas palavras não serviam para muita coisa senão para consolar - ou tentar. Abigail era a filha adotiva de tia Johanna e tinha entrado para a família aos quinze anos. Para Will, foi inevitável não se apaixonar. Mas as coisas mudaram e agora meu irmão estava simplesmente devastado com seu sumiço.

— Ainda bem que tudo deu certo - pigarreou. - Aliás, como é que consegui tanto dinheiro?

— È uma história complicada, William.

— Opa. Você me chamou pelo nome. È tão grave assim?

— Um pouco.

Meu rosto esquentou e mordi o lábio.

— Sabe que pode me dizer qualquer coisa, não sabe?

— Eu sei, Will. Obrigada.

— Não precisa agradecer, loirinha. Tenho que dar aula agora. Tchau.

— Tchau. Te amo, ok?

— Eu também.

Desliguei o telefone e o devolvi á mesa, afastando-o ao máximo de mim. Eram muitas notícias ao mesmo tempo, muita informação para processar. Prendi uma folha de alface no garfo e a levei á boca.

Ollie ficara boa parte do dia preso na sala, entretido demais no x-box para me dar atenção. Zoe estava ocupada com a organização da casa e dos outros empregados para vir falar comigo. Tobias estava trancado no escritório e não desejava a presença de ninguém. Em uma breve visita no começo da tarde, Zoe me avisara do péssimo humor de Tobias, decorrente de uma séria discussão com meu obstetra ginecologista. Mattew não poderia mais me atender e por isso colocara á nossa disposição outro doutor. Era tudo o que sabia.

Restava apenas Shaunna, mas esta fora embora para a casa da mãe. A mansão era grande e minha estadia seria mais prazerosa se eu pudesse ao menos colocar os pés no chão.

 

— Pensando?

Sobressaltei-me com a voz forte de Tobias. Virei um pouco a cadeira para vê-lo próximo á porta da sacada, vestido casualmente e de cabelos molhados.

— Faz bem - respondi.

— Não quis esperar o jantar?

Peguei outra garfada da salada.

— Na verdade, isto é um complemento.

Tobias ergueu uma sobrancelha, um sorriso nos lábios.

— Bom.

Tobias sentou-se á mesa e dobrou os braços, fitando por alguns segundos a vista do parque do condomínio na qual se localizava sua moradia. Um conjunto vasto de flores contornavam o jardim, alguns bancos eram cercados por árvores baixas. Automaticamente recordei-me de Chigaco, minha cidade natal. De Caleb, de Will e Abigail. Do quanto éramos inseparáveis antes de tudo ruir - gradual e lentamente, para enfiar estourar como uma bomba.

— Deve estar sendo um tremendo sacrifício, né?

O tom pesaroso de Tobias me fez voltar ao presente como num passe de mágica.

— Em qual sentido você quer dizer?

Franzi a testa com o que saíra da minha boca. Era tão estranho falar naquele tom investigativo novamente, como se quatro meses e meio não tivessem passado. Talvez o tempo que estivera passando ao lado de Tobias estivessem me afetando.

16 semanas.

— Sobre o bebê. Sobre ficar aqui sozinha o dia inteiro. Sobre, sei lá... - Ele coçou a nuca, envergonhado. - Sei que sou o responsável por isso, Tris. Desculpa?

Sorri compassiva.

— Eu assinei o contrato não foi?

— Mas se não tivesse não estaria aqui.

— Não é como seu eu fosse morrer de tédio - ergui meus ombros.

Os orbes azulados dele prenderam os meus, castanhos. O toque de celular quebrou o contato que eu tentava compreender.

— Olá, sou eu sim...u-hum... - uma pausa. - Certo, não se preocupe. - outra pausa. - Até mais.

Ele guardou o celular no bolso do jeans e dobrou as mãos sobre a mesa.

— Mattew já agendou sua consulta com o doutor Lambert. Ele tem uma grande experiência e teria cuidado da sua gravidez antes se não estivesse ocupado com outro caso. È um antigo amigo meu. 

Suspirei de alívio. Ao menos ele parecia ser de confiança.

— Tem algo que eu possa fazer por você?

Mordi o lábio, pensativa.

— Poderia me levar até a cama? - encabulada, pedi.

 

— Sem problema - piscou.

Ele levantou e veio até mim, uma mão em minhas costas e outra debaixo das pernas. Ergueu-me com facilidade e bloqueei minha mente de qualquer pensamento, principalmente aqueles relacionados á última vez que ele me carregara ou então de quando eu acordara e o vira velando meu sono na poltrona. Engoli em seco e fitei o chão, reparando que eu não era a única a estar tensa. Palmas para mim que tinha causado uma situação constrangedora entre nós. Ele me deitou na cama, arrumando os travesseiros atrás de mim. Foi quando, sem intenção alguma, virei meu rosto que se chocou com o seu. Não foi algo bruto, não nos machucamos. Fora algo delicado e marcante demais para ignorar.  Senti-me vulnerável enquanto Tobias permanecia estático. Não propositalmente, algo guiou minha visão para seus lábios. O ruído das nossas respirações próximas me fez lembrar de um detalhe.

Ele tinha namorada. Não, espera. Ele não tinha. Porém, não era motivo para estarmos tão perto. À um passo de se... Um choque de realidade me abateu e me afastei-me sutilmente.

Tobias pigarreou e soltou o travesseiro que segurava.

 

— Preciso ir. Vou pedir que uma empregada lhe traga o jantar.

Concordei com um aceno. Sem olhar para trás Tobias abriu a porta que ligava nossos quartos e a fechou. Levei a mão á boca e com a outra bati nesta, confusa.

Eu tinha sentido algo diferente. E se qualquer outra estivesse em meu lugar saberia o que eu estou dizendo.


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Notas finais do capítulo

EU NÃO DISSE QUE TERIA MOMENTO FOUR TRIS?!?!?!!?

Um quase beijo, hum? Vamos torcer para que um dos dois tome a iniciativa hehe.
O que será que vai rolar no próximo capítulo?

A opinião de vocês é muito importante, deixa aí, vai :3

Beijos e até o próximo!