Mil Vezes Rosa escrita por Ly Anne Black


Capítulo 3
Bebê Roliver


Notas iniciais do capítulo

Ideia da Grazy:

"E SE quando chegar o final do ano letivo Bev tem uma surpresa completamente inesperada ... está grávida de Oliver. Alguma coisa deu errada , ela esqueceu totalmente a maldita poção anticoncepcional e Oliver que já tinha terminado totalmente com seu estoque de camisinhas confiou que a próxima Mestre em poções tivesse, a aquela altura, providenciado uma poção contraceptiva. Mas... não."

E dedicado à própria Grazy, presente de aniversário adiantadoooo!! Espero que goste!



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— Oliver… se lembra daquela noite após a final de quadribol, com toda a comemoração? 

— Sim! – o grifinório se virou sorrindo com todos os dentes – É exatamente sobre isso que quero falar com você. Como sabia? 

Eles estavam em sua clareira na orla da floresta proibida, e era provavelmente a última vez que a visitariam. O rapaz vestia o traje de gala vinho bem cortado, e Bervely optara por um vestido de baile champanhe, com apliques de renda sinuosas nas mangas, lembrando serpentes. A cerimonia chegara ao fim, eram agora bruxos formados, prontos para a vida do lado de fora.

Bem… sobre essa parte, ela não tinha tanta certeza.

— Dificilmente estamos falando da mesma coisa, ou você não estaria com esse sorriso abobalhado na cara.

Não teve certeza que ele lhe ouvira; olhava o campo de quadribol ao longe, com um ar sonhador em seu rosto. Tirou do bolso uma placa de metal em formato de brasão, que tinha dois juncos dourados atravessados sobre um fundo azul marinho. Ela tinha a impressão de que já vira o objeto antes, mas era coisa de quadribol, e ela acabou nem perguntando.

— Olhe. – ele lhe estendeu, Bervely deu uma olhada desinteressada. Estava escrito ‘reserva’. Ela lhe deu um olhar vazio, não fazia ideia de o que queria dizer. – É uma oferta.

— Para…?

— Ser reserva do Puddlemere United! Eu sou reserva do Puddlemere United! Eles me viram jogar na final e me fizeram uma proposta! E, você lembra aquele fim de semana que eu faltei a visita à Hogsmeade? Eu não quis dizer nada para o caso de não dar certo, mas eu fui fazer o teste e eu passei! Eles me deram a vaga! Eu faço para de um time de verdade!

— Oliver – Bervely chamou, apática diante de toda a efusividade. O garoto quase quicava.

— Eu sei que você não dá a mínima pra Quadribol, mas Rose, isso é grande! Se eles gostarem de mim, eu posso ter uma vaga como titular em um ano! Já imaginou, já me imaginou num jogo da Liga! Quer dizer, Oliver Wood, goleiro titular do Puddlemere, ajudando a trazer a terceira taça do campeonato europeu…

— Oliver, eu estou grávida. 

Silencio. 

Ele parou de quicar em sua frente. 

— Como assim? 

— Como em um bebê crescendo dentro da minha barriga. É o que essa palavra significa, na verdade. 

Ela podia vê-lo ficando branco diante dos seus olhos. Era uma reação melhor do que a dela própria, quando chegou à conclusão há cerca de uma semana. Estava atrasada, mas com os exames finais e os N.I.E.M.s, sequer se dera conta. Bervely só notara alguma coisa errada quando fizera a última prova do seu vestido e ele ficou apertado nos seios. Ela tentou diminuí-los com metamorfomagia, mas eles não lhe obedeceram. Segundo sua pesquisa, só duas coisas podiam fazer a habilidade de uma metamorfomaga se recusar a cooperar: soro sanguíneo de topa-topa e gravidez. 

Não tinha bebido nenhum sangue de criatura, que se lembrasse. 

— Rose, isso é impossível. Nós usamos proteção! 

— Usamos? Você poderia afirmar isso num tribunal, se fosse requisitado?

Ele franziu o rosto, tentando se lembrar o que realmente acontecera naquela noite. Estivera tão feliz com a vitória da Grifinória, e tomara tanta cerveja amanteigada… depois da intensa comemoração na sua torre ele se encontrara com Bervely para a segunda parte da festa, e então eles tinham feito coisas em lugares de Hogwarts que teriam deixado Filch de cabelo em pé se soubesse, mas Oliver não conseguia se lembrar do exato momento que colocara o preservativo trouxa. Foi o que ele disse para Bervely. Ela assentiu, muito tranquila. 

— Não houve preservativo trouxa. Você disse que seu estoque tinha terminado. 

— E porque nós continuamos…? – fez um gesto amplo para completar o ‘continuamos’. Discutir como acontecera parecia de alguma forma essencial, como quando há um desabamento de terra ou um tsunami na ilha e as pessoas ficam perguntando que prédios caíram primeiro, como os telhados voaram. 

— Porque eu estava tomando poção contraceptiva e isso deveria bastar. 

— E você errou a poção ou… 

— Eu NÃO errei a poção! – exclamou, fechando a cara. – Um dos ingredientes estava vencido, aparentemente professor Snape não repõe suas pétalas de flor de verbena  desde mil novecentos e oitenta e quatro. 

— Oh. Huh… 

Bervely acompanhou com certa curiosidade a evolução das emoções cruzando o rosto dele, à medida que pensava nas mesmas coisas que ela tinha pensado há uma semana, quando descobrira. Dúvida. Desorientação. Reação. 

— Snape não pode sair impune disso! Nós temos que denunciá-lo ao conselho do colégio! Distribuir ingredientes estragados para os alunos! Quando a professora Minerva ficar sabendo disso, por apostar…

— Oliver, se Minerva ficar sabendo disso, eu mato você. Além do mais, não acho que a culpa do nosso sexo desprotegido possa recair sobre o professor Snape. 

Ele deu uma volta inteira sobre si mesmo, coçando a nuca com a mão, como se a solução para a questão estivesse brincando de pique-esconde às suas costas. 

— Isso não… eu não sei… espera. Porque você não está pirando? – olhou pra ela desconfiado. 

— Eu tive uma semana para pirar. 

— Você já sabe há uma semana??? – exclamou, fazendo com que Bervely desse outro suspiro longo. Ela não tinha saído do lugar, os braços cruzados, uma perna ligeiramente à frente da outra para sustentar o corpo sobre os saltos no terreno irregular. – Porque esperou tanto tempo para me contar? 

— Eu estava pensando no que ia fazer. 

— Como assim, no que fazer? Quer dizer, quantas coisas há para se fazer? Você pode esperar nove meses, basicamente. É ou isso ou… – e foi quando o olhar dele ganhou uma sombra de entendimento. – Não me diga que você está pensando em tirar, quero dizer, Rose…

Eu não sei no que eu estou pensando, ok? – retrucou, finalmente um sinal de fraqueza se insinuando através  da máscara de impassividade. Se recompôs, desviando o olhar. Era difícil encarar a expressão abismada dele naquele momento – Digo… seja razoável. Você tem dezoito, eu tenho dezessete. Não temos dinheiro. Diabos, Oliver, você acabou de me dizer que vai jogar para o Puddlemere não sei o que! Onde é isso, Escócia? E nós nem temos nada de verdade, e eu não vou ter nenhum bebê sozinha! 

— Bem. Bem.— ele avançou para ela, uma mão em cada ombro seu, todo ansioso – Podemos pensar outra coisa. Você pode… nós podemos… 

— Por favor não fale nos casar e nos mudar para a Escócia, ou esse bebê vai ser órfão de pai antes mesmo de nascer. 

Ele engoliu suas palavras, já que isso era exatamente o que pretendia dizer. 

— Isso seria tão terrível assim? – perguntou, uma insinuação de mágoa cruzando seu olhar. Bervely negou com a cabeça, apertando os lábios bem justos. 

— Não é quem eu sou, Oliver. Seguir você por ai com um bebê nos braços e ser a coadjuvante da sua historia de quadribol. 

A mágoa virou chateação no rosto dele; ela não soube porque, já que não fora sua intenção. Sempre acabava fazendo, no entanto, e era mais um motivo para não seguir adiante com algo como um futuro juntos. 

— Você nunca vai ser coadjuvante enquanto estiver perto de mim. – ele prometeu com ardor, olhando dentro dos olhos negros dela. Bervely inclinou a cabeça para o chão, sentindo o fundo dos olhos pinicarem. 

— Certo. É apenas que… 

— Nós podemos fazer isso. Você não está sozinha, Rosie. E nós não somos crianças, se é o que está dizendo. Eu sei que eu sou um bobão a maior parte do tempo, mas eu posso melhorar. E olha só pra você, passou por tanta coisa esse ano! Eu não conheço ninguém mais capaz de cuidar de outra pessoa. Você é uma ótima irmã, uma ótima namorada e uma ótima filha. Não vejo porque não seria uma ótima mãe. 

Agora ela definitivamente não ia olhar pra ele, porque estava com os olhos inundados. Tinha quer ser os malditos hormônios, já em seu sangue, lhe tornando uma chorona. Mas o capitão tocou seu queixo e delicadamente ergueu seu rosto para ele.

— Vamos fazer isso. – pediu, com aqueles grandes olhos castanhos de cachorrinho cintilando. – Vamos tentar fazer isso, ao menos. Eu vou estar do seu lado o tempo inteiro. 

— Não é algo que a gente pode tentar, sabe. Não dá pra desistir depois. – sua voz falhou. 

Ela quis lhe dizer que sua mãe tinha desistido dela sem nem mesmo tentar, quando ela era um bebê de três dias. E que se outras pessoas não tivessem querido tentar, talvez ela nem estivesse ali agora. Não fazia a menor ideia do seu destino se não fosse por Narcissa e mais tarde, Andrômeda. 

Ele assentiu, como se soubesse disso tudo mesmo sem que ela dissesse, e a abraçou muito forte, achatando seu rosto contra o peito coberto pela veste macia. Aspirou profundamente. Era inexplicável como aquele cheiro dele sempre a acalmava. 

— Eu também estou com medo. – murmurou em seu ouvido, mas soava na verdade muito corajoso. 

— Você é grifinório. Come medo com cereal no café da manhã. 

Oliver riu, vibrando debaixo dela. Outra coisa que a acalmava, estranhamente. Devia ter falado com ele no minuto que tinha descoberto, assim não teria passado uma semana infernal de pesadelos e inquietação, carregando o maldito segredo de um lado à outro. 

— Você contou para mais alguém? – ele perguntou depois de um tempo em que só a abraçou bem forte, beijando repetidamente o topo de sua cabeça. 

— Não. Mas acho que Anne sabe. Ela sempre sabe das coisas, a pestinha. 

— Aquela minha irmãzinha é um assombro. – Oliver brincou. E depois ele disse, sem qualquer contexto: – Roliver. 

— O que é Roliver?

— O nome do nosso bebê. É a junção dos nossos nomes, Rose e Oliver. Também é o nosso shipp

— O nosso o quê? – claramente, o garoto tinha bebido muito ponche adulterado na festa da formatura, pois não estava fazendo nenhum sentido. 

— O nosso nome como casal. Se nós fôssemos uma história, sabe? Romeu e Julieta é Rolieta, Artur e Guinevere eram Artuvere, e nós somos Roliver. 

Bervely começou a rir, rir até engasgar. Podia ter excedido sua quantidade de ponche também, para estar achando graça de tamanha bobagem, mas nem isso; não estava bebendo álcool, porque estava, como era mesmo? Grávida.

— Podemos pensar em algo melhor, foi só um palpite. – ele se defendeu, ao ver que ela ria dele e não com ele. – Mas é um bom nome, sabe. 

— Eu posso considerar sua… discutível e muito nerd sugestão, com uma condição. 

— O quê? – pela cara dela, sabia que não vinha coisa boa pela frente. 

— Quando a hora chegar… você conta a novidade ao seu sogro, Sirius Black.

(Fim)


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Notas finais do capítulo

Malfeito Feito!
Espero que tenham gostado, até o próximo evento UA!
;**



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