Mil Vezes Rosa escrita por Ly Anne Black


Capítulo 1
Três Adolescentes e uma Adulta "Quase" Responsável


Notas iniciais do capítulo

Tentei. :P
Ideias e negritos por Lara Pena.



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— O quarto maior é meu! — O grifinório de cabelos bagunçados e óculos gritou antes mesmo de terminar de subir as escadas.

— Óbvio que não! — A corvinal mais abaixo retrucou, consertando os seus próprios óculos redondos, usados muito mais para esconder um problema de visão do que para melhorá-lo. — Eu sou cega, preciso de mais espaço.

—Johanne Black... — Beverly sibilou o nome da caçula em tom de aviso, ainda na porta.

Loren.

—Loren hífen Black? — Sugeriu um Harry Potter, falsamente solícito. Beverly revirou os olhos.

— Harry James Potter, os mais velhos tem prioridade! – reivindicou Sirius, trombando com ela à meio caminho da escada e a quase a derrubando.

— Se comporte, Black. – Bervely grunhiu, transtornada, soltando o ar pelo nariz.

Ele não lhe deu qualquer atenção, sumindo pelo corredor junto à filha caçula e o afilhado. Ela terminou o caminho flutuando as malas dos três atrás de si, porque é claro que os adolescentes estavam muito empolgados com as ‘férias de verão em família’, arranjo inédito desde que Sirius fugira de Azkaban, há três anos.

Remus veio logo em seguida, a expressão em seu rosto denunciando como ele estava se divertindo com tudo aquilo. Ele vinha se tornado alguém jovial e bem humorado desde que a guerra fora encerrada, no departamento de mistérios há um mês e meio; um homem bem diferente do sério e melancolico Prof. Lupin que ela conhecera em Hogwarts. 

— Eu nunca pensei que Sirius fosse sorrir de novo dentro desta casa. – comentou, enquanto a ajudava com as malas no patamar do segundo andar. – Ele sempre a odiou profundamente. 

— Bom, ele tem uma nova gangue agora para se distrair. – ela zombou, ouvindo os gritos animados que vinham do segundo quarto do corredor.

— Você faz parte dela, você sabe. – disse, a fazendo girar os olhos. Ela escolheu o primeiro quarto da direita, o do falecido irmão de Sirius, Regulus. Certamente os dois grifinórios e a corvinal tinham-no recusado, mas Bervely apreciava a decoração em tons verdes e prata, que lhe lembravam seu velho quarto em Hogwarts. 

— Eu me sinto mais como a pessoa que vai garantir que eles não ponham a casa à baixo. 

Remus deu um sorriso conhecedor de causa. 

— Esse era o posto que eu costumava ocupar. Boa sorte. 

Um rangido começou a vir do corredor, como o de molas gigantes, para o qual ela olhou alarmada. Ela ouviu a risada musical de Anne, os latidos de Snuffles e algumas recomendações na voz de Harry, o ‘irmão postiço’, e entreouviu as palavras ‘pular’ e ‘até o teto’.

— Por favor, não me largue aqui sozinha com esses animais selvagens. – implorou fingindo-se de horrorizada, ou talvez não tão fingindo assim. 

— Desculpe Bevy, mas dessa vez vai ter que ser só você. Não posso deixar minha Ninfa ir sozinha para o Festival de Acasalamento das Fadas de Kerguelen, ela ficaria com toda a diversão. 

— Você está domado, lobo. Ninfadora colocou você a perder. Quando eu lhe conheci, você era um homem sério. 

Ele deu uma risadinha complacente, de quem no fundo concorda mas não dava a mínima, pois está muito feliz vendo a desova das fadas no fim do mundo com sua noiva hiperativa. 

Quando Remus foi embora, Bervely arriscou ir até o quarto de onde vinha toda a bagunça. No momento em que colocou a sua cara na porta, foi atingida por algo que quase afundou seu nariz.

— Ouch!

— Ops, desculpa mana, não te vi aí. – Anne se desculpou, mandando o travesseiro encantado para o outro lado com um giro de seus braços.

— Engraçadinha. 

O quarto era uma confusão de penas de ganso voando, coisas reviradas e latidos de cão. Sirius animado corria para todos os lados e, aparentemente, a brincadeira era atingi-lo com travesseiros e a graça era quando ele os estraçalhava com a boca, provocando uma nova explosão de penas. 

Harry usava a varinha para fazer os travesseiros perseguirem o padrinho, já Anne usava as mãos e seguia o som das patas dele pelo quarto. Não havia nenhum lugar  que não estivessem coberto de branco. 

— Pelo amor de Merlin, quantos anos vocês TEM? Quer dizer Sirius eu entendo, parou lá pelos sete, mas Harry, você já tem até barba! Guerra de travesseiros, sério mesmo? 

— Três fios não é barba! – Anne informou, zombeteira. 

A resposta de Harry, por sua vez, foi mandar o travesseiro na direção de Bervely. Sirius deu um pulo espetacular no ar e o abocanhou, ele explodiu e pena voou por toda a sua cara. 

— Boa! – Harry vibrou. O cão foi correndo até ele e ficou sobre a patas traseiras, batendo a pata dianteira na palma do garoto em comemoração.

— O que aconteceu? O que aconteceu? – Anne perguntou curiosa, indo tatear na direção de Bervely – Ele pegou você? 

Bervely deu um longo suspiro de revolta, segurando as mãos de Anne no ar antes que ela as colocasse em seu rosto. Ela puxou a menina para perto e estreitou seus olhos para ela, mesmo que a irmã não pudesse vê-la fazer isso.

— Como sabe que são três fios? – perguntou desconfiada. 

— Eu contei.

— Você cont… 

Pow. O terceiro travesseiro lhe atingiu bem na cara. Ela puxou sua varinha do bolso e o fez subir zunindo. Harry arregalou os olhos ao vê-la se armar, mas o ar de riso e desafio ainda estava rondando sua boca.

— Você me PAGA, Potter! 

E foi assim que Bervely Black se envolveu numa Guerra de Travesseiros. Em sua defesa, ela os fez comer tanta pena que ninguém precisaria de jantar aquela noite. Por outro lado, seu cabelo iria exigir umas cinco lavagens até ser destituído de todo o ‘estofamento’. 

Quando eles se jogaram na cama, ofegantes, Sirius voltou à sua forma humana e lambeu seu rosto. Ela deu um grito de nojo. 

— Eu já disse pra PARAR com isso! 

Mas ele não ia. Black feliz era um idiota. Além disso, se sua gangue estava rindo, então para ele era lucro. 

— Você tem gosto de ganso cru. – lhe avisou, muito sensato. 

— Vá se ferrar. 

— Um galeão na jarra de palavrões, Bervely. – Harry informou, radiante. Ela nunca sabia se ele queria educar seu linguajar ou ficar rico com aquela maldita jarra. 

— Vá se ferrar você também, Cicatriz. 

— Agora que já nos elogiamos uns ao outros, o que vocês acham de… CAÇA AO CACHORRO LOUCO! 

E ele saltou da cama, já caindo de quatro patas no chão, voando pelo corredor, abandando o rabo loucamente. Ela enfiou o rosto entre as mãos, ao mesmo tempo em que os dois adolescentes (se é que poderia chamar assim aqueles fanfarrões) saíram correndo e se batendo na mesma direção. 

Aquele sim seria um verão singular e ela sequer poderia contar com o outro “adolescente”. Ela ia precisar do que Remus lhe desejara… boa sorte. Muita sorte. 

 


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Notas finais do capítulo

Vamos fingir que adolescencia quer dizer 'muita alegria no coração e fogo no rabo', porque foi isso ai que saiu, kkkk.

Em minha defesa, tive vinte minutos. Espero que supra as expectativas, pra quem votou nesse daqui!

;*